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28/01/2016

Dos roncos e sustos

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19 hs de uma terça qualquer. Coloco Alice para dormir e vou trabalhar. Marido está dando aula. A casa está silenciosa. Pego o computador e começo a trabalhar. Luffy sobe no sofá e fica esquentando meu pé. Um tempo depois ouço um ronco. Confiro a câmera da babá eletrônica, Alice está bem. Volto ao trabalho. O ronco persiste. Subo e mudo Alice de posição. Volto ao trabalho. Começo a ouvir o ronco outra vez. Cutuco Luffy, esse cachorro pode roncar alto. Continuo o trabalho. Tempos depois, ouço o ronco outra vez. Será que estou doida? Ligo a luz da varanda para verificar se tem algo lá fora fazendo barulho. Tava frio, estava muito vento, vai que...Luz ligada, separo as persianas para ver se consigo achar a causa do barulho. Vejo alguém sentado na cadeirinha da varanda (não dá para ver a pessoas). Penso que marido resolveu contemplar o frio...vou abrir a porta e lembro que ele não é do frio. Verifico para ver se o carro dele estava estacionado e  não estava. Me contorço para ver a pessoa melhor. POis é, tinha um homem dormindo na varanda. Roncando. Estava muito frio (sensação de -1c, o que para Flórida é neve). Eu pensei em sair para ver quem ele era, sei lá, perguntar algo, mas...perigo né? Tem alguma coisa errada nesse cenário. Ligo para marido, está perto da hora dele voltar e peço para ele ficar mais um pouco. Sei lá o que essa pessoa pode fazer. Ligo para a policia. A atendente diz que é estranha a situação. Menos de 4 minutos, chega a policia. Ouço eles tentando conversar com o homem. Ele não responde. Chamam a ambulância e batem aqui em casa para explicar a situação. O homem não consegue falar, nem andar direito, eles acham que deve estar sob o efeito de muita coisa. O policial diz que tinha visto ele de manhã andando nas redondezas. Meu coração estava super acelerado, mas a policial resolveu tudo. Daí, sai a vizinha e fala que dias atrás viu esse homem no condomínio e quando chegou, viu que ele estava dormindo aqui em casa, mas ficou com medo de me assustar batendo na porta do fundo (?!). POrque né, ver um homem dormindo na sua varanda não é assustador.


13/01/2016

Tranformando duas em uma

Negócio "engraçado" quando você tem filho e as culturas e tradições de cada um dos pais se misturam para formar uma única família. Se aqui em casa, ambos somos brasileiros, ambos baianos e ainda entramos "em choque". Fico imaginando como deve ser com minhas amigas casadas com  gringos.

Se tem uma coisa que me irrita é que para meu marido (não é questão de personalidade aqui e sim de cultura familiar mesmo) tudo tem um jeito certo de se fazer. Não estou dizendo de questões morais e sim coisas simples. Tem um jeito certo de abrir tal coisa, de guardar tal coisa, de pegar tal coisa. Ahhhhh, acho um saco! Na cultura da minha família, existem várias formas de se fazer algo, umas mais fáceis, outras mais difíceis, mas você pode tentar. Na do meu marido, só tem uma.

Se tem uma coisa que irrita meu marido (não é questão de personalidade aqui e sim de cultura familiar mesmo) é que eu faço as coisas sem pensar nos outros. Na minha cabeça, eu estou com um problema, paro, penso numa maneira de resolver e resolvo. Não fico me martirizando nem perdendo meu tempo. Isso é flexibilidade mental, uma das características de pessoas inteligentes (Ha!). Para ele, eu não dou importância, eu tento o caminho mais curto, não sou cuidadosa. Vê isso.

Um exemplo ridículo (para vocês terem ideia da minúcia da coisa), compramos uma airfryer e fomos fazer batata baroa "frita". Eu almocei, ele almoçou e sobrou um pouco. Eu peguei o "quetchichapi", que estava fechado e tentei abrir para tirar o lacre. Tentei, tentei e nada. Dei para ele que também não conseguiu. Minha ideia foi de, sem tirar a tampa, eu faria um furo no lacre e pronto. Marido ficou chateado, diz que quando faço isso, acaba saindo ketchup para tudo que é direção (o que é verdade), que ele acaba se sujando etc, que era para eu esperar ele acabar de comer, que ele abriria o negócio. Se você me conhece sabe que eu não sei esperar, especialmente quando é comida, especialmente quando é algo para ser comido quente e que não presta ser "requentado". Eu olhei para ele e furei o treco mesmo, feliz e contente. Ele me olhou bem chateado. Eu disse simplesmente "quando você terminar, é só abrir o lacre todo", porque né, dessa forma seria bom para mim, que comeria a batata quentinha e para ele, que quando fosse usar o negócio, estaria do "jeito certo". Ele ficou enfurecido por causa disso. Tipo, por causa disso?! Porque simplesmente eu "não fiz do jeito certo".

Estamos juntos faz 11 anos e meio e mesmo assim ainda passamos por esses "problemas". Fico só imaginando como será quando Alice crescer um pouquinho.