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30/03/2011

sobre emprego

Há 2 meses atrás consegui um emprego. Pense que eu voltei gritando dentro do carro "u-hu, uhu!!!". Não queria falar aqui antes de começar né, mas por conta da burocracia americana, ainda não comecei. Tô retada! (o bainês tomou conta de mim :) ). O emprego é part-time o que é  ótimo, pois consiguirei estudar inglês. Farei parte de um grupo de pesquisa e a minha função será a de tratar os dados e escrever (a pesquisa foi feita no Brasil e precisavam de uma alma que soubesse português). Não é em neurociência, minha primeira opção sempre, mas é em saúde pública, minha segunda opção e que aqui me possibilita mais. Não poderia pedir um emprego melhor. Esse emprego é fundamental para eu conseguir cartas de recomendação para tentar o doutorado. Ah, pra melhorar, é pago e bem pago, vê se pode? (eu trabalharia de graça, como voluntária). Eu, burrinha, não sabia que precisava de uma permissão de trabalho (coisa que já poderia ter feito no dia que cheguei, mas não sabia), aí lá fui eu atrás dessa papelada. Na primeira tentativa, o funcionário da UAB que é pago para fazer isso, fez uma coisinha errada, meu processo voltou. Na segunda vez, meu nome veio errada. E agora eu estou só aguardando essa permissão para trabalhar (infelizmente, nesse setor eles não aceitam trabalho voluntário, daí não posso começar antes), até o momento nem sei se minha permissão de trabalho foi aprovado e isso está me causando uma certa "ansiosidade"(como diria um paciente). Nada que me tire o sono, mas dá uma tristeza e frio na barriga quando penso no assunto. Então, se você está lendo isso, pensa positivo pra mim e comigo, que eu seja aprovada, que a documentação chegue logo e que minha vaga ainda esteja esperando por mim. Por enquanto, vou estudando o assunto e começando a revisão.

Ps: já me adiantando, só não me peçam pra ter paciência, pq 2 meses esperando, já esgotou tudo. Agora estou na fase da esperança

E para descontrair, vi essas bobagens na página do facebook de alguma amiga boba. Dei tanta risada. Só quem é baiano entende quando Adnet fala "piquinininhu" e acha graça do outro comediante tentando (sem êxito) falar baianês. gente, eu dei muita risada, mas meu marido passou dias rindo. O Melhor é vê-lo imitar direitinho a voz de Adnet e "dançar" a coreografia. Um pateta esse meu marido. Ah, teve um dia que ele me acordou cantando "fundue de queijo-jo", 5 da madruga, quase mato, mas dei muita risada! Vejam aí... (meu carnaval foi friozinho assim)




Nesse aqui, tá uma bobagem de Ivete, muito besta. O mais engraçado é meu marido, que imita com perfeição a voz da criança. Porque besteira também é promoção de saúde!

27/03/2011

Sobre o sistema educacional americano

(Não sou expert no tema, vou falar das coisas que leio no jornal e que vejo por aqui)

O sistema educacional americano é uma beleza! Todo mundo tem direito a escola pública e todas as escolas são de qualidade. Era isso que eu pensava sobre o tema, principalmente porque eu já vi em muito filme, gente rica preferindo colocar o filho em escola pública e também, porque achava que  para ser o país mais rico desse mundinho, a educação e saúde(falo em outro post)/ deveriam estar em primeiro lugar, né não? Qual não foi o meu choque/susto ao descobrir que o sistema educacional americano está péssimo. Digo isso, pois assim estava escrito no jornal daqui. É vergonhoso, tem coisa que chega a ser uma piada de tão ridículo...

Vamos as fatos:
A escola pública americana é paga pelas taxas/impostos que o cidadão paga e está relacionada a uma espécie de IPTU daqui, logo as melhores escolas se situam nos bairros/cidades mais ricos (por outro lado, o preço das casas ficam altíssimos quando estão na vizinhança de boas escolas). É o seguinte, se você mora em Homewood-AL, você sabe que estudará na escola X, se mora em Vestevia-AL, vai estudar na escola Y e é assim (isso se tratando de escola pública, porque se você pagar, vai pra qualquer lugar, embora escola particular seja extremamente cara por aqui).

Depois de 2 anos ensinando nas escolas, o professor não pode ser demitido (lei federal), independente do desempenho dele em sala, mesmo quando o professor é filmado por meses chegando na sala de aula, pegando o jornal e lendo, enquanto os alunos estão sentado sem fazer NADA (fiquei chocada com isso!). Há um tempo atrás, houve uma negociação com os professores: eles ganhariam dobrado e ainda ganhariam bônus caso suas classes atingissem o patamar esperado, por outro lado, poderiam ser demitidos caso não cumprissem a obrigação de ensinar (eles não seriam demitidos caso a classe não atingisse a média, só seriam se literalmente não ensinassem). Achei engraçado negociar algo que é dever do professor, mas vá lá, bônus por bom desempenho pode ser motivador e acho interessante. Claro que os professores não aceitaram, preferiram os salários pequenos, mas sem a obrigação de ensinar (claro que tem bons profissionais). Tem cidade que os professores são tão ruins, tão ruins, que ao invés de darem aula, o estado paga para eles passarem as 6hs (que deveriam estar dando aula) numa sala sem fazer nada (literalmente nada). Porque para o estado, é melhor pagar bons professores do que deixar péssimos fingindo que estão trabalhando. Como não se pode demitir, essa foi a solução.

De forma geral, 25% dos alunos da 4a série não atingem a média satisfatória em matemática e leitura (lembrando que o programa americano é bem mais light que o brasileiro, embora eu ache que no Brasil a gente aprenda um monte de coisa desnecessária). As crianças lêem pouco e nos rankings sobre a educação, os EUA ficam sempre no final (entre os países desenvolvidos). Muitas escolas estão fechando e superlotando as que funcionam.

Aí vocês poderiam pensar "Ah, Lorna, isso acontece aí no Alabama que é um dos estados mais pobres" e eu digo "Não é verdade". A educação pública americana está tão ruim, que a pior região em relação ao desempenho dos alunos é (pasmem!) Washington DC. É algo que acontece de forma generalizada no país, sendo que há regiões piores e outras melhores (Minessota, por exemplo). Mas claro que se gasta menos em educação aqui no Alabama que em Washington DC.

Diante dessa situação, os americanos estão se juntando e protestando. Estão pedindo mais dinheiro para educação (claro né, se tá ruim é porque deve está sem grana para manter a máquina). Mas infelizmente, o problema não é dinheiro.  Vejam só, em 1970 (quando a escola pública americana era excelente), gastava-se $2,765 por ano/aluno aqui no Alabama, em 2005 esse valor subiu para $7,532 e em 2008; $9,197 (mais caro do que se paga para um aluno da mesma série em escola particular em Salvador). Apesar disto, 38% das crianças de 4a série não atingem o nível básico de leitura (pire aí?). E para assustar ainda mais em Washigton DC anualmente, cada aluno custa aos cofres públicos a "bagatela" de $28,170 e mesmo assim, 56% (escrevi certo, 56% mesmo) dos alunos de 4a série não atingem o nível básico de leitura. Ou seja, a questão não é dinheiro...ah, vale lembrar que um preso custa mais que uma criança na escola (?!)

Estou tão chocada, tão chocada. O que adianta ter as melhores universidades e deixar as vagas para os chineses, indianos, brasileiros (o pessoal do BRIC, excluindo a Rússia, ainda vai dominar o mundo!). O que adianta tanta coisa se as crianças não conseguem ler, minha gente!

Pra saber mais sobre o assunto, vejam o documentário "Waiting for superman" é muito bom e fala somente sobre o sistema educacional americano, no poster oficial aí em baixo, eles escreveram:  o destino do nosso país não será definido em um campo de batalha será determinado na sala de aula (tradução livre). O trailer, em inglês, está aí embaixo também.

(Fonte: Birmingham News 27/03/11 e Cato Institute/2010)


25/03/2011

Sobre celular e virose

Meu celular se esconde, não é possível. É a única explicação. O bichinho está sempre perdido ou está perto, mas eu não o ouço tocar. Fica no carro (e sabe-se lá Deus como foi parar lá), na gaveta do banheiro (???), sempre escondido. Na hora que preciso dele é aquela agonia para encontrá-lo, até que eu desisto e saio sem ele mesmo. O meu celular é daqueles simples, diferente do pessoal aqui que tem o celular cheio de possibilidades e ferramentas. As pessoas andam com o "blutu" enfiado no ouvido, conversando/brigando, as vezes eu tomo o maior susto. Se você olhar de longe, parece uma multidão de psicóticos. Isso sem falar quando uma pessoa está falando com você e no celular ao mesmo tempo (perder tempo pra quê?). A moda aqui é mandar torpedo e pode ser em qualquer lugar, inclusive enquanto dirige.

Preciso dizer que desde que cheguei aqui já tive umas 10 viroses. Umas rápidas de 2 ou 3 dias, mas umas sérias, mais chatas (como a que estou agora). Por aqui as pessoas estão sempre tossindo, com o peito carregado e nariz escorrendo. Acho eu que deve ser por conta da mudança brusca de temperatura. O doutor me disse que essa virose que eu estou agora é a mesma de 2 meses atrás, só que eu ainda não consegui me recuperar e vivo tendo recaída, será?

23/03/2011

Limpeza

Esses dias, no final da aula de vocabulário, uma das professoras (são 2 na sala) me falou que o filho e a nora estão morando no Brasil. Ela contou um fato "interessante": disse que a nora, sem habilidade para trabalhar com a panela de pressão (esse aposto é meu), deixou a mesma "explodir" fazendo uma meleira na cozinha. Eu achei que ela iria falar do perigo (porque panela de pressão pode ser perigosa), mas ela queria dizer que achou fantástico que depois da situação toda (diz que tinha comida até no teto), a nora limpou tudo rapidamente. Normal pra gente que é brasileiro né? As paredes são de azulejo, temos ralo na cozinha, então é só tacar água, sabão e pronto. Aqui nos Eua esse serviço iria demorar e segundo a nora da minha professora, ela teria que repintar a parede (pense no tamanho do estrago!). Aqui, algumas cozinhas usam azulejo ou pedra no chão, outras usam um material imitando uma madeira. Ralo na cozinha não existe. Azulejo é comum na parede da pia e só. Perto do fogão, normalmente não tem azulejo (o que eu acho um erro, pois a parede acaba ficando marcada com os respingos das comidas). Então, já imaginou a dificuldade para limpar a sujeirada?

Por outro lado, nesse país tem produto de limpeza e ferramentas práticas para limpar tudo. Essa parte é ótima, já que ninguém tem tempo a perder. Empregada é um luxo e aqui você paga por hora. Recebi uma promoção para pagar $40 numa hora de faxina (o valor é $80). Em 1h a pessoa vai faxinar o quê? A faxina aqui é beeeem diferente que no Brasil, antes de começar o serviço, você já diz o que quer e a pessoa que vai limpar, fala o que não faz (tem gente que não lava banheiro, por exemplo).

Voltando a aula, eu comentei com a professora que uma coisa estranha que acho aqui é que não tem ralo no banheiro e expliquei para ela como a gente lava os banheiros no Brasil e ela achou o máximo (claro que não falei da nojeira que é deixar o papel higiênico usado na lixeira). Ela me falou da faxinada profunda que os americanos fazem tipicamente na primavera. Como eles deixam a casa fechada por meses, por conta do frio, quando a primavera chega, tipicamente uma faxina para limpar todos os cantinhos da casa (como ela disse) é feita. Dizem que os yard/garage sale dessa época do ano são ótimos. Bom, no Brasil, essa faxinada profunda é feita mais vezes ao ano, assim como a limpeza da casa em geral. Mas pra mim que sou dona de casa e em breve (só aguardando a documentação, Ô governo americano, manda logo minha permissão "namoral?") farei jornada dupla, quanto mais produto com cheirinho, menos necessidade de limpar e mais praticidade, melhor.

22/03/2011

Sobre sotaque e jeito de falar

Taí uma coisa que eu não posso falar muito: sotaque. Sou baiana e como tal, tenho o sotaque marcado. Na Bahia, escola vira "iscola"; desodorante é "disodorante";  doença, duença; sol é "só", sorvete é "sovete" e a lista é grande. Já quero deixar claro que o baianês não é errado, é só um jeito único de falar (porque falar o "r" puxado como os paulistanos, falar "Sa-mi-ra" como os mineiro e não "Sã-mi-ra" como a gente ou "mixxxto" no carioquês típico, também não é errado, né?). Na Bahia tem tanto regionalismo, tanta gíria que eu não entendo a metade (quem já viu as frases do baiano no facebook vai entender o que eu estou falando, ou não vai entender nada).
Eis que ontem marido acha o outdoor abaixo:



Primeiro eu não acreditei, né, muita  intimidade (e se você não for baiano e não entendeu a palavra intimidade aqui, vai lendo que você vai entender) com o presidente americano. Depois fiquei na dúvida, porque baiano é meio maluco. Aí o marido me explicou (veja aí) e eu entendi. Achei super inteligente. Só para esclarecer que na Bahia "negão" não tem um fundo de preconceito não, a gente fala isso corriqueiramente com amigos, com o "tio" da lanchonete e independe da cor da pessoa (eu já fui chamada de negona mesmo sendo amarela). Pode ser "traduzido" por rapaz, cara, velho, brother, "mermão". Assim como neguinha na Bahia é super carinhoso, meu marido me chama de neguinha e pode ser traduzido como amor, querida (eu chamo meu marido de neguinho também). Chamar nega ou nego na Bahia também é algo carinhoso, a gente chama os amigos assim (e sim, os amigos nem sempre são negros). Preta/o também é super carinhoso "ô minha preta, vem cá", muitos casais se chamam de pretinho e pretinha. Agora, se falarem "nigrinha" sai de baixo, a coisa tá feia! Mas mesmo assim, esse nome não está tão relacionado a cor da pele, eu já fui "xingada" desse jeito apesar do meu eterno tom desbotado.


E o sotaque daqui do Sul dos EUA,  mata qualquer um. Eles falam meio que cantando, meio ritmado, uma graça. Fora que aqui no Alabama, pen vira "pin", exatamente, eles falam "pin" aqui. Pense no sufoco para comprar uma caneta...o pessoal colocar "er" no final de tudo, egg vira "êg", preparar a comida é "fix the food". E claro que eles criam palavras como "worser" e trocam umas preposições. Eu adoro o "Y'all", que é bem típico. Uma delícia!

21/03/2011

Bate e volta em Atlanta.

Atlanta fica há 2 horas de B'ham, mas nunca tinha ido lá. Só ouvia as amigas contando das "viagens" para o estado vizinho. Lá, a comunidade brasileira é grandinha e tem padaria, churracaria, mercadinho brasileiro. Eu só ouvia as histórias das comidas brasileira. Daí que uma amiga teve que ir ao consulado resolver umas coisas e teve que "viajar até lá" (aqui não tem consulado), eu (que nem gosto de um fuá) fui junto.

Chegando na cidade, um engarrafamento digno de Salvador. Sabe aquele engarrafamento do Rio Vermelho de manhã? Sim, aquele maldito engarrafamento, com a diferença que não tinha o mar para aliviar o cansaço. Fomos direto para o consulado que fica na área mais cara de Atlanta. Gente, cada casa linda, muita mansão. O melhor é que com a primavera, os jardins estão ficando lindos, cheios de tulipas e florzinhas coloridas. Depois de minha amiga resolver tudo no consulado (by the way, eu achei super organizado), fomos almoçar. E foi churrasco, com direito a picanha, farofa, aipim frito, feijão e muito mais. Ou seja,  comi igual a uma porca louca. Não sobrou espaço nem para sobremesa, embora os docinhos  estavam com cara boa.

 Primeiro prato

     







Depois ainda passamos num mercadinho e tinha ovo de pascoa pendurado, que legal. Não comprei porque não gosto e marido também não gosta (mas quando cheguei em casa, ele disse que queria, vê se pode?), mas comprei farinha, guaraná e passatempo. Tinha tanta coisa gostosa, mas eu estava tão cheia que nem tive vontade de comprar (por isso os especialistas dizem que é bom fazer mercado de pança cheia). Antes de voltar para casa, passamos ainda numa padaria. A padaria é igual as do Brasil, comprei pão francês (na Bahia, o cacetinho), coxinha de galinha feita na hora e um pão doce. Tinha um milhão de tortas, doces, salgados...cheguei em casa  umas 4hs, e marido ainda estava no hospital (novidade!!!). Quando chegou, esquentei a coxinha e coloquei o guaraná gelado (mentira, ele que esquentou, enquanto eu conversava da viagem, sentada). Eu estava tão cheia do almoço (sim, eu amo comer, mas meu estômago não acompanha minha vontade), que só tirei um pedacinho. A coxinha estava tão boa, tão boa que o marido já pegou a receita e prometeu fazer pra mim coxinha assada (marido prendado!!!). Só consegui comer 9pm: pão frânces brasileiro, queijo e peito de peru (no pão do marido foi adcionado umas iscas de carne com pimentão vermelho e amarelo, tomate, cebola).

Gostei da viagem, das compainhas, da comida...mês que vem volto para passar uns dias em Atlanta e agora, carrego o marido junto comigo :)

19/03/2011

"Você que é psicóloga deveria ler isso!" ou "Você que é psicóloga não deveria fazer/sentir isso!"

Esse é um post desabafo!

Se você é psicólogo já deve ter ouvido as frases acima. Eu já ouvi mil vezes essas e tantas outras relacionadas (o começo é sempre "você que é psicóloga" mas o final pode variar). Tem um grupo que acha que psicóloga é "médico de maluco" (embora tenha gente que possa ter 2 formações, normalmente psicólogo não é médico e em relação ao maluco...hum... isso aí é tão relativo, cada pessoa acha que maluco é uma coisa diferente). Tem gente que acha que psicólogo é psicanalista (gente, a psicanálise é uma das milhares possibilidades dentro da psicologia) e que basta sentar no consultório, falar "un-hum" e pronto ( ô raiva que isso me dá!), fica rico (!!!!).

Fora isso, tem gente que acha que psicólogo não pode sentir raiva, ficar irritado, ficar ansioso, simplesmente pelo fato de que é psicólogo. Ou seja, virou psicólogo e parou de ser gente? Isso sim pra mim é maluquice.

Quando uma pessoa procura um psicólogo, de alguma forma está com uma questão que não consegue resolver. Aí, muita gente fala que seria melhor e mais barato procurar um amigo, mas esquece-se que o amigo faz parte do seu convívio e ele vai falar o que ele acha, vai julgar...enfim, ir ao psicólogo é completamente diferente. Mas o psicólogo continua sendo gente, mesmo depois da formação, continua sendo humano, sentindo coisas. Digo que da faculdade eu consigo aplicar algumas coisas na minha vida, como exercícios de respiração e o mais importante foi que eu consegui vencer minha fobia de dirigir sozinha!!!! Usei técnicas da psicologia e consegui vencer. Já fiz psicoterapia e gostei bastante, acho que acrescentou muito na minha vida e digo que amigo nenhum poderia ter feito o que a psicoterapia fez em/pra mim.

Ah, deixa eu esclarecer que as vezes algumas pessoas pedem minha opinião como psicóloga, não me incomada, acho até legal. O que não gosto é quando alguém diminui minhas possibilidades ou acha que eu tenho que fazer algo só porquê sou psicóloga. Por exemplo, livro de auto-ajuda. Se você gosta, ótimo! Eu não gosto, não tenho paciência para ler, então não é porquê sou psicóloga que  TENHO que ler e por favor, parem de dar aquela olhadinha de repreensão quando digo que não gosto desse tipo de livro. Não gosto e ponto. Isso não faz de mim melhor ou pior, só que eu sou humana e tenho meus gostos, ué. Lembro que quando eu era terceiro ano, meu professor de Redação (que foi assassinado brutalmente ano passado) falou que ele não lia livro de auto-ajuda, pois normalmente o título tem uma ordem tipo seja, faça... e ele se recusava a ler algo que começasse dando ordem. Acho que como sou teimosa de pai e mãe, essas ordens no título também me irritam. A verdade que já tentei ler alguns, mas eles não me prendem e acabo desistindo.

Ah que saudade do consulório...

17/03/2011

Homem estranho no apartamento!

Eu acordo todo dia 5:30AM com o alarme do celular, odeio! Enquanto o marido vai se arrumar, tomar banho, tomar café, eu fico cochilando (sim, porque esse processo de  se arrumar pode levar até 1h, dependendo do dia). Infelizmente só temos um carro e preciso madrugar para levar marido no trabalho e poder fazer minhas atividades durante o dia. Até aí tudo bem, não me incomodo em acordar cedo (claro que tem dia que ele sai de casa 4:30AM e eu não gosto, também odeio ser acordada com alarme, mas já estou até me acostumando).

Esses dias estava cochilando enquanto o marido estava no banho e do nada vejo por baixo da porta do quarto que a luz do corredor está ligando e desligando, daí ouço uma voz de um homem. PQP! Pense num medo. Claro que na hora você não pensa que se fosse um ladrão ele não iria ficar ligando e desligando a luz, pensei logo em ladrão pois esses vizinhos são esquisitos. Levantei no susto e perguntei "quem é? Quem tá aí" o homem falava em inglês e até eu ligar o "modo inglês"... saí correndo e fui ao banheiro "Leo, tem um homem aqui!", ele saiu todo molhado, com uma toalha na mão, dizendo "fica aí, fica aí!". Pense no coração saindo pela boca. PQP! Des%&$#! Car^%$*! Sim porque quando eu estou nervosa, da minha boca só sai palavrão. Era o infeliz do cara da manuntenção que foi chamado de madrugada pois o andar de baixo do prédio estava alagado, já que algo relacionado ao aquecedor do nosso apartamento quebrou...

PQP, quero sair desse apartamento!!! O pessoal da manuntenção tem a chave de todos os apartamentos e pode entrar aqui quando necessitar. Isso é normal aqui.

Depois do susto, deixei o moço consertando as coisas e fui para a aula (eu disse para ele que teria que sair e ele disse que não teria problema já que tem a chave, simples assim).

15/03/2011

Dentista

Semana passada fomos ao dentista fazer a limpeza necessária (aquele a cada 6 meses). Eu adoro dentista, relaxo tanto, tanto que chego a cochilar. Quando ligamos para marcar a consulta a secretária pediu que a gente entrasse no site do consultório e imprimisse uns papéis para serem preenchidos. Esses papéis são uma espécie de anamnese, você fala se tem alergia, problema no coração, essas coisas. Quando chegamos lá, entregamos essa papelada, a carteira de saúde e nossa ID. Esperamos e logo um higienista (tradução ao pé da letra), já chama. Essa pessoa, faz a limpeza do dentes, porque aqui o dentista só faz o trabalho especializado. Antes da limpeza, a dentista passa rápido e se apresenta, dá uma olhada de 1 minuto (sem exagero!) na boca e depois começa o processo de limpeza. A higienista era muito legal, explicava tudo, perguntava o sabor que eu queria, perguntou se eu tinha sensibilidade nos dentes, pois se eu tivesse ela usaria produtos diferentes. Adorei! Ah, aqui todas as profissionais da clínica usavam scrub.

Lá no consultório há 4 salinhas com 4 higienistas, a dentista fica rodando de sala em sala. Essas salas não possuem porta, tem uma meia-parede, mas quem passa pelo corredor consegue ver o paciente. Aqui também não tem aquela espécie de pia que a gente cospe, sabe? Toda a saliva é sugada com o sugador (o que é mais higiênico). A limpeza é semelhante a do Brasil, mas senti falta daquele jato com bicarbonato (fui avisada que aqui isso só é usado quando os dentes estão com muitas placas e/ou tártaro). Depois fiz as radiografias (devem ser repetidas anualmente) e a panorâmica. Aí, a higienista pega o computador e manda um pager para a dentista ir olhar minha boca, enquanto isso, já marca meu retorno para limpeza daqui 6 meses. Achei isso estranho, marcar um compromisso com 6 meses de antecêdencia, mas isso é bem americano.

A dentista viu as radiografias na sala dela e disse que teria que fazer um procedimeto (num dente que deu problema no Brasil, mas que as 2 dentistas brasileiras que eu fui, não resolveram). Antes de encerrar a consulta ela fez um exame na minha boca para procurar sinais de câncer (nunca tinha feito isso no Brasil) e a higientista me deu uma escova (oral B), eu tinha tinha opções e escolhi uma pequena para testar. Me deu pasta (ela pergunta se eu gosto em gel ou creme), fio dental e  aquelas "agulhinhas" para passar o fio pela contenção. Depois a gente sai e já faz o pagamento com cartão de crédito ou débito na recepção (meu plano de saúde paga 90% do valor e eu 10%, esses 10% são pagos no dia da consulta).


No outro dia 7:30AM estava lá para o procedimento e pronto, tudo perfeito. Achei o processo bem demorado, a limpeza e as radiografias demoraram em torno de 1 hora e o procedimento do dia seguinte também. Mas saí super satisfeita com o atendimento. Todo mundo usava scrub, até a recepcionista

Ps: O curso de odonto aqui nos Eua é uma espécie de pós-graduação. A pessoa precisa se formar em algo, tipo, biologia, depois faz odontologia, depois faz residência e só depois vira dentista de fato.

14/03/2011

Carro bom é carro novo!

Infelizmente, no meu caso, meu carro é velho, tem 9 anos! Apesar de bem conservado e cheio de luxo, ele é velhinho, coithado. Quando compramos Aurora, nos certificamos que o motor tinha garantia eterna e que os pneus e  bateria eram novos (ou achamos que eram..).

Bom, acabei minha aula e teria que buscar o marido no hospital. Ele disse que demoraria mais 1 hora (o que não é confiável, pois pode acontecer uma emergência e ele se atrasaria). Resolvi esperar no carro, porque ir pra casa e depois voltar para buscá-lo... né... preguiça danada. Liguei para umas amigas e fiquei esperando. Qual não foi minha surpresa, marido liga em menos de 1 hora dizendo que tinha acabado. Eu fiquei super feliz, daria tempo para procurarmos casa, êba! Bati a chave, mas o carro não ligou. tentei outra vez e nada. Tinha certeza que era a bateria. Liguei para o marido, pedi para ele me encontrar lá (estávamos uns 4 quarteirões de distância) e dei o  endereço (errado, claro!). Daí que meu celular descarregou e o marido estava com o endereço errado :). Saí procurando por ele e voltamos para o carro. Ele ligou para o seguro e graças a Deus, fizemos o seguro completo, caso contrário, teríamos que pagar $50,00 para o moço ir até lá e mais $300,00 caso necessitasse do quincho! O moço chegou lá (de macacão e palito na boca..ahahaha) e disse que era a bateria mesmo, fez a chupeta e fomos caçar uma bateria. Vale lembrar que aqui você compra sua bateria e instala, nem todo lugar tem funcionário para fazer isso.

Rodamos as lojas, mas nosso carro velhinho usa uma bateria que já está fora de linha (a bateria fica em baixo do banco dos passageiros). Pense numa correria! Marido parava o carro e eu ficava dentro com ele ligado, enquanto marido procurava a bendita bateria. Achamos  numa loja e pagamos para instalar. Pelo fato de ser um modelo "vintage" pagamos o dobro do preço, mas pelo menos saimos com o carro andando :). Chegamos em casa no final da tarde e avistei uns mórmons que vivem batendo aqui (alguém sabe como ser educada e pedir para eles não voltarem mais? Gente, eles passam aqui sábado de noite...). Pedi para o marido fazer a volta e sairmos para almoçar. 5:30 PM, finalmente paramos para comer.

2 dias depois a bateria laptop de Leo quebrou de vez e lá fomos nós atrás de uma bateria. mas agora foi fácil, marcamos uma hora pela internet, levamos o computador e  pagamos pela bateria (quase o valor da bateria do carro! ). Espero que não tenha mais problema com bateria nos próximos anos...
 
Saindo de casa me deparei com várias sacolas na frente da casa da vizinha. Havia um papel dizendo que ali era doação. O que achei interessante foi que a vizinha não tinha passado um circular sobre o assunto nem nada, mas no final do dia a porta estava cheia de sacolas. Isso lá no Brasil seria no mínimo estranho, e sem aviso prévio eu duvido que se arrecadaria alguma coisa, fora que alguém iria se incomar com a "bagunça" das sacolas e o síndico seria chamado para resolver a situação.

12/03/2011

Birds are not animals!

Lá estava eu em mais uma aula de inglês. E eu sou uma aluna "chata", minha professora, uma senhora e um amor de pessoa, aguenta firme minhas milhares de perguntas e sempre traz algum material diferente e interessante para a aula seguinte, no intuito de responder minhas questões. Gente, sou psicóloga (no Brasil) e um dia quero ser aqui nos EUA e entender a cultura é algo primordial para o trabalho de um psicólogo, então minhas perguntas se relacionam bastante com o comportamento, com a cultura. Mrs. Pat é um anjo e sempre traz material dos jornais ou coisas bem atuais para discutirmos. Eu me amarro!

Numa aula dessas, na parte de vocabulário (na nossa aula tem a parte de leitura, de vocabulário e de conversação) estávamos trabalhando o tema migração, então pegamos muitas palavras relacionadas com esse tema e fizemos vários exercícios para entendermos o assunto. Uma das perguntas do exercício era para você dizer quem era capaz de migrar e havia algumas opções dentre elas passáros, animais e humanos. Eu fui a escolhida para responder e depois da resposta comentei que achei estranha essa questão, pois pássaros e humanos são animais. Minhas colegas latinas riram e concordaram comigo. Qual não foi a minha surpresa quando vi a professora dando um sorrisinho e dizendo que não, pássaros e humanos são seres vivos, mas não são animais. Juro que a casa caiu! Como assim não são animais?! Mrs. Pat abriu o dicionário (pai dos burros em qualquer lugar desse planeta) e lá está escrito claramente que pássaros, insetos e humanos e não são animais (humanos podem ser xingados de animais quando fazem algo estúpido). Durma com um barulho desses!

10/03/2011

Mais sobre nome...

Aqui nos Eua, as pessoas têm 2 nome próprios tipo e o sobrenome do pai, depois que casa, a mulher muda o sobrenome para o nome do marido (claro que isso é uma regra geral, mas já conheci americana que não mudou o último nome). Ele acham estranho nossos nomes, principalmente porque tem gente que tem 5 (e isso é um problema aqui, pois não cabe o nome completo nas fichas e nos cadastros).  Leo teve um problema com o sobrenome, pois colocaram o "de" como nome do meio e ainda, não tem espaço para colocar o nome completo dele no sistema. Ele ficou mais de 2 meses sem o seguro social e foi aquela confusão. No meu caso, eles não entendem o "ç" e colocam como se fosse um "g", meu Gonçalves vira gongalves. E lá vai eu tentar arrumar esse erro no meu documento! Eles olham o nome no Visa ou passaporte e mesmo assim escrevem errado. PQP!!!! Tou P. da vida, pois precisava de um documento para ontem, mas terei que "entrar" na máquina burocrática americana mais uma vez para corrigir esse erro ridículo! Espero não perder essa oportunidade por causa do änalfabetismo" americano!
Quando você muda para um lugar novo, invariavelmente, você passa a comparar com os lugares antigos que você morou, imagine quando a nova casa é um novo país, com nova comida, novas pessoas, tudo novo, e só você é "velho"! E traz consigo uma bagagem de pré-conceitos e experiências diferentes? A primeira  coisa que a gente faz é comparar (você pode ver isso ao longo desse blog), o que é um exercício bom, pois nosso cérebro (e a gente, claro) precisa categorizar as experiências e começamos com algo que já vivemos.

Toda essa introdução para falar dos scrubs (roupas cirúrgicas) que os americanos usam nas ruas. Assim que cheguei achei esquisitão e nojento porque pra nós, brasileiros, essa roupa é usada basicamente no centro cirúrgico (inclusive, os médicos não têm essas roupas em casa, eles pegam no hospital e deixam lá para serem esterelizadas) e já imaginou um médico fazendo cirurgia e depois saindo cheio de gogas pelo mundo? Aqui você vê gente de scrub em qualquer lugar, no mercado, restaurante, casa de amigos, e eu sempre achava nojento, mas agora eu sei que o scrub é como se fosse uma farda, não é exclusivamente usada no centro cirúrgico (lá usa-se um roupa estéril por cima), até estudante de odonto usa. Você pode comprar o scrub em várias lojas, tem de várias cores e de fato é basicamente uma farda

Essa ficha caiu hoje, na hora do almoço, estava num restaurante e vi pela janela um cidadão andando de scrub pelo estacionamento. Fiquei envergonhada pelo pré-conceito (conceito que eu tinha anteriormente, antes de entender a situação) que tive esse tempo todo, mas feliz de ter entendido mais uma coisinha da cultura americana.

09/03/2011

Just Dance 2

Que cada pessoa tem um hobby diferente, é fato. O importante mesmo é ter uma atividade que gere prazer e tire sua cabeça do dia a dia. Meu marido gosta de vídeo game, eu não gosto tanto, mas acho importante. Há um tempinho atrás ele comprou um Wii pra gente e aí volta e meia compramos uns acessórios. Nossa última aquisição foi o Just dance 2, ele recebeu uma oferta por email e saímos correndo pra comprar. Esse jogo é muito divertido, você olha o bonequinho fazendo os movimentos na Tv e tem de imitar pra ganhar pontos. É super engraçado, divertido e você ainda perde calorias.



Sei que esse vídeo é grande, mas clica aí só para ter uma noção da diversão.

07/03/2011

"E vocês vão ter filho quando?"


Sim, porque depois que você casa essa é a pergunta que não quer calar. Não que eu ache essa pergunta ruim ou algo do tipo, eu até gosto, pois me faz pensar no assunto, mas acho muito engraçada essa espécie de ansiedade. Sei que tem casais que sentem-se pressionados com esse assunto, mas eu acho engraçado. Chega uma hora que todo mundo só fala disso, só pergunta disso, digo, outras pessoas já vão logo dizendo que não é a hora certa, que tem que esperar, cada um tem uma opinião sobre o tema, mas acho que ninguém ouve mesmo a demanda do casal. Por isso decidimos que esse assunto de filhos e afins será segredo, o resto do mundo só saberá quando houver uma confirmação médica e por enquanto a gente vai dizendo que não vai ser agora, mas não se engane, pode ser sim :). (é bom deixar uma dúvida no ar)

Eu achava que marido não ganhava bem (porque comparava com nossa renda no Brasil), mas percebi que ele ganha sim, comparando com a realidade americana, fazemos até poupança mensalmente. Entào o fator financeiro já está coberto, fora que o seguro saúde da criança já está sendo pago desde que mudamos praqui (os planos aqui são loucos). Aqui chega a ser engraçado o preço das roupas e acessórios infantis de tão barato, fora que há sempre a possibilidade de comprar usado. Mãe trabalhando, nesse lado do mundo, não é sinônimo de filhos, pois a licença maternidade é de 1 mês, ter babá é algo fora da realidade e day care não aceita bebês tão pequenos. Pra quem é estrangeiro é ainda mais difícil já que a família estará longe e no meu caso, tenho algumas regras quanto a visita da família, eu só quero visita depois dos 3 meses, quando a criança já dorme melhor e meu juízo estará melhor também (regra não aplicada à minha mãe e talvez minhas irmãs, eu só quero junto de mim quem tem capacidade de aturar meu mau humor proveniente da escassez de sono e peito rachado). Logo as mães americanas (daqui do sul) tendem a ter os filhos e depois voltam ao batente.

Eu gostaria de ter uma casa quitada antes de ter filho, mas pelo andar da carruagem, esse sonho da casa própria vai demorar horrores e se eu esperar tanto já vou entrar na faixa etária digamos, mais perigosa para ter filho. Bom, se eu tiver filho esse ano ou daqui 5 anos, tem prós e contra dos 2 jeitos e como minha mãe dizia "se for pensar muito, ninguém tem filho". Mas pessoal, não se preocupe que a gente vai tentar escolher uma época que seja melhor (melhor pra gente e não pra você, diga-se de passagem) e quando acontecer, a gente conta, tá? Por enquanto, pode continuar perguntando que eu adoro ver a cara do marido de sem graça tentando responder a pergunta que não quer calar :).

06/03/2011

Quem disse que em B'ham não tem carnaval?

Tá, não tem mesmo, mas nada que uma reunião de brasileiros não resolva. Ana cedeu sua casa e nós levamos a alegria. O mais engraçado é que não gosto de carnaval, mas adorei nossa versão da festa. Isso sim foi um carnaval democrático: teve axé, frevo, marchinha, confete e serpentina, muita gente dançando e muita alegria. Apesar do pé d'água que insistia em cair lá fora, dentro de casa nós fizemos a festa!

Mas é bom lembrar que...

05/03/2011

Sobre o visto J1/J2

Estamos nos Eua porque marido passou na residência aqui. Para entrar no país, foi solicitado um visto J1 que serve tanto para estudo quando para trabalho. Esse visto tem um tempo limitado, no nosso caso 1 ano, e pode ser renovado por até 7 vezes (já renovamos para esse ano). Depois desse período, a pessoa tem de voltar à seu país de origem e passar no mínimo 2 anos lá e se quiser, depois pode retornar aos EUA com um visto de trabalho. Claro que existem formas de pedir o perdão dessa regra, como casar com um americano, ter um filho americano, ter uma empresa que banque você ou fazer um serviço que um americano não queira/não saiba fazer. Para médico, permanecer nos EUA depois do treinamento é mais fácil, porque todo mundo quer um médico treinado por aqui (e em qualquer lugar do mundo). Além disto, achar áreas que precisam de médicos e que americano não tem interesse, não é difícil. Qual americano neurologista vai querer ir para o interior do Alabama? Certeza que é quase nenhum...

O meu visto é o J2, esse visto é de acompanhante do J1 e não permite trabalhar. Claro que também existe exceção para essa regra, mas posso adiantar que é uma burocracia danada. O empregador do meu marido, ajuda nesse processo, ele manda a documentação para um órgão do governo americano, eu assino um papel dizendo que do meu salário não sairá um centava para meu marido (?!), pego um montão de documento e pago uma taxa de uns $400.00. Esse processo é super longo e infelizmente o responsável por fazer isso, fez uma coisinha errada e eu tive que recomeçar o processo todo outra vez...

Quer saber mais sobre como ser médico aqui nos EUA? Acesse mediconoseua.com 

04/03/2011

Aulas de inglês

As aulas de inglês estão ótimas, são 6 horas por semana e eu estou querendo aumentar essa carga horária (mas ainda não sei, pois a quantidade de tarefa de casa é bem grande e preciso estudar para as grandes provas no final desse ano). Imaginem aí, tem gente do Irã, China, Japão, Uruguai, Honduras, Espanha e só tem mulher na sala. O mais engraçado é tentar falar com as chinesas, eu não entendo absolutamente nada. E quando digo nada é nada mesmo, mas mesmo assim conseguimos nos comunicar. Taí um mistério.

Na última aula de conversação o tema foi a mudança para os EUA e as diferenças que encontramos. O pessoal da China falou que aqui em B'ham não tem quase gente (também, comparado com a China...), falou que sentem falta das pessoas andando na rua e usando bicicleta. Explicaram como eles se organizam no trânsito (as pistas de dentro são de carro, a primeira pista de fora é de bicicleta e a segunda para pedestres), achei o máximo. Na China, não é incomum você "educar" o seu sobrinho com tapa (com aspas, pois foi essa a palavra que a chinesa usou, mas ela disse que batia mesmo e como bater e educar são coisas completamente diferentes, usei as aspas). Eu disse que no Brasil normalmente se alguém bater no filho de outra pessoa, vai ter briga. Parece que lá na China eles NUNCA dão beijo no rosto, talvez em bebês ou crianças novinhas (e a chinesa disse que isso só acontece em situações especiais). Agora imaginem quando uma colega brasileira falou que no Brasil, os casais andam de mãos dadas, dão beijo na boca...as chinesas acharam escandaloso e completaram que esse comportamento seria vergonhoso para a família. Agora quando eu completei dizendo que o "french kiss" também é comum, a classe toda me olhou com olho arregalado. Até a professora que é americana. Ela inclusive achou que eu falei french kiss mas não sabia o significado e perguntou 2 vezes se era beijo com língua e depois de eu confirmar, ela ainda continuou meio que incrédulo. Minha colega brasileira finalizou o assunto perguntando para a pró o porquê de tanto espanto com o beijo, já que ela sai de noite e vê meninas dançando literalmente se esfregando nos homens. Que aquilo sim era chocante!

Bom aprender inglês e um pouco da cultura de outros países.

Depois teve um almoço (uma vez por mês, tem esse almoço para os alunos internacionais da UAB) e uma advogada palestrou sobre a mudança de visto. Achei o máximo do marketing, ela falou para dezenas de estrangeiros que estão aqui na terra do tio Sam sobre o visto, e nós, em algum tempo, iremos precisar de advogada para nos ajudar com a papelada. Taí uma coisa que me intriga nos americanos, de forma geral, mesmo que você não queira o produto deles nesse momento, eles explicam e mostram tudo, porque vai que um dia você precise...

01/03/2011

Ah, a rotina!


Viva, viva a tal da rotina. Porque você acordar e saber o que vai fazer é maravilhoso. Sei que tem gente que reclama dessa sujeita (né irmã?), sei que nem sempre é fácil aturá-la e sei que temos que ter um jogo de cintura fora do comum para driblar essa senhora, mas eu gosto dela. Seja bem vinda (de novo) a minha vida, dona Rotina!

Desde que mudei pra cá, as coisas mudaram bastante, no Brasil tinha 2 empregos, tinha respeito na área profissional e amava o que fazia (embora ganhasse uma porcaria), quando mudei pra os EUA, não conhecia uma alma, a cidade aqui é minúscula, só tem americano (dã!) com uma cultura diferente da minha e (pior) virei dona de casa (e só). No início marido estava super estressado, pois aqui a medicina é diferente (tipo, para enjôo usa-se fenergan, aquele remédio de alergia), depois passou a ficar estressado devido a privação de sono. Eu ficava sozinha em casa, quando ele chegava (coitado), dormia...enfim, foi um tédio total! Depois fui conhecendo mais pessoas, perdendo o medo de falar inglês errado (porque os brasileiros aqui falam inglês errado, inclusive meu marido, mas o pessoal entende, eu detesto falar errado e aí acabo travando um pouco) e agora estou fazendo as coisas sozinhas, me virando mesmo.

Bom, em fevereiro, as aulas de inglês começaram, entrei em contato com uma psicóloga aqui que me deu umas dicas do que tenho que fazer para entrar no Doutorado, faço ginástica, estudo, cuido da casa (saco!). Resultado, o dia acaba e eu não consigo fazer tudo. Queria trabalhar, ganhar meu dinheiro, sinto falta disso, mas esse meu visto não permite que eu trabalhe...além disso, como a gente só tem um carro e aqui sem carro você fica preso, eu acordo 5:30 AM para levar o marido no trabalho, faço as coisas durante o dia com o telefone do lado, pois a partir das 13hs ele pode ligar a qualquer momento para eu buscá-lo. Então é isso, viva dona rotina!!!