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26/05/2014

O fim das aventuras na Magic City

Pois então, chegamos em Gainesville!!! Depois de muita confusão com a assinatura do contrato, depois de mais confusão com a empresa de mudança, depois de muita dor nas costas de tanto empacotar, depois de 4 anos morando em um lugar que não gosto e claro, depois de 8 horas dentro de um carro lotado com nossos cacarecos e com um cachorro que não consegue parar quieto (ele estava numa sacolinha, mas ficou bem estressado), chegamos nos primeiros minutos do dia 24/05 na nossa nova moradia.

Teve choro e riso, assim mesmo, tudo misturado, ainda lá em Bham. Eu não conseguia acreditar que o dia da mudança tinha chegado. Dizer que estava feliz não faz jus ao turbilhão de bons sentimentos que estava sentindo. Feliz é muito pouco para tudo isso.

Aqui em Gainesville as pessoas se vestem coloridas, cada um tem seu próprio estilo. Aqui a população é de jovens e tudo parece tão leve. Aqui é muito, muito iluminado. Aqui tem transporte público e tem passeio(ou calçada) nas ruas. Aqui você pode pedir suco natural de frutas em alguns restaurante (não-brasileiros) e até guaraná Antartica. Aqui a bolha individual é menor e é muito mais gostoso. Aqui tem gente que sonha em conhecer o Brasil e que fala português. Aqui as coisas são bem mais baratas. Aqui as pessoas vão almoçar com saída de praia, pois saem da piscina ou dos springs direto para os restaurantes. Aqui a coisa é mais informal. Aqui fala-se muito espanhol. Aqui o ritmo é desacelarado. Aqui não tem tanta panelinha por etnia. Aqui os casais andam de mãos dadas. Aqui é tudo bem pequeno e pertinho. Aqui a gente vai ser feliz!

Pois então que ainda volto para Bham (medo!) para finalizar um trabalho e óbvio, para a formatura do neurologista mais sabido que esse mundo já viu. São mais 3 semanas que ficarei lá e cá e depois oficialmente termino as aventuras na magic city.

Na estrada
No meio da bagunça

Suco de goiaba de verdade

15/05/2014

Residencia medica nos EUA: o caminho do meu marido

“Como foi o caminho do seu marido ate chegar ai?” Essa eh uma das perguntas que mais me fazem. Entao, abaixo vou colocar os principais pontos. E gostaria de lembrar que esse foi o caminho do meu esposo, mas conhecemos medicos brasileiros que fizeram outros caminhos ate a residencia e deu certo tambem.

1.       Intercambio de pesquisa- Leo foi selecionado para fazer um intercambio de pesquisa atraves de uma parceria entre o governo brasileiro e o governo americano. Ele fez um semestre de pesquisa na LSU. Nesta epoca (jan/2008) ele estava no 11o  semestre da faculdade e estava no internato. Ele aproveitou para fazer o rodizio (ou rotacao, parece que cada estado chama de um jeito) de pediatria la. Alem disso, passou umas semanas em um service da neuro la em Minessota. Dai, alem de querer fazer a residencia aqui, ele conseguiu 3 cartas de recomendacao: 2 neurologistas e 1 neuropediatra.

2.       Provas dos steps- quando voltou ao Brasil, jah definido que queria fazer a residencia nos EUA, ele comecou a estudar para o step 1 em set/2009, se formou em dezembro e fez a prova do step 1 em jan/2009. Em marco ele fez o step 2 (o CK) e em julho o step 2-pratico (o CS), que eh feito nos EUA. PS: nao eh necessario finalizar o curso de medicina para comecar a fazer as provas.

2.1- a burocracia: ate voce se inscrever no ecfmg, conseguir todos os papeis, as traduces, etc pode demorar. No caso do meu marido demorou bastante. Eu acho que uns 4 meses ate ele receber o ok para fazer os steps.

3.       As entrevistas- depois dos resultados das provas, ele pesquisou na internet todos os servicos de neuro. Separou os que ele mais se interessou e fez a inscricao. Ele foi chamado para as entrevistas e passou 1 mes aqui para ser entrevistado (isso foi em dez/2009).

4.       Resultado- o match saiu em mar/10 e ele conseguiu a vaga na UAB (aqui o sistema de residencia eh um so e cada candidato so passa em um unico hospital)

5.       A papelada- Depois foi corer atras da carta do ministro da saude, tirar o visto, vender nossas coisas e mudar.

Quer saber mais sobre como ser médico aqui nos EUA? Acesse mediconoseua.com 

Observacoes:

Mestrado- Quando acabou a faculdade, meu marido comecou o mestrado no Brasil o que ajuda a fazer curriculo.

Dinheiro gasto- Comentei aqui qual foi nosso investimento para embarcar nessa viagem e comentei aqui sobre o salario do residente
Links interessantes

09/05/2014

Das boas mudancas

Porque eu tanto falei das coisas ruins, que quando melhora, tambem merece post. Pois entao que estamos de mudanca. Voce sabe o dia? Nem a gente...aquele longo processo de muita enrolacao que so acontece aqui nessa terra perdida. Oremos para que tudo ocorra bem. Mas a ideia hoje nao eh reclamar e sim contar como uma simples mudanca melhora a vida de todo mundo.

Marido e eu tivemos varios problemas com os documentos quando chegamos. Joazinho responsavel pelo nosso DS, escreveu nossos nomes errado. Jose responsavel pelo social security tambem e ai a coisa foi ficando complicada. Meus documentos estao ok, mas os do marido nao. Dai que ele foi corrigindo os documentos ao longo desses anos e chegou a hora do tao temivel social security*. Ele foi la ajeitar o nome porque queremos comecar tudo certinho na Florida. Marido estava tao empolgado com o que presenciou que me ligou ainda da estrada. Ele disse que esta tudo reformado por la e que muitas mudancas foram adotadas. Primeiro que tiraram aqueles vidros enormes que separa voce do atendente, o que me faz ter a certeza que algumas pessoas espertas leram estudos socias e resolveram colocar em pratica (ponto para elas!). Segundo que a fila eh bem pequena porque muita coisa pode ser feita na internet. E terceiro, tem gente treinada para fazer o basico e 1 funcionario especialista em corrigir as merdas que eles fazem  os problemas.

Claro que quando meu marido explicou a situacao, o cara ja foi questionando se ele tinha tirado o social la, meu marido disse que sim e que inclusive, ele tinha feito com aquele funcionario. Eu sei que conversa pra ca, conversa para la o cara disse que nao tinha como resolver. Marido pegou a pasta de documentos e explicou ponto a ponto, ate que o funcionario entendeu a situacao e nao so disse que poderia resolver como resolveu a parade. Meu marido disse que ele fez ate piadianha sobre os Gators e apertou a mao dele quando ele saiu. Ate  desejou boa sorte na Florida. Serio, mudou muito e ficou melhor. Desse jeito, eu ate estou pensando em adotar o nome do marido como ultimo nome (brincadeira, eu ainda acho esquisitissimo e nao vejo nenhum sentido em mudar o nome depois de casar, mas com tanta agilidade se um dia mudar de ideia, sei que seria facil)

* o social security eh uma especie de cpf aqui nos EUA