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28/06/2012

Nos Estados Unidos tem...


 ... feira livre?

Bom, tem sim. Nada parecida com as feiras que eu ia na Bahia, mas tem sim. Eu adoro ir à feira. Ia muito com meus pais quando era criança, principalmente quando viajávamos para o interior. Achava pitoresco a possibilidades de escolher uma galinha viva e fazer para o almoço (eu nunca comia porque achava estranho ver a bichinha viva, fora o sofrimento da morte), o cheiro das frutas frescas e o mau cheiro de...tudo. Lembro que a gente comia beiju (ou tapioca, se você não for da Bahia) e eu caia dentro de um pratã de mocotó, fato etc (só de pensar nesses pratos meu estômago revira. Como eu comia e gostava desse menu é um mistério).

Aqui, as feiras acontecem no final da primavera e duram até o final do verão (embora, vale salientar, exista um galpão enorme que funciona o ano inteiro, de segunda a sábado e que é tipo uma Ceasa). Tem uma que é super famosa e acontece todo sábado pela manhã. Claro que fui lá dar uma conferida né?

A região é toda sinalizada. Encontrar uma vaga para estacionar foi terrível. Na feira tinha criança, cachorro, idoso, adulto, de um tudo. Ah, a temperatura estava a delícia de 35C. Quase morro tostada!





 Essas imagens mostram como a  feira é arrumada. Um monte de barracas brancas, bem ajeitadinhas. Vende carne, frutas, verduras, mel etc. Tudo produzido no Alabama. Esse fato é importante porque os americanos daqui sentem orgulho por estarem ajudando a economia local.




As barracas mais cheias tinham amostra de comida para a galera. Eu sinceramente não sei como alguém experimenta queijo, molho de tomate e outras coisas do tipo que estão expostas no sol por sabe-se lá quanto tempo numa temperatura absurdamente alta. Eu não consigo acompanhar esse hábito...digamos que meu sistema digestório é bem sensível.

Ps: Vocês podem reparar na foto acima que essas moças estão usando um short de correr e uma camisa. Não pense que elas sairam da academia, essa roupa é a "farda" do dia a dia por aqui. De criança a adulto. Com essa roupa, vai-se ao shopping, ao mercado, pega-se filho na escola e as vezes, vai-se a academia. Porque aqui o foco é o conforto.

 E Para finalizar com chave de ouro um exemplar de "pescoço vermelho". Macacão jeans, camisa quadriculada, agricultor...mas esse daí parece bem fofo, né?

Link da feira: http://www.pepperplacemarket.com/
Imagens:arquivo pessoal

23/06/2012

A minha curiosidade sobre a cultura indiana

Então que eu sou super curiosa com tudo. Com tudo mesmo! Mas quando o assunto é cultura, eu poderia conversar por dias sem cansar. Aí que um casal bem amigo nosso é de indianos e eu colo neles para tirar minhas dúvidas. Bom, eu sei que muita gente não gosta de indiano, acha que eles não têm higiene até, mas eu não tenho do que reclamar. Esse casal é muito legal, muito prestativo e  amigo mesmo. Sim, eles cheiram a curry; sim, a higiene é diferente da nossa (mas o americano também é diferente), mas eles são sempre alegres e verdadeiramente prestativos.

Então que eu vi uma matéria sobre a vontade dos indianos de ficarem brancos. Eu fiquei chocada! Gente, a galera nasce com uma cor linda, com cabelos igualmente bonitos (nem encaracolados, nem lisos, um meio termo fantástico) e quer ficar branco?! Sendo que eles não vão ficar (verdade seja dita). A indiana me disse que a maioria dos produtos de beleza tem algo para clarear a pele (ou dizem que clareiam a pele, como ela fez questão de grifar). Tá, eu sei que isso é comum em todo lugar no mundo, mas eu, na minha abestalhadice achei que na Índia seria diferente (eles são tão religiosos, que eu achei que eles aceitariam bem o que Deus deu, ainda mais uma cor linda, né). A novidade para essa minha amiga foi um produto que clareia a digamos, parte íntima feminina. Agora imagina isso, a pessoa toda morena e com o negócio branco, que palhaçada :).

Aí, eu estava assistindo essa entrevista do Jô e a moça diz que na Índia até hoje é comum comer o cabelo do filho no primeiro corte. Daí, eu lembrei desse casal e pensei que era algo muito nojento para eles fazerem. Eles não fariam isso. Fariam? Quando eu comecei a contar a história para eles, a reação foi essa aí:
Eles me falaram que nunca ouviram nada do tipo. Que isso era extremamente nojento! Falaram que talvez, numa cidade bem pequena e isolada, algumas pessoas poderiam fazer o ritual, mas deixaram claro que comida e cabelo é algo nojento na Índia. Como é bom tirar dúvida com quem realmente sabe.

Aí, mil anos atrás, eu vi uma reportagem sobre um templo de ratos na Índia. Fui perguntando sobre o assunto e eles não sabia nada a respeito. Daí, o indiano disse que talvez o lugar era sujo e tinha muitos ratos. Eu disse que os ratos eram considerados deuses, que dividiam comida com os humanos e tal. A cara de nojo da imagem acima foi repetida. A esposa disse que os deuses podem aparecer de várias maneiras e que talvez em uma determinada cidade, eles cultuariam o rato. O marido completou: tem tanta coisa doida na índia que eu não duvido nada. O vídeo taí em baixo.


E o mais interessante é o banho de mar/piscina. Marido tem um amigo indiano que mora no Texas e esses dias esse amigo recebeu a família e foram todos curtir uma praia. Nas fotos postadas no FB, tava todo mundo de roupa. De roupa normal, sabe? Mulheres de calça jeans e afins. Eu fiquei pensando como é que eles fazem para tomar banho de mar. E minha tiradora de dúvidas indianas me respondeu que na Índia, eles são muito tradicionais e ninguém usa roupa de banho (leia-se: tá banido o uso de biquini, maiô, sunga). Eles tomam banho de mar de roupa mesmo e a mulhar usa camadas de camisas (assim ela me falou) para não mostrar nada. Depois, trocam de roupa. Eu fiquei imaginando o horror que eles devem sentir se forem passear numa praia no Rio :).


17/06/2012

Finalmente boaS novaS

As cartas que recebi da UAB dizendo quefui aceita
Pois é, eu fiz o GRE, fiz o TOEFL, fiz a carta de apresentação, pedi as cartas de referência, aguardei o resultado do mestrado e fui aprovada. Fiquei feliz, não tão feliz porque na verdade, eu já sabia que seria aprovado (não é que eu me ache não, é que minha carta de referência pesava muito, sabe?). Já estou na correria para conseguir uma foma de pagar in-state tuition (orem por mim!) e de fazer uma prova de biologia. Pense que o assunto é: átomo, células, fotossíntese e um monte de assunto deslocado do mundo (do meu mundo atual). Mas tenho que fazer a prova e tirar 70, então já estou estudando. O bom é que vou ter muita coisa para contar do mestrado e até mesmo, dessa preparação.

Ah, faltam 2 plantões para meu esposo virar um residente senior, acreditam? Gente, estamos muito felizes! Ele já está engajado em 2 pesquisas, já escolheu a área e se Deus quiser, em 2 anos nos formamos e mudamos daqui. O melhor é que quando a vida dele começa a desacelerar (ainda são 80hs/semana, mas agora sem plantão), a minha vai engrenar e aí, será a vez dele me ajudar. Além disto, em março enviei 2 trabalhos para um congresso internacional e os 2 foram aceitos. Já imaginou a minha felicidade? Quando eu submeti os trabalhos, disse que não me sentia preparada para falar em inglês, eu só queria que eles fossem pôsteres, sabe? Mas um deles foi tão bom, tão bom que terei que fazer uma apresentação oral. E ainda digo mais, o trabalho foi aprovado para a sessão de 10 minutos, que é considerada longa (para vocês terem uma idéia, minha chefe vai apresentar trabalho oral de 3 minutos). Isso significa que o trabalho que vou apresentar é bem relevante para o congresso. Mas ó, eu não fiz sozinha, pelo contrário, minha chefe é muito boa! Serão 10 minutos de muita tensão, mas terei bastante tempo para me preparar e treinar meu inglês (que não deve ser tão ruim  assim, mas eu sou bastante exigente). E se tudo der certo e eu conseguir o visto, em agosto irei conhecer outro país e me apresentar no congresso. É muita chiquesa :). Ah, o artigo que mandamos para uma revista, também foi aceito.

Aí né, que depois de uma graduação, uma especialização e  um mestrado, eu posso dizer com conhecimento de causa que a vida acadêmica nos dá duas grandes alegrias: quando a gente entra no curso e quando a gente sai. Nesse pensamento, preciso curtir bastante essa primeira etapa (a entrada no curso) que começou com uma saída com minha mãe, irmã e cunhado, mas que irá se extender até agosto, que é quando as aulas começam. Bom, para comemorar o mestrado+fim do R2 do marido+o congresso iremos, em julho, em Atlanta. Iremos em um parque de diversão, compraremos umas roupas de lojas que não tem aqui em B'ham (para me agradar) e iremos celebrar em grande estilo no Fogo de Chão (para agradar ele). Estamos pensando em ir à praia também...vamos ver.

Eu só tenho uma queixa (caso contrário, não seria eu), fora minha mãe, irmã, cunhado e meu marido (via telefone, porque ele ainda estava nos EUA e eu no Brasil), ninguém no Brasil ficou demonstrou felicidade pelo mestrado . Tipo assim, eu falava "ah, vou começar o mestrado" e os outros "hum", como se não significasse nada. Tipo assim ó:

Fiquei bem triste e meu erro foi que sem o reforço, meu comportamento de contar da novidade foi extinto (Psicologia comportamental pura). Eu acho que se tivesse dito no jantar que minha prima preparou para mim, a reação seria de festa, mas acabei deixando de lado. Então, se você caiu aqui nesse post, não foi por acaso, né, que tal deixar uma mensagem carinhosa? É, estou carente e necessitando de reforços positivos. Afinal de contas, foi penoso conseguir tanta coisa em tão pouco tempo e ser bem sucedida em T-U-D-O.

14/06/2012

Do Machismo baiano

Em homenagem a minha linda irmã, Samira.
CAUSO 1:
Bom, eu tomei um susto quando estava combinando uma saída com minha amiga e ela me solta "o D. não vai poder ir". Ela namora o D. há 10 anos. Eu pensei com meus botões: e eu lá chamei ele? Mas saiu "mas é só para a gente mesmo" (soltei uma risadinha irônica, porque eu não sou de ferro!). E ela: mas seu marido vai ficar sozinho? No que eu respondi: Oxe, ele não vai não...é um programa nosso. E ela: mas você é casada! Pode sair sozinha?

OI?
Conto até 10...respiro

Respondo: CLARO!

Fiquei pensando qual a idéia que ela fez de mim. Mas né, quem liga?

CAUSO 2:
Eu estava no interior e lá, eu sou solicitada (não pelo meu marido, diga-se de passagem) para fazer o prato do marido, para aprender a cozinhar para ele (veja bem, para ELE!), para eu separar a roupa dele, para eu definir  a hora do banho dele etc. OI? E não adianta eu dizer que quem cozinha é ele (e quando eu argumentei isso, ainda ouvi: você não faz nada em casa? É de doer viu!), embora seja uma mentira, porque eu que cozinho e ele vai na cozinha em dias especiais. Eu fico imaginando, o quanto que o pessoal lá deve ter dó do meu esposo, porque casou com uma mulher que não sabe nem cozinhar, rá!

Bom, o que tenho a dizer em minha defesa é que meu marido não foi enganado, namoramos 5 anos e ele sabia exatamente com quem estava lidando. E outra, é uma esposa ou empregada que ele quer? Me irrita esse pensamento de achar que em pleno ano de 2012, o lugar da mulher é...na cozinha e não porque ele quer, mas porque tem de ser assim. Gente, um casal não é para um cuidar do outro? Por que que meu esposo não pode me servir? (Uma vez, uma pessoa do interior chamou a minha atenção porque meu esposo estava me servindo, acredite!). E ó, eu passo as roupas dele, limpo a casa, cozinho e tudo o mais, mas só porque fico mais tempo em  casa e não tem nenhum sentido ele trabalhar 12 horas e voltar para faxinar a casa, sendo que eu passei o dia de bobeira. (Vocês imaginam a minha alegria em saber que essa tarefas serão divididas meio a meio em julho porque ficarei menos em casa?)

E, ainda como minha defesa, eu digo, na minha família (e aqui não só a  nuclear), mulher é muito bem tratada. E tem de ser mesmo. Tá todo mundo cansado, mas bateu a fome? Ou vai todo mundo para a cozinha preparar algo (todo mundo com a mão na massa, literalmente) ou a opção é pedir um delivery. Não tem isso de Amélia ir sozinha cozinhar para a família não. Na minha casa, muitas vezes meu pai ficava responsável pelo rango, enquanto minha mãe colocava as roupas para lavar, ajeitava as contas. Enfim, eu acho que cada casal faz do melhor jeito possível, mas o melhor jeito para mim não é ficar enterrada nas atividades domésticas, que eu odeio, por sinal ;).

Eu fico imaginando esse choque na cabeça do meu esposo (que repito, não foi enganado!). Da realidade que ele viveu para a realidade que ele vive. Mas é bom mudar né? E eu também fico imaginando quando a gente unir essas duas visões divergentes, formar a nossa e passar para os filhos. Uma coisa já está meio que pré-estabelicida: ele vai para a cozinha e eu limpar a casa. Porque eu lavo 5 banheiros, mas não faço o almoço e ele detesta limpar, então combinado né?

Ps: ganhamos uma panela de pressão da mãe do marido. Veja bem, ganhamos! Inclusive, ele que foi bater perna coma  mãe para procurar a bendita panela (porque tinha que ser uma boazona né?), enquanto eu fofocava com uma amiga e comia torta de brownie com avelã (saudade!). Logo, a estreia da panela foi por minha conta e claro que usei uma receita da Paneletarapia, uma carne louca que foi sensação com marido.

12/06/2012

O TOEFL e a Visita a Universidade

Do TOEFL:
Bom, a prova não tem mistério. Você vai precisar pegar livros sobre o assunto e estudar. Fazer um curso preparatório pode ser interessante também.

Como eu fiz:
Eu fiz um curso preparatório de 2 meses na universidade do Alabama. O curso foi essencial para eu aprender a manha do teste. Fiz todos as questões que a professora passou e participei bastante da aula. Peguei outros livros na biblioteca e fiz o máximo de questões que consegui.

Das dificuldades:
Para mim a parte mais difícil foi  o "speaking". Ter de "conversar" com ninguém foi estranho. Fora que tem aquele relógio na tela que me deixou bem tensa. O "writing" também é meio chato, acho pouco tempo para fazer tanta coisa. Fora isso, as vezes foi complicado prestar atenção ao teste com outras pessoas fazendo outros testes e falando no mesmo ambiente. Mas é assim que o teste é aplicado em qualquer lugar do mundo.

Das facilidades:
O "listening" é bem tranquilo e o "reading" também. A chave aqui é praticar mesmo.

Bom, o teste não é difícil, mas tem de praticar. Lembre de fazer simulações do teste antes  da prova. É bem importante para você dividir seu tempo e entender o cansaço que vai vivenciar. Para minimizar a falta de tempo nas redações, eu meio que criei um modelo (frases para a intrudução, para a conclusão etc), dessa forma eu não perdi tempo com frases-chave. Para treinar o speaking, eu coloquei o fone de ouvido, deixei a TV ligada, ouvia e respondia as questões (para simular o dia da prova).

Para se inscrever na prova: www.toefl.org
Livro que usei no curso:Longman Preparation Course for the TOEFL iBT Student Book with CD-ROM and Answer Key 

Da visita:

Tem algo comum que acontece por essas bandas e que é bem diferente na terrinha. Aqui, quando você vai se candidatar a uma vaga numa universidade existe a possibilidade de antes de se inscrever para a vaga (pelo menos a de mestrado e doutorado), conhecer a faculdade. Esses dias eu fui na "Open House" de um curso e achei super interessante.

Sim e o que é isso mesmo? Bom, esse evento é patrocinado pelo curso e quem estava a frente foi a funcionária responsável pela seleção dos alunos, Julie. Veja bem, o recrutamento é parte essencial de qualquer boa seleção, então ter alguém para cuidar desse setor é fundamental.  Uma coisa que me chamou atenção foi Julie se apresentar assim, pelo primeiro nome, algo que não é muito comum por essas bandas, mas a idéia é deixar o ambiente familiar. Aí, tinha uma mesa oval enorme, cada lugar com uma pastinha contendo a cópia da apresentação em powerpoint que ela fez, além de panfletos sobre a cidade maravilhosa de B'ham (hai-ai) e sobre o programa. Claro, uma lista com os melhores cursos também (porque americano adora lista das melhores tudo). Antes dela começar a apresentação, os possíveis candidatos (sim, porque a galera estava lá para saber se valeria a pena se candidatar e também se mostrar) fazem uma apresentação rápida. Eu era a única estrangeira e quando falei que trabalhava coma Dr. Scarinci, Julie achou o máximo e comentou com a professora que também estava presente e que é a chefe das admissões. Ponto pra mim! Daí, a professora começou a falar dos materias necessários para se candidatar, falou um pouquinho do curso e foi embora. Julie prosseguiu com a apresentação, explicando o que o profissional da área faz (oi? A pessoa chega até lá sem saber o básico? Acredite, tinha gente perdida por lá), qual a média salarial, depois fala do curso, das aulas. Tinha um aluno de doutorado presente que acabou falando um pouco da maravilhosa experiência dele como aluno (sim, sei!). Depois disso, ela repetiu o que seria necessário para aplicar e foi falar de B'ham. Gente, foi tanta coisa boa sobre a cidade que por 10 minutos eu pensei que estava em outro lugar. Pronto, ela vendeu o peixe dela. Depois abriu para perguntas e foi uma mais ridícula que a  outra. Acabou com ela dizendo que a gente poderia entrar em contato para tirar dúvidas e ela lembrou que havia alguns snacks numa mesa próxima e que era para a gente. Ninguém foi lá conferir e todo mundo começou a se levantar para ir embora.

Eu tinha algumas dúvidas por ser aluna internacional, juro que iria mandar um email perguntando, mas era sexta de tardinha e eu precisava saber já. Queria confirmar algumas coisas e entender o que eu teria que fazer. E fui até Julie dizendo que eu tinha algumas dúvidas, mas não queria chatear os outros porque são dúvidas relacionadas a alunos internacionais. Os outros possíveis candidatos viraram estátuas, ficaram de pé, na frente da porta, esperando eu terminar a conversa. Achei esquisitíssimo, como se eu estivesse tentando ganhar pontos extras. As perguntas foram em relação a documentação, pagamento, meu mestrado no Brasil etc. Levou uns 5 minutos e ninguém saiu da sala! Ninguém! Sendo que tinha gente na porta.Tudo bem, eu peguei as informações, ela me deu uns contatos (que eu não entendi porque ela soletrou letra por letra numa velocidade espetacular e tive que me virar para achar a pessoa- eu acho que é mulher, mas como aqui homem e mulher têm o mesmo nome...). Pronto, agora vou escrever um email para a Julie agradecendo, porque  isso é ser política e educada, além de ser bem visto. Então tá, eu faço.

06/06/2012

Verão = piscina

Aí que eu cheguei em casa, com duas malas carregadas de comida e uma casa que não via faxina há 21 dias. Pense! Mas estava sol e eu fiquei feliz. E sol (com calor) por essas bandas é sinônimo de piscina (aqui não tem praia). Pode ser de plástico ou "de verdade", o negócio é refrescar o calor. Bom, eu moro em um condomínio de casas e tem uma piscina para todo mundo. Por aqui, a piscina abre para uso em maio e fecha lá para setembro. Quando cheguei em casa recebi a cartinha abaixo com o cartão de acesso a piscina (repare como o nome do meu marido está escrito, Almeida é difícil de escrever :) ). Bom, na carta está descrito as regras para utilizar a piscina. É tanto não pode e só pode que eu até perdi a vontade (muito embora eu não fosse fazer nada do que eles listaram, mas é que é muita regra!) e a última é a melhor: as roupas de banho têm de ser...americanas :). Juro que fiquei pensando na piscina cheia de brasileiras de fio dental, imagina o escândalo!


15 regras para tomar um simples banho de piscina


No cartãozinho rosa com o nome do meu esposo tem as regras resumidas, vai que você esquece, né?
Ps: As regras são necessárias para evitar processo futuros. É assim que as coisas funcionam por aqui. Tudo tem de estar explicadinho e claro, documentado. Afinal, ninguém poderá dizer que não sabia que não poderia pular o muro depois das 8pm para tomar banho de piscina. Acredite, tem cara de pau para tudo!

04/06/2012

21 dias de férias e das coisas que aprendi

21 dias comendo filé mingnon e picanha. 21 dias sem limpar nada e encontrando tudo limpo. 21 dias sem cozinhar e comendo tudo de melhor. 21 dias recebendo amor da família e amigos. 21 dias dizendo "que calor nessa cidade!". 21 dias tendo o mar como plano de fundo. E agora, o que faço? Quero voltar...

Pois então, as férias acabaram e não deu tempo de fazer nem a metade das coisas. Tivemos muitos contratempos, o que gerou ansiedade e confusão nas férias, mas né, fazer o quê? Agora estou tentando entrar no eixo novamente.

Sim, aprendi que:

* A comida em Salvador é cara pra caramba (eu achava que aqui as coisas eram caras, mas tomei um susto nos mercados e restaurantes). E eu estou falando de comida porque  roupa, sapato e afins é um absurdo de caro!

* Como eu conseguia dirigir em Salvador? Que loucura é aquela gente?

* A saudade que sentia não era da comida, não comi nem metade das coisas que queria. A saudade era das pessoas, era de ir com minha mãe, irmã e cunhado comer a torta carequinha e não a torta carequinha em si. Saudade de conversar com a parentada e rir dos causos antigos que vivemos juntos ou de outros que cada um viveu. Saudade de ir no Maná com a amiga ou de acompanhar o crescimento dos filhinhos dela.

* Comparada com a vida e a correria de Salvador, B'ham é maravilhosa e embora eu não queira voltar a morar no Brasil, na volta, eu chorei de saudade e fiquei pensando em mil possibilidades de voltar a morar na terrinha, "só" para ficar perto das pessoas que me fazem feliz.

* Não posso viajar de ônibus, passo muito mal e não tem remédio de enjôo que dê jeito! (preciso ler isso aqui antes de viajar). Agora, se for viajar para o interior, alguém precisa me buscar. Sofri muito viajando de ônibus!

*Eu estou confortável com a distância entre pessoas exigida pela etiqueta americana e me senti invadida. Também senti falta da educação (mesmo que falsa) dos funcionários dos supermercados e da agilidade como as coisas são resolvidas.

* Não devo tirar visto em Recife, mesmo que a primeira vista haja uma economia nas passagens. Eles são muito atrapalhados, mal treinados e claro, muito mal educados! E apesar de eu já ter saído com o visto aprovado dos EUA, perdi 4 dias das férias e mais uns 5 dias de ansiedade por conta de tamanha incopetência.

e por último, essa vale para todo mundo:

* Nunca, jamais, em hipótese alguma acredite quando olhar no painel do aeroporto que o seu vôo está 2 horas atrasado. Mesmo que você se dirija ao portão de embarque e o funcionário da América Airlines confirme que o vôo vai atrasar. Não confie nunca! Você pode perder sua conexão para casa e isso não é nada agradável, Hunft!

Bom, agora é tentar entrar no ritmo outra vez!

Todo dia que planejava ir à praia, chovia, mas tive que ir mesmo assim, né?