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28/01/2016

Dos roncos e sustos

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19 hs de uma terça qualquer. Coloco Alice para dormir e vou trabalhar. Marido está dando aula. A casa está silenciosa. Pego o computador e começo a trabalhar. Luffy sobe no sofá e fica esquentando meu pé. Um tempo depois ouço um ronco. Confiro a câmera da babá eletrônica, Alice está bem. Volto ao trabalho. O ronco persiste. Subo e mudo Alice de posição. Volto ao trabalho. Começo a ouvir o ronco outra vez. Cutuco Luffy, esse cachorro pode roncar alto. Continuo o trabalho. Tempos depois, ouço o ronco outra vez. Será que estou doida? Ligo a luz da varanda para verificar se tem algo lá fora fazendo barulho. Tava frio, estava muito vento, vai que...Luz ligada, separo as persianas para ver se consigo achar a causa do barulho. Vejo alguém sentado na cadeirinha da varanda (não dá para ver a pessoas). Penso que marido resolveu contemplar o frio...vou abrir a porta e lembro que ele não é do frio. Verifico para ver se o carro dele estava estacionado e  não estava. Me contorço para ver a pessoa melhor. POis é, tinha um homem dormindo na varanda. Roncando. Estava muito frio (sensação de -1c, o que para Flórida é neve). Eu pensei em sair para ver quem ele era, sei lá, perguntar algo, mas...perigo né? Tem alguma coisa errada nesse cenário. Ligo para marido, está perto da hora dele voltar e peço para ele ficar mais um pouco. Sei lá o que essa pessoa pode fazer. Ligo para a policia. A atendente diz que é estranha a situação. Menos de 4 minutos, chega a policia. Ouço eles tentando conversar com o homem. Ele não responde. Chamam a ambulância e batem aqui em casa para explicar a situação. O homem não consegue falar, nem andar direito, eles acham que deve estar sob o efeito de muita coisa. O policial diz que tinha visto ele de manhã andando nas redondezas. Meu coração estava super acelerado, mas a policial resolveu tudo. Daí, sai a vizinha e fala que dias atrás viu esse homem no condomínio e quando chegou, viu que ele estava dormindo aqui em casa, mas ficou com medo de me assustar batendo na porta do fundo (?!). POrque né, ver um homem dormindo na sua varanda não é assustador.


13/01/2016

Tranformando duas em uma

Negócio "engraçado" quando você tem filho e as culturas e tradições de cada um dos pais se misturam para formar uma única família. Se aqui em casa, ambos somos brasileiros, ambos baianos e ainda entramos "em choque". Fico imaginando como deve ser com minhas amigas casadas com  gringos.

Se tem uma coisa que me irrita é que para meu marido (não é questão de personalidade aqui e sim de cultura familiar mesmo) tudo tem um jeito certo de se fazer. Não estou dizendo de questões morais e sim coisas simples. Tem um jeito certo de abrir tal coisa, de guardar tal coisa, de pegar tal coisa. Ahhhhh, acho um saco! Na cultura da minha família, existem várias formas de se fazer algo, umas mais fáceis, outras mais difíceis, mas você pode tentar. Na do meu marido, só tem uma.

Se tem uma coisa que irrita meu marido (não é questão de personalidade aqui e sim de cultura familiar mesmo) é que eu faço as coisas sem pensar nos outros. Na minha cabeça, eu estou com um problema, paro, penso numa maneira de resolver e resolvo. Não fico me martirizando nem perdendo meu tempo. Isso é flexibilidade mental, uma das características de pessoas inteligentes (Ha!). Para ele, eu não dou importância, eu tento o caminho mais curto, não sou cuidadosa. Vê isso.

Um exemplo ridículo (para vocês terem ideia da minúcia da coisa), compramos uma airfryer e fomos fazer batata baroa "frita". Eu almocei, ele almoçou e sobrou um pouco. Eu peguei o "quetchichapi", que estava fechado e tentei abrir para tirar o lacre. Tentei, tentei e nada. Dei para ele que também não conseguiu. Minha ideia foi de, sem tirar a tampa, eu faria um furo no lacre e pronto. Marido ficou chateado, diz que quando faço isso, acaba saindo ketchup para tudo que é direção (o que é verdade), que ele acaba se sujando etc, que era para eu esperar ele acabar de comer, que ele abriria o negócio. Se você me conhece sabe que eu não sei esperar, especialmente quando é comida, especialmente quando é algo para ser comido quente e que não presta ser "requentado". Eu olhei para ele e furei o treco mesmo, feliz e contente. Ele me olhou bem chateado. Eu disse simplesmente "quando você terminar, é só abrir o lacre todo", porque né, dessa forma seria bom para mim, que comeria a batata quentinha e para ele, que quando fosse usar o negócio, estaria do "jeito certo". Ele ficou enfurecido por causa disso. Tipo, por causa disso?! Porque simplesmente eu "não fiz do jeito certo".

Estamos juntos faz 11 anos e meio e mesmo assim ainda passamos por esses "problemas". Fico só imaginando como será quando Alice crescer um pouquinho.

04/11/2015

O lado nada romântico da amamentação



Imagem daqui





Amamentar pode ser/ter sido fácil, inato e tranquilo para você, mas para mim não foi. Não é. Dói. Dói muito. E não, não estou falando do começo que o bebê está aprendendo a pega e acaba machucando. Sim, passei por isso também. Foi extremamente doloroso, mas uma excelente consultora de lactação me ajudou muito. Alice só fazia a pega com a concha de silicone, pior, a única posição que ela mamava era deitada em cima de mim.


Você pode dizer que é só o começo e tal, mas é muito difícil. Ferver os bicos de silicone todas as vezes e aqueles trecos teimavam em se esconder. Daí, a gente ficava fora de casa dependendo do número de conchas que tínhamos na mochila dela (depois dela aprender a mamar em outras posições que não deitada em cima de mim, porque antes, não dava para sair). Junte a isso a questão de que eu estava completamente sozinha, me recuperando na cesariana e conhecendo Alice. Eu tinha/tenho muito leite (não, aqui não tem banco de leite) e Alice não dá conta. Sinto dor TODOS OS DIAS! Minhas mamas estão sempre cheias de leite. Sabe a sensação de colocar cimento nos peitos e esse cimento vai expandindo até rasgar de dentro para fora? POis é. É tanta dor que eu não consigo dormir a noite inteira (tento o máximo não tirar o leite com a bomba para que meu cérebro aprenda que tá demais e diminua a produção, se eu tirar, o corpo continua produzindo).

Eu não quero nem falar nessas coisas "pequenas" de ter de pensar na roupa que vou usar para sair por conta da amamentação. E quem disse que camisa de botão é a melhor opção estava errada, eu sou a prova. Ir para uma formatura e casamento é complicado, se o bebê for, você terá que achar uma roupa apropriada que seja de fácil acesso a sua mamadeira e se o bebê não for, vai sentir dor. Alice não pega mamadeira, não pega chupeta e quando está com fome, é só leite do peito mesmo.

Amamentar em público também é tenso (PRA MIM!) e se o lugar for muito barulhento, Alice não quer saber de peito (logo em seguida chora de fome). Sou super a favor de que cada pessoas amamenta do jeito que achar apropriado. Eu por exemplo, jamais amamentaria no banheiro, nunca mesmo.

Outra coisa é que meu corpo não é mais meu. E isso também é complicado. Ah e quandos os dentes nascem, tem sempre umas mordidas, uns puxões e feridas.

Sei que muita gente vai criticar esse post, mas é meu desabafo porque você não imagina como é sentir tanta coisa e só encontrar gente se gabando sobre o quão maravilhoso é amamentar ou te recriminando por se sentir assim. Ou ainda ver nas propagandas de TV aquela cena romântica e linda sobre a amamentação (como na foto acima) e se sentir mal por não ter alcançado essa plenitute. E olha, tem muita gente que se sente assim, mas só que elas não são "permitidas" de falar, afinal, mãe é padecer no paraíso (ô frasezinha infame).

Esse post é para você que se sente um pouquinho assim, quero te dizer que é normal e que vai passar. Mesmo que as pessoas insistam em falar que você é uma péssima mãe por não sentir essa felicidade/prazer ao amamentar. A forma de alimentar um filho não faz de ninguém uma boa ou má mãe, tem que sim alimentar a criança.  E olha, escolhe o jeito que te traga maior felicidade, porque mais importante que leite materno é uma mãe feliz.

No meu caso, apesar de tudo aí em cima, a minha decisão foi de amamentar. Alice está com 7 meses e 20 dias e ela basicamente só toma leite materno (oferecemos comida, mas ela não aceitou nada até hoje). Não, no meu caso amamentar não emegreceu, pelo contrário, eu tenho fome o tempo inteiro, essa decisão foi tomada porque Alice tem muito refluxo e é o melhor para ela, de forma que eu me sinto em paz com a decisão, apesar dos percalços.

30/09/2015

1. Finalmente a USCIS enviou meu cartão de trabalho e voltarei ao trabalho semana que vem. Esse cartão estava pronto desde julho, mas eles mandaram para o endereço errado. O recibo, a marcação para tirar as digitais e todas as demais correspondências chegaram certinho aqui, mas o cartão não. Hai ai. Aí, foi aquele martírio de sempre. Ai que povo horroroso! Estou preferindo achar que esse tempo sem trabalhar foi uma benção, pois pude ficar com a minha pequena (100% Pollyanna)

2. Marido deu entrada na papelada para trocar o visto e ser médico de verdade nos EUA. Surpreendentemente a parte que cabia ao Brasil foi extremamente fácil. Tipo, muito fácil e em 4 dias estava tudo ok. O emprego é bom. NÃO TEM PLANTÃO, tipo, NÃO TEM PLANTÃO! O salário é bem ok para um emprego acadêmico (clínicos não são ricos, ainda mais em posição acadêmica, mas o nosso sonho não é ser rico é ser feliz- e para meu marido, ter um barco  ahahaha). É numa cidade boa, há planos de crescimento profissional para ele. O trabalho é de 8 ás 5 (bahahaha. Em teoria, eu sei, mas já é algo positivo). Não tem sobre-aviso e já falei que não tem plantão? Pois é, estamos felizes e na oração para que ele consiga a vaga. (POr conta do visto e dele ser estrangeiro, é um longo processo para conseguir ficar. São somente 30 vagas para médicos estrangeiros, sendo que 25 delas são para pediatria e clínica médica, então, se quiser entrar na corrente para dar tudo certo, pode se juntar a nós).

3. Estamos de malas prontas (mentira, deveriam estar, mas não tivemos tempo) para o Brasil. Ficarei 1 mês inteiro na terrinha comendo todas as frutas, mostrando tanta coisa linda para Alice (e a família), e trabalhando. Bom, babá é o que não vai faltar, tenho certeza.

4. Estava andando com Luffy e Alice e encontrei essa belezinha perdida. Tão carinhoso, tão obediente  Pensamos em adotá-lo, mas nossa casa é muito pequena e Luffy não gostou dele não. Ele está sendo bem cuidado enquanto tentam encontrar sua família.


5. Eu amo tanto morar aqui. As pessoas são tão simpáticas. As pessoas te ajudam sem ter nenhuma obrigação. Gosto tanto, tanto...

6. Fazer parte do clube da maternidade é muito louco. Se por um lado você encontra gente (aka outras mães) maravilhosa, que te ajuda e não julga. Você também encontra tanto julgamento, tanto olhar de reprovação. Ouvi tanta gente falando (aka outras mães) não acredito que uma mãe deixa o filho fazer isso, que dorme assim, que faz isso. Ai que saco! Amamentação e o tipo de parto são campeões em julgamento. Bom, por enquanto eu vou curtindo a minha gordinha e me esforçando para ela ser feliz e eu também!

06/05/2015

Hoje eu chorei

Eu poderia até dizer que chorei com Alice no colo na madrugada porque ela não parava de chorar (refluxo chato!), o que foi verdade, mas não é disso que quero falar.

Chorei porque a TV estava ligada em um reality show desses e passou um parto normal. Mostrou o parto, a mãe, a bebê, o pele a pele logo depois do parto. Tudo que eu sonhava. Tudo o que eu queria, mas não deu. Acredite, estava com tanta dor que cheguei em um ponto de pedir a cesariana, mas a médica pediu 2 horas, me deu mais ocitocina antes de partir para cirurgia. Ela só fez isso porque havia mecônio, só fez isso porque já havia horas com a bolsa estourada (18hs) e sem nenhuma evolução na dilatação. Não deu mesmo. Uma tristeza! E aquela sensação que eu sonhava de pegar Alice no colo logo quando nascesse, não veio. Eu tive uma infecção e tomei remédios pesados. Lembro dela chorando, lembro da enfermeira colocando ela no colo do pai, perto de mim e de, logo em seguida, levando ela e o pai para ser examinada. Não lembro da primeira vez em que a segurei, nem que tentei dar de mamar, nem da primeira troca de fralda (feita pelo pai e todas as outras no hospital), não vi o primeiro banho... Dos primeiros 10 dias só lembro que ela chorava muito, muito mesmo (não que tenha parado, ela ainda chora bastante).

Chorei também porque uma colega de infância acabou de perder sua bebê. Ela nasceu alguns dias antes de Alice.  Se perder um bebê com 9 semanas de gravidez é devastador, imagina uma bebê de 2 meses de vida.Não sei o que houve, mas também, pouco importa. Ela se foi e não sei de onde minha amiga irá tirar forças para continuar. Eu sinto tanto, tanto. Orei e pedi para o meu bebê-estrela recebê-la bem lá em cima. As vésperas do dia das mães...que triste!

Para não terminar assim tão triste, deixo a foto da culpada de eu não dormir de noite, de trabalhar pouco, de falar com aquela voz boba, de ficar com cheiro de leite passado (eu posso ter acabado de tomar banho!), de estar exausta o tempo todo e de ser a razão para eu celebrar o próximo domingo de um jeito todo especial :).




27/03/2015

Alice chegou!

Foi um parto muito complicado. Um parto demorado, muito dolorido. Deu tudo tão errado que eu nem saberia como relatar. Na verdade, nem quero. Não agora. Não sei se um dia. O que eu tenho tentado focar é que eu estou bem e Alice também. Pelo menos por hora. Hoje Alice completa 11 dias, mas parece que ela já estava por aqui há mais tempo. Doido isso!


02/03/2015

Questão de perspectiva

A pessoa está morta. A barriga pesa, dói as costas, a cabeça, a barriga. O pé da pessoa parece um pão de cachorro quente"super fofo"  e nem parece que tem osso por lá. As mãos então, cresceram tanto. Ficar mais de 10 minutos de pé é missão impossível, mesmo com o uso da cinta para segurar o peso da pança. Toda hora que a pessoa levanta, a coluna estala e é tão alto que as pessoas ao redor ficam assustadas. As vezes, andar traz uma sensação de choquinho nos pés de "cachorro-quente" ou algo estala por lá também. Tem mais coisa para adicionar a lista, mas né, deixa para lá. Aí a pessoa chega na semana 37 e a médica diz que a bebê está formadinha, que está tudo bem. Que é bom que ela aguarde um pouco para nascer, mas que aquele era um marco importante. Aí, secretamente a pessoa começa  a conversar e pedir para a bebê nascer logo, porque está ruim de verdade. Uns 5 dias depois, algo acontece, a pessoa liga para a maternidade e a enfermeira pede que ela dê um pulinho lá. A pessoa tenta falar com a enfermeira, diz que aquilo não é trabalho de parto, mas a enfermeira diz que a recomendação dela era essa.

Era meia noite, a pessoa fala com marido e ambos vão se arrumar. A pessoa que estava querendo que o parto acontecesse logo, começa a ficar meio que tensa, ansiosa e tal. Não com o parto em si, mas com a realidade "pode ser que em poucas horas eu seja mãe de fato e de direito". A pessoa treme e percebe que leu demais sobre amamentação, sobre o parto, mas que a ideia de ter sua filhota nos braços, apesar de sensacional, é completamente assustadora.A pessoa começa a conversa com a  filha pedindo para ela aguardar mais umas semaninhas. Vê que pessoa mais louca!

PS: Alice está ótima e super confortável na minha barriga. Já está posicionada para o parto há semanas. A mãe de Alice está morta, cansada, mas feliz. Faltam 12 dias para o meu due date!!!!


22/12/2014

tag

Vi no blog da Paula essa tag e achei legal para publicar no final do ano.

1) Qual foi a melhor coisa que aconteceu esse ano?
Nossa, tanta coisa boa. 2014 não passará em branco e certeza que esse ano foi o melhor dos últimos tempos. Tanta coisa boa para eu apontar a melhor, mas sem dúvida, o positivo foi a melhor das notícias. Melhor ainda, apesar dos probleminhas no começo da gravidez, eu já estou com 7 meses e me sinto muito abençoada!


2) Uma foto que transmita o que você está sentindo agora
Imagem daqui
 No topo do mundo, simples assim.

3) Um lugar na sua cidade que todo mundo deveria conhecer.
Aqui em Gainesville eu gosto dos springs, acho massa e bem bonito.
Em Salvador, algo imperdível é ver o pôr do sol no MAM. Lindo de viver! Especialmente se for época de Jazz por lá (achei esse vídeo aqui, não mostra nem a metade da beleza e mágica do momento, mas né, você pode ter uma ideia).

4) Um presente que você gostaria de ganhar no natal.
Eu só péssima para pensar em presente. Talvez por isso goste de tudo que ganho. No momento, eu quero mesmo um bom parto, uma bebê saudável, que meu marido encontre um bom emprego e que eu seja aceita no PhD, mas aí, eu peço direto pro Cara, sabe, e corro atrás do que posso fazer.

5) Qual música você colocaria na trilha sonora da sua vida. 
Viuxe, difícil, mas assim, no topo da minha mente veio Reconvexo, mas essa versão aqui. Passa um filme bom quando ouço essa música. Sabe aquele negócio do coração aquecer e você sorrir? Pois então, desse jeito aí. 

6) Qual foi a viagem mais marcante que você fez e por quê?
Paris! Foi uma super conquista! Na minha bucket list tinha a França e Portugal (meus antepassados saíram de lá), foi simplesmente sensacional. Por tudo: por a gente ter pago pela viagem, por tudo que a gente teve que passar até chegar naquela "coroação", pelo sonho realizado, pela companhia maravilhosa, pela oportunidade de me despedir do meu bebê-estrela da melhor forma possível.

7) Uma lembrança especial da sua infância
Primos e família! Na praia, na ilha, em guarajuba, em maceió, na casa de algum primo, na piscina, aprontando todas. Ou uma noite de lua cheia, que íamos (aqui só a família imediata mesmo, nada de primos ou tios) para o deck ver a lua. Meus pais passavam na Perini e compravam guloseimas (veja bem, minha mãe é super da turma do alface, esse tipo de coisa acontecia bem pouco). Fui muito abençoada, tenho uma família nota 10!

8) Uma meta para o próximo ano. 
Conseguir uma aplicação "competitiva" para o PhD sendo mãe da menina mais sensacional que esse mundo já viu.

9) Qual seria o trabalho dos sonhos pra você?
 Um trabalho que me permitisse viajar e que eu fizesse a diferença na vida das pessoas.

10) Se pudesse ser fluente em alguma língua, qual você escolheria?
Inglês! Queria ser fluente mesmo, entender todas as formas de falar e substantivos (esses dias estava jantando na casa de uns americanos e eles ofereceram uma bebida, eu não sabia o que era, olhei para marido, ele também não sabia), queria entender a história e as piadas (que muitas vezes acho super sem sentido, porque né, me falta o contexto).

11) Uma coisa que você faz muito bem e que poderia ensinar pra alguém.
Escutar mais e falar menos. Você não precisa dar sua opinião o tempo todo, as vezes seu amigo só quer colocar a raiva para fora, sabe? Não precisa de "conselhos" nem nada, só de simpatia e que você o escute.

14/12/2014

A dor de perder um filho: o aborto espontâneo


A pior e mais intensa dor que senti. Não física, porque não senti muita coisa. Foi uma dor na alma. Descobri do aborto da pior maneira possível: na primeira ultrassom, a técnica viu meu útero e disse que estava tudo bem, viu o bebê e disse que estava tudo bem, fez as medidas, deu o due date e só depois viu que o coração não estava batendo.Um choque!
imagem daqui

A médica me deu 3 opções: esperar para ver se o corpo eliminaria, tomar um remédio ou fazer a curetagem. Psicologicamente falando, eu não teria condições de sangrar, de ver a perda do bebê. A curetagem seria feita no outro dia. Meu marido foi no ambulatório e pediu ao professor para ir para casa. Entramos no carro e lá choramos abraçados. A curetagem na UAB é feita na maternidade. Foi muito ruim sair da maternidade de barriga vazia e sem bebê no braço. Isso tudo foi as vesperas do Natal e achamos por bem não compartilhar com ninguém aquela dor (só minha mãe e irmãs ficaram sabendo). O pior Natal da minha vida! Os próximos 15 dias foram os piores. Acho que nunca chorei tanto. Quando saia de casa só via mulher grávida e bebês, aí eu chorava mais.

Racionalmente falando, eu pensava com minha cabeça de cientista: 20% das gravidezes descobertas acabam assim ou ainda, provavelmente nosso bebê tinha alguma questão genética incompatível com a vida. Mas eu só pensava em quão ruim eu deveria ser para ser “sorteada” para ser esses 20%. Senti inveja das pessoas que têm filhos, especialmente daquelas que engravidam sem querer, parei de seguir canais do youtube/blogs com esse tema. Senti tanta raiva.

Era inverno e tivemos 2 tempestades de neve, então trabalhei muito de casa. Ficava deitada e chorando, mas levantava 4 vezes para andar com Luffy (não sei o que seria de mim sem ele). Queria dormir e acordar 6 meses depois. Tudo reação normal do luto, eu sei, eu sou psicóloga, mas foi difícil! “Compramos uma estrela”* para noss@ pequen@ e agora, depois da dor aguda da perda (exatamente 1 ano  depois e eu escrevendo esse post ainda choro), sei que por 4 semanas ele/a foi muito amad@ e nos encontraremos no futuro.

*Eu sei que não dá para comprar uma estrela de verdade, mas para mim foi importante fazer algo para lidar com o luto.

Tem esse texto da Nívea que ela escreveu lindamente sobre o tema. E esse abaixo em inglês que encontrei em algum lugar e me emocionou muito.

"Having a baby is like opening a door in a house you've lived in for ages, and entering a wonderful new room that you never knew existed. At first strange and beautiful, you go there so often that after a short time you can't remember what it was like before that room was a part of your house. You could never give it up again. You live there.
Finding out you're pregnant is like discovering the door for the first time. You don't know what's on the other side, but you can't wait to open it, because you know it's going to be great - although almost never what you expected.
Losing a baby during pregnancy is like someone coming along and bolting that door shut for ever.
It doesn't change the fact that the door is there. It doesn't make your curiosity about what was on the other side go away. You may even have caught a glimpse - just fleeting - before the door was locked forever. Maybe you never saw. But that room is part of your house now. You might drag furniture across the door to hide it, or you might spend weeks and months trying to kick through the lock. Maybe you wonder if you could have stopped them from locking it.
You might learn to walk past the door every day, without dwelling on it. Or you might stop there ever day, and press your ear to the door and let yourself imagine. But of course you'll be upset if people expect you to believe that the door doesn't exist, or the room doesn't matter. It's just not true, you know it's there.
There might be other doors, other rooms - there might not. But whatever your house looks like, it's okay to still sit by that door if you need to. It's okay if it's been a while. It's not strange.
My thoughts are with all of you who know what I'm talking about. 
Meg H (three locked doors)."

PS: Hoje oficialmente entramos no terceiro trimestre da nossa segunda gravidez. Está tudo bem (mas pra frente eu conto mais), só as dores normais mesmo, mas achei que esse tema não é muito falado e na época, foi tão importante encontrar textos e vídeos para eu me reerguer outra vez. Também acho que se o blog é um registro da minha jornada em terras gringas, esse momento, foi sem dúvida muito marcante e digno de post.

08/09/2014

fotos para visualizar os dias

Estou naquele momento: não sei se paro com o blog ou espero essa vontade passar. Vejamos o que irá acontecer...

Coloquei algumas fotos acumuladas no meu dropbox que são dígnas de nota

1. Começando pela primeira multa em terras americanas que meu marido tomou logo um dia depois que começou o fellowship. O motivo? Ele estacionou de ré (como aqui só há uma placa no fundo do carro, a placa precisa ficar a vista. É a lei do estado). Literalmente, o guardinha passou 12 minutos antes dele voltar para o carro, sorte hein? (só que não). Eu já havia lido isso em algum lugar, e já havia falado para ele (que adora estacionar de ré!) que na Flórida isto nõa é permitido. Como a multa foi dentro do campus, ele escreveu uma carta pedindo para ser desculpado, pois não sabia dessa regra, já que era novo no estado. E uns 40 dias depois, o cheque com o ressarcimento da multa, chegou aqui em casa.



2. Dá série "coisas que não fariam sucesso no Brasil". Quem aqui compraria um suco com esse nome?!




3.E essa fruta (tipo uma ameixa) com sabor de granada?




4. Achei babosa e comprei para cuidar dos cabelos!


5. Eu não sei como é no resto do Brasil, mas aipim faz parte da refeição do baiano. Estamos planejando fazer uma carne do sol aqui em casa, para assim completar em grande estilo essa combinação típo queijo e goiabada.

6. Tem inhame também! Eu amo inhame!!!!!



7. Fruta do dragão e essa ameixa ovo de dinossauro para fechar a parte de comida, quem vai? (PS: estamos testando novos sabores, por enquanto não saímos da parte de temperos, mas iremos expandir para frutas já!)


8. E claro, a prova viva que depois de uma super tempestade, com direito a raios, trovões e muita água, ás 8pm, o céu ficou lindo desse jeito!


9. Para finalizar, fomos almoçar na casa de uns amigos e olha o vasinho de plantas inusitado que o vizinho deles usa.

19/08/2014

O pesadelo

Estamos começando a olhar de leve as possibilidades de emprego para marido, já que nos próximos 12 meses ele precisa ter um contrato assinado para dar entrada nos papéis do waiver. Infelizmente vai ser  bem difícil ficarmos na Flórida (questões do waiver), então estamos olhando as vagas, pensando nos salários e outras possibilidades. Meu marido resolveu brincar da possibilidade de voltarmos para o Alabama, o que gerou um pesadelo na noite. Visualiza o meu sonho pesadelo:

Eu sentada na calçada do lado de fora da casa, com a cabeça apoiada nos joelhos, chorando desesperada dizendo que não queria ir para o Alabama. Meu marido me explicando que não tínhamos outra opção, não dava nem para voltar para o Brasil, o Alabama era a única possibilidade.

Pois bem, eu acordei tão tensa. Foi horrível mesmo!


A minha primeira opção ainda é a de voltarmos para o Brasil. Por n motivos. Meu marido quer voltar para o Brasil, assim como eu quero voltar para o Alabama.

Pois então que mudamos de assunto e eu fui falar com ele sobre uma brasileira que tinha conhecido, que ela estava de mudança daqui e estava super triste de deixar Gainesville. Que ela tinha morado 6 anos em um estado frio (esqueci o lugar) e que ela tinha detestado e que agora estava voltando. Marido interrompe o meu causo para questionar o porquê alguém mora em um lugar por tanto tempo sem gostar. Primeiro eu achei que ele estava brincando, mas quando olhei para cara dele, ele estava bem sério mesmo. Daí, eu coloquei o sorriso mais irônico no rosto e falei a verdade "por conta do trabalho do marido dela". Ele entendeu o recado, fez um carinho no meu ombro e achou por bem ficar calado. Eu também achei...

13/08/2014

O mundo segundo os brasileiros e das diferenças culturais que fazem pensar

Assim que cheguei aqui na Flórida, fiz a matrícula em um curso de gramática para estrangeiros. Antes das aulas começarem, tivemos um encontro com professores, coordenadores etc para que eles passassem informações pertinentes, como as rotas de ônibus, as regras em sala de aula etc. Um dos tópicos discutidos foram questões relativas a cultura americana. Por exemplo, eles falaram da questão do uso de desodorante, do uso apropriado do vaso sanitário (ele serve para sentar, não para ficar de cócoras), de que aqui se joga papel higiênco no vaso, de que assistir aula de short e camiseta é super ok. Eu achei sensacional!!! Tem gente que vem de culturas tão diferentes que esses pontos são desconhecidos. Especialmente a questão do desodorante. Tem gente que usa muitas roupas e nesse calor infernal, desodorante é importante....



Quando estou com gente de buracos diferentes desse mundão, sempre pergunto coisas. Óbvio que tudo começa com palavrão e eu já sei xingar em várias línguas (embora em italiano seja a minha versão favorita). Por aqui, a piada está relacionada com sunga, inclusive, esses dias teve um churrasco e um brasileiro estava usando sunga (por baixo do calção) e foi sensação de gente pedindo para ver, pode? Uma sunga fez isso...ahahahaa

Daí que descobri um programa da Band "o mundo segundo os brasileiros" e não consigo parar de assistir. Os brasileiros vão mostrando pontos das cidades que moram mundo afora e aos poucos eles trazem questões culturais. Por exemplo, no episódio de Dubai, um brasileiro contou os porquês dos muçulmanos preferirem comer de mão, não comerem porco e o motivo da mão direita estar associado a coisas boas e a esquerda é usada para limpeza. Eu achei sensacional!!!! Gostei muito do episódio no Quênia e claro, em Israel. Simplesmente maravilhoso isso de conhecer outros países a partir do olhar de um igual. Se tiverem tempo, joga no youtube e assiste. Já adianto que o problema não é só que o programa é viciante, mas especialmente que ele vai gerar uma urticária louca de querer viajar o mundo, então, cuidado!!!!

16/07/2014

Curtas direto da Flórida


1. Aí você está traduzindo uns documentos jurídicos para o inglês, daí fica presa numa frase difícil e resolve perguntar para seu marido se ele teria alguma ideia para tradução, eis que ele responde "Eu não entendi essa frase em português, imagina sugerir uma tradução". É para rir ou para chorar?

2. Você é convidada para um churrasco brasileiro (feita pelo americano mais brasileiro que você conhece) e coloca o endereço no GPS. Infelizmente o GPS não reconhece o número da casa e você precisa ficar atenta para achara  a casa. Você avisa ao marido qual a casa. Ele pergunta se você tem certeza e claro que você tem. Não há vaga na frente, você decide entrar na garagem da sua amiga, até que sai de dentro de casa um senhor bem gordinho com um cachorro. Você tem certeza que não é sua amiga e seu marido se desculpa com o senhorzinho enquanto você tenta controlar a crise de riso.

3. Você vai ao mercado e compra 1 galão de leite, na volta para casa, a porcaria cai e abre. Você não percebe na hora que o carpete ficou sujou, mas percebe o fedor de coisa podre cozido pelo sol da Flórida mais tarde.

4. Você fica triste com a derrota do Brasil, nem tanto porque o time desistiu e não jogou, nem pelo placar absurdo, mas principalmente porque se acostumou aos banquetes nos dias de jogo. Teve acarajé, caruru, feijão fradinho e frango imitando casquinha de siri. Tudo gostosamente preparado pela conterrânea que teve a delicadeza de não usar camarão (dessa forma, você poderia comer tudo). Teve churrasco brasileiro com direito a farofa com farinha vinda da Bahia. E eu acho que o próximo banquete seria feijoada...que dó de mim!

5. A empresa telefônica que usávamos no Alabama não pegava direito aqui dentro de casa. Era impossível usar o telefone! Daí, marido estava ao telefone resolvendo algo e teve que sair de casa para conseguir um sinal bom. Ele deixou a porta aberta e Luffy saiu correndo para caçar uma família de patos que mora no lago ao lado de casa e que ele estava de olho fazia tempo. Como ele estava sem coleira e é pequeno, conseguiu passar por debaixo da grade que fica ao redor do lago e se jogou no lago para caçar os patos. Quando ele fica desse jeito, simplesmente não ouve nada! Leo pulou a grade do lago e ficou chamando ele. Eu fiquei do lado de cá, tensa porque sei que no lago (é tipo um pond...sei lá) tem tartaruga também e tartarugas podem machucar cachorros pequenos (e metidos a valente). Lá para o terceiro grito do marido, Luffy saiu do transe que se encontrava e foi ao encontro do pai com o rabo entre as pernas. Já sabia que iria aprender o significado de time-out "de com força". Olha, vou te dizer, esse cachorro chegou comportadinho, mas depois que teve certeza que ganhou nossos corações, resolveu aprontar umas. :)

05/07/2014

Bye, bye Bham!

Chegamos em Bham na quinta direto para um bota fora que uma amiga organizou para gente. Muito fofa! Sexta foi a formatura de Leo e finalmente, sábado foi o dia oficial da nossa mudança. Era para a gente acordar mais tarde, mas 5:30a eu já estava super agitada. Saímos antes das 6am e fomos nos despedir de Bham.

Passamos no busto de Tinsley Harrison (esse médico Alabamense trabalhou na UAB e desenvolveu muito o hospital, além de claro, ser o autor de um dos livros mais conhecidos de clínica médica do mundo: Harrison's Principles of Internal Medicine.). Depois fomos nos despedir da cidade mesmo, fomos no Vulcan Park e nos despedimos da vista e do hospital. Lá de cima, a gente agradeceu ter sobrevivido 4 anos e pelo Leo ter tido um treinamento excepcional. Depois paramos para tomar um super café da manhã americano e voltamos rolando para Gainesville.


Reza a lenda que ali atrás fica a maior estátua de aço do mundo

Café da manhã no the egg & I. Como que alguém consegue comer tanto assim? Eu levei o muffin para comer durante as 8hs de viagem.

Não teve aquela foto clássica que eu sonhei por messes "dessa terra não quero nem o pó", porque eu achei que não faria mais sentido. Não gostei desses 4 anos lá, mas aprendi tanto, passei por tanta coisa, conheci tanta gente legal, que de alguma forma, muito dequela terra vem comigo para Gainesville. Obviamente que só trouxe a parte boa.

Na saída da cidade, eu até chorei. Choro de alívio, de felicidade, um pouquinho de tristeza de deixar tudo o que conheço dos EUA para trás, mas principalmente, chorei de gratidão por ter a oportunidade de mudar e correr atrás da nossa felicidade. Nesse meio tempo, a Pandora começou a tocar "dog days are over" e eu achei que foi um sina maravilhoso das coisas boas que nos aguardam.

Chegando na Flórida, teve um chuvisco sem vergonha que me fez pensar na música "Let the rain wash away all the pain from yesterday" e eu tive certeza que a coisa aqui vai andar direitinho.




PS: no meio do caminho tinha um flea market. Era interior, do interior, do interior do Alabama. Paramos para dar uma olhada, porque né, precisávamos dessa experiência 100% pescoço-vermelho para fechar a  com chave de ouro.




29/06/2014

Formatura da residência

Eu queria dizer que os últimos 4 anos passaram voando, mas não é verdade. O que importa é que acabou. Saímos de Gainesville rumo a Bham para o jantar de formatura do meu digníssimo marido. Viagem longa. Eu só lembrava que seria a última vez.

Na sexta tivemos que resolver mil coisas, o tempo passou rápido e tive que cancelar o salão. Nos arrumamos rápido e chegamos lá no jantar na hora. Tinha um coquetel de entrada, com queijos e uns petiscos. Enquanto isso Leo falava com os professores, colegas e amigos. Ah, 4 professores tocavam uma musiquinha boa. Achei tão legal essa homenagem. Para variar, na nossa mesa estava só os formandos internacionais e suas respectivas.  Fomos jantar, comemos a sobremesa e a cerimônia começou. Só sei que marido recebeu 3 certificados (completou o PGY1, foi residente chefe e claro, o certificado da residência de neurologia) e 2 prêmios. Só lembro do prêmio mais importante que foi o de excelência clínica, o que diz muito a respeito do perfil dele.

Depois cada residente ia lá falar algo e meu marido foi o único que agradeceu a família, especialmente eu, né. Achei essa falta de reconhecimento dos colegas, meio estranho, mas né, vai ver é algo cultural. Fomos os últimos a sair, mas a festa acabou bem cedo (10:30p), todo mundo estava apressado para fazer a mudança de estado no dia seguinte. Fomos dormir cedo e acordarmos 5:30a, nos despedimos de Bham e voltamos correndo para casa (próximo post eu falo disso).


Quer saber mais sobre como ser médico aqui nos EUA? Acesse mediconoseua.com 

Será que estamos felizes?

26/05/2014

O fim das aventuras na Magic City

Pois então, chegamos em Gainesville!!! Depois de muita confusão com a assinatura do contrato, depois de mais confusão com a empresa de mudança, depois de muita dor nas costas de tanto empacotar, depois de 4 anos morando em um lugar que não gosto e claro, depois de 8 horas dentro de um carro lotado com nossos cacarecos e com um cachorro que não consegue parar quieto (ele estava numa sacolinha, mas ficou bem estressado), chegamos nos primeiros minutos do dia 24/05 na nossa nova moradia.

Teve choro e riso, assim mesmo, tudo misturado, ainda lá em Bham. Eu não conseguia acreditar que o dia da mudança tinha chegado. Dizer que estava feliz não faz jus ao turbilhão de bons sentimentos que estava sentindo. Feliz é muito pouco para tudo isso.

Aqui em Gainesville as pessoas se vestem coloridas, cada um tem seu próprio estilo. Aqui a população é de jovens e tudo parece tão leve. Aqui é muito, muito iluminado. Aqui tem transporte público e tem passeio(ou calçada) nas ruas. Aqui você pode pedir suco natural de frutas em alguns restaurante (não-brasileiros) e até guaraná Antartica. Aqui a bolha individual é menor e é muito mais gostoso. Aqui tem gente que sonha em conhecer o Brasil e que fala português. Aqui as coisas são bem mais baratas. Aqui as pessoas vão almoçar com saída de praia, pois saem da piscina ou dos springs direto para os restaurantes. Aqui a coisa é mais informal. Aqui fala-se muito espanhol. Aqui o ritmo é desacelarado. Aqui não tem tanta panelinha por etnia. Aqui os casais andam de mãos dadas. Aqui é tudo bem pequeno e pertinho. Aqui a gente vai ser feliz!

Pois então que ainda volto para Bham (medo!) para finalizar um trabalho e óbvio, para a formatura do neurologista mais sabido que esse mundo já viu. São mais 3 semanas que ficarei lá e cá e depois oficialmente termino as aventuras na magic city.

Na estrada
No meio da bagunça

Suco de goiaba de verdade

06/02/2014

Projeto para alegrar a alma

Não é segredo para ninguém que o Alabama não foi bom comigo.4 anos aqui e agora quando eu olho para qualquer pessoa eu só vejo potenciais magoadores. E nossa, isso é triste pra qualquer ser humano, mas acho que pra quem é formada em psicologia, é ainda pior. Então que eu estou contando as horas para a mudança (que talvez seja adiantada em 1 mês, oremos!). Então que eu já planejei a última foto que irei tirar aqui (visualizem: o caminhão da mudança de fundo, eu com a minha sapatilha azul -tem que ser ela, pois é a mais elogiada- uma no pé, a outra na mão, eu soprando a que esta na mão e a legenda diz: dessa terra eu não quero nem o pó!). Então que eu decidi que pra mim os EUA vão ter um estado a menos e que no lugar do Alabama, pra mim será um buraco negro. Não quero mais voltar aqui mais nunca na minha vida!!! Só de imaginar em ter de morar aqui outra vez eu passo mal (mas jah esta definido que se Leo só achar vaga para trabalhar aqui, iremos para o Canadá ou Brasil...eu não volto pra cá nem amarrada).
Não precisa ser psicóloga para saber que essa relação aí não é saudável. O Alabama me traumatizou de tal forma que não consigo colocar em palavras. Mas como eu quero sair daqui saudável e desenvolver uma relação pelo menos suportável com o estado, fiquei imaginando o que poderia fazer para sair daqui pelo menos com uma sensação de: vi, sofri, sofri, venci e sou indiferente ao Alabama. Daí que eu pensei em tirar uma foto de algo positivo que vivi aqui. Uma foto por semana. Minha ideia inicial era usar a minha super câmera, mas eu percebi que normalmente quando as coisas acontecem, eu estou com o celular mesmo.
Semana 1
Pra minha surpresa, a primeira semana do projeto já rendeu 3 fotos. O que me deixou feliz por demais. Minha ideia é colocar as fotos uma vez por mês aqui, dessa forma, eu posso olhar pra trás e tentar focar nas coisas boas. Quem sabe assim, as coisas ruins vão tomando outra dimensão, né?

 A primeira foto é a do artigo que foi publicado. Dá muita felicidade ver o seu trabalho na pubmed.

Embaixo foi a apresentação de marido no grand round. Ele recebeu muito elogios e ficou feliz de finalizar mais um pré-requisito da residência.
A foto mais importante da semana. Tive uma reunião com minha chefe, depois da reunião, conversei com ela, mas agora como pessoa. E nossa, ela é maravilhosa demais! A conversa foi mais profunda e ela me mostrou algo que estava precisando ver. E ela fez de forma maternal. Quando saí, o sol estava se pondo e aquilo encheu minha alma de luz. Ter esse emprego e ter ela como chefe são as duas coisas do topo da lista de coisas positivas do Alabama.

Semana 2 
Depois de muitas ligações e muitos erros do board de medicina (das confusões típicas dessa terra que não vou sentir nenhuma falta...ops, a idéia é falar bem), éis que Leo recebe a licença permanente.


Claro que a neve me deixou muito feliz. Foi um belo jeito de me despedir do Alabama. É muito lindo ver a neve caindo e tudo branquinho depois. (o lado ruim da nevasca, eu escrevi aqui)

31/01/2014

da nevasca, da ignorância das pessoas e da lição que aprendi

Pera que vou te contar a história direito. Era terça e todo mundo sabia que iria nevar, mas o que ninguém sabia é que a neve iria acumular. Terça pela manhã, antes de sair de casa, eu conferi a previsão do tempo e meu email da UAB, não tinha alerta de emergência nesse sentido. As escolas estavam funcionando, tudo tranquilo. Levei marido para o trabalho, fui pro jazzercise e na volta peguei bastante trânsito. Eu não sabia que algumas empresas já tinham liberado seus funcionários. Eram 10:30 da manhã. Cheguei em casa e a neve começou a cair. A previsão inicial é que teria neve até as 13hs, mas a neve caiu até as 16hs e as 11hs já havia uma grossa camada de gelo nas estradas. Tirei foto de Luffy e fiquei feliz com o branquinho. Mas aí o caos se instalou. Meus amigos foram conseguindo chegar em casa. A maioria abandonou o carro e andou algumas milhas até chegar em casa. Alguns não conseguiram chegar nas escolas dos filhos e eles dormiram por lá, com os professores e colegas. Uma amiga bateu o carro porque ele escorregou e saiu levando alguns carros pelo caminho, "como uma bola de boliche", ela falou. Uma amiga disse que parecia cena de filme de fim de mundo: deficientes presos nos carros, idosos também, gente andando pelo acostamento etc. Um caos total. Meu marido voltou (tentou voltar) com 4 colegas, eles tentaram chegar em casa por 6 horas até que não tinha como avançar (muitos carros batidos). Eles andaram e pegaram uma carona até o condomínio dos 3 colegas de marido. Foram 6 horas de muita tensão, pra mim e pra eles. Marido estava pertinho de casa e resolveu, de teimosia, vir andando, mas estava muito escorregadio e ele caiu. Caiu em cima do braço e dois dias depois conseguiu ir na emergência para decobrir que teve uma pequena fratura. Nada grave. Ele chegou em casa no outro dia, na hora do almoço e só aí eu me acalmei. Passei mais de 6hs bem tensa e rezando para ele chegar bem.

Aparentemente o Alabama (e a Georgia) virou piada nacional devido a nevasca que enfrentamos na última terça. Sim, foram só 6,5 centímetros de neve e se você mora em uma região fria sabe que isso não é nada. Mas essa neve causou muito transtorno e acabou com a vida de 5 pessoas (uma delas era uma criança de 2 anos). E não, isso não é piada!!

Bom, aqui todo mundo fica atento a previsão do tempo e todos esses sinais de gravidade que falei acima, mas nada foi dito. O governador diz que foi erro da equipe da previsão do tempo, que por sua vez diz que avisou ao estado na segunda-feira sobre a tempestade. Se a população soubesse, as aulas teriam sido canceladas e o trabalho também. Nada disso teria acontecido. Em 2010, também nevou bastante aqui, mas todo mundo estava esperando (eles acabaram com o estoque de pão e leite dos mercados), ninguém saiu de casa. Mas esse ano, sem aviso, aconteceu esse horror! Aqui, o estado não tem aqueles caminhões especiais para tirar neve, nem sal, porque né, aqui não neva. Tá, até neva, mas não desse jeito. O condado que moro pediu falência em 2011 e com certeza estocar sal não seria uma prioridade para quem nem consegue pagar as contas.

Então, embaixo desses 6,5cm de neve tinha uma camada de gelo. Fora isso, os carros não são preparados para neve e as pessoas não sabem dirigir em tais condições. As maiores das rodovias ficou fechada com 50 carros batidos em um curto trecho, o que fechava o caminho para os outros motoristas. Muitos motoristas abandonaram os carros no meio da rua, a maioria tentou encostar, mas muita gente não conseguiu tirar o carro do lugar. Virou uma bola de neve com todas as principais rodovias paradas/bloqueadas.

Não, eu não estou defendendo o pessoal daqui, porque né, não é o tipo de coisa que eu faça, mas nesse caso, os Alabamians fizeram o que poderiam e sabem fazer: tentaram voltar para casa e ajudaram (E como ajudaram!) como podiam as pessoas que ficaram presas no meio do caminho. Nesse texto aqui uma pessoa falou que se preparar para neve aqui é igual preparar NY para tornado: não faz sentido! Simples assim. Então, não é que o pessoal do sul é tão redneck que tenha medo de neve, mas simplesmente que do jeito que a coisa aconteceu e sem nenhum auxílio de sal ou dos caminhões fica realmente inviável lidar com o "inesperado" (que não era inesperado já que a previsão do tempo já tinha "cantando essa pedra").

Por outro lado, eu vi muita notícia de gente espalhando o bem no mundo. E como poucas vezes durante 4 ano (possivelmente, a única vez), eu senti orgulho dos Alabamians. De verdade. Uma amiga foi "salva" por uma alma que comprou gasolina, colocou em um recipiente e saiu dirigindo tentando encontrar gente que precisava de gasolina para chegar em casa. Lojas como a Lowe's e a Home depot pegaram areia e seus funcionários saíram as ruas colocando areia nas estradas. A panera estava dando sopa e café. Restaurantes próximos as escolas que estavam abarrotadas de crianças resolveram levar comida. Tudo isso sem cobrar nada. Gente ajudando e dando carona aos que estavam caminhando. Médico (idoso já) andando 6 milhas para operar um paciente que sem a cirurgia tinha 90% de morrer. Teve outra amiga que o carro só fazia rodar na rodovia e um casal de desconhecido a ajudou a encostar o carro e deu carona pra ela. Teve gente pegando o filho dos outras na escola e trazendo para suas casas. Teve gente fazendo café e deixando para as pessoas que estavam caminhando para suas casas beberem e teve gente enfrentando a calçada escorregadia para salvar dois cachorros na casa dos vizinhos, porque a avó (humana) dos cachorros era velhinha, estava desesperada que os cachorros estavam sem comida e sem água, mas estava com muito medo de cair. De pagamento eu recebi uma mordiscada de um dos cachorros, dois abraços apertados da vizinha e a pergunta "você tem comida em casa? Se não tiver, a gente tem bastante, pode bater a qualquer hora na nossa casa". Fofo né?

Pra mim tem sido muito triste entrar nos sites de notícias e ver gente de Chicago ou do Maine fazendo piada da situação. Porque né, 6,5 centímetros de neve pra eles é a regra durante muitos meses, mas olhar a situação dos outros calçando seus próprios sapatos não pode...Aqui no Alabama, qualquer tragédia no país ganha oração e pensamentos positivos. Nunca ouvi ninguém fazendo piada da desgraça alheia, muito menos esse tipo de desgraça. E nossa, eu fiquei tão decepcionada com os comentários, quanta gente ignorante da situação. Mas serviu para eu sentir feliz, mesmo que só um pouquinho, mesmo que bem rapidinho, por morar aqui.

Bom, se você ouvir piadas a respeito do acontecido aqui, agora você pode dizer o que realmente aconteceu.

26/01/2014

"Jovem para ser velha e velha para ser jovem"

Pra mim eu só desejo que a vida volte a ser doce e deixo a música abaixo que eu andei ouvindo tanto no último mês -pra ver se entrava por osmose- e parece que deu jeito, hoje eu sou só esperança :)

“...
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana 
sempre 
Quem traz no corpo uma marca

Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça 
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida”



Eu queria um bolo de infância, aquele com recheio de beijinho e cobertura de chocolate. O forno aqui de casa não é nivelado, o bolo ficou torto. Tinha que ser um bolo pequeno porque eu queria um bolo só pra mim (mas a verdade é que a idade bateu e fiquei bem enjoada só com uma fatia). Não tá bonito, mas tá beeem bom. E claro que eu comi a primeira fatia na véspera (como você pode ver na foto acima), antes dos parabéns, mas como o aniversário é meu e eu já tenho 30 anos, eu que faço a regra :)


09/12/2013

Do meu coração que resolveu acompanhar o ritmo do Alabama e sobre o sistema de saúde americano para casos "graves"

(Ps: esse post contem palavrão)

Eu já falei que não gosto do sistema de saúde americano. E se você procurar nos blogs dos expatriados, acho que a maioria é categórica em dizer que o negócio é ruim. Porém, nunca tinha visto relato de alguém que tinha um problema de saúde grave, daqueles com risco de morte mesmo. Bom, no ano passado, meu marido foi ao médico com uma queixa e lá foi diagnosticado com outra coisa. Coisa séria mesmo. O quadro dele estava tão grave que por pouco ele não tinha entrado em coma. Bom, ele foi para consulta e saiu com a medicação em mãos, com aulas marcadas para aprender a administrar a doença, com médico marcado etc. Nossa, foi excelente! E no meu caso foi parecido. Eu acho que para coisas mais graves, o sistema é bom.

Eu tinha dito que estava com um probleminha no coração, mas o cardiologista não conseguiu achar nada e me mandou para outro especialista. Fui para o Brasil e deixei para resolver essa questão na volta. A consulta foi no dia 12 de junho e só pra variar, eu estava sozinha. Fui atendida pela enfermeira, um amor de pessoa. Daí ela disse a palavra "cirurgia" e eu pensei "não vou me preocupar porque ela não é médica". A verdade é que eu estava tensa, mas esperançosa e sei que as enfermeiras sabem do que falam. O médico entra, senta virado pra mim e eu já pensei "fudeu! Se os médicos mau olham pra gente, ele sentando assim perto, olhando no meu olho...a coisa é séria!". Não era assim sério que eu iria morrer naquele momento. Aparentemente, meu coração estava batendo devagar, uma arritmia qualquer e eu precisava de um procedimento (agora é fácil diminuir a gravidade). Ele repetiu mil vezes que não era cirurgia, que era algo simples, que medicação não funciona bem etc. Eu parei de prestar atenção e quase chorei, mas pedi para ligar para meu marido.

Mandei uma mensagem para o pager do marido com algo do tipo "terei que fazer cirurgia, liga agora", pra ele não ter dúvida de que a coisa estava tensa. Marido estava finalizando um evento em outro departamento, mas conseguiu me ligar. Ele atravessou o hospital ao meu encontro e esperamos o médico voltar para explicar tudo para meu marido. Mas pra mim essa foi a pior parte, porque né, meu marido começou a perguntar das chances de eu ter um derrame (e eu pensei, nossa, nem sabia que poderia acontecer isso), um monte de estatística e dúvidas médicas. Aí sim eu fiquei nervosa. Na minha cabeça só vinha "puta que pariu! E se eu morrer sem conhecer Paris?". Assim, eu não gosto de saber os riscos, se tenho que fazer mesmo, só quero saber o que eu preciso fazer para que obtenha os melhores resultados. Ficar entrando nos detalhes negativos aumenta muito minha ansiedade. Marido iria para Austrália em 2 dias e resolveu cancelar a viagem. Eu disse que não, que estava bem. Mas aí, quando ele me deixou no carro, eu chorei, chorei...aqueles 10 minutos de desespero que são necessários para eu me reestruturar.

Sorte minha que Luffy tinha chegado na noite anterior, pois ficamos os dois aqui enquanto marido estava na Austrália. Depois do susto, passei uns dias até decidir mesmo se faria o tal procedimento (ablação) e resolvi colocar no youtube para ouvir a experiência de outras pessoas. Ô arrependimento!

O médico não queria fazer logo, mas marido queria que eu fizesse em junho porque o fellow estaria se formando, se eu fosse fazer em julho, iria pegar alguém sem experiência. Resultado, marido marcou a data e quem fez foi o próprio médico, já que era a última semana de aula e os fellows estavam de mudança e não mais no hospital. Eu claro, nem tinha pensado nisso. Como era São João, meus pais estavam viajando e  eu resolvi não falar nada pra não estragar os festejos. Falei com algumas amigas e só. Não gosto de ficar pensando muito nessas coisas. Deixo a ansiedade para a hora mesmo.

A grosso modo, meu coração estava batendo devagar e com um batimento extra. Se o normal é TUM-TUM o meu estava tum-tum-TUM. Os exames mostraram que fora isso, meu coração estava bem saudável, só havia um batimento extra e era do lado direito, portanto o médico iria usar a veia para o procedimento e não a artéria. O que diminui as chances de coisas ruins. Esse procedimento consta em colocar uns fios pelo vaso da virilha, chegar até o coração e queimar as células doidas que estavam fazendo meu coração bater errado e devagar (tipo uma cauterização). A UAB mandou todo material explicando o procedimento, bem como a medicação que precisaria tomar antes (pense numa coisa amarguenta e ruim), pelo correio. Eu poderia ligar ou mandar email para o médico se quisesse tirar alguma dúvida. Chegamos no hospital com minha sacolinha pronta para passar a noite lá, caso fosse necessário.

Me senti uma estrela porque nunca antes nessa minha vida tinha visto tanta gente tomando conta de mim. O anestesista veio trocar uma palavra, depois veio uma enfermeira, depois um enfermeiro veio colocar um acesso, mas chegou um professor com uma aluna de enfermagem de último ano e duas do começo do curso. Daí eles pediram a minha autorização para que a estudante tirasse meu sangue. A UAB é um hospital universitário e esse é o único jeito de se aprender. Eu concordei, mas disse que ela teria uma única chance. Ela conseguiu. Nesse tempo, chegou a enfermeira do médico que fez o procedimento junto com ele. Eram 9 pessoas no quarto! Saiu todo mundo, meu marido entrou e logo em seguida fui para a sala do procedimento com outros 2 enfermeiros. Eu gostei de todo mundo. A equipe era bem brincalhona e engraçada. Cheguei na sala do procedimento. Tinham 5 pessoas lá e o médico ainda iria chegar. Pedi uma coberta, eles colocaram uma aquecida. Aí me ligaram a trezentos fios e começaram a anestesia. Nossa, uma sensação deliciosa! Apaguei. No final, lembro de ter chorado e alguém me perguntar o motivo de estar chorando e eu pensando "nossa! Eu estou chorando porquê?" (depois o médico disse que é comum por conta da anestesia, mulheres jovens chorar). Quando acordei, meu marido foi me dar um beijo rápido e voltou ao trabalho. Eu teria que ficar com a perna esticadinha por 6 horas. Nessa altura, estava alucinada de fome. Já tinha quase 20 horas em jejum! Eles me deram um refrigerante e um sanduiche (leia pão gelado, maionese, queijo e presunto) que eu comi afoitamente. Fiquei esperando meu marido acabar de trabalhar e ir lá ficar comigo. Quando ele chegou, o médico veio conversar e falar sobre o procedimento. Graças a Deus, recebi alta no mesmo dia. A recuperação é tranquila, com algumas dores na perna e o coração demorou muitos dias para se recuperar, mas ó, estive no cardiologista esses dias e ele me deu alta da cardiologia. Fiquei muito feliz e vamos comemorar em Paris, porque né, eu que não vou esperar outro susto desses para conhecer a cidade.

PS: encontrei esse post na pasta do rascunho. É tão bom estar aqui em na Europa e saber que esse problema está no passado.