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23/09/2012

Tybee Island: um passeio na praia nos EUA




Eu nunca tinha ido à praia nos EUA, mas semana passada me aventurei. O Alabama tem praia lá embaixo, no golfo do México (em torno de 4 horas daqui), mas o destino escolhido foi Tybee Island (quase 8 horas de viagem), pois assim poderia passar em Savannah e conhecer a cidade.

Savannah é uma cidadezinha fofa, foi a capital da Geórgia quando os EUA era colônia Inglesa. Passei o dia caminhando no centro da cidade. Dei uma parada no Chippewa Square, para ver o local que Forest Gump contava suas história (só a praça, porque o banco está em um museu), vi os prédios históricos, as casinhas fofas. Andei na River street, vi o restaurante de Paula Dean (mas não arrisquei entrar). Comi no melhor restaurante mexicano que encontrei nos EUA (até agora). Aqui tem um milhão de atrações-pagas: passeio nos barcos, saindo do rio em direção ao Atlântico para ver os golfinhos, passeio de charrete ou de riquixá com guia turístico. Passeio com ônibus para conhecer cemitérios e saber mais sobre os fantasmas. Enfim, de tudo.

No dia seguinte, fomos ver o Atlântico. Escolhemos um hotel ótimo que ficava literalmente a cem  metro da água.Eu já tinha ouvido falar que aqui nos EUA, para entrar na praia, você tem de pagar uma taxa, mas essa foi "de grátis". Eve, a praia aqui tem coqueiro, viu? E tem gaivota cantando e rondando nossas cabeças. O cheiro do mar é menos intenso (porque a evaporação não é tão intensa). Mas o Atlântico é sempre quentinho e convidativo. Ficamos de molho dentro da água praticamente o tempo todo. Como o hotel era pertinho, não levamos cooler nem a farofa (o estilo americano de ir à praia). Quando a  gente cansava, voltava para o hotel. De noite a gente andou pela vila e jantamos. Aqui, os americanos são tão relaxados (seria o álcool?), todo mundo mais feliz, mais aberto, mais "normal". No dia seguinte, fomos ver os golfinhos no passeio de barco e olha, o sol estava tenso, mas os golfinhos eram fofos.

Coisa boa é estar de férias!

Ps: esse viagem foi feita em julho. Postei fotos aqui.

Ps2: Vi duas cenas estranhas:
1. estávamos no restaurante, de frente para o mar. O restaurante não tem parede na direção do mar e sim vidro, naquele esquema, quem está fora não vê quem está dentro. Daí, uma família sai da praia e resolve ir para casa/hotel/wherever. O pai vai ajeitando a filha e a mãe resolve trocar de roupa. O carro era uma minivan, então, a mãe poderia entrar e se trocar, mas ela resolve se encostar na porta do carona e trocar de roupa?! Como se ficasse invisível. Pagou peitinho e bunda (ou falta dela) e ainda mostrou a calcinha (ou seria calçola?) no modelito americano. Pitoresco né?
2. Três criaturas (que já deveriam ter uns 20 anos) resolvem tomar banho com a torneira de lavar o pé. Tipo, eles tentam tirar aquela areia "incomodativa" (que vocês sabem bem onde fica) em um torneira bem baixa. Ô cena triste!

17/09/2012

O mestrado

Os meus objetivos em fazer o mestrado são 2: aprender a falar inglês de verdade e conhecer gente. Então, que até o momento esses objetivos estão longe de serem concretizados.

Bom, eu não sei como é feito o approach aqui, socialmente falando. Tipo, como as pessoas se tornam amigas? Daí, eu fui do meu jeito brasileiro e não deu certo, segundo meu marido, eu afastei a galera. Fiquei observando como as pessoas fazem os contatos e acho que nao aprendi muito. Lembro que quando comecei na faculdade (mil anos atrás, no Brasil), digo, na matricula, pedi uma caneta emprestada e no primeiro dia de aula "já conhecia alguém.". Aqui, eu puxei assunto, sorria e tal, mas a galera preferia almoçar sozinha (cada um no seu cada qual) do que junto, sabe? Fail total! Eu sei que nas 2 primeiras semanas, as pessoas não se conheciam, daí quando voltei do Canadá, a galera já tinha feito os clubinhos. E eu estou fora de tudo! Aqui, todo mundo senta no mesmo lugar e literalmente, o lugar que me restou foi um na pontinha. Então, eu "conheço" minha colega do lado. Pego outras matérias mais gerais, com mais de 100 alunos e nessas é que eu não conheço ninguem mesmo! Para mim é bem estranho a forma que eles interagem. Mesmo quando as pessoas se conhecem, elas não sentam juntas, não ficam juntas, não dão tchau...

Sabe quando a gente assite filme de escolinha americana que as crianças querem responder a pergunta da pró? Pois isso acontece aqui! As perguntas são bem bobas, mas tudo mundo querendo mostrar que sabe. Mas o melhor está por vir, o foco é so na prova. O pessoal sabe de cor o programa do curso e conseguem discutir com o professor caso ele fale sobre algo que não esta no programa. Quando os professores mandam texto e os textos não irão cair na prova, eles literalmente pedem por favor para a gente ler. Eu estou falando de uma turma de mestrandos e doutorandos! As vezes a professora esta explicando algo e alguém interrompe a explicação perguntando sobre alguma coisa da prova. Voce que mora aqui a mais tempo, quando o curso termina, voce mostra suas notas para seu empregador é? Porque tudo que os professores falam é ameçando sobre a avaliação e a galera foca nisso. Ah, quando o relógio marca exatamente o final da aula, não importa se o professor continua falando, a galera fecha o caderno e guarda o material. Ninguem sai da sala enquanto o professor não finaliza, mas quem escuta algo com tanto barulho de caderno e mochila fechando? Vontade de chacoalhar essa galera!

Dever de casa. Sim, aqui tem mil milhões de atividades para serem desenvolvidas em casa e a maioria dos professores coloca o modelo, o passo a passo de como voce deve responder. Assim "para resolver a questão tal, vá na págiana X, no parágrafo 2" ou "eu quero a resposta direta, se tiver que procurar a resposta, voces perdem ponto" (sendo que a matéria é biostatística, precisa de conta neh?). Eu me sinto na 5 série. E quando a professora dá a liberdade para a gente desenvolver um trabalho, ninguém sabe o que fazer e fica pedindo para ela delimitar o némero de palavras ou parágrafos. acreditam?

Conversando com um casal de brasileiros para saber se é algo que acontece aqui na universidade, eles me falaram que o MBA que cursaram em outro estado era exatamente assim. Acho que eles são ensinados a seguir protocolo, mas não a desenvolver um...me diz que isso só acontece aqui, please?

14/09/2012

Montreal- parte 2

Eu nem sei o que falar da cidade, assim de dica, porque eu estava tão abestalhada com a grandiosidade e beleza que fiquei completamente perdida. De verdade, Marina achou estranho a minha alegria ao pegar transporte público, ao ver gente na rua e até comentou "tadinha, você parece que mora na roça" (praticamente uma redneck, né?). Então eu vou falar pouco e colocar mais fotos, tá?

Ah, eu fiquei no hotel intercontinental, que é um super hotel, mas a universidade me patrocinou né? O hotel fica no centro da cidade e dá para você fazer muita coisa a pé (que eu nem gosto, né?). Fica perto da chinatown, que na verdade não tem nada de muito legal, tem uns restaurantes baratinhos e uma padaria divina (a Harmonie), tem até pastelzinho de Belém, nham, nham! Ali perto, fica o old pier também. Bati perna em alguns shoppings (parte deles é subterrânea e um prédio se conecta a outro para evitar a exposição ao frio). Andei no centro da cidade, entrei nas lojas que não tem por aqui (alo H&M!).

Fui no restaurante Barroco com a colega do trabalho. O concierge do hotel disse que o restaurante era frequentado por locais e que era bem legal. E sinceramente, era mesmo! Um lugar pequeno com umas 10 mesas e só. Staff bom, comida ótima. Eu só lembrava do meu marido que iria amar tudo. Deixo vocês com algumas fotos e a minha lembrança dos excelentes momentos que tive. Luv u, Montreal!






Imagina a minha alegria quando vi que iria atravessar o país num teco-teco.


















Essa era a vista do hotel. Esse clima de cidade maravilhoso. Ficava lá de cima espiando o movimento dos outros, tendo a sensação de fazer parte de um todo












Esse foi o meu jantar no Barroco. Uma carninha com o formato da Améríca do Sul. A carne era tão pequena que eu só comi 1/3 e olha que eram 21hs e eu só tinha almoçado!







Caso você queira alugar ou devolver a bike, isso aí está em todo canto da cidade.


E Claro, um lugar específico para estacionar a bicicleta e fazer compras :)











Essa "quitanda" fica aberta 24hs durante a primavera  e o verão. Sabe aquele colorido e cheiro de coisa fresca?











Fomos para um parque conversar. A esquerda você vê duas moças fazendo um happy hour(eram 19hs de uma sexta) com direito a vinho e queijos :)



Climinha bom!










Imagens do pier. Ficará tudo congelado em alguns meses








Pessoal saindo ou chegando no fórum para casar.










Estava tendo um festival de filme e tinha uns atores na rua usando fantasia e brincando com o público. Claro que um ator fantasiado de jogador de futebol americano veio falar com a gente, perguntando se éramos as cheerleaders (oi?)

I'm sorry, can I have an English menu, please?

 
 A igreja de São josé é fofa. E lá dentro eu vi budista e mulçumano também porque é um passseio turístico e  avista é linda!






Interessante, a escada do meio é para quem está pagando promessa/penitência e sobe ajoelhado.





A vista, depois de subir 30000 mil degraus (bom, tive a ajuda da escada rolante, não vou mentir)




Achei fofa essa sala de velas. Cada uma de uma cor diferente.



Esqueci o nome desse lugar, mas veja que os canadenses estão se esbaldando no sol (nesse dia a sensação térmica era de 41C!), mesmo o lago ao fundo estando em obra. Nunca sabia que lago ficava em obra!




Essa é  a vista que  a gente ganha depois de andar muito. Esse lugar é bem famoso aqui, mas eu esqueci o nome.






 Até o dinheiro é bonito aqui (besta!)





A entrada da Chinatown. A foto está péssima, sorry...




Padaria brasileira?! Essa padaria foi a que eu comentei lá em cima. Ah, eles não aceitam cartão.




 Um dos passeios do congresso foi conhecer a basilíca de Notre Dame. Será que a gente era turista?




A Notre-Dame Basilica. Foi feita uma apresentação especial para a galera do congresso. Teve coral e uma cantora lírica que já até cantou para a rainha Elizabeth (não sei a importância da informação, mas eles falaram isso lá)

09/09/2012

Porque hoje fazemos 3 anos de casamento (+ 5 anos de namoro a ser comemorado daqui exatamente 1 mês). Não, não iremos comemora. Marido está no hospital e ficou de sobre-aviso ontem (que foi pesado, mil ligações durante a noite!) e hoje também ficará. Eu estou estudando muito desde sexta para entregar as atividades e me preparando para um discussão na terça (medo!). A vida na faculdade está tensa, muito tensa! Acordo no meio da noite e não consigo mais dormir de ansiedade, de nervoso. Não consigo acompanhar as aulas. Não entendo o que é dito, perco ponto porque não participo das discussões (como participar se não entendo nada?). Chorei tanto essa semana, estou me sentindo péssima por não está conseguindo dar conta do trabalho e da faculdade (e já adiantando o que sei que vão postar nos comentários: eu sei que vai melhorar, mas no momento está uma merda!). Ontem passei o dia estudando e não consegui fazer uma atividade que será entregue na terça. Meu marido me ajudou muito e literalmente depois de 3 horas, consegui fazer 3 questões (não finalizei a tarefa porque já era tarde, mas entendi o princípio). Me senti tão incompetente, chorei tanto, gritei de raiva (até rouca fiquei). Aí, hoje eu comecei a fazer as atividades as 8hs e agora, as 14hs eu finalizei 3 e estou na metade da última (porque depois de chorar tem que resolver as coisas). Daí que eu parei para passar o aspirador na casa, liguei a TV e estava passando essa propaganda. Lembrei muito do meu marido e de mim. Eu passei 2 anos cheering him up e agora é a vez dele e ele tem tentado fazer tudo mesmo chegando morto do trabalho, consegue um tempo para aturar meu nervoso e me ajudar nas tarefas da faculdade. Ó, se quiser fazer uma prece, mandar boas energias, estou aceitando :)
Ps: eu tenho conseguido visitar os blogs amigos, mas no trabalho não consigo comentar, no meu celular eu tenho muita preguiça porque demoro horrores e quando chego em casa, meu computador fica na área de estudo e o pc do meu marido é louco e não registra meus comentários. Sorry! Então, quero agradecer o último post da Wilqui, ele veio "ni mim com força". Espero que brevemente eu  conte uma história de superação assim.

07/09/2012

Resultado do sorteio

E a vencedora do sorteio foi a Tácia (que quase não participa porque esqueceu de colocar o email). Tácia, responde o meu email (eu mandei para você) com seu endereço tá? Até que casou como presente de 1 ano de casamento né?

Bom feriado para quem está no Brasil e bom final de semana para quem está nos outros lugares do mundo!



03/09/2012

Detalhes de Montreal- parte 1

Esse post foi escrito para mim. Eu preciso lembrar da cidade, das sensações que tive lá. O próximo post (entrará no ar na quinta) será mais turístico, ok? Ah, e já aviso que o post está gigante!

A ida a Montreal foi para eu apresentar dois trabalhos no congresso, mas resolvi ir alguns dias antes para conhecer um pouco da cidade. Bom, se você já leu 3 posts nesse blog já sabe que eu detesto morar aqui em B'ham (e coitado se você já leu mais posts, não aguenta mais meu mimimi). A minha idéia era voltar ao Brasil depois do treinamento do marido, mas marido prefere qualquer coisa a ter de voltar a terrinha (porque a área que ele vai se especializar, ainda não tem no Brasil), então, como meu grau de insatisfação nos EUA é enorme (não só pela cidade, mas por todas as questões burocráticas e culturais) e aparentemente voltar para o Brasil será motivo de briga, a minha idéia é mudarmos para um país neutro, onde nossos diplomas sejam válidos e a qualidade de vida seja boa. Então, os 2 dias de "turista" que eu tive na cidade foram voltados para conhecer o dia a dia do pessoal e não tanto para conhecer a parte turística. A minha expectativa era alta e a vontade de amar a cidade era mais alta ainda (ou seja, minha opinião tem um viés enorme).

Vamos lá, viajei ao lado de uma família de Montreal que estava na Disney. Pense na coisa mais linda que é ver uma menininha falanda francês, contando história, jogando e puxando papo comigo. Fiquei apaixonada! (admito que o sotaque é meio diferente, mas eu achei tão fofo!). Daí, chego na imigração e sobe o frio na barriga porque eu estou mal acostumada com a grosseria da imigração americana, mas para minha surpresa, o policial canadense fala olhando para mim, é super educado, faz as perguntas que tem de fazer e pronto. Já fazia tempo que não me sentia gente na imigração.

Daí eu peguei um táxi para a casa de uma amiga que mora na cidade há 3 anos e foi minha host. Primeiro que o taxista era do Haiti e foi tão educado! Quando cheguei na casa da Marina e entrei no apartamento dela, tudo tão fofinho.  Conversamos uns minutos e ela me levou para fazer um programa local. Como estava quente, fomos em um parque, levamos a canga e conversamos mais. Eu fiquei tonta com tanta coisa diferente. Mil pessoas esportivas, correndo, andando de bicicleta. Todo mundo magro (lembre que aqui  no Alabama mais de 30% da população é obesa). As pessoas são tão relaxadas. Cada pessoa se veste de maneira diferente, muitas estampas e peças diferentes, tão diferente daqui do Alabama que ninguém usa decote, as coisas são todas padronizadas, tudo irritantemente igual! Vi mulher de cabelo molhado (aqui no Alabama isso é sinônimo de desleixo), gente de todo tipo. Ah, a "bolha" ao redor das pessoas é menor que a americana (mas maior que a baiana). A minha host definiu a cidade com uma palavra "liberdade" e foi assim que eu me senti lá. Vi tanta gente tatuada (acho que nunca vi ninguém com tatuagem aqui), casais homossexuais andando de mãos dadas na boa (como, na minha opinião deve ser), deficiente físico participando de tudo. Eu olhava para tudo e fui me imaginando morando lá.

Para melhorar: o transporte púbico. Eu odeio dirigir, mas aqui ou eu pego o carro ou fico trancada em casa (aqui quase não tem passeio/calçada). Em Montreal, os ônibus passam na hora, o metrô também. Você não precisa ficar congelando no frio ou derretendo no calor (eu peguei 41C de puro derretimento), como já sabe a hora do transporte, sai de casa prevendo o tempo e não precisa aguardar debaixo do sol ou neve. Eu achei engraçado porque a gente estava em um ponto da cidade e resolvia ir para outro ponto, minha host via o horário do ônibus/metrô pelo smartphone (invenção que definitivamente é de Deus) e íamos. Não tinha aquele coisa chata de pegar o carro, sabe. Eu amei bater perna pela cidade. Amei ver gente, interagir com gente (quando se está dentro dos  carros, a gente perde isso). O metrô é tranquilo e Marina disse que os novos trens já foram comprados e vão ser instalados brevemente. Comprei meu passe para 3 dias e pude pegar onibus e metrô a vontade. Eu ficava olhando tudo, estava tão feliz, sabe quando você finalmente se sente em casa? Pois é...

Aqui eu não vi ninguém "psicotizando" (falando ao celular com o "bluthu" enfiado no ouvido). As pessoa parecem normais, mas definitivamente são diferentes e ninguém liga. A Marina me contou que houve uma quebra com a religião um tempo atrás, o que não significa que as pessoas não tenham suas crenças (sou eu toda!) e disse que tem tanta lei para proteger a mulher, que se você quiser sair "com os peitos para fora, ninguém vai olhar/notar" (não que tenha gente que faça isso). Engraçado que ela mora em um lugar ótimo, perto do trem e do metrô, da faculdade, na divisão entre a parte francesa e inglesa da cidade. Então na hora de dormir, ela disse que fazia barulho, mas as 3 noites que dormi lá foram ótimas porque o barulho a que ela se refere, é barulho de vida sabe, um carro passando, uma passoa falando longe e isso não me incomoda, pelo contrário, deu a sensação de estar viva fazendo parte do mundo.

A arquitetura da cidade é inglesa e meio cinza ou marrom. No verão fica tranquilo, pois tem muito verde para contrastar, mas no inverno, com tudo branco e "árvores de cemitério" deve ficar feio. Sim, aí você resolve parar para comer algo, a primeira língua é francês e o garçom fala em francês com você (que é muito lindo), mas é só falar que precisa falar inglês que eles mudam a língua. O interessante é que os garçons falavam francês com a  Marina e inglês comigo e a gente falando "brasileiro". Tem cardápio em inglês e francês, a descrição dos produtos no mercado também está nas duas línguas. Tem gente aqui que só fala inglês e tem gente aqui que só fala francês. É muito engraçado ver uma pessoa que foi crianda falando francês, falar o inglês. Eles falam com sotaque, tipo o "h" é mudo, então "help"vira "elp". Agora, a moça do metrô só fala francês.

O atendimento nos bares e restaurantes é diferente. Espera-se muito para ser atendido (talvez esse seja o normal do mundo, mas o americano é que está sempre com pressa), os garçons não ficam perguntando a cada segundo se você precisa de algo (graças a Deus, porque se tem coisa irritante é ter de dizer a cada segundo que está tudo bem e de boca cheia então, não é digno!).Ah, a Marina fez uma fahitas ótimas e comemos na varanda. Ela disse que isso é muito comum lá (eles aproveitam bastante o tempo quente).

Tem padarias espalhadas pela cidade e isso faz toda a diferença na vida de uma pessoa. As  coisas aqui são mais caras, a taxa é ainda maior que a do Alabama. Marina falou que lá é onde tem a maior corrupção no país, as taxas são as mais altas e os salários menores. Ah, uma coisa que achei o máximo é que os casais andam de mãos dadas, se abraçam, dão beijinhos na rua. Coisa fofa! (parece que nas cidades inglesas não tem essa cultura, pois esse tipo de comportamento é tipicamente francês).

E Montreal vai para o topo da lista da mudança. Já pensou, não ser humilhada cada vez que passa pela imigração americana? Fato é que preciso voltar no inverno para ver se continuo apaixonada assim pela cidade, mas pelo pouco que vi, moraria lá tranquilamente (e com muitos casacos para aguentar o inverno).