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27/08/2013

O casamento muçulmano




Pois então, fomos convidados para o Nikah. No dia anterior tinha acontecido o Manjha, que segundo o noivo é onde acontece as danças (mas o google me disse que é o dia da pintura de henna também). Fomos para o casamento propriamente dito. O convite dizia que o evento começaria as 18hs e o casamento iniciaria as 19hs, seguido do jantar às 20:30. O noivo mandou uma mensagem para marido dizendo que ele chegasse umas 18:40, pois o evento só começaria as 19hs e lá fomos nós.

Chegando lá nos deparamos com essa cena. Tipo um lanchinho até a  hora do casamento. Tinha chá, água e essas comidinhas para alegrar a barriga dos convidados. Embora nesse casamento não tenha havido a separação de homens e mulheres foi engraçado notar que mesmo não sendo exigência, as pessoas ficavam separadas por gênero mesmo. Eu contei 2 casais ocidentais (eu e marido inclusos) e a esposa do amigo indiano de marido. Mas quem liga para os ocidentais numa hora dessas? Nossa, eu fiquei reparando nas roupas, nos sapatos, nos cabelos! A metade dos homens estava de paletó e  gravata e a outra metade com roupas típicas que eu amei! As mulheres estavam com roupas típicas também. Tinha mulher com lenço na cabeça, mulher mostrando os braços, mulher cobrindo tudo (tinha uma de burca). O noivo disse uma vez que os paquistaneses são os indianos muçulmanos, então talvez essa seja  a diferença entre os outros muçulmanos, uma pitada ardida da Índia (vale lembrar que o noivo é um muçulmano de araque já que come porco, não faz as rezas obrigatórias etc). Minha amiga indiana disse que quando mais proxima dos noivos, mais arrumada a mulher fica.

Lanchinho inicial. Eu só consegui comer o grão de bico,  até os veggies fritos estavam terrivelmente apimentados

As mulheres conversando e comendo o lanchinho da entrada


Lá para as 19hs, entramos no salão. Na frente ficava o altar para o casamento e muitas mesas com cadeiras. As mesas reservadas para a familia estavam proxima do altar e as outras estava liberadas. As pessoas foram sentando e como as mesas cabiam 10 pessoas, desconhecidos iam sentando juntos. A família só entra na hora do casamento mesmo. Em cima da mesa tinha um saquinho com chocolate para cada convidado e no final do casamento recebemos uma caixinha com nuts, frutas secas e chocolates. Enquanto o casamento nao começava, os garçons trabalhavam servindo bebidas (não alcoólicas né).

Só sei que o casamento comecou as 21hs. Antes do casamento, eles chamaram o pessoal para rezar em uma outra sala, não fomos. Ai vai entrando as pessoas ligadas aos noivos: irmão, amigo, sobrinhos...todo mundo sendo anunciado e caminhando. As vezes os convidados batiam palmas para as pessoas que entravam, as vezes não. Quando o noivo entrou com os pais teve até gritinhos. Depois vem a noiva com o pai do lado direito e a mãe no esquerdo. Ela passou o tempo todo olhando para o chão, muito, muito, muito triste. É muito diferente do casamento ocidental que a noiva até entra emocionada, mas bem feliz. Teve uma hora que eu ate me perguntei “será que ela quer casar mesmo?”. Ai, falei com minha amiga indiana do porquê daquilo, de repente, se a noiva esboça felicidade é sinônimo de desrespeito, vá saber. Bom, eu tinha pesquisado no google que a noiva fica triste em alguns momentos porque ela vai se separar da família, mas a noiva desse casamento ficou triste o tempo todo. Tipo, muito triste. E  no caso, ela mora longe da família faz tempo, então fiquei achando que mostrar felicidade poderia ser ofensivo para a cultura deles.

Quando a noiva entrou, depois que eu me acostumei com a cara de tristeza, pude olhar a roupa e jóias. Ela estava de vermelho. A roupa era bem trabalhada. Henna nas mãos, muitas pulseiras e aquele negocio que passa na cabeça e prende no nariz (o google disse que chama Nath). Ela estava muito bonita, muito mesmo! Bom, ela sentou ao lado do noivo no altar. Os pais dos noivos também sentam no altar.


 
Foto da nossa mesa para mostrar que Leo ficou de costas para o altar

Ambiente do casamento

Os familiares entrando

A noiva

O casamento estava começando

O “pastor” disse que devido ao adiantar das horas ele iria apressar a coisa. E nossa, o que ele falou é muito igual ao que os padres/pastores falam nos casamento cristão. Aquela coisa de respeitar o outro, ter paciência etc. Ele usava trechos do Alcorão para ilustrar os fatos. Eu sei que ele enfatizou muito que o homem tem de tratar bem a mulher, que a mulher merece atenção e tal. Depois ele falou do presente que o noivo deu para a noiva (como ele disse, para mostrar que as intenções do noivo eram sérias). Na verdade ele não disse o que foi o presente, só disse que o noivo deu (minha amiga indiana disse que normalmente eles acordam um valor em dinheiro). Dai ele pergunta se a noiva quer casar por vontade própria ou esta sendo obrigada e o mesmo para o noivo. Eu não ouvi as respostas, então não sei se é uma pergunta retórica, se a resposta é um balançar de cabeça ou se eu não ouvi porque estava longe mesmo. Finaliza com uma prece. E aí eu achei o máximo! Tinha cristão, tinha muçulmano e tinha hindus rezando e pedindo coisas boas para o casal. Né legal isso?

Pronto, acabou o casamento. Os familiares se aglomeraram para tirar as fotos e os convidados foram para o buffet finalmente jantar. Voltamos para sentar com os pratos cheios e os familiares se concentraram lá na frente falando no microfone para os noivos. Nessa hora pareciam duas festas diferentes. Infelizmente só dei 4 garfadas no jantar. Apesar de adorar a comida (eram as mesmas coisas que comemos no restaurante indiano), a comida estava no grau máximo de pimenta. Meu esôfago ficou desconfortavelmente ardido e aqui eu parei e comi chocolate, bebi refrigerante e água para melhorar a situação. O casal de indianos comeu tudo, mas os 3 ocidentais e mais 1 indiano não deram conta de tanta pimenta. Depois do não-jantar, veio a parte dos doces. Tinha o bolo do casamento já cortado em fatias e muitos docinhos. Eu acho fantástico que eles não usam chocolate para nada e as sobremesas são bem boas (nada comparado aos nossos doces, mas pelo menos, diferente do jantar, eu pude comer com prazer).



Uma das fotos depois do casamento

 


Na fila do buffet tinha uma moça de burca. Imagino que esse seja o modelo festa. Note que do outro lado só tem mulher e eu fiquei na fila "dos homens".


Aí o casamento acabou. Levantamos para falar com os noivos e fomos embora. Ah, no caso desse casamento, como o noivo mora em Bham e  a noiva na Carolina do Sul (ela faz fellowship lá) eles colocaram no convite que não queriam presente. Vimos muitas pessoas com cartões (provavelmente o dinheiro estava lá dentro), mas não havia local para guardar e nem como dar aos noivos. O nosso cartão entregaremos no evento do casamento que terá aqui em Bham.

Ps: a qualidade das fotos está um horror. Desculpa, tá.

24/08/2013

um pouquinho da crise da falta de médico nos EUA

O Marcos sugeriu que eu comentasse essa materia. Achei interessante e resolvi trazer a discussao principalmente pela possibilidade de comparacao que o momento da medicina no Brasil possibilita.

Bom, o artigo basicamente aponta as dificuldades que os medicos estrangeiros enfrentam para “validar” o diploma aqui nos EUA. O problema eh que com a nova lei da saude americana, o pais que jah contava com a falta de medicos, vai precisar urgentemente desses profissionais (e de outros profissionais da saude, especialmente enfermeiros). O artigo discute que muitos medicos chegam nos EUA jah treinados e que precisam passar por mais treinamento (pelo menos 4 anos sem contar com as provas, entrevistas etc que antecedem o treinamento em si). A autora usa o Canada como exemplo dizendo que lah os medicos que se formaram em outros paises de lingua inglesa (EUA, Irlanda, Inglaterra e Australia) e que queiram ser clinicos (a base da medicina no Canada), nao precisam passar por mais treinamento.

O problema no artigo eh que a autora descreve o processo para a entrada na residencia como sendo algo quase impossivel e esquece de salientar que o processo eh exatamente igual para os medicos formados nos EUA. Nao ha injustica no processo, ele eh ruim para todos os candidatos independente do lugar que ele se formou. O estrangeiro precisa sim de experiencia aqui nos EUA, coisa que quem jah estuda aqui nao precisa. E claro, se formando no pais, o candidato acaba conhecendo mais as provas dos steps, estudando mais focado, essas coisas. Mas existem cursos focando os testes e livros.

A autora levanta a questao de que mesmo os medicos formados em locais “com sistema avancado de medicina” como Japao e Inglaterra, precisam refazer a residencia aqui. Nao posso falar do Japao, mas a medicina na Inglaterra eh bem diferente daqui. Talvez fosse o caso de diminuir o tempo de residencia de medicos formados nesses lugares, mas eu duvido muito que os EUA resolva validar automaticamente os diplomas dos medicos. Infelizmente a autora só entrevistou médicos vindo de países em desenvolvimento, não nos deu a oportunidade de saber o que os médicos treinados em paises "desenvolvidos" acham do sistema aqui.

No artigo ha relatos de medicos que mudaram pra ca e nao conseguiram validar o diploma ou descreve a trajetoria longa dos que conseguiram. Parafraseando o Renato, eu acho que tudo tem a ver com planejamento. Tem gente que espera se formar para tentar vir para ca. Nesse caso, o tempo para conseguir a vaga sera maior por conta do processo. Tem gente que na epoca da faculdade vem, consegue as cartas de recomendacao, comeca os steps antes de se formar e pronto. Cada pessoa vai tracar um caminho diferente.

Os orgaos relacionados a medicina americana dizem que diminuir o tempo de residencia para medicos estrangeiros podera impactar na qualidade do sistema americano e que medicos formados em paises pobres, paises que jah sofrem com a escassez de medicos, podem decidir imigrar para os EUA (quem acha que os EUA eh bonzinho assim e se preocupa com os outros levanta a mao? Embora isso seja um problema de fato, eu duvido que o pais pense verdadeiramente nisso). No proprio artigo, um medico daqui deixa claro que isso nao eh mesmo problema dos EUA. Ele diz que as pessoas devem escolher onde morar.

O artigo mostra tambem que menos de 50% dos candidatos estrangeiros conseguem uma vaga na residencia. Enquanto que 94% dos americanos conseguem. Na propria materia ha uma explicacao para o fato. Um medico estrangeiro diz que tirou notas baixas nos steps e nao consegue a vaga da residencia por isso. Pessoal, infelizmente aqui nos EUA a nota das provas, em qualquer area, eh extremamente importante. Aqui na regiao tem uma escola internacional (publica) e uma outra escola publica “normal”. A escola internacional eh bem dificil, tem prova de admissao, ela da o conteudo da high school em 2 anos e os outros 2 anos sao voltados para projetos internacionais, linguas, enfim, muita coisa diferente. A chance de uma pessoa tirar A na escola internacional eh menor que na escola publica normal. Mesmo assim, os alunos que so tiram A na escola publica normal conseguem mais bolsas de estudo e vagas em universidades que os alunos da escola internacional. Eu nao estou inventando. Eu vi e vejo isso aqui. Nota da prova, esses negocios de GPA eh muitissimo importante e pesa muito. Entao, se nao tiver preparado para a prova, se tirar nota baixa, vai ser dificil mesmo. Outra coisa, tem muita gente que aplica sem ter experiencia aqui. Jah digo logo que nao sera aceito. Quanto a diferenca de porcentagens na taxa de aceitacao, eu entendo os hospitais, eh muito mais seguro (do “verbo” menos chance da pessoa desistir) voce dar a vaga para alguem que jah conhece o sistema do que alguem que chegou faz pouco tempo.

Dai o artigo encerra falando de um problema serio: as vagas de residencia permanecem constante enquanto que as as vagas nas faculdades e estudantes de medicina daqui estao aumentando. Ou seja, “poucas vagas para os medicos estrangeiros”. Ai sim, isso vai ser problema porque eles estao precisando de medicos, mas nao estao aumentando as vagas. 

As sugestoes da autora para melhorar a situacao sao: acordos com outros paises, aceleracao da residencia ou reconhecimento dos estudos.

Mas sabe, o que eu acho complicado mesmo eh que o pais esta precisando de medico, treina os residentes (gasta dinheiro!) e depois dificulta muito a estadia dos mesmos no pais. Em teoria o medico tem de retornar ao pais de origem por pelo menos 2 anos, caso deseje ficar precisa trabalhar 2 anos em uma area que tenha escassez de medico ou no VA (aqui por 3 anos). O visto muda para o H e o/a companheiro/a nao pode mais trabalhar. O que acontece? Muito medico vai para o Canada (porque o processo de cidadania eh mais facil e todo mundo pode trabalhar alegremente enquanto espera o processo) ou volta para o pais de origem. Isso sim me parece estupido.


Quer saber mais sobre como ser médico aqui nos EUA? Acesse mediconoseua.com 

20/08/2013

Bye bye Bham

As despedidas já começaram. Hoje pela última vez na vida, marido está no hospital até mais tarde como backup. Né legal? Vamos aproveitar o restaurant week e comemorar o fato amanhã. Faltam 10 meses e meio para a mudança e exatamente 1 mês para sabermos nosso próximo destino. E olha a foto que ele mandou da jantinha no hospital. Arroz com feijão :) (não sei que carne é essa. Tá estranha, tá esquisita...)


Enquanto isso no Brasil...
A esposa do meu primo teve um AVE e está em estado grave. Nossa que dó! Ela tem menos de 40 anos! Queria que marido estivesse lá para ajudar...

09/08/2013

Mais causos

1. O bom de morar em cidade pequena é que as 18hs de um sábado você escolhe o filme que vai assistir. A sessão será as 19:25 e você sai de casa às 19hs. O cinema fica uns 12 minutos da sua casa e você sai de casa às 19hs. Mas aí, esquece que tem de devolver o DVD. Para no mercado. A fila para pegar/devolver o DVD está grande. A pessoa que está na máquina do redbox, vê que você está com o DVD na mão só para devolver. Ele pergunta se você quer devolver. Ele não havia escolhido o filme para alugar, estava indeciso, mas estava no processo. Eu, óbvio, aceito e agradeço tanta gentileza. Volto para o carro, chego no cinema e é tranquilo encontrar vaga para estacionar. Não há filas para comprar os ingressos. 19:25 você está sentada confortavelmente em uma sala de cinema que não congela e assistindo as propagandas antes dos trailers (no Brasil também passa 10 minutos de propaganda antes dos trailers?).

2. Você está feliz e contente indo para o jazzercise, saiu cedo de casa e não precisa correr para não perder o alongamento. Como todo dia, você pega o atalho para cortar todas as sinaleiras (ou faróis, dependendo da sua região) do caminho. O atalho é estreito, tem um "dispinhadeiro" na direita e você sabe que tem de dirigir devagar. Quando você entra na curva o que você vê? Um menino de uns 13 anos andando de skate, descendo a via em direção a seu carro. Você testa os freios do carro novo e fecha os olhos esperando a porrada no menino e a porrada do carro que vem atrás. O menino se safa e ainda da um sorrisinho. O outro carro também....Você pensa ufa! Até que vem outro skatista andando devagar no acostamento (na verdade, não tem acostamento, é muito estreito para isso, ele está andando, nos 10 cm que fica entre o amarelo indicando o final da pista e o muro de proteção do despenhadeiro). Como ali não é lugar pra gente andar, ele tropeça e como ele não quer cair metros até o chão, ele se joga na pista, na frente do seu carro. Mais uma freada brusca. Mais uma respirada aliviada e uma promessa de sempre pegar a pista cheia de sinaleiras. Atalho nunca mais!

3. 2 semanas depois da chegada de Luffy, resolvemos, no meio da caminhada, soltar ele. Só porque ele é muito bonzinho e estávamos numa área cercada. Aí a gente soltou e o bicho, passou pela grade e ganhou o mundo. Sério, não sabia que ele corria tanto! Lá vai eu e  marido correndo atrás dele. Dois alucinados. Porque né, ele corre no meio da pista. Na época ainda não tínhamos assinado os papéis da adoção. Pense aí! Uma hora, ele voltou correndo feliz, mas uns 2 mestros antes de chegar perto da gente, deu meia volta e ganhou o mundo. Aí, ele resolve entrar na casa de uma pessoa. A gente viu de longe. O morador fechou a porta da casa. Pense! Claro que ele escolheu uma casa com um dono estranho. Sei que o morador abriu a porta, entregou o cachorro e ainda puxou nossa orelha. Luffy só ficou "solto" outra vez no parque de cachorro que é devidamente cercado.

06/08/2013

WTF?!

Cansa ser tratada como se você tivesse feito algo errado, cansa ter de correr atrás para resolver algo que os cabeças de bagre não resolvem, cansa ter de ir e voltar para o mesmo lugar 10 vezes para resolver coisas, cansa passar noites em claros porque não dá para dormir com tanta coisa para ser resolvida. Minha cota de Alabama acabou nessa vida! Se eu acreditasse em inferno, isso aqui seria o mais próximo que eu posso imaginar. Cheia desse lugar e louca para fugir e nunca mais pisar os pés nessa parte do mundo!
Eu estou tão cansada que nem forças para chorar eu tenho. E eu que pensei que a ladainha da renovação da última carteira de motorista seria a última "surpresa" desse inferno. Sério, tá phoda! Nessas horas, Salvador volta a ser interessante...Pior mesmo é ser "acusada" de fazer coisa legalmente errada quando você é toda certinha. Marido coitado, tá no hospital e resolvendo tudo e olha, nem ele dormiu essa noite (para você ter uma noção do estrago de tanta gente incompetente junta). Marido é a pessoa mais tranquila e calma que eu conheço. O Alabama tá tirando o que eu tenho/tinha de bom...
Olhando pelo lado positivo, não há lugar pior que aqui, então independente da nossa próxima parada, vai ser bom porque simplesmente não tem como piorar (Murphy, isso não é um desafio, só uma forma de acentuar meu descontentamento, por favor!). A minha última foto aqui já foi planejada, agora só faltam 11 meses para a mudança. E se puder, 11 meses tranquilos, porque se nem mais lágrima eu consigo produzir quando os Alabamians aprontam uma das suas, a coisa está feia mesmo.  
 UPDATE: A Inaie escreveu um post ótimo hoje. Digo isso porque quando publiquei o primeiro parágrafo desse post no FB, muitas pessoas queridas (eu não estou sendo irônica, são pessoas ótimas de verdade) me pediram calma, falaram que eu deveria usar a experiência para aprender algo, que tem coisa pior no mundo etc. Olha, eu não condeno quem falou isso, porque né, você quer mostrar empatia com seu amigo sofredor e essa é uma forma de fazer, mas gente, fala sério, eu tou triste com a situação, eu  quero aprender algo? 3 anos só recebendo na cara, eu vou aprender o que?! Que Bham não é lugar para mim eu aprendi faz 2 anos e 11 meses

05/08/2013

casamento muçulmano

Aí que fomos convidados para um casamento muçulmano em outra cidade. Compramos as passagens, reservamos o hotel, estamos olhando hotel para Luffy ficar. Daí eu comecei a  pensar que tipo de roupa deveria usar para não ofender ninguém. Falo com a noiva e ela me diz que a idéia é usar algo longo (que pelo menos cubra os joelhos) e com manga (pode ser um bolero). Saio a  procura...os vestido com casacos são para as pessoas mais velhas por aqui (o que eu entendo perfeitamente). Poderia comprar um bolero separado, mas não achei nada apropriado para a noite. Não achei nenhum vestido com manga (na verdade achei 2, mas não eram usáveis)...já bati perna por aí, procurei na internet e nada! Eu poderia usar uma pashimina por cima, porém seria desconfortável para mim tendo em vista que mostrar o ombro é ofensivo para eles, eu ficarei "toda dura" para nada sair do lugar. Ah, a noiva ainda fez uma ressalva que usa-se muitas jóias no casamento. Hai ai...minha amiga indiana disse que eu poderia pegar uma roupa típica emprestada (o casamento é paquistanês), até me empolguei até lembrar que 1. não saberia amarrar 7 metros de tecido em mim para ficar bonito, 2. não me sentiria a vontade mostrando o pedacinho da barriga em um casamento e 3. não tenho jóias para ornar com o modelito super colorido e  alegre. Alguma dica, sugestão?

Ps: Estou meio tensa com essa busca pelo vestido, mas estou achando engraçado a posição de ser a esquisita. Imagina como para eles deve ser sempre estranho o tipo de roupa (ou pelo visto, a falta de roupa) que nós ocidentais usamos? Tem uma coisa que sempre acho engraçada: a falta de jeito deles segurarem talhares simplesmente pelo fato de que eles não usam, mas aqui, como é educado usar, há todo um desconforto engraçado (no sentido de bonitinho).

Ps2: burramente eu apaguei o post antigo. Kuen para mim!