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30/04/2011

O que ficou do tornado...

Gente, primeiro queria agradecer aos amigos da internet (da blogsfera, facebook e afins), amigos que oraram junto comigo quando eu estava desesperada aqui, com medo de morrer e a minha família. Estou bem, estamos bem e por aqui não ficou destruição. Aprendi que quando outro furacão desses passar, tenho que correr para universidade, aqui em casa, se o bicho passasse, iria levar tudo e mais um pouco. Aprendi e ainda estou aprendendo o que é ser voluntária nesse país. Sim, fico emocionada com o que o americano comum está fazendo. Ninguém espera pelo governo não, está todo mundo, toda igreja, toda escola, cada lugar desse estado trabalhando para doar produtos, ajudar na arrumação das casas, do que sobrou da cidade. Gente, esse é um dos estados mais pobres, mas todo mundo tá doando dinheiro além de roupas e afins para ajudar a diminuir o sofrimento de quem perdeu tudo. Muito lindo de se ver! Abaixo coloco  um vídeo que algum amigo compartilhou no Facebook. Quando vi esse vídeo, chorei...chorei pelas vítimas e chorei agradecida por estar viva...ele pasou umas 5 milhas daqui de casa e se tivesse chegado, certeza que eu não estaria aqui. Obrigada meu Deus!

28/04/2011

Tornado (again?!)

Gente, desculpe falar disso outra vez, mas ontem foi mais desesperador que os outros. Meu marido estava nervoso, eu estava com medo, medo de morrer mesmo (sou medrosa!). Esse tornado que passou aqui foi grau 4 (o máximo é grau 5, digo, em teoria existe um tornado grau 6, mas só em teoria), os ventos dentro do tornado estavam a uns 400 km/h e ele se movia a uns 88 km/h, foi algo estranho, preto e foi chamado de black Monster. Há 30 anos não se via um tornado desses aqui. Ficamos no banheiro um tempo com o computador ligado ouvindo as notícias da tempestade. Os raios e trovões estavam bombando bem como a sirene de alerta. Juro que  eu só pensava que não queria morrer, pensei se eu deveria fazer uma carta de despedida (sim, tenho assistido uns filmes meio macabros ultimamente), sei, drama queen total! Tá que lá dentro do banheiro a gente percebeu que estava sem celular e que talvez precisasse entrar em contato com alguém. Meu marido queria buscar sozinho o celular, mas eu queria ver a situação, resultado vimos o tornado lá em B'ham (minha casa fica no alto e a gente tem uma super vista da cidade), as nuvens negras, uma coisa estranha. Pense num medo, num desespero, mas eu achei que aquilo não era um tornado, gente, não parecia com o que a gente vê na TV, umas nuvens negras que vinham do céu até o chão...achei que fosse uma tempestade e queria tirar foto, meu marido nervosamente perguntou se eu estava doida, me pegou pelo braço e voltamos ao confinamento banheirístico. E sim, era o o tal tornado que matou gente (mais de 100 aqui no estado), destrui muitas cidades, mas felizmente passou (relativamente) longe de mim. Muita destruição, carros feitos de sucata, muita casa destruida, só ficaram as fundações. As cenas na TV são chocantes e tristes. 15 minutos depois, o céu estava assim:



Na globo. com tem imagens sobre o acontecido deixo aqui a imagem do tornado entrando numa cidade próxima, quando ele chegou em B'ham já estava diferente, negro com raios dentro, coisa de louco!




Bom, jogando o jogo do contente, agora posso dizer que já vi um tornado de perto e que estou vivinha da Silva.

27/04/2011

Sobre o filme Rio!


 Quando a gente está fora do país, tudo que lembra o Brasil, dá vontade de ver, de comer, de ter...ver qualquer coisa verde e amarelo já chama atenção. E foi nesse espírito que fui assistir ao filme Rio. Aqui nos Eua, as propagandas do filme estão em tudo que é canto e vi muitos amigos aqui dizendo que é o melhor filme que já viram ou que adoraram. O filme é super bem feito, mostra as paisagens/cartão postal do Rio. Dá uma saudade...mas é aquilo né, continua perpetuando aquela visão limitada do Brasil: bunda, carnaval e futebol (ah, e contrabandista também). O que me deixou triste foi saber que o diretor é brasileiro e ele não fez correções básicas no filme: mostra um carinha gordo vestido pro carnaval com sunga e camiseta dourada, carnaval e seleção brasileira em campo no mesmo dia, brasileiro que não gosta de samba é uma aberração. Bom, é um filme para americano ver mesmo. Achei interessante que eles mostraram um menino da favela que rouba o passarinho (o Blue), mas se arrepende e o ajuda depois, mostra que o menino não tem família e mora no telhado de um barraco. A sessão que eu vi estava cheia e os americanos adoraram. Eu não gostei muito (mas não me crucifiquem, tá? Não sou nenhuma entendida de cinema nem nada...)

26/04/2011

Sweet Home Alabama

Ah, eu tinha que colocar essa música aqui no blog. Desde que falei que vinha morar aqui algumas pessoas já falavam na música. Eu não sabia que ela tinha um quê político. Não gosto da música, mas como faz parte da cultura daqui, acho válido.


Tem uma outra música que passa direto na rádio (não está no plural, pois eu praticamente só ouço uma mesmo, já que não curto música country- pelo menos por enquanto) que cita essa música daí de cima que virou um hino daqui. Mas essa daí de baixo apesar do ritmo melhor, tem uma letra baixo-astral (baixo-astral na Bahia significa meio vulgar, meio brega, feio...).

Vê aí:




PS: querido Deus, por favor, não deixe eu ficar com o sotaque daqui :).

25/04/2011

A Páscoa americana

Na sexta, muita coisa não funcionou por essas bandas como escolas e órgãos públicos. A cidade estava bem vazia (e nada de engarrafamento quando fui buscar marido no hospital). Eu passei a sexta na casa de uma amiga, peguei umas caixas para a mudança e acabei ficando por lá. Ela sugeriu que a gente fosse ver Rio aí fez uma comida pra gente, em 40 minutos ela cozinhou tudo. O almoço era para nós duas, mas a mesa estava cheia de comida, peixe preparado de 2 maneiras diferentes, farofa, salada, arroz, macarrão, purê...eu me senti uma péssima dona de casa, o almoço aqui em casa é bem mais simples e ela fez tanta coisa (gostosa!) tão rapidinho. Vergonha! O cinema estava cheio de gente grande, mas lotado de gente pequena. Achei legal que no cinema aqui você pode levar seu filho e se ele chorar não tem grandes problemas (nas sessões de dia, né).

Bom, aqui não tem aqueles ovos de páscoa de chocolate como no Brasil, aqui as pessoas compram uns ovos de plástico e colocam balinhas, chocolatinhos dentro e nas escolas eles pintam o desenho do coelho e pintam os ovos de galinha mesmo (boring!). O mais emocionante é a caça aos ovos, que desde do começo de abril já tem caça de ovos pela cidade. Muita gente faz em casa com os filhos e os amigos, em toda igreja tem, tem nos shoppings abertos, nos condomínios..e essa caça é o seguinte: ovos de plàstico (do tamanho de ovos de galinha) cheios de balas, chocolates dentro que são espalhados pelos jardins e as crianças, cada uma com sua cestinha (as vezes a cestinha é toda trabalhada, com o nome da criança e é usada por anos), vai procurando os ovos e guardando (normalmente é dividido por idade, para as crianças grandes não esmagarem as pequenas). Uma farra!

Tem também uma cesta com chocolate e brinquedo que os pais entregam para o filhos no domingo. Na páscoa, as família aqui vão para a igreja pela manhã (e como eu fiquei sabendo, as crianças vão super bem vestidas, as meninas com um modelo específico de vestido e os meninos, com bermuda ou calça estilo alfaiataria e camisa social)

Modelo vestido das meninas





Depois tem o almoço em família. Aqui eles comem presunto (aqueles do Natal) e nada de peixe. Passamos o dia com uns amigos, comendo horrores (bacalhau) e falando sobre a vida (Leo ficou jogando video game, pra gostar ainda mais).

Imagens: google

23/04/2011

Quando ainda estava no Brasil vendendo os móveis e tudo o mais, várias amigas me falavam que eu era muito corajosa de mudar para os EUA, perguntavam se eu não estava sentida de vender tudo e começar tudo do zero. Bom, na verdade, quando casei e mudei para o apartamento, já sabia que em menos de 1 ano me mudaria para os EUA, então as coisinhas que comprei eram fofas, mas nada muito caro ou definitivo, pois sabia que iria mudar. E quanto ao corajosa, realmente não entendia o que as pessoas estavam falando. Eu até acho que um espírito avetureiro tinha tomado conta de mim, mas nada demais, além do quê, eu sabia que se começasse a dar aula em algum lugar, ou fizesse os consursos para o Sarah, ou deixasse o tempo passar, iria ficar ainda mais difícil trocar o certo pelo muito duvidoso, então era a hora de morar fora (sonho que carregava desde os 16 anos). Depois da mudança entendo o corajosa que todos falavam. Realmente tem de ter muita coragem mesmo, muita força de vontade e paciência (coisa que eu nasci desprovida) para aguentar o começo, aprender tudo outro vez, sofrer e enfim se acostumar (embora saiba que sempre serei estrangeira, mesmo com a cidadania).

Mas eu estou falando tudo isso, pois hoje é aniversário da minha irmã do meio. Uma louca, maluca e muito corajosa que resolveu passar um ano nos EUA e acabou ficando, ficando...hoje ela tem a vidinha dela e se forma em maio por aqui, jé pensou? Ela sim foi/é corajosa. Veio sozinha com um inglês médio (a gente fez curso no Brasil, mas quando a gente chega aqui, hai ai!), fez mil coisas até se acertar. Deve ter se sentido muito só, porque se eu que estou com meu marido sinto muita saudade, ela deve ter passado por momentos tristes e tal, mas está conseguindo viver e vencer na terra "dos fluorescentes" (Como diria Gisley). Como diria meu pai "mulher de gado!".

Bom, parabéns irmã! Muita saúde, sorte, dinheiro, trabalho (você vai bombar na entrevista!), força...

See u soon (I hope so).

22/04/2011

Boa notícia!

Estou tão feliz!!! Entrei para verificar como estava o andamento do meu processo no USCIS e eu já olhei tanto, que entrei sem esperança, sem nem prestar atenção e para a minha surpresa, o governo americano liberou que eu trabalhasse aqui (lembrando que a condição é eu não ajudar meu marido financeiramente, que graça!). Ai que felicidade!!! Agora preciso aguardar (afffff!) mais um mês ( e eu continuo com o mantra ( "vai chegar antes, vai chegar antes, vai chegar antes") para meu cartão chegar, tirar meu seguro social, trabalhar, ganhar em dólar...maravilha, hein?! Pra melhorar ainda mais o quadro, amanhã meu marido termina PARA SEMPRE clínica médica. Sim, chega de emergência/uti/enfermaria geral, chega de gastro, chega de tudo o que não for neuro (não, não significa que ele vai esquecer a medicina né, mas significa que agora sim a residência vai começar de fato e de direito). Agora vão começar os casos legais, os pacientes "especiais", aqueles que fazem pensar, que desafiam, aqueles que vão motivar meu marido a estudar (mais). Só pra constar, meu marido é bom médico, conversa com os pacientes, descobre coisas que outros médicos deixaram passar, só porque conversa com o paciente, conversa com a família, explica tudo e inclusive, já foi questionado algumas vezes sobre o lugar que atende fora do hospital (sim, tem gente que gosta desse jeito brasileiro de ser médico). Estou escrevendo tudo isso pra ver se ele se motiva a escrever os causos do hospital aqui, tem tanta coisa engraçada...
Além disto, como vocês sabem, já alugamos uma casinha. Vixe, como eu estou contente! (Tá, meu mardio tem uma prova importante para fazer, eu tenho 2 + o desafio do trabalho como pesquisadora... mas cada agonia no seu dia, né?)

21/04/2011

"Ele é rico no estilo americano"

Pra mim rico era aquela pessoa que tinha muito bens e/ou muito dinheiro, mas principalmente nada de dívida. Rico pra mim não precisava de cartão de crédito (mas poderia ter, pra enfeitar a carteira) pois tinha dinheiro e pagava tudo a vista. Dentre outros adjetivos e posses, ser rico pra mim era isso. No Brasil, todo mundo quer quitar a casa, o carro e afim, ninguém gosta de ficar devendo e o uso de cartão de crédito é necessário para dar conta das despesas, para se organizar (você só paga uma conta no mês),para ganhar os pontos e trocar por passagens de avião (sim, minha passagem de mudança para os EUA foi comprada assim,milhas!). Eu sempre odiei cartão de crédito, só tive uma vez na vida quando precisei pagar o coserto do carro (um homem louco deixou uma janela do Hospital das clínicas cair no meu carro novinho e fugiu pelo mundo, a UFBA não se responsabilizou e ficou por isso mesmo). Eu tenho muita dificuldade de comprar algo agora e pagar depois, acho tenso!

Aqui nos EUA a maior parte das pessoas deve e dever aqui é bom. E eu explico: para você ter crédito nesse pais, você tem de ter dívidas e pagá-las em dia. Aqui o serviço de crédito é bem diferente do Brasil, você precisa ter dívidas e ir pagando em dia para mostrar que é um bom pagador, com o tempo seu crédito vai aumentando e quando tiver um bom, você pode comprar carro, dividir em 4 ou 5 anos e pagar com 0% de juros. Você consegue juros baixíssimos para pagar a prestação da casa e consegue um bom limite no cartão de crédito. Aqui, quanto mais limite você tem, quanto menos você usa (mas tem que usar sempre), melhor, porque você deixa claro que tem o limite, não depende dele para viver, mas quando usa paga em dia. Então, ser rico aqui (rico comparando com nossos padrões brasileiros) é ter um carrão, mas levar 4 anos para pagar, ter uma casona e levar 30 anos pagando. E assim vive-se e leva-se uma vida normal.

20/04/2011

Sobre a ginástica


Tou viciada nas aulas de jazzercise, até doente fui, mas voltei antes de acabar, passei mal. As aulas são ótimas!!! Tá, admito que não consigo fazer tudo e normalmente opto pelo low impact, mas não tenho que parar durante a aula porque estou morrendo. Já aprendi os nomes dos passos, o que facilita bastante e eu não pareço mas cego no meio de um  tiroteio, tentando acompanhar os movimentos. Sim, porque a professora fala o passo e todo mundo já a segue e eu ficava perdidinha, agora "tou ligada!". O jazzercise mistura pilates, jazz, kickboxing e mais coisas. Diz que você pode perder até 600 calorias, mas eu aindo preciso de muito preparo físico para chegar lá (lembrem que quanto mais preparo físico, mas calorias você perde, porque queimar músculo é mais fácil que queimar banha. Ô lei insolente essa!). Começei em 1 de fevereiro e perdi 2 semanas devido a gripe que tive, mas já perdi medidas, já visto uma calça que estava guardada há 1 ano, u-hu!!! (é, tem coisa que a mastercard não pode fazer por você!). Eu não sei se perdi peso, pois tem séculos que não me peso, mas como músculo pesa mais que gordura, vou acreditar que estou exterminando gordura e preenchendo com músculo né? Minhas pernas estão malhadas :). Nunca pensei que iria gostar de uma atividade física assim, meus joelhos problemáticos quase  não reclamam mais (também, nem lembro a última vez que usei salto). Vou colocar uns vídeos aí em baixo. Parece fácil e é fácil, mas ficar 40 minutos, pulando sem parar "é barril" (estou me atualizando com as gírias baianas). O restante da aula é de localizada, porque a gente seca depois enrijece! E sim, as velhinhas ainda me dão um banho, não param de pular, fazem tudo do começo ao fim, na hora da localizada, pegam peso bem maior que o meu, mas eu chego lá :).

Esse vídeo mostra um pouquinho, mas isso parece mais o nosso aquecimento, porque quando eu digo que o pessoal não para de pular, é sério! As danças são "puladas"  e antes do final de cada música eu já estou morrendo, mas quando eu olho para o lado e vejo as senhoras se acabando, eu engulo a dor muscular (dói tudo, até o fio do cabelo!) e faço low impact, porque né, muita humilhação :).



Ps: eu olhei as pessoas dançando e achei sper fácil mesmo, nem dá pra imaginar que eu termino a aula um bagaço :)

19/04/2011

Alerta de tornado.



Vocês devem ter visto pelo noticiário que passou uns tornados por essa parte do mundo e algumas pessoas morreram. Gente, é desesperador! Aqui, vários canais na TV param de passar a programação normal para mostrar como está o tempo (aqui passaram 2 tornados e 1 ciclone ao mesmo tempo, com chances de mais 2 tornados se formarem). E vai, minuto a minuto falando "faltam 20 minutos para chegar na cidade X...". Vai dando um desespero!!! Eles explicam o que você tem de fazer, o lugar que tem de ir, enfim, na TV você fica sabendo de tudo. Tem repórter espalhado por várias cidades, filmando toda a movimentação da natureza! Pra mim parece coisa de filme! Mas aí, marido liga dizendo que lá vem vindo o "bicho", imagine, ele, dentro da emergência fica sabendo, pensei logo que a coisa seria feia (já tinha visto que esse tornado tinha matado gente no Mississipi). Resolvi desligar a TV e ir tomar banho (faltavam 40 minutos para o dito chegar aqui), daí, meu marido me liga pedindo para ir buscá-lo no hospital. Que medo! Tava um chuvinha que engrossou bastante na volta, mas achei que ficar sozinha era pior! Uma amiga ligou dizendo o que eu deveria fazer e que o  tornado tinha passado no lugar que o marido dela trabalha e todo mundo teve que ir para o porão da loja. Meu marido estava tão tranquilo, tão tranquilo e resolveu tomar banho...eu estava bem nervosa (pra variar). Aí, o tornado passou na cidade vizinha (uns 10 minutos daqui e a cidade que eu vou mudar), mas resolveu ir embora sem dar o ar da graça por aqui, thanks God!

Imagem: google

17/04/2011

Mudança/aluguel de casa

Que a gente detesta/ "odia" o lugar que mora, não é novidade, mas alugar uma casa ou townhouse (porque não queremos apartamento de jeito nenhum) por essas bandas tem sido difícil. Começamos a olhar as coisas em janeiro, na esperança de ajeitarmos tudo e ficarmos tranquilo quando chegasse maio (último mês de aluguel), mas de nada adiantou. Saímos de carro pela vizinhança procurando casas e tal. Que dificuldade viu? Olha de um lado, olha de outro. A gente só queria mudar para 2 cidades (Vestevia ou Hoover) e a distância da faculdade não poderia ser superior a 15 minutos (lembrando que entre estacionar o carro na universidade e andar até o hospital, meu marido leva uns 10 minutos). Além disto, tinha que ficar bem localizado, perto das rodovias, mas com outra possibilidade de chegar na universidade, pois na hora do rush ou quando acontecesse algum acidente, teríamos uma escapatória.

Todo lugar que a gente olhava tinha um porém (vale ressaltar que dentro do nosso budget, na localização desejada e bons, só encontramos 3): cozinha com eletrodomésticos antigos, casa pequena, sem máquina de lavar. Como a idéia é mudar e só sair da casa quando a residência acabar (daqui no mínimo 4 anos), tivemos que pensar direitinho. O lugar que a gente mais gostou, não tinha vaga (claro, isso sempre acontece com a gente. #síndromedacoitadinhamodeon). Quén, quén, quén! Tinha um deck enorme com bastante privacidade (você não vê seus vizinhos), cheio de armários (algo necessário quando se tem um guarda roupa de inverno e verão completamente diferentes e também quando se tem um projeto de cozinheiro em casa que quer comprar todas as tralhas de cozinha- e sim, ele usa tudo!), armário para casaco logo na entrada da casa (algo essencial nesse clima, mais essencial ainda se você tem um marido que costuma "dipindurar" as roupas nas cadeiras, sofás e matar a esposa de raiva!). Um lugar cheio de árvores, que usa gás (economia na energia), um lugar que tem concreto nas paredes (nada de ouvir as conversas dos vizinhos do lado). O único ponto negativo era a cozinha, os appliances velinhos, mas dá (ria) pra viver com isso e não tem máquina de lavar/secar, mas a gente alugaria e ainda ficaria dentro do budget. Claro que tem piscina, quadra disso, quadra  daquilo, mas como eu não vou usar mesmo...As revisões na internet sobre o complexo foram ótimas, só reclamaram dos appliances velhinhos. Beleza! Mas claro que a gente não conseguiu a vaga...

Como o tempo estava passando e a gente precisava ajeitar algo logo para avisar oficialmente que a gente vai encerrar o contrato daqui, resolvemos ir na nossa segunda opção que fica numa excelente localização. Já tem máquina de lavar/secar na unidade e é tudo OK. Eu achei pequeno, principalmente o banheiro, mas certeza de que seria melhor do que nessa casa do terror que a gente mora. As revisões na internet não foram as melhores, mas resolvemos fazer a reserva do apartamento de qualquer jeito. Para tanto, você precisa pagar uma taxa que não será reembolsada e assinar uma dúzia de papéis. Eles examinam se você pode pagar o aluguel (marido deu a cópia do contrato da UAB e 2 contra-cheque), ligam para o apartamento que a gente mora para saber se a gente paga as coisas em dias e tal. Com tudo isso feito, se tudo estiver ok, você é aprovado. Pronto, já tinhamos um teto e a mudança está marcada para o final de maio.

2 dias depois de termos sido aprovado para nossa segunda opção, recebemos uma ligação da nossa primeira opção e tcharam! Uma pessoa desistiu da townhouse e havia uma pra gente no final de maio, can you believe that? U-hu, u-hu! Ficamos pensando qual seria melhor, fomos lá ver a localização da casa e optamos por lá mesmo. Perdemos um dinheirinho, mas acho que a escolha foi mais acertada (assim eu espero). Então, final de maio já teremos novo endereço!



Fofo né?

14/04/2011

Enquanto isso na emergência...

Marido está rodando na emergência esse mês. Os horários são melhores, mas a metade dos plantões são das 3pm-1am, um porre porque eu acabo acordando de madrugada. Olhando pelo lado positivo, não preciso fazer janta, pois o marido tem de comer pelo hospital mesmo.

Esses dias, ele saiu rapidinho da emergência para jantar, mas acabou chegando 4 minutos antes da cafeteria abrir e ficou na frente esperando, tinha uma família esperando também e um menino de uns 7 anos chegou perto e perguntou:


Criança: você é médico?
Marido: yep!
C: você pode consertar  meu dedo que está duro e quebrado?
Vó: seu dedo não está quebrado, você está inventando.
C: é...mas meu amigo puxou o dedo e botou no lugar de novo!
(Vocês lembram daquela brincadeira que os adultos faziam fingindo que tiravam o dedão, né?)
V: Ele estava lhe enganando, foi de brincadeira, ele fez pra enganar vc...
C: Não, eu vi, foi verdade, eu vi... Você sabe colar um dedo? Você sabe como faz isso?
M:Não... mas não pode colar o dedo assim...
C: Pode sim, meu amigo fez rapidinho!
M: É...então eu não sei.
C: Você é rico?
M: (vontade de responder:  você acha que se eu fosse rico estaria aqui no ER?) bem que eu queria...

Acho que o pobre do menino saiu desorientado, conheceu um médico que não é rico e ainda que não sabe colar um dedo (coisa que o amigo faz)! Ah, essas crianças..

12/04/2011

Fórmula Indy

Tá que em janeiro meu marido encontrou no Groupon uma promoção para os ingressos da fórmula Indy, que aconteceu aqui em B'ham. Ele ficou super animado, queria muito ir. Eu cansei só de pensar. Não gosto de corrida e ficar vendo carrinho passar não era bem o que eu queria da vida né? Mas ele insistiu e disse que era o presente de aniversário (com um mês de antecedência). E tá aí uma coisa difícil, meu marido é super complicado de agradar em se tratando de presente. Ele fica grato com qualquer coisa, mas raramente ama/adora algo. Eu ainda levantei a questão de plantão, já que ele não sabia a escala de abril e poderia ser que no dia da corrida ele estivesse no hospital e tal. Mas ele estava tão empolgado que comprou os ingressos. 1 mês depois, ele ficou super animado, pois a gente poderia comprar o acesso ao Paddock. Eu fiquei me imaginando lá, sem nenhuma animação, mas já que a comemoração era dele, compramos! Eu estava mesmo preocupada com a roupa que deveria usar lá. Achei o short que queria e comprei um chapéu pra ficar fashin (risos), mas esse chapéu foi a minha salvação! No dia da corrida, estava planejada 3 corridas de categorias diferentes e fomos cedo. Fiquei de boca aberta por conta da organização do evento. Você chega no estacionamento, tem várias pessoas organizando, aí você pega um ônibus e vai para o evento (uns 15 minutos), chegando no local, você pega um mapa e vai pegando uns carrinhos para se locomover. A volta foi igual. Super organizado.
A comida era péssima e cara, bebida alcoólica não é permitida (e sim, todo mundo se divertiu!). No ingresso dizia que você poderia levar cooler, lençol, cadeira, barraca...eu pensei numa farofada daquelas, mas acabamos levando água e uns snacks! Chegando lá, fiquei emocionada ouvindo os motores roncarem, lembrei das corridas de domingo, de Senna.
Eu achava que teria arquibancadas para a gente assistir as corridas, mas nada, você senta no chão mesmo (agora entendi o motivo deles pedirem para levar cadeira e tal). Ficamos perdinho dos boxes, vimos uns pilotos, tiramos mil fotos. E depois de 6 meses sem calor, o calor estava insuportável, não tinha nenhum lugar coberto e passamos o dia no sol quentão. Marido, que se recusou ao usar protetor, voltou um legítimo red neck (não só o pescoço, mas a cara, as pernas...tudo vermelho). Eu usei protetor e re-apliquei algumas vezes, o chapéu foi meu melhor amigo. No final das contas, foi muito legal!!!




Como americano vê a corrida



09/04/2011

"Merda, fiquei olhando para as mulheres e perdi a entrada!

Sim, essa frase aí em cima eu ouvi do meu digníssimo esposo num dia ensolarado em Atlanta. Vamos ao drama! Veja bem, era sábadoe  ele milagrosamente estava de folga, acordamos e resolvemos que iríamos fazer um visita no estado vizinho. Procuramos na internet os endereços, anotamos tudo, nos arrumamos, tomamos café e pegamos a estrada. Quase 3 hs (aumente 1 hora devido ao fuso horário) depois de muita estrada e engarrafamento, depois do GPS surtar e nos levar para um lugar ermo, resolvemos parar e comer um churrasco brasileiro. Comemos, bebemos suco de maracujá e ainda ouvimos música brasileira (não teve espaço para a sobremesa, mas eu comprei ouro branco e trouxe pra casa). Depois seguimos rumo ao nosso roteiro de compras (eu queria pq queria um classic short e tinha que ser numa loja que não tem aqui, só em Atlanta), daí que no caminho para a loja, marido solta essa pérola! Numa situação dessas, o que fazer? Brigar? Bater? Chorar? Eu dei risada, dei muita risada, gargalhei mesmo. Tem que ser muito bobo/ingênuo pra falar um negócio desses, né não? Eu me acabo de rir só de lembrar da cena. Resultado, tinha 2 esquisitas, usando umas roupas engraçadas  que combinava com um chapéu mais tosco ainda e combinava com a roupa dos seus respectivos cachorros.

07/04/2011

Ida ao médico...

Ontem fui ao oftalmo. Estou louca para fazer lentes de contatos, aí resolvi marcar um oftalmo. Na verdade, para fazer lentes de contato ou óculos, você não precisa ir ao oftalmo, você pode ir ao optometrista. O optometrista é um profissional não-médico, mas que pode fazer residência médica e ter um título de especialista. Na prática, não sei qual a diferença não. Enfim, resolvi marcar um especialista em córnea, para dar o parecer final sobre o probleminha na minha córnea. E sim, tenho ceratocone, mas está no estágio inicial e como está estagnado há uns 10 anos, está tranquilo. Minha visão é ótima e não tenho nenhuma indicação para fazer cirurgia e ajeitar a córnea (ufa!). Além disso, como o probleminha é simples, não tenho indicação para usar a lente rígida, o que era meu medo. Lente rígida é pra gente sem um pingo de frescura, o que não é o meu caso. Aquele treco parece instrumento de tortura!

Então, você chega no consultório e preenche uma papelada falando das medicações que toma, das doenças que tem (ou seja, você faz a sua anamnese para o médico) e dizendo se quer que suas informações sejam passadas para seus parentes e tal. Você já paga logo a consulta (o valor das consultas já estão impressas no meu cartão do plano de saúde), esse valor já cobre todos os exames. Depois vai para outra sala de espera. Um técnico te chama e você fala o que está sentindo e o que você quer. Faz os exames todos (graças a Deus não tem aquele ultrassom horroroso), inclusive a topografia. Depois fui com o técnico para outra sala e lá ele viu o fundo do meu olho (claro que eu consegui -só Deus sabe como!- machucar meu olho no aparelho e aí eu pensei "cadê dra. Ana Cláudia com todo seu jeitinho e paciência?) e colocou o colírio para dilatar a pupila. La fui eu mais uma vez para a sala de espera. Depois de um tempo, um enfermeira me chamou para outra sala e lá veio o médico, ele olhou meus olhos, falou do ceratocone, me encaminhou para um médica especialista em lente de contato e pronto. Ai que saudade de Dra. Ana Cláudia! Minha oftalmo há 10 anos! Um amor de pessoas, super paciente com minhas frescurites, super profissional, sempre preparada para qualquer emergência e uma pessoa incrível. Ela virou médica de minha família toda e da família do meu marido tamanha competência. Gente, ela é muito boa! Nunca atrasa e caso isso ocorra (normalmente por conta de uma emergência), ela sempre se desculpa. Ai que saudade dela!

Bom, aqui na sala de espera não tinha Tv, nem sonzinho. Tinha umas revistas mais relacionadas a área de negócios. Tinha também quadros de todos os títulos que esse médico tem (e eu digo, ele tem um montão de certificados) e quadros com os principais artigos que ele publicou. Esse oftalmo não é fraco não, mas não criou nenhuma relação comigo, achei tão esquisito. Meu marido diz que eu tenho que me acostumar e eu digo que me acostumar com coisa boa é fácil (pessoas educadas, trânsito tranquilo), mas com coisa ruim é tão complicado. Meu marido diz que a medicina aqui é um negócio como outro qualquer. Segundo ele, do mesmo jeito que um advogado, um administrador, um atendente de fast food levanta e vai trabalhar; o médico também faz. Eu fiquei tão chocada...eu sei que no Brasil tem muita gente assim, mas sei também que tem muita gente que ama a profissão, vide as médicas que me acompanham há uma década. Acho que vou sentir saudades desse calor humano, desse contato.

04/04/2011

Sobre o imposto de renda

Tem uns dias que entregamos nosso imposto de renda americano. Aqui o walmart faz o seu imposto de renda e cobra $30, você pode comprar um programa e fazer, pode pagar um contador também. Leo fez através do setor internacional da UAB, eles marcam uma hora e explicam o passo a passo. Imagino que deve ser simples. Antes de fazer preencher a papelada das taxas, a universidade já manda o comprovante do ano e você só precisa preencher a papelada (aqui é no papel). Depois de preencher tudo e assinar, mandamos pelo correio para os órgãos específicos. Sim, é 'rgãos mesmo, pois aqui o imposto de renda é estadual e federal, então temos que prestar contas em 2 lugares. 

Fizemos também o imposto de renda do Brasil. Quer dizer, uma amiga-contadora-alma-boa fez o grande favor de fazer para a gente. Que negócio chato é imposto de renda, graças a Deus, Renata (a amiga contadora) ajudou. A gente estava tentando fazer pelo Brasil, mas não tínhamos encontrado alguém que soubesse fazer, pois a gente precisou preencher a declaração de saída definitiva do Brasil, enfim, aquela confusão chata. Sei que essa minha amiga pegou meus papéis, pegou o computador e voilá, fez tudo. Super rápida e com muita prática. Enquanto ela trabalhava eu trabalhei também, fiquei "olhando" a filhinha dela. Eu amo a Sofia (filha da Renata), ela é uma figura!!! Acha que sabe falar e fica "conversando"comigo, balança a cabeça, sacode as mãos. E o sorriso? Acha graça de tudo! Ela é super sabida, esses dias me deu a mamadeira e queria que eu entregasse meu copo para ela, ela me dava a mamadeira e apontava para o meu copo, vê se  guento? Aprendeu a andar um dia desses, mas resolveu que correr é o máximo e se você bobear, ela some, as vezes ela cai com tanta pressa, mas segunda a vó disse "pronto minha filha, agora você aprende" (claro que isso é dito com a pequena no colo e fazendo carinho no dodói). Chora só quando tem fome ou está nervosa mesmo. É uma princesa linda e está na fase de copiar o que a gente faz, já aprendeu a fazer "high five" e a gente tem umas brincadeirinhas só nossas. Muito amor!!!! Depois, na hora de educar, trocara  fralda, cuidar, educar, pagar as contas, tem a super mãe pra fazer. Ser tia é muito bom :).


Voltando ao imposto, vamos esperar o dinheiro do imposto americano entrar na nossa conta e o brasileiro também (espero...). E quando a gente tiver podendo (Leo ganhando isso e eu isso), já teremos nossa contadora aqui nos EUA (Renata está validando o diploma para ser contadora aqui).

Sofia querendo a máquina :)

01/04/2011

Emprego para neuro...

Marido estava conversando com uns colegas e  acabou sabendo que contrataram para a universidade daqui uns neurologistas para a área de distúrbios do movimento (eles tratam um monte de doença como Parkinson). O trabalho é relativamente tranquilo, trabalha-se das 8AM às 5PM, final de semana livre, trabalha-se em ambulatório (nada de plantão!) e é uma área que meu marido gosta e tem experiência. Parece que esse médicos ganham a "mixaria" de S400,000.00/ ano. Já pensou? Eu ganhando aquilo tudo e ele isso...afff! É muito dinheiro pra uma família só!

Pra ganhar isso no Brasil, quanto que um médico tem de trabalhar? Eu não falo de psicólogo, porque no Brasil psicólogo pra ganhar bem já é uma luta, pra ganhar super bem então...

Com essas possibilidades de ganho, segurança, cidade limpa, pessoas educadas, policiamento sério etc como eu vou convercer meu marido a voltar pra Salvador, me diz, como? E quando eu digo da saudade da família, ele emenda "com tanto dinheiro, a gente vai pagar muitas passagens para eles ficarem por perto" :), hai ai!