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22/12/2014

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Vi no blog da Paula essa tag e achei legal para publicar no final do ano.

1) Qual foi a melhor coisa que aconteceu esse ano?
Nossa, tanta coisa boa. 2014 não passará em branco e certeza que esse ano foi o melhor dos últimos tempos. Tanta coisa boa para eu apontar a melhor, mas sem dúvida, o positivo foi a melhor das notícias. Melhor ainda, apesar dos probleminhas no começo da gravidez, eu já estou com 7 meses e me sinto muito abençoada!


2) Uma foto que transmita o que você está sentindo agora
Imagem daqui
 No topo do mundo, simples assim.

3) Um lugar na sua cidade que todo mundo deveria conhecer.
Aqui em Gainesville eu gosto dos springs, acho massa e bem bonito.
Em Salvador, algo imperdível é ver o pôr do sol no MAM. Lindo de viver! Especialmente se for época de Jazz por lá (achei esse vídeo aqui, não mostra nem a metade da beleza e mágica do momento, mas né, você pode ter uma ideia).

4) Um presente que você gostaria de ganhar no natal.
Eu só péssima para pensar em presente. Talvez por isso goste de tudo que ganho. No momento, eu quero mesmo um bom parto, uma bebê saudável, que meu marido encontre um bom emprego e que eu seja aceita no PhD, mas aí, eu peço direto pro Cara, sabe, e corro atrás do que posso fazer.

5) Qual música você colocaria na trilha sonora da sua vida. 
Viuxe, difícil, mas assim, no topo da minha mente veio Reconvexo, mas essa versão aqui. Passa um filme bom quando ouço essa música. Sabe aquele negócio do coração aquecer e você sorrir? Pois então, desse jeito aí. 

6) Qual foi a viagem mais marcante que você fez e por quê?
Paris! Foi uma super conquista! Na minha bucket list tinha a França e Portugal (meus antepassados saíram de lá), foi simplesmente sensacional. Por tudo: por a gente ter pago pela viagem, por tudo que a gente teve que passar até chegar naquela "coroação", pelo sonho realizado, pela companhia maravilhosa, pela oportunidade de me despedir do meu bebê-estrela da melhor forma possível.

7) Uma lembrança especial da sua infância
Primos e família! Na praia, na ilha, em guarajuba, em maceió, na casa de algum primo, na piscina, aprontando todas. Ou uma noite de lua cheia, que íamos (aqui só a família imediata mesmo, nada de primos ou tios) para o deck ver a lua. Meus pais passavam na Perini e compravam guloseimas (veja bem, minha mãe é super da turma do alface, esse tipo de coisa acontecia bem pouco). Fui muito abençoada, tenho uma família nota 10!

8) Uma meta para o próximo ano. 
Conseguir uma aplicação "competitiva" para o PhD sendo mãe da menina mais sensacional que esse mundo já viu.

9) Qual seria o trabalho dos sonhos pra você?
 Um trabalho que me permitisse viajar e que eu fizesse a diferença na vida das pessoas.

10) Se pudesse ser fluente em alguma língua, qual você escolheria?
Inglês! Queria ser fluente mesmo, entender todas as formas de falar e substantivos (esses dias estava jantando na casa de uns americanos e eles ofereceram uma bebida, eu não sabia o que era, olhei para marido, ele também não sabia), queria entender a história e as piadas (que muitas vezes acho super sem sentido, porque né, me falta o contexto).

11) Uma coisa que você faz muito bem e que poderia ensinar pra alguém.
Escutar mais e falar menos. Você não precisa dar sua opinião o tempo todo, as vezes seu amigo só quer colocar a raiva para fora, sabe? Não precisa de "conselhos" nem nada, só de simpatia e que você o escute.

14/12/2014

A dor de perder um filho: o aborto espontâneo


A pior e mais intensa dor que senti. Não física, porque não senti muita coisa. Foi uma dor na alma. Descobri do aborto da pior maneira possível: na primeira ultrassom, a técnica viu meu útero e disse que estava tudo bem, viu o bebê e disse que estava tudo bem, fez as medidas, deu o due date e só depois viu que o coração não estava batendo.Um choque!
imagem daqui

A médica me deu 3 opções: esperar para ver se o corpo eliminaria, tomar um remédio ou fazer a curetagem. Psicologicamente falando, eu não teria condições de sangrar, de ver a perda do bebê. A curetagem seria feita no outro dia. Meu marido foi no ambulatório e pediu ao professor para ir para casa. Entramos no carro e lá choramos abraçados. A curetagem na UAB é feita na maternidade. Foi muito ruim sair da maternidade de barriga vazia e sem bebê no braço. Isso tudo foi as vesperas do Natal e achamos por bem não compartilhar com ninguém aquela dor (só minha mãe e irmãs ficaram sabendo). O pior Natal da minha vida! Os próximos 15 dias foram os piores. Acho que nunca chorei tanto. Quando saia de casa só via mulher grávida e bebês, aí eu chorava mais.

Racionalmente falando, eu pensava com minha cabeça de cientista: 20% das gravidezes descobertas acabam assim ou ainda, provavelmente nosso bebê tinha alguma questão genética incompatível com a vida. Mas eu só pensava em quão ruim eu deveria ser para ser “sorteada” para ser esses 20%. Senti inveja das pessoas que têm filhos, especialmente daquelas que engravidam sem querer, parei de seguir canais do youtube/blogs com esse tema. Senti tanta raiva.

Era inverno e tivemos 2 tempestades de neve, então trabalhei muito de casa. Ficava deitada e chorando, mas levantava 4 vezes para andar com Luffy (não sei o que seria de mim sem ele). Queria dormir e acordar 6 meses depois. Tudo reação normal do luto, eu sei, eu sou psicóloga, mas foi difícil! “Compramos uma estrela”* para noss@ pequen@ e agora, depois da dor aguda da perda (exatamente 1 ano  depois e eu escrevendo esse post ainda choro), sei que por 4 semanas ele/a foi muito amad@ e nos encontraremos no futuro.

*Eu sei que não dá para comprar uma estrela de verdade, mas para mim foi importante fazer algo para lidar com o luto.

Tem esse texto da Nívea que ela escreveu lindamente sobre o tema. E esse abaixo em inglês que encontrei em algum lugar e me emocionou muito.

"Having a baby is like opening a door in a house you've lived in for ages, and entering a wonderful new room that you never knew existed. At first strange and beautiful, you go there so often that after a short time you can't remember what it was like before that room was a part of your house. You could never give it up again. You live there.
Finding out you're pregnant is like discovering the door for the first time. You don't know what's on the other side, but you can't wait to open it, because you know it's going to be great - although almost never what you expected.
Losing a baby during pregnancy is like someone coming along and bolting that door shut for ever.
It doesn't change the fact that the door is there. It doesn't make your curiosity about what was on the other side go away. You may even have caught a glimpse - just fleeting - before the door was locked forever. Maybe you never saw. But that room is part of your house now. You might drag furniture across the door to hide it, or you might spend weeks and months trying to kick through the lock. Maybe you wonder if you could have stopped them from locking it.
You might learn to walk past the door every day, without dwelling on it. Or you might stop there ever day, and press your ear to the door and let yourself imagine. But of course you'll be upset if people expect you to believe that the door doesn't exist, or the room doesn't matter. It's just not true, you know it's there.
There might be other doors, other rooms - there might not. But whatever your house looks like, it's okay to still sit by that door if you need to. It's okay if it's been a while. It's not strange.
My thoughts are with all of you who know what I'm talking about. 
Meg H (three locked doors)."

PS: Hoje oficialmente entramos no terceiro trimestre da nossa segunda gravidez. Está tudo bem (mas pra frente eu conto mais), só as dores normais mesmo, mas achei que esse tema não é muito falado e na época, foi tão importante encontrar textos e vídeos para eu me reerguer outra vez. Também acho que se o blog é um registro da minha jornada em terras gringas, esse momento, foi sem dúvida muito marcante e digno de post.

08/12/2014

A feijoada de comemoração

Pois então que agora meu marido é um neurologista certificado. Se a gente tá feliz? Feliz é pouco! Estou feliz também porque apesar dele não ter começado a procurar emprego (só em janeiro), já tem recebido propostas, né legal?

Pois bem, para celebrar a certificação acima, para celebrar o final do ano e para nos despedirmos de uma das fellows que está voltando para Alemanha, meu marido resolveu fazer uma feijoada. Nunca fizemos uma feijoada e a primeira foi para 16 pessoas. Foi corrido, foi cansativo e diferente da feijoada tradicional, já que aqui não encontramos as carnes salgadas. Mas teve farofa, arroz, couve, vinagrete e laranja. Teve também guaraná antártica e caipirinha, porque né, tem que ter.

A turma do trabalho de Leo é a melhor. Sério, muita gente legal de verdade. Estava morta de dor nas costas, mas foi muito legal. Teve dança no Xbox e  karaoke...teve até gente bebendo mais do que deveria e ficando aqui em casa até quase as 10 da noite. E se teve "cachaça braba", teve choro, teve tristeza e teve meu marido tentando lidar com a emoção do colega. Uma graça! Faltou um arrocha bem sofrido para encerrar a noite (Ô sofrência!).

Foi muito legal, mas eu não convido essa quantidade de gente para um almoço tão cedo! Trabalho da zorra...



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29/11/2014

Thanksgiving & Black Friday

Na quarta quinta-feira de novembro é celebrado o Thanksgiving por essas bandas. Esse ano foi a primeira vez dos 5 Thanksgiving que passamos aqui, que fomos convidados a passar a data com americanos. Fiquei tão feliz. Me senti tão acolhida. Enfim, a celebração consiste em chamar gente que você gosta e servir comidas típicas (e claro, dar graças pelo ano). Teve peru e cranberry (não gosto dessa mistura, fiquei só com o peru, que já nem é a minha carne favorita), teve sttufing (amo!), teve purê e gravy, teve green beens cassarole, vegetais e teve até arroz (aquele iraniano). Só não teve foto porque eu nunca tenho muito tempo para fotos aqui na Flórida. Aqui você está sempre conversando com alguém e esquece das fotos. Especialmente das fotos da comida. E de sobremesa rolou mil possibilidades, mas eu fiquei com a pecan pie (minha torta americana favorita) com chocolate amargo (que quebrou o doce da torta de pecan pie tradicional de forma maravilhosa) e uma torta de framboesa bem azedinha (adoro!). Infelizmente, tudo isso misturado é quase que uma bomba e a vontade é de voltar para casa e dormir por 10 horas seguidas para se recuperar. Mas a festa foi muito boa. Conversamos, rimos e agradecemos muito esse ano.
Imagem daqui


Em tempo: desde que mudamos, sempre aproveitamos a data para agradecer os bons momentos desse ano (e esse ano tem sido o melhor dos últimos 5, mas eu tenho a certeza que 2015 será ainda melhor), fazemos uma prece caprichada para proteger nossos familiares e amigos, nós mesmos e também uma prece especial para aqueles que não estão mais aqui.

Em relação ao Black Friday, muitas lojas começam as promoções no final de semana antes, acabei comprando alguns itens que estava precisando, online mesmo. Meu marido aproveita a data para comprar jogos de video-game e novos consoles. Nunca me meti nas filas gigantescas e só vejo confusão mesmo em alguns vídeos  na internet de gente se matando por um produto. Aqui e no Alabama, a coisa é arrumada. Por exemplo no walmart, como as lojas não fecham, as pessoas vão chegando umas 15h (O Black Friday começa às 17h de quinta) e fazem uma fila do lado do produto. Faltando meia hora, um funcionário da loja distribui senhas de cada produto e quando a pessoa pode comprar, todo mundo segue a ordem das senhas. Passamos umas 16h no walmart para comprar umas bandejas e tinham poucas pessoas ao lado dos produtos. Depois do jantar, meu marido me deixou em casa e foi comprar o vídeo game dele, ele disse que o walmart (lá tinha o melhor preço) estava cheio, mas não lotado. Ele inclusive nem pegou fila para pagar (isso foi umas 22h) e encontrou o produto fácil. Eu acho que TV e brinquedos devem dar mais confusão. Vi em um fórum online que as famílias americanas pensam em gastar entre $200 e $400 por filho (até 7 anos) no Natal, e minha nossa, fiquei chocada com esses valores. E a TV, realmente não tem como competir, uma TV de 50'' por $220+tax é realmente um bom preço.

18/11/2014

Diferenças culturais

1. Festinha na casa de uma colega do marido (ô pessoal animado!). Tem italiano, brasileiro, japonês...tem até americano! A dona da casa que é italiana, monta o karaokê e o conterrâneo dela fala alto e sem nenhum pudor:
- I liked your body (algo como "eu gostei do seu corpo"), ela olha e responde calmamente: - thanks.

Como os 2 eram italianos, eu pensei que ele estava falando sobre algo específico, porque assim, nada contra falar sobre o corpo alheio, mas naquela naturalidade, na frente de todo mundo, assim tão alto, acho que nem brasileiro faz assim. Achei que fosse um abajur todo diferente que estava atrás dela.

O restante dos presentes começou a se encarar, achando o comentário estranho, até que o japonês não se aguenta e pergunta "wait, whaaaat?". A italiana, que já mora aqui há mais tempo, se deu conta do mal entendido e explica que na Itália, body é usado para todo tipo de blusa. O italiano fica meio sem graça e diz que ele precisa lembrar desse detalhe para não repetir o erro por aí, especialmente com alguma paciente.

2. O encontro foi na casa da iraniana. Ela gosta de cozinhar (já falei que amo gente que gosta de cozinhar?) e faz um frango típico e delicioso! Quando ela traz o arroz, parece uma torta, ela serviu em uma travessa, tudo grudadinho e meio seco. Ele estava levemente queimado no fundo e tinha aquele pozinho amarelo (Esqueci o nome!) colorindo só o arroz do fundo. Eu achei diferente, mas ela estava super feliz servindo todo mundo (serve-se o arroz como se serve uma torta mesmo, com cortador de bolo e tudo). Até que a colega hispânica pergunta o nome do arroz e diz que na terra dela, o nome seria "arroz pegado". A iraniana explica que não, que assim que é servido o arroz no Irã. então tá bom. Era gostoso, só um pouco seco, como eu não gosto de arroz mesmo...

3. A iraniana recebe a ligação de um parente, quando termina o mexicano pergunta "que horas são lá na sua cidade?", a iraniana diz "se aqui são 3h, e lá são 3h e 20 min na frente, então lá são 6:20". O mexicano fala "como assim, 3:20 de diferença?! Isso tá errado, os horários mudam em hora, não pode ser 1h20min". Ela fala confusa "Claro que pode, quem disse que cada fuso precisa ser exatamente 1 hora?!". Óbvio que o google desempatou essa discussão e sim, aparentemente existem 3 cidades no mundo que o fuso é de 1h e 20 min. Você sabia disso? Eu não lembrava...





23/10/2014

Tailgating party

Talvez você não conheça essa expressão, mas aposto que já viu em algum filme americano. Sabe aquele esquenta antes dos jogos ou shows? Pois então, é bem isso. Normalmente esse esquenta acontece no estacionamento dos estádios (local do show) ou ao redor do mesmo. Embora aqui nos EUA não seja permitido beber "ao ar livre", durante esse tipo de evento, é permitido (pode beber em restaurante, na sua casa, mas não pode sair na rua bebendo e nem na praia- menos em Vegas e Nova Orleans). Daí eles levam a churrasqueira, fazem churrasco americano e ficam curtindo o dia todo até a hora do jogo.

Gainesville é bem pequena (120mil habitantes), mas o estádio dos Gators (time de futebol americano da Universidade da Flórida) cabe 90mil pessoas. Em dia de jogo a cidade fica lotada de gente! Os estacionamentos ficam cheios de traillers. É gente vindo de tudo que é lugar. O pessoal aqui é louco por futebol americano. O mais interessante é que é um time universitário, imagina na NFL! Bom, o prédio que meu marido trabalha resolveu patrocinar uma tailgating party e fui conferir como é o esquema deles. No caso, eles não fazem no centro da cidade, onde tudo acontece, porque lá é cheio, não tem como estacionar (moradores da região cobram $20 para você estacionar na casa deles) etc. Eles fizeram no jardim do prédio mesmo. Depois, quem foi pro jogo pegava um ônibus.

Como tudo nesse país, a coisa é bem organizada: teve camisa "do evento", teve empresa contratada para servir churrasco, teve vídeo game espalhado para as crianças, tiveram várias televisões e 1 telão para quem quisesse ver o jogo, teve bebida a vontade e teve a estrela do evento: uma espécie de photo booth ao ar livre. Ah, tudo isso foi de graça!

Nós dois de camisa colorida, prontos para a festa
Tudo com as cores do time. Lá atrás da para ver 2 TVs com jogos de video game para as crianças

Os colegas do marido estavam lá, ficamos conversando. Ô povinho animado!!! Almoçamos, depois eles pintaram o rosto e foram assistir o jogo. São umas 3 horas de jogo e eu decidi ficar em casa. Marido adorou o espetáculo e disse que 3 horas passam super rápido por conta de todo show envolvido. Pegar o ônibus na volta também foi fácil (quando você vai para o estádio, sua passagem é carimbada com o horário que pode voltar, desta forma não cria confusão na volta). Ele disse que teria sido melhor se os Gators não tivessem perdido de lavada ( 42 X 13).



O churrasco daqui não é só com cachorro quente e hambúrguer, mas não tem arroz, vinagrete etc

Chegando no estádio





A banda dando show


O grupo dos fellows. Tem de japonês até brasileiro nesse bolo

30/09/2014

A cadeira do chefe

Alguns programas de residência nos EUA presenteiam o residente chefe com uma cadeira. Reza a lenda que isso é uma honraria e tanto. Marido me disse que um professor da UAB tem uma cadeira de residente chefe e que isso é algo notável. A neuro da UAB não dá esse presente, quer dizer, não dava, esse ano eles começaram a tradição.

Daí, marido recebe um email dizendo que ganhou o presente e que teria que ir buscar (porque né, a UAB já comprou o presente, você que se vire para buscar). Se eu achei legal o presente? Achei, mas achei ruim porque aqui em casa não tem onde colocar e principalmente porque teríamos que pagar para pegar uma cadeira. Marido entrou em contato com algumas transportadoras e elas cobravam muito caro. Ele deu a ideia de irmos buscar, a minha resposta foi simplesmente "quem vai é coelho!" (porque eu sou baiana). A ideia dele era viajar 8 hs na sexta, pegar a cadeira, dormir e viajar mais 8 horas...pra Bham! Cê acha mesmo que eu iria?!

Ele mudou de ideia e foi perguntar para os colegas aqui da UF se eles conheciam transportadoras mais em conta e ninguém conhecia (vale salientar que todo mundo achou um absurdo o departamento não pagar a entrega, que ficou meio grosseiro isso de te obrigar a buscar algo, ou seja, não é só implicância minha). Bom, acabamos  fechando com o fedex para buscar (pagamos $69, muito caro para o departamento de neuro, não é mesmo?). O bom é que pagamos online aqui e que eles pegam a encomenda no local (não precisa pedir para ninguém levar a  caixa para nenhum lugar) e entregam em casa. Pegaram na quarta e entregaram aqui no sábado.

Essa cadeira é feita a mão e bem clássica. Não é bonita, mas acho que orna bem com o mundo tradicional da medicina. Bom, a cadeira marido já tem, agora só falta a sala :).

Essa plaquinha fica no encosto da cadeira na parte de trás

O logo da UAB é impresso no encosto na parte da frente

E essa é a cadeira, tchanan!
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25/09/2014

RAL: Tenho Diabetes e vou viajar para os EUA, o que devo fazer?

Bom, já recebi várias perguntas desse tipo e acho bom escrever sobre isso, assim mais gente fica relaxada quando for viajar.


-É super tranquilo viajar aqui nos EUA com diabetes, no entanto, alguns cuidados devem ser tomados:

1. Sua medicação e todos os apetrechos necessários devem viajar com você. Já recebi email de gente falando que iria despachar, mas isso não é recomendado. Vai que sua mala se perca, já imaginou a confusão que será para comprar tudo aqui nos EUA? (A insulina e outras medicações associadas necessitam de prescrição médica e óbvio que receita brasileira não vale de nada aqui. Outro fator é que aqui, o frasquinho de insulina custa $600).

2. A Associação Americana de Diabetes aconselha que todos os seus apetrechos ligados ao diabetes estejam em uma bolsa diferente e antes de você passar na segurança, você deve avisar que é diabético. Essa bolsa não passará pela esteira, será examinada pelo guarda. Aqui eles vendem bolsas de todos os tipos, cores diferentes, umas têm o símbolo da medicina, outras parecem bolsas comuns.

3. A Associação Americana de Diabetes também aconselha que a sua medicação esteja com a receita. Aqui nos EUA, quando compramos a medicação, vem uma espécie de receita (seu nome, o nome do médico, número da farmácia, nome da medicação, como usar etc). Por lei não é exigido que a pessoa tenha essa receita, mas é aconselhável. Se você mora no Brasil, pede uma receita para seu médico, mesmo em português (alguns médicos no Brasil já estão fazendo a descrição em inglês), porque você tem um papel para mostrar.

4. Viaje com uma quantidade um pouco maior de agulha, insulina etc do que irá precisar, ninguém merece estar de férias e ficar fazendo conta para não usar tudo o que trouxe. As agulhas, os lencinhos de algodão (para limpar os dedos) e pastilhas de açúcar são vendidos em qualquer farmácia. No entanto, se precisar de agulha terá que pedir ao farmacêutico, pois elas não ficam nas gôndolas.

5. Caso você use a bomba de insulina, não passe pelo raio-x dos aeroportos, solicite passar pelo vistoria com um guarda. Hoje em dia aqui nos EUA eles usam scanners, o que em tese não atrapalharia a bomba. No entanto, caso você não se sinta confortável, solicite para o guarda fazer a sua vistoria. Não se preocupe, aqui esse procedimento é super normal e normalmente o próprio guarda já diz que você não poderá passar pelo raio-x. Existem alguns casos de bombas que passaram a dar defeito depois do raio-x e ninguém quer correr o risco de entrar em coma em plenas férias. Mais informações, clica aqui.

Entra nesse link da Associação Americana de Diabetes que eles explicam tudo o que você pode trazer para o país.


21/09/2014

Das Judites americanas

Coisa boa do mundo é ter de lidar com empresas telefônicas, não é mesmo? (#sqn). Quando mudamos para Flórida, o sinal do nosso celular ficou péssimo. Dentro de casa então, não funcionava. Tínhamos que literalmente sair de casa para fazer uma ligação. Aí não dá mesmo. Como eu queria mudar o número do celular (não queria que aparecesse o Alabama quando eu ligasse e sim Flórida), fiquei super animada com a mudança de telefonia.

ABRE PARÊNTESES
Aqui nos EUA, você não precisa mudar o número do celular quando muda de cidade/estado porque não existe isso de preços diferentes para ligações feitas entre telefones de cidades diferentes. Uma ligação dentro do país, é uma ligação comum. Por exemplo, se eu ligar para alguém na Califórnia, para alguém no Alabama ou para meu vizinho, o custo será o mesmo.
FECHA PARÊNTESES

Daí, pesquisamos (Leo pesquisou, né) qual a melhor empresa aqui e fomos lá. Trocamos os celulares e escolhemos os números, daí, na hora de assinar, a tela do ipad do homem (eles usam um ipad aqui) travou e ele teve que começar outra vez. Repare, ninguém assinou nada! Marido ainda perguntou outra vez para se certificar que não receberia cobrança. Fomos adiante, escolhemos outro número, pegamos nossos telefones e fomos embora.

Imagem daqui

No primeiro mês, gastamos mais internet do nosso pacote e pra minha surpresa, eles vão disponibilizando mais internet, sem a gente pedir, sem nossa autorização, a um preço extremamente alto. Eu fiquei tão p. da vida. Marido mexeu nas configurações do nosso aparelho e ajeitou as coisas, daí isso não aconteceu mais. De qualquer forma, achei um absurdo eles colocarem mais internet sem nossa autorização. A conta do primeiro mês foi absurda!

1 mês depois da compra dos aparelhos, marido recebe a cobrança de um celular. Aquele que a tela travou, que ele não assinou nada, lembra? Ele liga para Judite #1. 1 hora depois, Judite #1 se desculpa, e diz que está tudo certo. No mês seguinte a mesma cobrança chega. Marido liga para Judite #2 e ela diz que a Judite #1 só havia cancelado a linha, mas não o aparelho e  que ela faria isso. Desligou o telefone garantindo que tudo estava perfeito. No mês seguinte, chega uma cobrança dizendo que caso Marido não resolva pagar o que deve, o nome dele iria para o SPC. Vê isso, que maravilha! Marido liga e fala com Judite #3. Ela diz para ele aguardar enquanto o sistema abria e 15 minutos depois, a ligação reinicia com a Judite #4. Só sei que depois de muito tempo, Judite #4 garantiu que o nome não foi para o SPC e que ele colocou o cancelamento em vias de urgência. Reza a lenda que até sexta marido irá receber uma ligação confirmando o cancelamento.

Daí, eu entro na nossa conta e vejo que a empresa de telefonia que usávamos no Alabama continua descontando a mensalidade. Marido liga para eles e descobrem que eles só cancelaram uma das linhas (embora nenhuma das duas estejam funcionando). Aí é dureza! Reza a lenda que eles irão devolver o dinheiro roubado. Aguardemos e oremos para que esse assunto de telefonia seja encerrado!

PS: tá vendo, e você aí pensando que só tem Judite no Brasil..

08/09/2014

fotos para visualizar os dias

Estou naquele momento: não sei se paro com o blog ou espero essa vontade passar. Vejamos o que irá acontecer...

Coloquei algumas fotos acumuladas no meu dropbox que são dígnas de nota

1. Começando pela primeira multa em terras americanas que meu marido tomou logo um dia depois que começou o fellowship. O motivo? Ele estacionou de ré (como aqui só há uma placa no fundo do carro, a placa precisa ficar a vista. É a lei do estado). Literalmente, o guardinha passou 12 minutos antes dele voltar para o carro, sorte hein? (só que não). Eu já havia lido isso em algum lugar, e já havia falado para ele (que adora estacionar de ré!) que na Flórida isto nõa é permitido. Como a multa foi dentro do campus, ele escreveu uma carta pedindo para ser desculpado, pois não sabia dessa regra, já que era novo no estado. E uns 40 dias depois, o cheque com o ressarcimento da multa, chegou aqui em casa.



2. Dá série "coisas que não fariam sucesso no Brasil". Quem aqui compraria um suco com esse nome?!




3.E essa fruta (tipo uma ameixa) com sabor de granada?




4. Achei babosa e comprei para cuidar dos cabelos!


5. Eu não sei como é no resto do Brasil, mas aipim faz parte da refeição do baiano. Estamos planejando fazer uma carne do sol aqui em casa, para assim completar em grande estilo essa combinação típo queijo e goiabada.

6. Tem inhame também! Eu amo inhame!!!!!



7. Fruta do dragão e essa ameixa ovo de dinossauro para fechar a parte de comida, quem vai? (PS: estamos testando novos sabores, por enquanto não saímos da parte de temperos, mas iremos expandir para frutas já!)


8. E claro, a prova viva que depois de uma super tempestade, com direito a raios, trovões e muita água, ás 8pm, o céu ficou lindo desse jeito!


9. Para finalizar, fomos almoçar na casa de uns amigos e olha o vasinho de plantas inusitado que o vizinho deles usa.

19/08/2014

O pesadelo

Estamos começando a olhar de leve as possibilidades de emprego para marido, já que nos próximos 12 meses ele precisa ter um contrato assinado para dar entrada nos papéis do waiver. Infelizmente vai ser  bem difícil ficarmos na Flórida (questões do waiver), então estamos olhando as vagas, pensando nos salários e outras possibilidades. Meu marido resolveu brincar da possibilidade de voltarmos para o Alabama, o que gerou um pesadelo na noite. Visualiza o meu sonho pesadelo:

Eu sentada na calçada do lado de fora da casa, com a cabeça apoiada nos joelhos, chorando desesperada dizendo que não queria ir para o Alabama. Meu marido me explicando que não tínhamos outra opção, não dava nem para voltar para o Brasil, o Alabama era a única possibilidade.

Pois bem, eu acordei tão tensa. Foi horrível mesmo!


A minha primeira opção ainda é a de voltarmos para o Brasil. Por n motivos. Meu marido quer voltar para o Brasil, assim como eu quero voltar para o Alabama.

Pois então que mudamos de assunto e eu fui falar com ele sobre uma brasileira que tinha conhecido, que ela estava de mudança daqui e estava super triste de deixar Gainesville. Que ela tinha morado 6 anos em um estado frio (esqueci o lugar) e que ela tinha detestado e que agora estava voltando. Marido interrompe o meu causo para questionar o porquê alguém mora em um lugar por tanto tempo sem gostar. Primeiro eu achei que ele estava brincando, mas quando olhei para cara dele, ele estava bem sério mesmo. Daí, eu coloquei o sorriso mais irônico no rosto e falei a verdade "por conta do trabalho do marido dela". Ele entendeu o recado, fez um carinho no meu ombro e achou por bem ficar calado. Eu também achei...

13/08/2014

O mundo segundo os brasileiros e das diferenças culturais que fazem pensar

Assim que cheguei aqui na Flórida, fiz a matrícula em um curso de gramática para estrangeiros. Antes das aulas começarem, tivemos um encontro com professores, coordenadores etc para que eles passassem informações pertinentes, como as rotas de ônibus, as regras em sala de aula etc. Um dos tópicos discutidos foram questões relativas a cultura americana. Por exemplo, eles falaram da questão do uso de desodorante, do uso apropriado do vaso sanitário (ele serve para sentar, não para ficar de cócoras), de que aqui se joga papel higiênco no vaso, de que assistir aula de short e camiseta é super ok. Eu achei sensacional!!! Tem gente que vem de culturas tão diferentes que esses pontos são desconhecidos. Especialmente a questão do desodorante. Tem gente que usa muitas roupas e nesse calor infernal, desodorante é importante....



Quando estou com gente de buracos diferentes desse mundão, sempre pergunto coisas. Óbvio que tudo começa com palavrão e eu já sei xingar em várias línguas (embora em italiano seja a minha versão favorita). Por aqui, a piada está relacionada com sunga, inclusive, esses dias teve um churrasco e um brasileiro estava usando sunga (por baixo do calção) e foi sensação de gente pedindo para ver, pode? Uma sunga fez isso...ahahahaa

Daí que descobri um programa da Band "o mundo segundo os brasileiros" e não consigo parar de assistir. Os brasileiros vão mostrando pontos das cidades que moram mundo afora e aos poucos eles trazem questões culturais. Por exemplo, no episódio de Dubai, um brasileiro contou os porquês dos muçulmanos preferirem comer de mão, não comerem porco e o motivo da mão direita estar associado a coisas boas e a esquerda é usada para limpeza. Eu achei sensacional!!!! Gostei muito do episódio no Quênia e claro, em Israel. Simplesmente maravilhoso isso de conhecer outros países a partir do olhar de um igual. Se tiverem tempo, joga no youtube e assiste. Já adianto que o problema não é só que o programa é viciante, mas especialmente que ele vai gerar uma urticária louca de querer viajar o mundo, então, cuidado!!!!

27/07/2014

Vamos a la playa oh-o-o- oh

Dias desses resolvemos ir á praia. 1h e 40 minutos de estrada...é muita vontade mesmo! Passamos no mercado e compramos parte da tralha necessária para o passeio, chamamos um amigo especial e fomos curtir o sol destruidor da Flórida. Eu não curto ficar fritando no sol, eu curto uma sombrinha, conversa, banho de mar, uma comida, mais banho de mar e pronto.

A praia escolhida foi no Anastasia State Park porque lá não tem carro dirigindo na areia (pois é, coisas dos EUA) e é bem tranquila. Eu só conseguia falar "ai, eu estou tão feliz, tão feliz" e estava mesmo! O calor estava matador e saímos antes da chuva cair. Paramos na cidade americana mais antiga para um almoço e depois voltamos para casa. Ainda tentamos andar um pouco e  conhecer a  cidade, mas o calor estava demais!!!



Nota mental: na próxima ida a praia, precisamos comprar coisas mais profissionais para relaxar melhor.


A empolgação estava tanta que só lembrei de tirar uma foto (e olha que eu levei o celular e a máquina fotográfica também!).



Não, não é tão linda quanto as praias do Brasil (pelo menos as que conheço), não tem a vista das praias da Califórnia, mas o mar é quente e foi muito bom encontrar o Atlântico. Da próxima vez, iremos em uma praia do Golfo do México.

16/07/2014

Curtas direto da Flórida


1. Aí você está traduzindo uns documentos jurídicos para o inglês, daí fica presa numa frase difícil e resolve perguntar para seu marido se ele teria alguma ideia para tradução, eis que ele responde "Eu não entendi essa frase em português, imagina sugerir uma tradução". É para rir ou para chorar?

2. Você é convidada para um churrasco brasileiro (feita pelo americano mais brasileiro que você conhece) e coloca o endereço no GPS. Infelizmente o GPS não reconhece o número da casa e você precisa ficar atenta para achara  a casa. Você avisa ao marido qual a casa. Ele pergunta se você tem certeza e claro que você tem. Não há vaga na frente, você decide entrar na garagem da sua amiga, até que sai de dentro de casa um senhor bem gordinho com um cachorro. Você tem certeza que não é sua amiga e seu marido se desculpa com o senhorzinho enquanto você tenta controlar a crise de riso.

3. Você vai ao mercado e compra 1 galão de leite, na volta para casa, a porcaria cai e abre. Você não percebe na hora que o carpete ficou sujou, mas percebe o fedor de coisa podre cozido pelo sol da Flórida mais tarde.

4. Você fica triste com a derrota do Brasil, nem tanto porque o time desistiu e não jogou, nem pelo placar absurdo, mas principalmente porque se acostumou aos banquetes nos dias de jogo. Teve acarajé, caruru, feijão fradinho e frango imitando casquinha de siri. Tudo gostosamente preparado pela conterrânea que teve a delicadeza de não usar camarão (dessa forma, você poderia comer tudo). Teve churrasco brasileiro com direito a farofa com farinha vinda da Bahia. E eu acho que o próximo banquete seria feijoada...que dó de mim!

5. A empresa telefônica que usávamos no Alabama não pegava direito aqui dentro de casa. Era impossível usar o telefone! Daí, marido estava ao telefone resolvendo algo e teve que sair de casa para conseguir um sinal bom. Ele deixou a porta aberta e Luffy saiu correndo para caçar uma família de patos que mora no lago ao lado de casa e que ele estava de olho fazia tempo. Como ele estava sem coleira e é pequeno, conseguiu passar por debaixo da grade que fica ao redor do lago e se jogou no lago para caçar os patos. Quando ele fica desse jeito, simplesmente não ouve nada! Leo pulou a grade do lago e ficou chamando ele. Eu fiquei do lado de cá, tensa porque sei que no lago (é tipo um pond...sei lá) tem tartaruga também e tartarugas podem machucar cachorros pequenos (e metidos a valente). Lá para o terceiro grito do marido, Luffy saiu do transe que se encontrava e foi ao encontro do pai com o rabo entre as pernas. Já sabia que iria aprender o significado de time-out "de com força". Olha, vou te dizer, esse cachorro chegou comportadinho, mas depois que teve certeza que ganhou nossos corações, resolveu aprontar umas. :)

05/07/2014

Bye, bye Bham!

Chegamos em Bham na quinta direto para um bota fora que uma amiga organizou para gente. Muito fofa! Sexta foi a formatura de Leo e finalmente, sábado foi o dia oficial da nossa mudança. Era para a gente acordar mais tarde, mas 5:30a eu já estava super agitada. Saímos antes das 6am e fomos nos despedir de Bham.

Passamos no busto de Tinsley Harrison (esse médico Alabamense trabalhou na UAB e desenvolveu muito o hospital, além de claro, ser o autor de um dos livros mais conhecidos de clínica médica do mundo: Harrison's Principles of Internal Medicine.). Depois fomos nos despedir da cidade mesmo, fomos no Vulcan Park e nos despedimos da vista e do hospital. Lá de cima, a gente agradeceu ter sobrevivido 4 anos e pelo Leo ter tido um treinamento excepcional. Depois paramos para tomar um super café da manhã americano e voltamos rolando para Gainesville.


Reza a lenda que ali atrás fica a maior estátua de aço do mundo

Café da manhã no the egg & I. Como que alguém consegue comer tanto assim? Eu levei o muffin para comer durante as 8hs de viagem.

Não teve aquela foto clássica que eu sonhei por messes "dessa terra não quero nem o pó", porque eu achei que não faria mais sentido. Não gostei desses 4 anos lá, mas aprendi tanto, passei por tanta coisa, conheci tanta gente legal, que de alguma forma, muito dequela terra vem comigo para Gainesville. Obviamente que só trouxe a parte boa.

Na saída da cidade, eu até chorei. Choro de alívio, de felicidade, um pouquinho de tristeza de deixar tudo o que conheço dos EUA para trás, mas principalmente, chorei de gratidão por ter a oportunidade de mudar e correr atrás da nossa felicidade. Nesse meio tempo, a Pandora começou a tocar "dog days are over" e eu achei que foi um sina maravilhoso das coisas boas que nos aguardam.

Chegando na Flórida, teve um chuvisco sem vergonha que me fez pensar na música "Let the rain wash away all the pain from yesterday" e eu tive certeza que a coisa aqui vai andar direitinho.




PS: no meio do caminho tinha um flea market. Era interior, do interior, do interior do Alabama. Paramos para dar uma olhada, porque né, precisávamos dessa experiência 100% pescoço-vermelho para fechar a  com chave de ouro.




29/06/2014

Formatura da residência

Eu queria dizer que os últimos 4 anos passaram voando, mas não é verdade. O que importa é que acabou. Saímos de Gainesville rumo a Bham para o jantar de formatura do meu digníssimo marido. Viagem longa. Eu só lembrava que seria a última vez.

Na sexta tivemos que resolver mil coisas, o tempo passou rápido e tive que cancelar o salão. Nos arrumamos rápido e chegamos lá no jantar na hora. Tinha um coquetel de entrada, com queijos e uns petiscos. Enquanto isso Leo falava com os professores, colegas e amigos. Ah, 4 professores tocavam uma musiquinha boa. Achei tão legal essa homenagem. Para variar, na nossa mesa estava só os formandos internacionais e suas respectivas.  Fomos jantar, comemos a sobremesa e a cerimônia começou. Só sei que marido recebeu 3 certificados (completou o PGY1, foi residente chefe e claro, o certificado da residência de neurologia) e 2 prêmios. Só lembro do prêmio mais importante que foi o de excelência clínica, o que diz muito a respeito do perfil dele.

Depois cada residente ia lá falar algo e meu marido foi o único que agradeceu a família, especialmente eu, né. Achei essa falta de reconhecimento dos colegas, meio estranho, mas né, vai ver é algo cultural. Fomos os últimos a sair, mas a festa acabou bem cedo (10:30p), todo mundo estava apressado para fazer a mudança de estado no dia seguinte. Fomos dormir cedo e acordarmos 5:30a, nos despedimos de Bham e voltamos correndo para casa (próximo post eu falo disso).


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Será que estamos felizes?

25/06/2014

Aqui na Flórida

Aqui na Flórida*:
*Estive em Orlando, Tampa area e Gainesville

-Tem casais jovens andando de mãos dadas;
- Tem casais do mesmo sexo andando de mãos dadas;
-Tem pouca panelinha: negro anda com branco, com latino, com oriental
-As pessoas são excepcionalmente mais abertas aos estrangeiros (porque né, tem gente de tudo que é buraco)
-Tem gente de todo lugar dos EUA e todo lugar do mundo, tem gente que veio de lugares que eu nem sabia que existiam;
-Faz um calor desgraçado e a umidade deixa tudo mais difícil, o cabelo fica a lá Monica Galler

-Tem chuva todos os dias (literalmente!), com direito a raios e trovões de dá medo. Agora eu entendo o porquê de Marley (de Marley & eu) ficar doido e quebrar a casa toda quando tinha tempestade
-As casas são coloridas
-As pessoas se vestem diferente, com muitas cores e sem nenhum padrão de estampa
-As pessoas são religiosas, mas não são pudicas
-As pessoas são mais informais e mais próximas. A bolha individual existe, mas é pequena
-As pessoas estão muito preocupadas em ser felizes, trabalham muito para isso, mas sabem da importância de ter tempo para gastar com sua vida pessoal
-Tem muito da "esperteza" latina, algo que tinha desacostumado
-Até os funcionários do walmart são simpáticos. Juro!
-Eles sabem lidar com os documentos dos estrangeiros, com todas as peculiaridades e melhor, eles são super simpáticos e atenciosos.
-As pessoas dirigem mal e não são muito educadas no trânsito;
-Horário nem sempre é cumprido
-Tem muito pedinte e mendigo...uma dó!
-Tem pouca gente muito acima do peso (bom, menos que no Alabama)
-Hotel de cachorro é caríssimo
-É fácil encontrar frutas
-As pessoas não são muito de falar bom dia/oi/ boa tarde para todo mundo que cruza seu caminho
-Muita gente fala português e quando descobrem que sou brasileira, sempre falam algo em português
-Tem muito bicho, especialmente répteis e anfíbios. Isso não é legal!
-Serviço e produto é bem mais barato do que estava acostumada. Sem falar da taxa que é 50% mais barata
-Tem mais gente doida e passional. Aqui a policia trabalha muito!
-Tem muita praia e o cheiro salgado do mar é maravilhoso.
-Ah sim, tem muito restaurante que vende suco de fruta natural...era tão ruim ter sempre que pedir água nos restaurantes (eu sou chata e não gosto de chá, nem bebida alcoólica, nem refrigerante e nem de suco pronto).
-Tem uma variedade de sobremesa. Aqui eles sabem que tem um mundo inteiro além de canela, pasta de amendoim e cupcake (tudo por conta da cultura latina).
-Tem campo de futebol para adultos. Não que eu goste de futebol, mas é algo diferente

Aqui em Gainesville, a vida é mais colorida e mais feliz.

PS: óbvio que eu generalizei minhas experiências em 3 cidades para o estado todo e óbvio que sou estou aqui há 2 semanas e a minha visão é bastante romântica, no entanto, gosto de fazer o registro e lá na frente, olhar o que aconteceu.

04/06/2014

Mudança de estado com um cachorro

Antes mesmo da mudança, Luffy já ficou estressado, tadinho. Alguém batia na porta, ele era levado para o quarto e quando saía, a casa estava sem algum móvel (doamos e vendemos muita coisa). Tinha também caixas espalhadas pela casa (o que significa menos lugar para brincar) e toda nossa falta de tempo para brincar com ele, pois estávamos empacotando, cancelando serviços e arrumando as coisas para a mudança.

Luffy usava um cinto de segurança. Ele ficava super tranquilo e feliz durante as viagens. No entanto, o danado descobriu como sair do cinto e ele solto no carro, fica impossível para dirigir (lembre que ele é um Jack Russel e nunca para no lugar, além de ser perigoso). Compramos então uma sacola bem acolchoada para a viagem de 8 horas (a sacola foi carinhosamente apelidada pelo marido de camisa de força).

O cinto dava uma certa mobilidade para ele- aqui ele estava "caçando" a sombra do relógio do marido

No dia da mudança, o carro estava lotado e Luffy foi na sacolinha entre eu e Leo. Pense em um cachorro estressado! Quando fizemos a primeira parada, o bichinho correu de felicidade ("Freedom, freedom"). Que dó! Paramos algumas vezes para ele esticar as patinhas e  beber água.

Antes da viagem, fizemos alguns testes com ele na sacolinha, pela carinha fica claro o quanto a sacolinha (aka camisa de força) foi um sucesso

Chegamos em Gainesville meia noite. Estávamos mortos, mas Luffy não gostou da mudança e resolveu fugir. Imagina a nossa alegria! O bichinho saiu correndo de casa, olhou para os lados e como não conhecia nada, saiu correndo em direção ao carro, como quem diz "quero voltar para casa!". resolvemos dormir na sala com ele, quer dizer, ficar na sala com ele porque ele se assustava com tudo e latia toda hora. Demorou uns 3 dias até ele se adaptar e parar de fugir. Agora ele já escolheu o spot dele no sofá (#SheldonCooperFeeling) e voltou a saber que ele é o dono daquela casinha colorida.

PS: Lá pelo terceiro dia, Luffy, que já é treinado para ir ao banheiro durantes as suas 4 caminhadas diárias (é muita energia que o cachorro tem para ficar preso em casa), resolveu deixar um "presente" lindo para mim. Ainda bem que não foi no carpete.



Acordando da soneca da tarde no lugar dele no sofá

Super livre no parque de cachorro em Gainesville

PS: estou em Bham finalizando um trabalho e Luffy ficou cuidando do marido em Gainesville.

26/05/2014

O fim das aventuras na Magic City

Pois então, chegamos em Gainesville!!! Depois de muita confusão com a assinatura do contrato, depois de mais confusão com a empresa de mudança, depois de muita dor nas costas de tanto empacotar, depois de 4 anos morando em um lugar que não gosto e claro, depois de 8 horas dentro de um carro lotado com nossos cacarecos e com um cachorro que não consegue parar quieto (ele estava numa sacolinha, mas ficou bem estressado), chegamos nos primeiros minutos do dia 24/05 na nossa nova moradia.

Teve choro e riso, assim mesmo, tudo misturado, ainda lá em Bham. Eu não conseguia acreditar que o dia da mudança tinha chegado. Dizer que estava feliz não faz jus ao turbilhão de bons sentimentos que estava sentindo. Feliz é muito pouco para tudo isso.

Aqui em Gainesville as pessoas se vestem coloridas, cada um tem seu próprio estilo. Aqui a população é de jovens e tudo parece tão leve. Aqui é muito, muito iluminado. Aqui tem transporte público e tem passeio(ou calçada) nas ruas. Aqui você pode pedir suco natural de frutas em alguns restaurante (não-brasileiros) e até guaraná Antartica. Aqui a bolha individual é menor e é muito mais gostoso. Aqui tem gente que sonha em conhecer o Brasil e que fala português. Aqui as coisas são bem mais baratas. Aqui as pessoas vão almoçar com saída de praia, pois saem da piscina ou dos springs direto para os restaurantes. Aqui a coisa é mais informal. Aqui fala-se muito espanhol. Aqui o ritmo é desacelarado. Aqui não tem tanta panelinha por etnia. Aqui os casais andam de mãos dadas. Aqui é tudo bem pequeno e pertinho. Aqui a gente vai ser feliz!

Pois então que ainda volto para Bham (medo!) para finalizar um trabalho e óbvio, para a formatura do neurologista mais sabido que esse mundo já viu. São mais 3 semanas que ficarei lá e cá e depois oficialmente termino as aventuras na magic city.

Na estrada
No meio da bagunça

Suco de goiaba de verdade

15/05/2014

Residencia medica nos EUA: o caminho do meu marido

“Como foi o caminho do seu marido ate chegar ai?” Essa eh uma das perguntas que mais me fazem. Entao, abaixo vou colocar os principais pontos. E gostaria de lembrar que esse foi o caminho do meu esposo, mas conhecemos medicos brasileiros que fizeram outros caminhos ate a residencia e deu certo tambem.

1.       Intercambio de pesquisa- Leo foi selecionado para fazer um intercambio de pesquisa atraves de uma parceria entre o governo brasileiro e o governo americano. Ele fez um semestre de pesquisa na LSU. Nesta epoca (jan/2008) ele estava no 11o  semestre da faculdade e estava no internato. Ele aproveitou para fazer o rodizio (ou rotacao, parece que cada estado chama de um jeito) de pediatria la. Alem disso, passou umas semanas em um service da neuro la em Minessota. Dai, alem de querer fazer a residencia aqui, ele conseguiu 3 cartas de recomendacao: 2 neurologistas e 1 neuropediatra.

2.       Provas dos steps- quando voltou ao Brasil, jah definido que queria fazer a residencia nos EUA, ele comecou a estudar para o step 1 em set/2009, se formou em dezembro e fez a prova do step 1 em jan/2009. Em marco ele fez o step 2 (o CK) e em julho o step 2-pratico (o CS), que eh feito nos EUA. PS: nao eh necessario finalizar o curso de medicina para comecar a fazer as provas.

2.1- a burocracia: ate voce se inscrever no ecfmg, conseguir todos os papeis, as traduces, etc pode demorar. No caso do meu marido demorou bastante. Eu acho que uns 4 meses ate ele receber o ok para fazer os steps.

3.       As entrevistas- depois dos resultados das provas, ele pesquisou na internet todos os servicos de neuro. Separou os que ele mais se interessou e fez a inscricao. Ele foi chamado para as entrevistas e passou 1 mes aqui para ser entrevistado (isso foi em dez/2009).

4.       Resultado- o match saiu em mar/10 e ele conseguiu a vaga na UAB (aqui o sistema de residencia eh um so e cada candidato so passa em um unico hospital)

5.       A papelada- Depois foi corer atras da carta do ministro da saude, tirar o visto, vender nossas coisas e mudar.

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Observacoes:

Mestrado- Quando acabou a faculdade, meu marido comecou o mestrado no Brasil o que ajuda a fazer curriculo.

Dinheiro gasto- Comentei aqui qual foi nosso investimento para embarcar nessa viagem e comentei aqui sobre o salario do residente
Links interessantes

09/05/2014

Das boas mudancas

Porque eu tanto falei das coisas ruins, que quando melhora, tambem merece post. Pois entao que estamos de mudanca. Voce sabe o dia? Nem a gente...aquele longo processo de muita enrolacao que so acontece aqui nessa terra perdida. Oremos para que tudo ocorra bem. Mas a ideia hoje nao eh reclamar e sim contar como uma simples mudanca melhora a vida de todo mundo.

Marido e eu tivemos varios problemas com os documentos quando chegamos. Joazinho responsavel pelo nosso DS, escreveu nossos nomes errado. Jose responsavel pelo social security tambem e ai a coisa foi ficando complicada. Meus documentos estao ok, mas os do marido nao. Dai que ele foi corrigindo os documentos ao longo desses anos e chegou a hora do tao temivel social security*. Ele foi la ajeitar o nome porque queremos comecar tudo certinho na Florida. Marido estava tao empolgado com o que presenciou que me ligou ainda da estrada. Ele disse que esta tudo reformado por la e que muitas mudancas foram adotadas. Primeiro que tiraram aqueles vidros enormes que separa voce do atendente, o que me faz ter a certeza que algumas pessoas espertas leram estudos socias e resolveram colocar em pratica (ponto para elas!). Segundo que a fila eh bem pequena porque muita coisa pode ser feita na internet. E terceiro, tem gente treinada para fazer o basico e 1 funcionario especialista em corrigir as merdas que eles fazem  os problemas.

Claro que quando meu marido explicou a situacao, o cara ja foi questionando se ele tinha tirado o social la, meu marido disse que sim e que inclusive, ele tinha feito com aquele funcionario. Eu sei que conversa pra ca, conversa para la o cara disse que nao tinha como resolver. Marido pegou a pasta de documentos e explicou ponto a ponto, ate que o funcionario entendeu a situacao e nao so disse que poderia resolver como resolveu a parade. Meu marido disse que ele fez ate piadianha sobre os Gators e apertou a mao dele quando ele saiu. Ate  desejou boa sorte na Florida. Serio, mudou muito e ficou melhor. Desse jeito, eu ate estou pensando em adotar o nome do marido como ultimo nome (brincadeira, eu ainda acho esquisitissimo e nao vejo nenhum sentido em mudar o nome depois de casar, mas com tanta agilidade se um dia mudar de ideia, sei que seria facil)

* o social security eh uma especie de cpf aqui nos EUA

27/04/2014

911: Em briga de marido e mulher, a polícia mete a colher!

Aí né, era uma quinta-feira qualquer. 2:30 da madrugada e estava todo mundo dormindo. Bom, pelo menos as pessoas com juízo que serão acordados à gritos finos de um despertador miserável. Vocês conhecem aquele casal de baianos que moram nos EUA, né? Aquele que eu sempre falo aqui. Pois então, eles estavam dormindo também. Daí, a esposa acorda tonta com uma buzinada "goxxxxtosa" do vizinho! Ela sabia qual dos vizinhos estava louco buzinando, pois ele adora usar essa forma para chamar a esposa. No susto, ela pensa que perderam a hora, daí levanta para conferir o horário e antes de alcançar o despertador, ouve a esposa do vizinho gritando, chorando, fazendo o diabo:

-Fuck you!!! Get out of my house!!!!.

imagem daqui


Aparece uma outra vizinha perguntando se está tudo bem (oi?) e a senhora acima é super grossa. Esse "diálogo" dura 10 minutos. Até que a vizinha fora de si, que tem seus 70 anos, começa a imitar e se irritar com o cachorro dos baianos. Aí né, se a criatura que estava alucinada gritando e xingando na rua passa a se incomodar com o cachorro da vizinha baiana que compreensivelmente ficou nervoso e latiu...muito (ele estava dentro de casa), a baiana achou que aquela confusão tinha passado do tamanho, onde já se viu xingar o cachorro dos outros? Ela cutuca o marido e pede para ele ligar para a policia. Ele levanta e vai ligar pois estava preocupado que a vizinha pudesse jogar algo no carro do marido e que poderia pegar no carro dos baianos. Daqui de casa Da casa dos baianos não dava para ver o casal de velhinhos gritando e brigando (o marido baiano inclusive achou que a confusão era de outros vizinhos "nossa, uma briga feia dessas com pessoas dessa idade!" tsc, tsc, tsc, mal sabe ele que não há idade para esse tipo de coisa), mas ele descreveu a cena e pediu para a policia não passar na casa dele (o pessoal do 911 perguntou se ele queria que um policial passasse aqui, mas a gente só queria dormir mesmo). Quando o marido desliga, magicamente acaba a gritaria. A esposa só pensava "Merda! Vamos ter de pagar uma multa de $25 para chamadas falsas". Mas o silêncio durou pouco e a cena vergonhosa continuou.

Menos de 2 minutos depois (fiquei impressionada com a rapidez), duas viaturas já estavam aqui. A senhora começou a chorar histericamente, mas 5 minutos depois já estava tudo calmo. Os policiais/psicólogos levaram os "baderneiros" para dentro da casa deles e saíram depois de 40 minutos. Com o silêncio, o marido baiano já estava dormindo, mas a esposa dele ficou super nervosa com a situação e não pregou o olho até o despertador gritar alegremente. O problema foi que ela juntou esse nervoso, mais a alergia, a falta de sono, um anti-alérgico e digamos que fez uma ultrapassagem perigosa e que foi parar no acostamento (tá, não era um acostamento de verdade, mas deixemos isso para lá).

No outro dia, algumas versões para o acontecido surgiram, mas a campeã foi feita pelo marido baiano: o vizinho foi para a jogatina (volta e meia ele chega tarde em casa- nossa janela dá para o estacionamento....), a esposa dele não queria pois ele vive perdendo dinheiro, daí ela trancou a porta e  resolveu beber para relaxar, acabou passando da medida. Quando o vizinho chegou da jogatina, a porta estava trancada e ele teve que buzinar o carro para a esposa abrir a porta. Ela, que estava, digamos, alta, já abriu a porta xingando muito...

O problema é que agora a baiana está com vergonha de encontrar com esses vizinhos, mas o marido dela disse "oxe, eles é que tem de ficar com vergonha"...então, tá, então.

23/04/2014

Da queijadinha sucesso da Páscoa

Uma amiga brasileira resolveu juntar umas pessoas soltas (leia, sem família aqui) para celebrar a Páscoa. Tinha os colegas de faculdade da filha (todos americanos que não viajaram para ver a família porque estavam estudando para as finals), tinha americano casado com brasileira, tinha criança e claro que tinha brasileiro. Minha função foi de levar a sobremesa e claro que eu logo pensei na queijadinha que é facil e sempre é sucesso. A minha receita foi desenvolvida a partir de outras receitas. Sempre quando levo as queijadinhas, recebo muitos elogios. As que levei para Páscoa eu não sei se estava boas, não sobrou nenhuma para eu experimentar :). Abaixo vou colocar a receita porque algumas pessoas me pediram:

-4 gemas

-300g de coco ralado (Se você mora nos EUA, lembre de não usar o coco ralado com açúcar porque vai ficar muito doce!)

-2 colheres de queijo  ralado (atenção, não pode ser queijo “de verdade”, tem que ser aquele pozinho, caso contrário vai mudar a liga da queijadinha)

-1 lata de leite condensado (eu indico o leite moça, especialmente se voce mora aqui, porque os outros leites condensados são horríveis)

-4 colheres de leite

 Mistura tudo, coloca na forma de cupcake (ou empada) e coloca no forno. Aqui eu coloco 400F por 12 minutos. Espera ficar levemente bronzeado e esta pronto. Se ficar muito bronzeado, fica mais duro e eu não curto tanto. Depois eu coloco na geladeira e pronto. rende umas 14 queijadinhas.


Dica: como a massa é bem liquida, eu coloco a forminha de papel de cupcake dentro da forma de cupcake (aquela de alumínio, tipo a forma de petit gateau), desse jeito todas as queijadinhas saem parecidas.

Bom, a Páscoa foi muito legal. Teve caça aos ovos. Teve feijão. Teve muita conversa. Teve a companhia do marido.

14/04/2014

Aposentadoria precoce do meu cargo de cabeleireira

Eu já comentei que era a responsável por cortar o cabelo do marido. Foi tudo bem durante 3 anos e 9 meses, até que esses dias....enfim, lá estava eu cortando o cabelo dele. Tudo igual, música de fundo, ele sentado, eu com a máquina e tal, até que quando fui fazer o pé do cabelo (portanto, com máquina zero), meu digníssimo marido deu uma tremida na cabeça e...lembra aquela propaganda que uma mulher vai ao salão, e cada espirro que dá, o cabeleireiro corta mais do que deveria? (não achei o link da propaganda para ilustrar o post)

Pois é, fez um furo considerável no cabelo dele...passei 30 segundos pensando se falava com ele ou se fingia que estava tudo bem, mas né, falei. Você acha que ele acreditou? Não acreditou, até que eu fui repetindo e ele foi vendo que era verdade e foi ficando tenso. Mas aí, eu fui rindo, rindo e rindo alto. Ele viu o estrago e ficou puto. Já eu não conseguia parar de rir, não da situação, que na hora não é engraçada, mas eu fiquei rindo de nervoso mesmo. Bom, eu diminui um pouco o pé do cabelo e ele penteou o cabelo de tal forma que disfarçou o estrago. Ficou ok e uma semana depois, já estava como se nada tivesse acontecido.

E foi assim que eu aposentei a máquina de raspar cabelo...

07/04/2014

Das diferenças culturais- pistas para a prova

Marido tem estudado bastante para a prova da residência. A Neuro prepara várias aulas, revisões e ele ainda acaba se reunindo com uns colegas para estudar. Dentre o material escolhido para estudo, ele usa esse livro aqui que é bem no padrão americano: revisão de pontos importantes, piadinhas e mnemônicas para ajudar no trabalho de decorar aprender.

Aí ele, um colega indiano e outro paquistanês estavam estudando uma doença X que um dos sintomas são manchas marrons que aqui nos EUA eles chamam essa mancha de "cafe au lait". Pra você que é brasileiro, faz todo sentido né? Café com leite é marrom...mas para o colega indiano e o paquistanês, não fazia sentido simplesmente porque eles não entendiam o que "cafe au lait" significava, fora que na cultura deles não é assim tão comum tomar café com leite.

Ainda nesse estudo, eles chegaram na doença Y e a pergunta era: qual o gene ligado a essa doença? Meu marido era o único que sabia e falou "o gene Merlyn!". Os colegas perguntaram como ele fez para decorar sabia, meu marido disse que foi uma dica do livro acima, que fazia uma ligação com Merlin (o mago), já que esse gene era "meio mágico" pois causava lesões semelhantes dos dois lados do cérebro. Os colegas olharam para ele com cara de interrogação. Ele continuou "vocês sabem, o mago Merlin", um dos colegas respondeu que nunca tinha ouvido falar em um Mago Merlin e que a única Merlin que ele conhecia era "Merlin" Monroe.


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