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31/10/2011

Chega de lamentações!

Faltando apenas 2 meses para esse ano terminar, eu lembrei de olhar as resoluções que havia feito. Eu gosto de dar uma olhada, fazer alguma modificação, mas acabei me passando. Enfim, todas as resoluções foram cumpridas no meio do ano (sendo que eu achei melhor não validar meu diploma e entrar numa pós e já comecei a mexer com os papéis e fazer as provas para conseguir entrar  num curso- que eu ainda não sei qual será). Embora falte pouco para esse ano terminar, eu resolvi criar outra resolução: lembrar, relembrar, levantar tudo de positivo que eu puder dessa terra aqui porque ando muito reclamona e isso cansa!


Então para iniciar vou falar que meu marido está gostando bastante da residência. Mesmo ficando 21 dias trabalhando direto sem nenhuma folguinha! É muito puxado, muito plantão, muito assunto para aprender, mas ele está gostando e aprendendo bastante. E sabe, foi para isso que mudamos! 1/3 desse ano (aqui o ano acadêmico começou em julho) já passou e falta pouco para os plantões terminarem (afinal o que são 8 meses de plantão perto dos próximos 24 meses que virão sem NENHUM plantão, ufa!).

Outra coisa, é muito legal sair nas ruas e jogar conversa fora com os outros. O pessoal aqui é tão simples que vez ou outra alguém puxa uma conversa comigo! Se a conversa for legal e o assunto permitir, eu sempre falo que sou brasileira. Aí sim, os gringos adoram! Muitos conhecem algo sobre o Brasil e perguntam (normalmente sobre comida, futebol e se eu sei sambar). Eu sou super sorridente sempre e uns velhinhos gaiatos (as vezes até acompanhados, o que me faz ter a certeza que o intuito é ser gentil) volta e  meia falam que ganharam o dia só por conta do meu sorriso. Ah e se eu falo que sou brasileira, aí é que a conversa vai longe, eles dizem que americana tem medo de sorrir, mas que eles acham interessante mulher que não tem medo de sorrir. Então tá então...

26/10/2011

Saudade de casa! Muita, muita mesmo! I'm a 100% homesick today :(

Eu coloquei essa frase esses dias no "face"(book) e adorei os comentários que recebi. Primeiro minha prima dizendo (de brincadeira) que ela achava que eu estava em casa. Minha irmã respondeu que casa é onde minha mãe está, uma amiga de infância disse que me entendia e uma amiga da blogsfera sugeriu que eu passasse 1 semana no Brasil para matar a saudade.

Não sei explicar muito bem essa saudade, porque não é uma saudade que passaria se eu ficasse 1 semana no Brasil. Não é bem saudade da minha mãe ou de todos que estão por lá (well, claro que existe esse tipo de saudade, mas é algo que eu consigo administrar bem). Talvez seja uma saudade de quem eu era, do que vivia. Saudade de estar num lugar seu de fato e de direito. Saudade de ter sonhos, de ter uma carreira, de ter certezas.

Eu adoro a casinha que moro aqui, tem o tamanho certo para nossa vida na residência, é super quieto e tranquilo e aqui é minha casa sim, mas quando olho ao redor, não me sinto em casa. Uma sensação de não-pertencimento que é péssimo (principalmente porque não sei se isso vai mudar um dia).

Pôr do sol no Rio Vermelho

Saudade do cheiro do mar quando saia para o trabalho, de dá uma passadinha rápida na Perini e comer a melhor coxinha de catupiry e sorvete de morango (sim, eu comia os 2 juntos). Saudade de meus testes (psicológicos), dos pacientes, das madrugadas preparando os relatórios, de chegar no consultório e checar a agenda do dia com a secretária gente boa. Saudade de encontrar as meninas na Doce Sonhos e fofocar. Saudade de reunir o pessoal, seja no MAM ou no Outback e rir horrores. Saudade de dormir na casa da minha mãe e sair cedo com o marido voltando do plantão e a gente parar na padaria para tomar café da manhã. Saudade da comida de Rai que deixava tudo congelado e eu só precisava esquentar. Saudade absurda do sotaque baiano, suas palavras engraçadas e de me sentir mais uma na multidão. Saudade dos cartões postais (que eu via ao vivo) que me acalmavam nos engarrafamentos...enfim, saudade dessas pequenas coisas do dia a dia. (Vocês "se ligaram" que eu quase não lembro da parte ruim, né? Mas ninguém tem saudade de coisa ruim...ou tem?). Agora eu só preciso aprender a administrar essa saudade :)

25/10/2011

RAL- Resposta ao leitor

Oi gente, ando recebendo emails e alguns comentários interessantes. Tento responder no próprio blog ou por email mesmo, mas agora vou começar a criar posts com o título acima quando achar que a resposta daria um post ou quando a pergunta se repetir muito.

Recebi de um anônimo (poxa, deixa seu nome!) o seguinte comentário e pergunta:

oi lorna! tudo bem? estava lendo o seu blog e vi q vc falou q vc vive numa regiao mto consevadora, mas como eh a questao do homossexualismo ai? eh pior que no brasil? obrigado. 

Bom, para começar gostaria de colocar que o termo homessexualismo foi mudado para homossexualidade em 1985 no Brasil e em 1993 a organização Mundial da saúde deixou de considerar a homossexualidade como doença mental. Isso porque o sufixo "ismo" está ligada a patologia/doença enquanto o "dade" se relaciona com sexualidade. Tá, sei que pode paracer chatisse e tal, mas é importante desvincularmos homossexualidade e doença. Outra coisa que queria falar é que a homossexualidade não é opção como muita gente fala por aí. Minha gente, ninguém acorda um belo dia de sol e fala "pronto, de agora em diante serei heterossexual" e o mesmo não ocorre com homessexual, bissexual etc. Por isso o termo que usamos é orientação sexual.


Aqui em B'ham é aquele negócio, ninguém fala de nada polêmico. Você já assistiu O Show de Truman? Eu me sinto assim aqui. Sabe um lugar que as pessoas são simpáticas, mas que parecem seguir um texto? A sensação de que é tudo ensaiado e falso? Pois aqui é assim. Branco não fala de negro e nem fala com negro, negro não fala de branco (veneno: ou se fala, ninguém entende) e nem fala com branco! Negros detestam hispânicos (e na prática brasileiro é hispânico), o que é compreensível, mas...enfim, ninguém jamais vai falar de homossexual com você e nem vai tratar o outro mal (ou tão mal que possa receber um processo por isso), mas o ódio e o pré-conceito são marcantes.


Bom, aqui você não vai ver gente xingando os homossexuais, batendo, matando como a gente vê no Brasil. Afinal de contas, se fizer isso, a pessoa vai ser presa e caso mate, possivelmente será condenado a morte! Então, é aquilo, um preconceito velado. Você fala o básico com os homossexuais no trabalho, na escola, é educado e pronto. Você não vai chamar "esse tipo de gente" para sua casa, para ser seu amigo. Quando se fala sobre o homessexual é dando risinhos, "brincando" e com bastante raiva. Aqui é comum a gente vê casais homossexuais (quero dizer que eles moram juntos), mas as pessoas são preconceituosas com eles sim e mantêm o mínimo de aproximação possível. Ah, eu já vi em programas na TV os pais difundindo o pré-conceito nos filhos "vai chorar? você é gay é", esse tipo de coisa que a gente vê no Brasil.

Talvez no Brasil seja pior, pois existe violência física, mas a vilência psiquica e o bulling é igual ou talvez pior aqui que no Brasil.

22/10/2011

Moda noturna: Pijama!

Um tempinho depois que mudei, conversando com minhas irmãs (a mais nova tinha passado uma curta temporada na casa da irmã do meio, na California) a mais nova ria com meus comentários sobre as pessoas de pijama fora de casa (tem aquiaqui). Ela disse que foi ao mercado de pijama na Califórnia. Até aí tudo bem, né? Turista...mas para minha surpresa, minha irmã do meio (que morou mais de 5 anos na California) disse que saia de pijama para o mercado sim e que eu iria fazer isso também. Não quis acreditar, porque ô derrota do mundo inteiro é alguém de pijama no mercado. Mas é o seguinte, a idéia de mudar de país é viver novas experiência, conhecer novas coisas e fazer estória. Quem imaginou que eu iria provar torta de abóbora? E se feita com leite condensado até que é boa. E as outras tortas americanas que são ótimas, a de pecan então! Jisus, Maria, José! Ô troço doce e bom, boooom! O que é uma pena, já que sou obrigada a comprar (daquelas individuais porque marido não gosta) e claro que cada fatia vem direto para o panceps, hai ai!



Bom, esses dias marido estava pos call e era sexta-feira. Sexta-feira é dia de quê? De comer pizza né? Daí que deixei meu bacalhau a gomes de sá (sobra do almoço) gostosamente preparado e fui com o marido comprar uma pizza. E sim, fui de pijama! Peguei um casacão (o frio chegou por aqui!) e saí de casa de pijama! Não sei se conta muito pois não saí do carro (se fosse sair não sairia de pijama, né gente!), mas já posso dizer que saí de pijama! (e eu pergunto, que vantagem tem isso? Hai ai, viu!)

19/10/2011

"pé de pato, mangalô 3 vezes!"


"-E aí, como vai o casamento?
-Ótimo!
-Ah, isso é porque é o começo...aproveita que com o tempo piora!"

Sim, esse diálogo aconteceu e não foi comigo. Ainda bem, porque do jeito que eu ando nervosa/chateada a pessoa iria ouvir por 10 dias e 10 noites!
Vem cá, eu estou errada ou isso é no mínimo falta de educação? Você diz para uma pessoa que acabou de comprar uma casa "você vai ver o trabalho que dá!", ou que comentou alegremente que está grávida "filho, nesse mundo! Não dá não", ou de um cidadão que acabou de comprar um cachorrinho "vixe, dá muito trabalho, faz xixi em tudo, morde os móveis"? Se você disse sim para alguma das perguntas, você precisa rever os seus conceitos. Porque gente, todo mundo sabe que ter uma casa é bom, mas trabalhoso; que ter um filho nesse mundo não é fácil e cachorro também não é anjo, mas porque você vai dizer isso para a pessoa? Para diminuir a felicidade dela? Tenha dó!

A recém-casada não perguntou nada, porque cargas d'água a 'amiga' (porque quem avisa amigo é?) resolve fazer um comentário desses? Eu até entendo que você pode ter um casamento de anos e anos e eu imagino (porque ainda não vivi, mas li nos livros) que casamento não seja fácil e com o tempo, pessoas crescendo para lados opostos, pode dificultar, mas gente, falar uma coisa dessas é sem noção (até para os padrões baianos, porque né, baiano se acha no direito e até no dever de falar o que acha) ou eu estou doida mesmo? Eu achei de uma grosseria tão estúpida, tão desnecessário. Mas tá bom, eu ando muito 'cheia de não me toque', vai que isso é comum. Já aviso que se for comum, não fale comigo, porque a resposta será de uma grosseria imensa! Porque se tem algo que eu aprendi desse lado do mundo (mentira, eu aprendi em casa com minha maravilhosa mãe a máxima "se não for para acrescentar, guarde para você") é que a vida do outro é a vida do outro.

17/10/2011

Marido sai do hospital e peço para ele passar no mercado. Ele, que adoro fazer mercado (e eu não estou sendo sarcástica, é verdade), diz que não, que vem me buscar para irmos juntos. Eu digo que ele está tão pertinho e só precisamos de umas 5 coisinhas (nem é mercado de verdade, né?). Ele vai e diz que será rápido. Quase 2 horas depois do mercado-rápido-só-para-comprar-5-itens chega marido com a lista comprada e mais umas coisinhas. Ele foi tirando as compras das sacolas e mostrando. Dizendo super animado que tem edredon/lençol/fronha na promoção em tal lugar, dizendo que a balança de cozinha está ainda mais barata que da última vez que fomos ao mercado (marido é louco por coisa de cozinha e tudo que vê quer comprar. Essa balança é super moderninha, mas não tem nem cabimento comprar porque ele não mede nada quando cozinha, é tudo no olhômetro mesmo). Daí, ele para e solta "é, acho que não posso ir ao mercado sozinho, perco muito tempo olhando os produtos e trago um monte de coisas extras". Achei o máximo! Uma coisa que ele trouxe extra e que eu adorei:

Flores pink com o símbolo da campanha
Essas flores são comemorativas ao mês internacional do combate ao câncer de mama! Por aqui esse assunto é levado a sério e nesse mês teve um montão de eventos relacionados a causa. De corridas a coquetéis. Uma coisa interessante é que muitos produtos lançaram embalagens para celebrar o mês.
Tudo pink nas propagandas e jornais

E você tem feito o auto exame? É a forma mais rápida e prática de perceber precocemente que tem algo estranho. Sim, eu sei que a ginecologista faz o exame na consulta, mas é fundamental que a gente também faça. É tão rapidinho e dor 0! Não sabe fazer? Tem um montão de vídeos na internet, mas o mais legal/interessante/criativo que eu já vi, foi recomendado pelo meu amigo Renato via facebook. Acho que o vídeo está em inglês, mas a verdade é que eu não prestei tanta atenção na língua, rá! Brincadeiras a parte, tá aí algo simples que a gente tem de fazer.


A Pipa falou das fontes rosas de sua cidade para celebrar o mês de combate contra o câncer de mama!

15/10/2011

Uma pequena diferença que faz toda a diferença

(dá série "o lado positivo daqui" porque ultimamente eu só tenho focado no lado negativo)

Como eu comentei aqui, semana passada fizemos um programa muito massa. Quando saímos do restaurante já estava tudo escuro. Quando eu digo escuro é escuro mesmo, só algumas ruas têm poste iluminando a pista (vou fazer um vídeo qualquer dia desses para vocês entenderem melhor, sem farol alto você não enxerga nada). Como a gente fala na Bahia "tava um breu!". O carro estava estacionado no fundo do prédio e para chegar lá precisávamos subir uma escadaria. Tudo escuro! Eu de salto andando mais devagar que uma lesma, a gente tentando enxergar onde pisava. "Meia hora" depois chegamos no carro e fomos embora. Antes de chegar em casa, faltando uns 5 minutos ouvimos um barulhão "pá!". Preciso dizer que perto de casa, a estrada é cheia de curva e é tudo escuro mesmo.

Aí né, se eu morasse no Brasil ou pelo menos em Salvador, eu jamais iria buscar o carro com o marido, ele iria se arriscar sozinho (mesmo aqui em B'ham, ele pediu para eu esperar na porta do restaurante, mas eu detesto ficar sozinha em porta de restaurante e fui junto com ele). Em Salvador, já na saída do restaurante iria ficar ansiosa e com medo, na verdade, provavelmente quando chegássemos ao restaurante, nós já teríamos pensado em como seria para voltar e provavelmente não teríamos jantado lá ou pelo menos, o estacionamento seria outro. O "pá" que ouvimos só serviria como estímulo para acelerarmos o carro e fugirmos (sim, porque coisa boa não poderia ser). Aqui a gente continuou subindo a ladeira na mesma velocidade e eu só pensei "será que esse treco que caiu no carro amassou a lataria?".

Já dormimos com a chave da casa e do carro do lado de fora da fechadura (não que é algo que se deva fazer, afinal ninguém vai dar sorte ao azar) e no outro dia, quando marido estava procurando a chave para ir trabalhar a encontrou na fechadura. Aqui eu não me preocupo de esconder a bolsa quando estou dirigindo, não me preocupo em trancar o carro (eu sempre tranco, mas não é uma preocupação). Eu me sinto segura! E essa sensação de estar segura é algo maravilhoso. Diminui o estresse e a ansiedade em proporções cavalares e te dá tempo para viver.

10/10/2011

7 anos juntos!

Sim, o tempo passa para todos, inclusive para mim! Ontem comemoramos a primeira vez que saímos juntos...e já tem 7 anos! De lá pra cá vivemos muitas coisas, mas nada se compara a dificuldade de morar em outro país, num lugar que eu detesto (porque marido gosta, afinal só passa na cidade para chegar em casa e dormir, de resto fica no hospital). Tenho orgulho de falar que a gente quase não briga (uma briga de verdade, porque essas discussões bestas que sempre termina com um dos dois dando risada, acontece com mais frequência). E assim a  gente vai levando. Como não comemoramos os 2 anos de casados no mês passado devido ao marido estar pos call, comemoramos nesse final de semana e foi muito legal!

Peguei o marido na sexta e comememos comida chinesa (que eu adoro e não tive que cozinhar). Ele veio para casa dormir (estava pos call). Quando acordou fomos comprar roupa e ele conseguiu fazer o cartão de crédito da minha loja favorita aqui. Gente, que alegria! O limite é super alto! Ficamos super felizes! (Se você não mora desse lado do mundo pode já ter feito o julgamento "a louca das compras", "vão gastar mais do que podem", "só poderia ser nesse país consumista" e se pensou assim, senti pena de você. Pena pelo seu julgamento errado, mas como sou legalzinha, eu explico: isso significa que marido começa a ter um pouco de crédito o que facilita e  muito a nossa vida por aqui). Certeza que essa foi a notícia do mês!

No sábado, claro que pela manhã eu fui ao jazzercise, que é a  melhor coisa que eu encontrei nessa terra de ninguém. Marido foi tomar café da manhã num lugar aí que eu não gosto muito, mas que ele adora. Almoçamos salmão (que eu detesto, vale ressaltar, mas reza a lenda que é saudável e marido se acha geração saúde), descansamos e depois fomos ao cirque du solei. Vimos o espetáculo Dralion. Foi muito bom! Eu amei!!!! Descobri que B'ham tem um "centro de convenções" enorme! E sim, já que estavamos lá, comprei pipoca e marido cachorro quente (eu achei tão estranho entrar no teatro comendo, mas a idéia de morar fora é experimentar o que era estranho, né mesmo?)! Fiquei feliz de riscar algo da minha bucketlist. Depois fomos num fancy restaurant que marido estava louco para ir. Bem verdade que não me senti confortável, verdade que não gostei da minha comida, mas a sobremesa salvou a parte da comida. Beignet com sorvete de baunilha caseiro (delícia!) e maçã sauté. Huuuuum!!!! Conversamos bastante, ficamos imaginando onde que marido fará o fellow (que não seja na UAB, que seja em qualquer outro lugar!), o que faremos depois, pra que cidade/país iremos (já sabemos que Salvador e Birmingham não estão na nossa lista). Marido contabilizou o quanto de dinheiro estaria fazendo se trabalhasse as 80hs que trabalha aqui, no Brasil e o quanto estaríamos bem de vida se estivessemos lá. Mas né...hai ai...ele gosta da residência, está aprendendo bastante e é por isso que estamos aqui. Eu já falei com minha chefa e já comecei a fazer um artigo de casa mesmo, para adiantar minha vida.

No domingo ainda fomos almoçar uma massa...e simplesmente o final de semana terminou. Mas foi um ótimo final de semana!

UPDATE: hoje, feriado aqui, marido voltou 1pm do hospital. Vê se não é para comemorar!

Imagem: Jana Magalhães

05/10/2011

ambiente ruim + TPM =

"Querida" Birmingham,

Fica extremamente complicado gostar de você com esse tanto de coisa errada acontecendo. Sim, quando cheguei aqui já sabia da crise da rede de esgoto (tanto que o governador foi preso por lançar mão dos exemplos políticos brasileiros - modo de falar,viu?- e meter a mão no dinheiro alheio), mas assim né, aumentar minha conta de esgoto descaradamente para pagar as contas, não tá certo não. No momento, eu até agradeço pois o aumento da minha conta de esgoto (e eu não estou falando do aumento legal, tou falando em algo absurdo e ilegal) foi pouco comparada a pessoas que tiveram que pagar $500 só de esgoto (e vocês pensam que eles repararam o erro? Não, meus caros). Mas só para lembrar que apesar do povo aqui não ter tanto estudo/qualidade de estudo em relação ao restante do país, tem muito advogado que sobrevive disso, então se liga!

Essa lei de imigração é muito ridícula, principalmente para um estado que tem taxas baixas de imigrantes (porque né, quem quer vir pra cá?), mas que tem tanta arrogância que acha que vai livrar o país "desse mal". Admito que vocês jogaram bem prendendo o primeiro imigrante ilegal, digo isso porque se qualquer um ler a lei vai perceber que ela foi escrita para imigrantes hispânicos e vocês prenderam um imigrante árabe. "Puxa! A policia daqui não é preconceituoso!", é para a gente pensar assim? Rá, pior que tem gente que vai pensar assim mesmo.

E para melhorar, eu, uma latina americana (e não hispânica, tá? Sei que é difícil para vocês entenderem isso, tendo em vista a péssima qualidade das escolas e a forma "diferente" de estudar geografia...se é que se estuda isso por aqui) estou aqui com visto, pagando minhas contas, andando nos trilhos e tentando entender/aprender inglês e tenho que ouvir de um dos membros do board de educação "we WAS top-heavy...we was going to cut..." ou ainda palavras inventadas (neologismo é um dos sintomas de psicose) por outro membro. Bom, aí fica difícil! Fora que as crianças estão sem livro até hoje e pedir que os pais mandem papel ofício para os professores fazerem cópias de "partes" dos livros...bom, não é legal né?

......

Querido Deus, a imigração recebeu meus documentos, por favor, ilumina aquela galera, ajuda no entendimento que meu nome é Lorna e meu sobrenome é Bittencourt Goncalves.  EU NÃO TENHO NOME DO MEIO! Ajuda a eles conseguirem ler meu passaporte e meu DS (tá tudo em inglês, não era para ser tão difícil), por favor! Já estou cansada dessa novela que se arrasta!

Ah, e se for possível, por favor Deus, você sabe que eu quase nunca peço nada, mas por favor, separa um lugar melhor para eu morar. E não, eu não estou falando da casa, que a casa que estou morando agora é ótima, mas um outro estado, uma outra cidade, um outro país...não sei bem, o que sei é que isso daqui não é lugar para mim e que é difícil ser feliz num ambiente desse, ah é!

03/10/2011

Aí que meus papéis continuam errado e eu ainda não posso dirigir;
Aí que marido tem dado mil milhões de plantões;
Aí que eu voltei a estudar para o TOEFL pois a prova é em novembro;
Aí que meu celular quebrou;
Aí que a lei anti-imigração foi colocada em prática por essas bandas;
Aí que eu ando dirigindo com minha carteira internacional, mas morta de medo de ser parada "pelos homi";
Aí que eu só fico com o carro as vezes, só para fazer coisas necessárias;
Aí que eu fiquei um tempão sem ir no jazzercise e no sábado resolvi tirar o atrasado e me acabei;
Aí que aprendi a fazer arroz soltinho na panela (antes usava isso daqui e não ficava tão bom);
Aí descobri que preciso de mais panelas (já que coloquei uma a perder- queimei mesmo, estava distraída falando com minha irmã- e que estou inventando comidinhas);
Aí que aqui já é outono e amanhece com 4C, faz uns 19C durante o dia e lá para as 18hs já está uns 10C;
Daí que eu recebo uma carta da imigração pedindo minha permissão de trabalho de volta para corrigir meu nome (isso significa que não volto ao batente tão cedo);
Resolvo sair (fiquei chateada com a notícia acima) para comprar panelas (porque gastar dinheiro libera endorfina, além de quê na rua você vê gente, se distrai e se cansa);
Daí que estava frio e eu resolvo pegar as botas;
Aí tomo uma queda linda nas escadas da casa e passo o final de semana com o lado direito do corpo dolorido por conta da queda e o esquerdo por conta do jazzercise;
Se eu comprei as panelas? Não, mas comprei roupa de malhar, um jogo de lençol lindo (para minha visita que chega em dezembro) e esqueci das pendengas. Tá valendo, né?