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30/01/2013

Experiência de uma expatriada

Tá que eu já moro aqui faz mais de 2 anos e nunca tinha "exprimentado" o refrigerante Dr. Pepper. Tipo, o cheiro é horrível e nunca tive vontade. Uma coisa que acontece é que como meu marido morou aqui ainda quando era estudante, ele teve muitas experiências e passa para mim. Eu acabo acreditando e não experienciando as coisas. Mas esses dias eu pensei que eu deveria experimentar só para ter uma opinião mesmo. Marido deu uma risadinha de canto de boca e trouxe uma latinha para mim. Gente, o cheiro é ruim, mas o gosto é pior ainda!!!! Que negócio ruim da zorra!!! Tem gosto de remédio de criança, gosto de xarope ou como diz  marido: gosto de novalgina infantil. Eca, eca, eca!
Daí, meu marido me olha daquele jeito "especial" de quem diz "eu num disse?"

Prazer, eu sou o pior refrigerante do mundo.
Ps: Eu acho que a Cris adora a versão com Cherry...

Falando nisso, eu acho muito massa a propaganda do refrigerante. Vê aí





26/01/2013

Birthday girl!

(de girl eu não tenho mais é nada, já que meu "inspiritu" sempre foi de uma velhinha gente boa...)


29 anos. 2-9-a-n-o-s! Caraca! E eu que sempre achei que 30 anos era velho, tou aqui, quase-quase lá. Fiz muito menos do que eu desejava aos meus 16, mas fiz muito mais do que um dia eu pensei que faria.

Eu tenho sentido boas energias, uma sensação de que esse ano vai ser muito, muito, muito bom para mim. Estou feliz mesmo. Por enquanto que as coisas não vão acontecendo eu gasto meu tempo comprando roupa de malhar (e malhando), reclamando um pouco, pensando na dieta (e saindo para almoçar fora com as amigas) e sonhando muito. E eu que achava que aos quase 30 eu sonharia menos e teria tanto realizado, agora sonho mais e realizo mais também.

Daí que eu peguei uma gripe danada uns dias atrás, fui trabalhar, mas tive que voltar cedo pois o corpo reclamava. Voltei pensando que é muito ruim ficar doente e estar sozinha, porque se tem algo bom em ficar doente é o carinho e atenção. Daí, cheguei em casa e me enterrei no sofá. A campainha toca. Eu cheia de preguiça, com pijama e cabelo nas alturas, atendo e era o carteiro (gente, esse cara é meu brother, juro!), ele me entrega a caixinha a caixona amarela mágica do sedex. Tipo, meu coração bate bem forte quando recebo carinho vindo do Brasil. E gente, tinha livro, tinha sapatilha, tinha brinco, tinha presente pro marido e o mais importante: tinha um cartão gigante com muito carinho dos primos, tios, mama e irmã (meu pai fez uma dedicatoria no livro). Quem acha que eu chorei??? Tipo, eu chorei muito, de soluçar sabe? Chorei de alegria, muita mesmo. De saudade também. Chorei por saber que tem gente lá em casa que sente a minha falta e que me ama. E sério, foi o melhor presente que recebi nos últimos tempos. Talvez o melhor presente ever...



E aí ontem meu marido liga pedindo para eu ir buscá-lo. Quem acha que ele me deixou esperando no estacionamento??? \O/ Ainda bem que eu tenho internet 4G no smartphone e fiquei papeando com a Carol pelo FB (eu não faço a menor idéia do que significa esse negócio de 4G, mas aparentemente é algo bom- segundo minha irmã, o analfabetismo tecnológico é a prova cabal da velhice...). Juro que não briguei muito com marido mesmo ele não trazendo o chocolate quente que eu havia pedido. Chegando em casa, olha o que eu encontro na caixinha de correio? Tá que a caixa da amazon era encomenda para marido mesmo (repare que ele pongou na minha data, naturalmente irei pongar na data dele também!). Mas os outros eram meus.



E se eu ganhei tanta coisa boa antes do meu aniversário, só posso concluir que esse ano vai ser maravilhoso!

Eu desejo para mim um ano espetacular! Com muita saúde, com muito mais momentos bons que tristes. Desejo-me muita felicidade, muita, muita risada também. Ah, viagens para alegrar ainda mais (principalmente a minha prometida e sonhada viagem para Paris que terá de ser remarcada). E principalmente, desejo que eu aprenda a pensar mais no agora e menos no amanhã. Parabéns para mim :)

Para finalizar, deixo essa foto de um momento muito feliz e também para lembrar que mesmo magrinha, meus braços são de baiana (de acarajé, que de tanto bater a massa do acarajé tem os braços...digamos...avantajados), não tem jeito de afinar esse negócio!

22/01/2013

E vocês voltam quando? (mais do meu mimimi)


Essa é a pergunta que eu mais ouço desde que mudei. Depois que as pessoas entendem que a primeira parte do treinamento do marido só termina em 2014 e a segunda em 2016 a pergunta vira "quando vocês vão visitar o Brasil?". Não que eu me importe com a pergunta, eu gosto pois concluo que as pessoas estão sentindo falta e querem a gente por perto.

Taí um assunto complicado. Marido não quer voltar para o Brasil. Eu quero voltar. Por mim voltaria hoje. E eu explico: marido passa mais tempo no hospital que em casa. Não qualquer hospital, um hospital que ele tem toda tecnologia médica a disposição. Hospital com colegas legais. Um hospital com professores feras. Sabe aqueles livros-base da área médica? Aqui tem um monte de autor importante. Um hospital que permite que ele cresça enquanto profissional. Quando ele está de folga, no caso, 4 dias por mês, ele quer sair para comer fora e aqui tem excelentes restaurantes. Ele gosta de fazer mercado e ir para cozinha. Ele tem amigos, mas quando está de folga acaba preferindo ficar em casa comigo e/ou estudando. Outra coisa é que ele fica seguro por saber que eu estou segura. (Para concluir, faltando 3,5 anos para acabar o treinamento, ele já recebeu uma proposta de emprego em uma cidade bem legal - e como eu sempre digo, legal é muito relativo quando se mora em B'ham).

Eu, por outro lado, não me adaptei a vida aqui. Eu não quero ser só mais uma esposa de médico, eu quero fazer algo que goste. Mas eu ainda não encontrei meu caminho aqui. O ritmo de vida é muito diferente do que eu quero para mim e do que eu considero saudável (mas ficar 2 horas presa em um engarrafamento no Brasil também não é saudavel...). Eu trabalho em um projeto brasileiro, minha chefe é brasileira, meu marido é brasileiro, meus poucos amigos são brasileiros. Tem alguma razão de eu permanecer aqui? Em conclusão, eu não sou feliz aqui. Pior, eu sou infeliz. E assim, não tem nada que nos prenda aqui, já que somos brasileiros. Eu não vejo nenhum motivo de sustentar uma infelicidade por nada. E para completar, quando mudamos do Brasil, a minha idéia era  de voltar (diferente do marido).

A maioria das pessoas fala que eu sou maluca, que o Brasil está péssimo. E gente, eu sei. Estive em Salvador há pouco tempo e fui recebida com policiais armados. Mas é aquele negócio, o que adianta morar em um lugar "bom e seguro" se não sou feliz? Voltando para o Brasil, vou entrar no doutorado de neurociências. Reaprender neuropsicologia que eu amo. Aqui, eu não sei o que quero fazer e é horrível essa sensação de estar perdida praticamente aos 30 anos (ou pode ser bom, vai que eu encontre um novo caminho).

Daí, uma neurologista brasileira veio passar uma temporada em B'ham e entrou em contato com marido e fomos jantar. Uma das coisas que ela falou foi que a vida aqui é muito ruim. E ela foi explicando os motivos. Eu concordei 100%. Eu simplesmente não gosto da vida nos EUA (da parte que eu conheço). Não gosto da sombra de mim mesma que eu me tornei. Daí que ela falou das possibilidades que marido teria no Brasil e tal. Eu fiquei feliz. Não, a vida no Brasil não vai ser fácil. O nosso poder de compra vai ser menor, muito menor, mas eu vislumbro a possibilidade de voltar a ser feliz. De poder ver um bom filme de arte com minha mãe (aqui em B'ham não passa esse tipo de filme), de almoçar na casa da sogra, de comer a feijoada do meu pai, de visitar as amigas, de encontrar o grupinho de amigos do marido da época de escola e rir muito (porque eles são super patetas e muito legais). Essas coisas eu jamais terei aqui.

Esses dias fomos na casas dos nossos amigos indianos entregar um presente que trouxemos da Disney com brigadeiros (veja bem, antes de viajar eu esqueci meu celular em cima do carro no estacionamento do hospital e o indiano saiu do trabalho para salvar meu celular e nossa viagem - marido estava uma fera comigo! - então nada mais justo do que um pratão cheio de brigadeiros) e o indiano falou algo do tipo "porque quando a gente sai do nosso país, a gente já tem claro que está abrindo mão da nossa família". Caiu a ficha, tipo, eu nunca tinha pensado nisso e fato é que eu não abri mão de conviver com minha família. Talvez por isso morar fora para mim seja tão difícil. Quando eu cheguei das férias na Disney que liguei meu celular esquecido, tinha recebido fotos do Natal da família e sério, eu chorei tanto, tanto. Toda a distração que inventamos para o Natal foi para o ralo quando vi a foto das primas e mais uma vez eu não estava lá...

Não há nenhuma decisão tomada porque eu mudo de idéia quase como mudo de roupa. Quem sabe em 2014, a gente mudando para outra cidade, eu não me encontre e resolva ficar? Antes de voltar para o Brasil, eu também quero tentar o Canadá. Sim, eu sei que o Canadá é frio, mas olha só, moro em um lugar que tem um inverno ótimo e detesto a vida aqui, talvez me acostumasse com frio. Só testando para saber. E já que temos a possibilidade de testar, por quê não? Marido que já está gostando mais da idéia de voltar ao Brasil, já achou um hospital interessante (que não é em Salvador, aviso aos navegantes) que poderia trabalhar, já ficou até empolgado porque irá encontrar médicos desse hospital em um congresso em junho. E eu claro, fiquei feliz. Mas sabe que depois que ele topou voltar para o Brasil minha ansiedade diminuiu e eu tenho vislumbrado a possibilidade de ficar? (indecisão, a gente vê por aqui!). Tenho pensado em passar uma temporada no Brasil, como fez a Mike, daí a decisão seria mais acertada. Por enquanto não tem nada certo, mas fico feliz por ter 3 opções para escolher. Ruim é não ter opção nenhuma.

18/01/2013

Neve de leve

Eu já falei com vocês que o clima aqui é meio louco. O que não é ruim, devo acrescentar. Quando fomos para a Disney as temperaturas estavam em torno de 20C, voltamos uma semana depois e pegamos uma neve bem leve. As temperaturas subiram, depois caíram e caíram mais um pouquinho (temperatura ideal para pegar gripes e resfriados). É bom que você não passa o inverno inteiro usando casacão, tem os dias de férias que você sai de shortinho por aí.

Esse ano tem chovido bastante e eu ando com minhas galochas novas pra lá e pra cá. Daí ontem nevou. Tipo a neve que caiu no meu primeiro ano aqui. Assim, uma neve pouca, uma neve boba. Mesmo assim, dá sempre uma emoçãozinha vendo a neve cair. Logo depois que a neve cai, já vira gelo. Eu tirei as fotos na varanda de casa, estava finalizando um projeto importante e não consegui sair por aí batendo foto. Mas aí, neve em B'ham é sinônimo de cancelamento de aulas e trabalho. Juro que não juntou 2 cm de neve, mas a UAB mandou todo mundo para casa, as escolas também. Hoje as aulas começam mais tarde e em alguns lugares nem aula vai ter #chatiada (eu estou falando sério!). E isso é o que me faz não gostar da neve aqui, a vida pára por conta de 2 floquinhos de neve...aí, uma colega do marido que é de Chigaco disse que ela acha o pessoal daqui muito louco, parar a vida por causa de raspas de neve, imagina se a moda pega, em Chicago seriam 5 meses sem aula e sem trabalho...

Mas dizem que eu sou pessimista, que falo mal das coisas, que deveria gostar de ficar em casa (sem trabalhar e sem ganhar dinheiro). Que o sistema em B'ham em relação a neve é uma maravilha...

Abaixo, as fotos da supernevasca que tivemos ontem em B'ham e que foi motivo de parar tudo (as fotos foram tiradas depois de umas 4 horas de neve braba caindo...ahahaha).



Tá vendo quanta neve? E olha que moro na parte das montanhas...

Ps: Hoje já quase não tem gelo e as temperaturas vão passar os 10C derretendo tudo...

13/01/2013

Da blogosfera materna

Não sou mãe, nem estou planejando nada para os próximos 6 meses, mas adoro ler alguns blogs maternos. Aqueles que contam causos engraçados então! Lembro da minha irmã, 7 anos mais nova e dos comentários fora de hora que faziam a gente rir muito. Porém, noto algumas briguinhas entre as diferentes formas de pensar. Noto blogs que são a favor do parto natural e em casa cairem de pau naqueles que preferem um parto cesáreo e marcado. E vice-versa. Coisas do tipo "sua hippie" ou "péssima mãe" podem ser lidas em alguns blogs por aí. Assuntos como amamentação e cama compartilhada entram para a lista de discussão. E ó, discutir é legal, é preciso. O que eu acho altamente cansativo é eu achar que o que eu acredito é o certo, vestir a camisa e odiar o que é diferente. CHATO!

Porque assim, o que a ciência aponta como o ideal, não necessariamente é o melhor para mim e para o meu filho. Gente, a ciência trabalha com média e talvez eu esteja dentro do desvio padrão ou não! Aqui nos EUA, vejo as crianças chorando nos carrinhos e as mães continuam a fazer o que estavam fazendo. Quando cheguei aqui, achava um horror, queria pegar a criança no colo e acalmá-la, mas hoje sei que a criança "tem de" aprender a ficar no carrinho mesmo porque a mãe vai fazer o mercado, depois vai ao banco, depois vai fazer a comida, pegar os outros filhos na escola e não tem como dar conta de pegar filho no colo no meio de tudo isso. Não que elas não sejam amorosas, elas são, mas são diferentes do meu jeito brasileiro. E quem sou eu para dizer que assim está errado para elas? Bom, eu não acho que conseguiria fazer isso, mas se funciona para ela, porque que eu vou acender a lareira da inquisição e queimá-la? Oxe, tenho tempo para isso não.

Tudo isso porque esses dias recebi um comentário desse post que fiz em 2010. Isso mesmo, em DOIS MIL E DEZ! Sobre o parto aqui nos EUA. Se você já leu mais do que 5 posts aqui vai entender que o meu tom é de brincadeira. E um pouquinho de terror também (quem já assistiu I didn't know I was Pregnant"? E quem já teve aulas de anatomia com peças de verdade e ficou tensa vendo a vagina e imaginando o quanto que aquilo iria ter de extender para passar um bebezinho?).

O comentário da Amanda, minha conterrânea foi esse aqui:

Que pena q vc pense assim. realmente é bom msm vc esperar para ter um filho... espero q qd vc engravidar esteja com a cabecinha um pouco mais amadurecida em relação a importancia do parto para o bebê e a mãe...

Eu achei tão absurdo e ofensivo. Na minha cabeça ela poderia ter perguntando se eu pensava  igual. Se algo tinha mudado (hello? tem 2 anos!) e olha, eu nasci de parto cesáreo (o plano era o parto na água, mas não deu) com direito a anestesia e tudo e não fiquei traumatizada, não sou pouco inteligente, não tive atraso no desenvolvimento, minha mãe é meu braço direito até hoje. Não que eu seja a favor do parto cesáreo, não sou. Sou a favor da escolha. Sou a favor da informação  e mais importante, sou a favor de ninguém ser discriminada ou deixada de lado porque resolveu/achou melhor dar fórmula, não amamentar ou fazer parto cesáreo.

Eu até entendo a Amanda, porque na Bahia está complicado optar por parto normal, então, não há escolha. Minha prima tentou e não conseguiu, uma amiga até conseguiu, mas a médica não deixou o pai assistir (juro!). Mas isso não dá o direito de você chamar o outro de imaturo. Só porque o outro pensa diferente. Nesse caso, quem é o imaturo? Se a abordagem fosse outra, mostrando os pontos positivos, dando informação e deixando a pessoa escolher o que é melhor para si, não seria mais nobre?

10/01/2013

Do sistema de segurança

1.
Daí que dia 2/1 estava lá eu no escritório trabalhando. Pela primeira vez na história da UAB (segundo me contaram), a universidade resolve fechar no dia 24/12 e só reabrir no segundo dia do novo ano. Chego no trabalho e só encontro uma colega no escritório. Ela é a gerente do projeto hispânico, eu sou a coordenadora do projeto brasileiro (Sim, aqui todo mundo tem um título no trabalho!). Minhas colegas hispanas resolveram estender o feriado e só voltariam na segunda (graças a Deus, teria silêncio para categorizar 50 entrevistas!). Aí, estou eu super concentrada categorizando tudo. Sabe, daquele jeito que você nem pisca. M-U-I-T-O trabalho! E do nada, começa a piscar uma luz azul, daí um barulho de ambulância ensurdecedor e a mocinha do sistema de segurança falando "temos um incêndio, por favor, saia do prédio imediatamente e não use os elevadores". Eu ainda tentei continuar o trabalho porque não levei fé em incêndio nenhum. Achei que era um treinamento (tipo, toda quarta tem treinamento para tornado, então achei que fosse algo do tipo). Mas ó, o barulho é muito alto e eu fui lá fora vê o que estava acontecendo. Pois é, tinha fumaça, tinha gente saindo do prédio. Eu voltei para minha sala, catei meus pertences e na hora de sair, o carro dos bombeiros já estava por lá. Fantástico o sistema de segurança!

2.
Minha sala fica no térreo. Para entrar nos escritórios das funcionárias (só tem mulher!) da minha chefe, é necessário uma senha para a porta abrir. No primeiro dia de trabalho, ao receber a senha, você ouve que não é para divulgar, pois como ali só trabalha mulher e as vezes até mais tarde, a idéia é que todas se sintam seguras. Quando alguém toca a campainha nessa porta com senha, há um sensor que apita quando a pessoa entra para avisar que tem alguém entrando. Se a sua porta estiver fechada, ela trava automaticamente (lembrando que aqui, quem está do lado de dentro da sala, não precisa destrancar a porta é só rodar a maçaneta). Isso não seria demais? Pensava eu. Aqui nos EUA não tem tanta coisa assim. Eu já comentei aqui que americano não tem tanto medo de assalto quanto brasileiro, mas tem medo de maluco, né? Daí, conversando com o funcionário responsável pelos computadores da divisão ele me diz que uns anos atrás um marido veio buscar a esposa e ela trabalhava onde eu trabalho hoje. A esposa estava sozinha e ele, loucão, resolveu que iria matá-la. Lá, não tem janelas, com as portas fechadas e sem ninguém nos escritórios ao lado, ninguém ouve nada. A moça conseguiu fugir do marido maluco e foi instalado esse sistema de segurança.

06/01/2013

Orlando: minhas impressões

Pois então que alugamos um carro e saímos rodando a cidade. Como a gente está a procura de uma outra cidade para morar, a idéia era conhecer a cidade mesmo e sair da parte turística. Assim sem rumo. Assim, do jeito que eu gosto. A cidade é bonita (tenha em mente que o meu parâmetro é Birmingham). Poucas árvores carecas no inverno já dão um tom alegre. Passamos pelo centro da cidade, prédios altos. Sim, eu adoro clima de cidade. Vi alguns lugares preparados para shows natalinos. Bom, devo dizer que em termos de friendly B'ham dá um show. Não que eles sejam mal-educados, são profissionais e ponto. Devo admitir que achei meio estranho essa forma de lidar com o outro, mas nada grave, é só a diferença mesmo. E como eu bem sei, ser friendly não traz nenhuma vantagem nessa vida se a cabeça for pequena.

Daí, fomos bater perna no Eola park. Juro que senti o clima de Montreal. O clima que me refiro é o clima entre as pessoas, porque a temperatura em Orlando estava muito mais baixa. Aquela coisa das famílias com suas crianças.Gente malhando. Casais andando.  Um lago bonito com patos e gansos. Tinha moradores de rua sentados no banco também. Era domingo e tinha uma feirinha. Daquelas que eu amo bater perna. A primeira barraca que me chamou atenção foi The Tony Madeira Leather. Adorei as pulseiras. Tão diferente do que costumo ver aqui e claro que era de brasileiros. Um casal super gente boa. Eles conversaram bastante com a gente. Escolhi umas pulseiras, eles apertam na hora e fizeram um precinho camarada. Pense em pessoas gentis e um trabalho lindo (esse post não foi patrocinado, tá?). Já gostei mais ainda de Orlando.

Eu no Park

 Fomos também em uma padaria brasileira. O Renato já tinha falado que não tinha gostado, mas...eu fui e sério, não tem comparação com a Brazilian Bakery de Atlanta que é muito mais tudo. pelo menos lá nas redondezas tem um mercadinho que me fez feliz com uns produtos da terrinha.

Sobre Celebration, vocês podem ler aqui.

Mas o ponto alto da minha ida a Orlando foi conhecer o Renato. Antes da minha viagem, ele já foi um amor. Sério! Sabe, se preocupou com um cardápio para meu esposo. Sabe quando você se sente especial? Era época de Natal e apesar de feliz com a viagem, estava sentindo muita saudade da minha família. Foi muito boa a sensação de ser bem cuidada e bem tratada.

Mas claro que tem novela. Para tentar retribuir o carinho, queria muito comprar flores. Daí, olhei na internet uma floricultura, mas sou bem chata com a qualidade de flores, tenho que olhar. Enfim, a maldita floricultura ficava em um local perto da International Dr. Isso significa que simplesmente a pista estava PARADA e não conseguímos chegar lá. Lembrei que aqui em B'ham sempre compramos flores no Publix. Aqui você escolhe o vaso, as flores, balão e um atendente coloca tudo junto. Eu até tentei, mas as flores estavam feiosas. Eu escolhi o vaso, as flores, mas não tinha balão nem laço nem nada. E o tempo estava passando, ainda precisávamos nos arrumar. Daí marido sugeriu um presente americano. Que não é bem um presente, mas foi de coração :) (gift card).

Olha a pose da Annabelle no colo de marido
Daí saímos bem antes do horário marcado para evitar trânsito e pense em um engarrafamento (marido ainda disse "algo que eu não sinto falta de morar em cidade grande é esse tipo de trânsito" -mas aparentemente o engarrafamento estava concentrado nos locais dos turistas). Na casa do Renato, fomos recebidos pela filhota dele, a Annabelle. Uma fofolete! No final da visita queriamos uma igual aqui em casa. Conversamos com o pessoal lá e todo mundo tão gente fina. Eles super entraram na onda de nos ajudar com o nosso próximo destino. É sempre bom ouvir um pouquinho dos próprio americanos (que riram da nossa escolha: B'ham, não uma risada desreipeitosa, eu li como "coitados", e né, para mim, é bem por aí mesmo...). Além de ter uma sobremesa feita pelo chef André Meana  - chique de doer!!! Ficamos muito mal bem acostumados com a boa recepção. Assim, eu acho o máximo quem abre a própria casa para receber os amigos. Eu acho uma tarefa super difícil e não sou boa nisso, então, eu amei muito o carinho recebido. Fora que foi super legal ver o cantinho do Renato, o lugar que ele escreve os posts, a vizinhança que ele cita no blog. Ai, é tão legal sair da casa de um amigo falando bem de tudo. Sair com uma sensação boa. Renato, amei a visita, amei seu pessoal e amei você! Que esse seja o primeiro de vários encontros :).




04/01/2013

Happy Friday y'all!



Eu acordei as 5:30 da madruga hoje. Comecei a trabalhar as 7 horas e sabia que o dia profissional só terminára as 7 da noite. Eu saí de casa e estava um frio da zorra. Eu saí de casa e deixei muita bagunça para ajeitar amanhã. Eu comecei a trabalhar e descobri que terei trabalho para o final de semana. Eu descobri também que meu marido não vai folgar esse final de semana. Socorro!! Mas aí, eu lembrei que hoje é sexta. E sexta é sexta. Daí, senti a emoção e a felicidade que só uma sexta pode proporcionar. E fiquei feliz. Fiquei muito feliz!

Causos:

1.
Era sábado, dia 29/12 e estávamos jantando. Marido tinha chegado do hospital a pouco e estávamos tomando decisões importantes. daí, meu celular faz um barulho indicando que tinha chegado alguma coisa. O celular estava do lado dele e ele me passa. Era uma mensagem, marido estava do meu lado e esticou o pescoço para ver (daquele movimento normal, sabe). E a mensagem meus amigos, eu compartilho com vocês:

"I can't wait to see your fine, sexy, handsome ass. I miss u sweetheart" (numa tradução bem livre: estou com saudades meu bem. Mal posso esperar para ver você sua linda e sexy)

Sério! Assim do nada! Agora vê se eu tivesse um marido ciumento? Mas a gente riu horrores. Eu ainda pedi para ele ligar para a pessoa tirando satisfação, assim, de brincadeira, mas ele me olhou com cara de hai-ai.

2.
Invariavelmente, a gente acaba misturando o português com inglês. Eu não falo mais quiabo, eu chamo de okra. E não é "metidez" ou algo do tipo, é que as vezes o cérebro acha mais fácil a versão inglesa, mesmo. Sei lá. As vezes a gente tem diálogo em inglês e as vezes eu tenho que ligar para minha mãe para saber qual a forma correta de usar alguma palavra (é triste porque não sou fluente em inglês e estou perdendo o português por falta de uso). Mas as vezes a mistura da língua resulta em pérolas. Aí né, eu precisava comer um doce e meu marido estava me ajudando na procura. Até que ele avista uma barraquinha de crepe e fala alto " There's CREPE!", que no inglês Crepe vira Crap, que significa porcaria. Eu olho para ele com cara de: oi? (em inglês a pronúncia de crepe é creip, porque quando a palavra termina com vogal, a vogal anterior é longa,tá?)

3.
Daí, uma colega do meu marido pergunta para ele porque no facebook dele não tem fotos minhas. Ele diz que tem, mas as fotos são antigas. Na verdade, marido vive meio cansado e leva séculos para responder email pessoal e mensagens no FB. As fotos que ele tem no perfil, eu coloquei uns 2 anos atrás. Mas nessa viagem para a Disney, ele estava tão empolgado que de lá mesmo, tirava fotos no celular e colocava. Daí quando ele volta, a colega fala "Sua esposa é exatamente do jeito que eu imaginava: linda e pequena". Sério, tem como não amar? Daí completa "ela é nova, né?". Marido, querendo me derrubar responde "não, ela tem a minha idade, é até mais velha". Mato? No que a colega responde "Sério?! Ela tem cara de 20, 21...". Sério, faltando uns 20 dias para eu fazer 29 (véia, como diria minha irmã), eu ouvindo isso, é muito amor. Para completar, dona Nani vê uma foto minha e me fala "Menina como você é linda!!!". Gente, sério! Tem como não ficar bem?

Imagem daqui