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29/06/2014

Formatura da residência

Eu queria dizer que os últimos 4 anos passaram voando, mas não é verdade. O que importa é que acabou. Saímos de Gainesville rumo a Bham para o jantar de formatura do meu digníssimo marido. Viagem longa. Eu só lembrava que seria a última vez.

Na sexta tivemos que resolver mil coisas, o tempo passou rápido e tive que cancelar o salão. Nos arrumamos rápido e chegamos lá no jantar na hora. Tinha um coquetel de entrada, com queijos e uns petiscos. Enquanto isso Leo falava com os professores, colegas e amigos. Ah, 4 professores tocavam uma musiquinha boa. Achei tão legal essa homenagem. Para variar, na nossa mesa estava só os formandos internacionais e suas respectivas.  Fomos jantar, comemos a sobremesa e a cerimônia começou. Só sei que marido recebeu 3 certificados (completou o PGY1, foi residente chefe e claro, o certificado da residência de neurologia) e 2 prêmios. Só lembro do prêmio mais importante que foi o de excelência clínica, o que diz muito a respeito do perfil dele.

Depois cada residente ia lá falar algo e meu marido foi o único que agradeceu a família, especialmente eu, né. Achei essa falta de reconhecimento dos colegas, meio estranho, mas né, vai ver é algo cultural. Fomos os últimos a sair, mas a festa acabou bem cedo (10:30p), todo mundo estava apressado para fazer a mudança de estado no dia seguinte. Fomos dormir cedo e acordarmos 5:30a, nos despedimos de Bham e voltamos correndo para casa (próximo post eu falo disso).


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Será que estamos felizes?

25/06/2014

Aqui na Flórida

Aqui na Flórida*:
*Estive em Orlando, Tampa area e Gainesville

-Tem casais jovens andando de mãos dadas;
- Tem casais do mesmo sexo andando de mãos dadas;
-Tem pouca panelinha: negro anda com branco, com latino, com oriental
-As pessoas são excepcionalmente mais abertas aos estrangeiros (porque né, tem gente de tudo que é buraco)
-Tem gente de todo lugar dos EUA e todo lugar do mundo, tem gente que veio de lugares que eu nem sabia que existiam;
-Faz um calor desgraçado e a umidade deixa tudo mais difícil, o cabelo fica a lá Monica Galler

-Tem chuva todos os dias (literalmente!), com direito a raios e trovões de dá medo. Agora eu entendo o porquê de Marley (de Marley & eu) ficar doido e quebrar a casa toda quando tinha tempestade
-As casas são coloridas
-As pessoas se vestem diferente, com muitas cores e sem nenhum padrão de estampa
-As pessoas são religiosas, mas não são pudicas
-As pessoas são mais informais e mais próximas. A bolha individual existe, mas é pequena
-As pessoas estão muito preocupadas em ser felizes, trabalham muito para isso, mas sabem da importância de ter tempo para gastar com sua vida pessoal
-Tem muito da "esperteza" latina, algo que tinha desacostumado
-Até os funcionários do walmart são simpáticos. Juro!
-Eles sabem lidar com os documentos dos estrangeiros, com todas as peculiaridades e melhor, eles são super simpáticos e atenciosos.
-As pessoas dirigem mal e não são muito educadas no trânsito;
-Horário nem sempre é cumprido
-Tem muito pedinte e mendigo...uma dó!
-Tem pouca gente muito acima do peso (bom, menos que no Alabama)
-Hotel de cachorro é caríssimo
-É fácil encontrar frutas
-As pessoas não são muito de falar bom dia/oi/ boa tarde para todo mundo que cruza seu caminho
-Muita gente fala português e quando descobrem que sou brasileira, sempre falam algo em português
-Tem muito bicho, especialmente répteis e anfíbios. Isso não é legal!
-Serviço e produto é bem mais barato do que estava acostumada. Sem falar da taxa que é 50% mais barata
-Tem mais gente doida e passional. Aqui a policia trabalha muito!
-Tem muita praia e o cheiro salgado do mar é maravilhoso.
-Ah sim, tem muito restaurante que vende suco de fruta natural...era tão ruim ter sempre que pedir água nos restaurantes (eu sou chata e não gosto de chá, nem bebida alcoólica, nem refrigerante e nem de suco pronto).
-Tem uma variedade de sobremesa. Aqui eles sabem que tem um mundo inteiro além de canela, pasta de amendoim e cupcake (tudo por conta da cultura latina).
-Tem campo de futebol para adultos. Não que eu goste de futebol, mas é algo diferente

Aqui em Gainesville, a vida é mais colorida e mais feliz.

PS: óbvio que eu generalizei minhas experiências em 3 cidades para o estado todo e óbvio que sou estou aqui há 2 semanas e a minha visão é bastante romântica, no entanto, gosto de fazer o registro e lá na frente, olhar o que aconteceu.

04/06/2014

Mudança de estado com um cachorro

Antes mesmo da mudança, Luffy já ficou estressado, tadinho. Alguém batia na porta, ele era levado para o quarto e quando saía, a casa estava sem algum móvel (doamos e vendemos muita coisa). Tinha também caixas espalhadas pela casa (o que significa menos lugar para brincar) e toda nossa falta de tempo para brincar com ele, pois estávamos empacotando, cancelando serviços e arrumando as coisas para a mudança.

Luffy usava um cinto de segurança. Ele ficava super tranquilo e feliz durante as viagens. No entanto, o danado descobriu como sair do cinto e ele solto no carro, fica impossível para dirigir (lembre que ele é um Jack Russel e nunca para no lugar, além de ser perigoso). Compramos então uma sacola bem acolchoada para a viagem de 8 horas (a sacola foi carinhosamente apelidada pelo marido de camisa de força).

O cinto dava uma certa mobilidade para ele- aqui ele estava "caçando" a sombra do relógio do marido

No dia da mudança, o carro estava lotado e Luffy foi na sacolinha entre eu e Leo. Pense em um cachorro estressado! Quando fizemos a primeira parada, o bichinho correu de felicidade ("Freedom, freedom"). Que dó! Paramos algumas vezes para ele esticar as patinhas e  beber água.

Antes da viagem, fizemos alguns testes com ele na sacolinha, pela carinha fica claro o quanto a sacolinha (aka camisa de força) foi um sucesso

Chegamos em Gainesville meia noite. Estávamos mortos, mas Luffy não gostou da mudança e resolveu fugir. Imagina a nossa alegria! O bichinho saiu correndo de casa, olhou para os lados e como não conhecia nada, saiu correndo em direção ao carro, como quem diz "quero voltar para casa!". resolvemos dormir na sala com ele, quer dizer, ficar na sala com ele porque ele se assustava com tudo e latia toda hora. Demorou uns 3 dias até ele se adaptar e parar de fugir. Agora ele já escolheu o spot dele no sofá (#SheldonCooperFeeling) e voltou a saber que ele é o dono daquela casinha colorida.

PS: Lá pelo terceiro dia, Luffy, que já é treinado para ir ao banheiro durantes as suas 4 caminhadas diárias (é muita energia que o cachorro tem para ficar preso em casa), resolveu deixar um "presente" lindo para mim. Ainda bem que não foi no carpete.



Acordando da soneca da tarde no lugar dele no sofá

Super livre no parque de cachorro em Gainesville

PS: estou em Bham finalizando um trabalho e Luffy ficou cuidando do marido em Gainesville.