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17/01/2011

Sobre o preconceito e Martin Luther King

Hoje é feriado aqui nos Eua (não pra residente...), é comemorado o dia de Matin Luther King Jr (gente, se você não conhece esse cara, convido-o a clicar nesse link e entender a história desse guerreiro). Ele foi muito importante e acho que todo mundo já ouviu algo sobre o discurso mais famoso dele, muito bonito. Bom, esse cara nasceu em Atlanta (um dos estados que tem mais negro) e trouxe muitas mudanças pra esse país (em termos de discurso e perspectiva). Como no Brasil que os negros (leia-se escravos) foram "trazidos" da África para trabalhar nas lavouras, no "progresso do país", aqui foi a mesma coisa e com a liberdade, eles tinham "direitos" diferenciados dos brancos até que esse cara aí fez uma revolução e mudou tudo. Naquela época, a região de B'ham foi considerada por ele "a região mais preconceituosa dos EUA". Os escravos daqui foram trazidos, em sua maioria, para a parte Sul do país (acho que é melhor para a agricultura, por conta das temperaturas) e no Norte foram se desenvolvendo as indústrias. Até hoje há um "rumor" por aqui de que o Norte é melhor que o Sul (igual ao Brasil, mas ao contrário!)

E agora os negros e brancos vivem bem, numa harmonia linda e blá, blá, blá. Mentira, mentira, mentira. No Brasil sempre ouvia as pessoas dizendo que o preconceito do Brasil (contra o negro, viu?) é pior que aqui nos EUA, pois aqui pelo menos é escancarado e tem como se fazer algo e no Brasil ninguém admite que é preconceituso, então como combater isso? Eu estou aqui agora e digo, apesar da hipocrisia do Brasil, acho aí muito melhor (nesse quesito). Aqui parece que há 2 países em 1, tipo um apartheid, são culturas completamente diferentes: falam inglês de forma completamente diferentes, se vestem diferentes. Existe a marca de roupa do negro e a do branco. Aqui tem igreja de negro e igreja de branco (não é proibido ir em nenhuma igreja, mas cada um vai para a sua, sabe?). Negro anda com negro e branco com branco. Quando eles casam entre si fica um mal estar (nunca vi aqui um casal desse tipo...). Ninguém faz piada de mau gosto, ninguém xinga, mas eles vivem como se estivessem ignorando o outro. Então, existe aqui uma falsa sensação de direitos iguais e aí eu entendo quando um policial (que aqui eu só vi negro) me trata mal, pois eles continuam sendo pisados durante a vida e quando têm poder, sai de baixo!

Será que essa coisa estúpida, burra, idiota, sem noção de dizer (ou de sentir) que fulano é pior do que você por conta da cor que ele tem, ou do dinheiro, ou do lugar que ele nasceu, ou da orientação sexual ou sei-la-mais-o-quê, vai acabar um dia? Porque é muito limitado achar que você é melhor só porque nasceu de sangue azul (seja lá o que isso signifique) né mesmo?

Ps: pelo que ouço falar, vejo na TV, leio nos jornais no norte dos EUA o pessoal é mais cabeça aberta, mas só posso falar daqui mesmo...

4 comentários:

  1. Muito interessante seu post.
    Poderia dar mais exemplos de racismo que presenciou nos EUA

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  2. Acho que vou escrever um outro post sobre isso em breve...

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  3. E como é o preconceito com vc e com o Leo por serem estrangeiros? Imagino que seja complicado, ainda mais por serem do
    Brasil. Por favor, responda. Estou fazendo medicina e penso seriamente em ir para os EUA quando me formar.

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    1. Na verdade, de forma geral, a gente não sofre preconceito. Claro que preconceito em em tudo que é lugar do mundo. Eu, como nordestina, já sofri preconceito do pessoal de São Paulo, por exemplo. Aqui, como tudo dá cadeia, as pessoas são cautelosas no que dizem e caso a pessoa tenha um nível educacional grande, o preconceito fica menor ainda.

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