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29/08/2011

Para aproveitar um sábado de folga do marido, programamos um dia cheio de coisas. Saímos de casa felizes e contentes ouvindo música brasileira e falando besteira (lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá  #smurffellings). Daí que a gente mora numa região bem montanhosa e é um sobe e desce daqueles (sabe quando a pressão muda e os ouvidos estalam? Pois é, aqui é desse jeito), aqui tem curvas bem fechadas onde a velocidade máxima é de 15MPH. Então que a gente entrou nessa curva bem fechada com o intuito de ganhar o mundo. Pausa: Imaginaram a cena do casal fofinho, super felizes num sábado de sol com temperatura agradável? Não? Então imagina aí...Voltando, quando entramos na curva bem devagarzinho, avistamos uma criança deitada no meio da rua, uma criança de uns 2 ou 3 anos.

Eu: oxe, o que é isso?
Marido mudo tentando entender a situação e freando o carro devagar pois estávamos num local perigoso para parar o carro, mas ninguém queria machucar a criança.

Continuo olhando...e vejo uma SUV parada...sabe aqueles segundos que nada faz sentido, que você não sabe se para o carro, se acode a criança, aqueles segundos de "pane cerebral"? Bom, o carro parou, um homem desceu correndo (o pai?) pegou a criança no colo, que nessa hora já estava chorando correndo ao encontro do pai. O pai olha rápido, "joga" a criança no carro e segue com o carro em zigue-zague (provavelmente estava tentando checar se o menino estava bem). Tudo isso durou uns 10 ou 15 segundos. Eu fiquei em estado de choque, juro! Então minha gente, a cadeirinha para os pequenos não é enfeite é essencial, bem como a trava da porta dos passegeiros, porque criança é curiosa mesmo e vai tentar descobrir o mundo mexendo e testando e os responsáveis pela segurança da criança são os adultos né!


26/08/2011

Economizando

O sistema de descontos aqui nesse país é de enlouquecer! Agora estamos no final do verão e as lojas já colocaram a coleção de outono nas vitrine. Muito scarf, camisa de manga, botas. Mas o calor está matando. Os 30C diários não me deixam nem imaginar comprar uma camisa de frio (e sinceramente, eu prefiro não imaginar e ignorar umas árvores teimosas que insistem em se pintar de amarelo, hunft!). Aí, quando o outono e o friozinho chegarem (que aqui é no final de outubro), essa coleção já estará em promoção nas lojas e nas vitrines estarão bombando os casacões pesados.

Lembrando que sou housewife, esposa de residente (deu para entender que o negócio é apertado né?) e que sempre gostei de economizar, nesse aspecto, me achei nesse país! Junte isso ao fato de que sou uma pessoa básica e que não gosto das estampas americanas, o resultado é um armário cheinho de roupas. Tá, eu não ligo para marcas e no momento nem poderia. A loja que mais amo aqui é a Banana Republic e eu "lavo a jega" lá. Aqui em B'ham tem poucos brechós e embora tenha tentado, nunca encontrei nada em thrift store (só móveis para reformar!). A idéia é você se cadastrar nas lojas que gosta (sempre recebo descontos), fazer o cartão de lá (o que te dá descontos nas compras). Se tiver outlet da loja então, afff! Aí é uma maravilha mesmo. Mas se você tiver um marido como o meu, que encontra só coisas boas nas lojas, rá, você está feita!

Uma vez comprei um cinto de $6 num brechó e na Banana Republic, um novinho de $7, então eu tenho dado preferência para coisas novas. Tem também a TJmaxx e a Ross onde compro minhas roupas de malhar e vestidinhos estilo secretária. Na época de promoção, fica tudo tão barato no shopping, as lojas normalmente têm cupons de 10, 15%. Eu comprei meu biquini numa loja no shopping e saiu bem mais barato que se eu tivesse comprado na Ross, acredite! As lojas de departamento dos shoppings, escondem achados bons, bonitos e baratos. Além disso, comprar coisas de outra estação é muito bom.

Quando compramos as máquinas de lavar e secar, escolhemos um feriado, pois nos feriados entra tudo em promoção! Além do desconto, do frete grátis e de uma taxa mínima para instalação, ganhamos um gift card de $70. Ah, esse gift card tem a bandeira visa e podemos usar em qualquer lugar como restaurante, mercado. Como você deve imaginar, na semana do feriado, as coisas ficam bem baratas (por exemplo, roupa feminina e jóis se for dia das mães), mas um dia depois, fica bem em conta mesmo. Acho que isso acontece porque os americanos preparam tudo com antecedência (visto que as lojas estão recheadas de coisas para o Halloween e Natal e ainda estamos em agosto). Bom pra mim! Além disso, existem feriados específicos para descontos como o tax free weekend e o black friday.


Como aqui as pessoas não jogam nada fora ou elas doam ou vendem, ainda existe a possibilidade de parar num estate sale/yard sale (que bombam na primavera e verão). Eu nunca comprei nada, mas adoro ir (Gente, eu sou super preguiçosa para comprar). Na craigslist você se informa sobre esse tipo de "evento", mas nas ruas, quando vai chegando o final de semana, as plaquinhas de divulgação estão por todo lado.

Aqui também tem Groupon e Living Social  que vende coisas com desconto que vão desde uma pizza até diárias de hotel. Outra coisa são os descontos nos próprios restaurantes tipo $20 para a entrada e 2 pratos principais, ou $8 e você toma o quanto de sopa e salada quiser. Eu não sou muito fã de entrada, pois quando como, perco o apetite para o prato principal e para a sobremesa (mesmo quando é salada, meu estômago não entende minha vontade de comer e se engana achando queuma folha de alface é comida).

Mas o supra suma dos descontos americanos são os cupons! Aprendi a amar! Também né, eu comprei esmalte Revlon por $0.01 (um centavo!- preço normal $4.99) e pasta de dente colgate (do tudo maior-preço normal $3,50) de $0.04, tem como não amar?  O que acontece é que os produtos que a gente compra normalmente não tem cupons (estou pensando seriamente em começar a  comer os enlatados e congelados...brincadeira viu mãe!). Mas aí a gente descobriu uns mercados que vende produtos beeem mais baratos e nosso mercado é dividido assim: carne compra em tal lugar, peixe no outro, produto de limpeza lá e as outras coisas acolá. Um tormento pra quem odeia mercado, mas vale a pena pela economia (como a gente passa na frente desses lugares, não gasta nem gasolina). Aí que quando a gente acha esses descontos, temos que comprar muitos produtos. No momento, meus armários estão lotados de cereal, conseguimos mais de 50% de desconto numa caixa e compramos várias. Recebo o jornal de domingo, entro no site cuponmom, vejo se posso pegar algum produto de graça e depois vejo se encontro algum desconto bom nos produtos que quero comprar. Há inúmeros sites que você pode imprimir os cupons também. Infelizmente, eu só uso marcas específicas, só como um tipo de cereal, só uso uma marca de pasta de dente, xampu...caso contrário, minha economia seria ainda maior.



Esse assunto de economia me fez lembrar de algo, sabe aquelas pessoas que chegam num restaurante e ficam "vixe, como isso é caro. Que preço absurdo! Só vou pedir uma salada mesmo..."? Eu detesto! Fico super constrangida. Acho que quando você sai é para se divertir, se tá sem grana, faz uma farra em casa ou procura um restaurante que atenda sua demanda (hoje em dia os menus com o preço são facilmente encontrados na net, o santo google ajuda), mas caso você chegue no lugar, desavisado dos preços, e tá sem grana mesmo (fazer o que né?), bom você pode pedir algo barato, mas não precisa divulgar aos 4 ventos porque é feio, tá?


Vejam aí o que outros exportados acham do tema:
A Gisley falou como economiza
O Renato falou dos garage sales
A Pipa falou dos cupons e estate sale

22/08/2011

Já que as notícias por aqui são mais que desanimadoras, vou rechear o blog com imagens (como no post passado) e vídeos legais como esses aí embaixo.









3 guys, 44 days, 11 countries, 18 flights, 38 thousand miles, an exploding volcano, 2 cameras and almost a terabyte of footage... all to turn 3 ambitious linear concepts based on movement, learning and food ....into 3 beautiful and hopefully compelling short films.....

= a trip of a lifetime.

move, eat, learn

Rick Mereki : Director, producer, additional camera and editing
Tim White : DOP, producer, primary editing, sound
Andrew Lees : Actor, mover, groover

http://vimeo.com/27243869

18/08/2011

Sobre internet e redes sociais


Esses dias meu sogro fez uma cirurgia simples (se é que eu posso falar que uma cirurgia é simples) e enquanto estava no quarto, se recuperando aos cuidados da minha sogra (e da enfermeira e equipe médica, mas digamos que meu sogro seja muito dengoso e precisa de cuidados "carinhísticos" mais que cuidados médicos) ligou o gmail talk e começamos a conversar. Eu e marido aqui em casa, ele e  minha sogra num hospital em Salvador. Como essas ferramentas tecnólogicas são boas e como elas conseguem aproximar, né? Eu fiquei pensando nisso e agradeci muito por ter acesso a essa maravilha.

Eu até tenho skype e msn, mas nunca acesso!!! Porém, estou sempre checando meu email e estou sempre no facebook! Amo o facebook! Sim, sei que perco muito tempo de vida lá, mas no momento, eu tenho tempo de sobra e  fico super contente sabendo dos babados da minha família, dos amigos, falando bobagem, descobrindo que fulaninha casou, que sicrano (já me falaram que no Rio é siclano) separou e batendo muito papo com as pessoas que ficaram por lá ou as que estão espalhadas por esse mundo.

E o blog, minha gente. Esse canal aqui entrou na minha vida num momento complicado e foi muito bom ter um lugar para falar das novidades dessa vida nova. "Conheci" pessoas interessantes, gente louca de pedra (e como é bom saber que você não é o único louco...). Enfim, gosto desse meu espaço.

Se você não sabe, existe toda uma etiqueta nessa bloguesfera. Sim, é educado você retribuir visitas (desculpa caso eu não tenha te visitado, eu adoro conhecer novos blogs, deve ter sido um lapso), responder email, comentários. Recebo mais emails que comentários
e sempre respondo todos), emails com perguntas engraçadas até, do tipo "sou separado, será que o salário de residente vai ser suficiente para me manter e mandar dinheiro para meu filho?" Eu acho super engraçado...eu sei lá o que você acha suficiente? Quanto é a pensão do seu filho?...uma graça mesmo!

Ah, caso você tenha alguma dúvida, esse é um blog pessoal (se você prestar atenção no sub-título, fica claro que aqui é um relato da minha vida, de coisas que vivo), sim, aqui é o meu diário, a minha casa, o meu espaço. Com a diferença que um montão de gente tem acesso e pode comentar. Ah, e eu adoro os comentários. Gosto mesmo! E não, você não precisa concordar comigo, pode deixar sua opinião numa boa. É bom ouvir suas histórias, seu ponto de vista...me ajuda a pensar nos meus. Mas gente, o que não vale, o que não pode é ser grosseiro, preconceituoso e afins. Pô, entrou no blog, não gostou do post, não gostou do espaço; paciência! Nem todo mundo vai gostar, ué e sinceramente esse nunca foi meu objetivo.

Bom, estou falando tudo isso pois os comentários serão moderados de hoje em diante. Já havia recebido umas esculhambações sem sentido sobre o Alabama e hoje foi a gota d'água: um comentário super preconceituoso. Claro que só os anônimos escrevem besteiras... Não, isso não é incomum, não foi algo só com esse blog, isso tem acontecido bastante pela internet, infelizmente. Mas decidi que isso aqui é meu e não é democracia zorra nenhuma, e se não for legal, o comentário não presta para estar aqui e ponto.

Imagem: google

15/08/2011

Mais da residência médica nos EUA

(Como o post mais lido do meu blog e o que me faz receber vários emails com dúvidas foi o de residência médica, aqui vai mais um pouquinho...)

Pedi mais uma vez para marido escrever um pouquinho sobre a vida dele aqui, mas ele olhou para mim com olhar cansado e respondeu "que vida?!". Aí eu ainda insisti "poxa, fala aí da sua falta de tempo, do estresse, das conferências, plantões...". Ele não se animou e ainda completou "eu já passo o tempo todo no hospital, você quer que eu pense no hospital no meu escasso tempo livre?". Então tá né, deixa para lá.

A boa notícia é que ele passou no step 3. Agora ele vive recebendo propostas de emprego ou vagas para o fellowship (faltam no mínimo 3 anos para ele se formar!) e essa parte é a melhor. Acho super motivante porque ele chega morto do trabalho e vê que existe sim vida após a residência e que a vida será mais fácil (principalmente do ponto de vista financeiro). A gente fica viajando nas possibilidades e é legal. Ele estava vendo as possibilidades de lugares para trabalhar e me perguntou se eu queria ir para Minessota, Wisconsin, Illinois, eu disse "quero muito ir para qualquer lugar, queria muito sair daqui, mesmo que seja frio (sofro com o frio), eu queria tentar". Aí ele vira para mim e "que tal o Alaska?". Meu marido sabe, de forma "sutil", mostrar que talvez ficar aqui não seja assim tão ruim né?

Bom, tem "feira" de hospitais também, como aquelas feiras de intercâmbio no Brasil. Você vai, conhece a visão do hospital e se te interessar deixa seus dados que eles vão entrar em contato na época da sua formatura. Eles precisam tanto de médico que já tentam estreitar os laços com os doutores desde já. Marido quer que eu vá porque segundo ele eu sempre tenho muitas perguntas (na verdade, acho que ele quer que eu vá, para me motivar, me mostrar que depois disso tudo aqui, vai ser bom...), mas eu fujo desses encontros médicos. Verdade seja dita, marido raramente vai para esses encontros, nem no Brasil, onde os jantares ocorriam nos melhores restaurantes, ele raramente comparecia. Eu detesto, gente, é muita conversa médica, um porre!!!

Bom, o esquema da vida de residente é o seguinte: chegar antes das 7 no hospital e passar os pacientes, ir para a conferência das 7:30 as 8hs. Depois volta para enfermeria/ambulatório/UTI e discute os casos com os professores, faz a admissão de novos pacientes. Das 11hs as 12hs tem outra conferência e o almoço. Quando termina você volta para as atividades que estava fazendo na enferaria/ambulatório/UTI. As 17hs, termina e volta para casa, caso não tenha plantão. Se não tiver plantão volta para casa e estuda. Se tiver plantão, será o único especialista do complexo hospitalar daqui e não dormirá nem por 10 minutos. Aí, o outro dia é igual, porém, se você estiver de plantão, sai as 11hs.

Olhando assim, não é  tão mau, mas na prática a coisa é completamente diferente. O horário de chegada varia de acordo com o número de pacientes e o de saída também (juro que até hoje ele só saiu as 17hs uma vez, ligou para eu ir buscar e comentou "tá vendo? Hoje eu saí na hora!". Acho até que ele estava com o celular na mão só esperando dar 17hs para me ligar...e claro que quando eu cheguei para buscá-lo esperei, porque ele ainda não estava pronto). O horário de saída é uma piada, ele sempre fica mais. Tudo isso junto dá 80hs no hospital (as vezes um pouco mais). Vida fácil né?

Quer saber mais sobre como ser médico aqui nos EUA? Acesse mediconoseua.com 


UPDATE: esqueci de falar da folga. são 4 por mês e só :). No primeiro ano marido podia escolher a folga qualquer dia da semana (claro que as datas eram discutidas com o time), esse ano as folgas são no final de semana, então as vezes ele trabalha 2 semanas sem folga e depois tira o sábadoe  domingo off .



Ps: Pessoal, pode mandar perguntas e emails que respondo numa boa. Peço que antes, leiam os comentários dos posts sobre o tema, pois ando recebendo perguntas que já estão no blog. Eu escrevi mais alguns posts sobre residência médica nos EUA, procura nos marcadores ao lado. Se continuar com dúvida, pode entrar em contato J
 

12/08/2011

Brazilian Day NYC 2011

Esses dias a globo internacional me contactou para passar informações sobre o Brazilian Day em NYC. A festa será na  46 street, também conhecida como Little Brazil (rá, eu estive lá- não na festa, na rua- no ano passado, comendo farofa e picanha, depois de dias comendo junk food) no dia 4 de setembro e será apresentada por Serginho Groisman. A festa já tem 27 anos (minha idade!!!) e acontece 1 dia antes do feriado do dia do trabalho  (esse feriado é o fechamento oficioso do verão). Essa  festança dá tanta gente que é conhecida como a maior festa brasileira fora do Brasil.

Esse ano a Globo Internacional abriu um concurso para brasileiros que moram aqui nos EUA. Se você ganhar, receberá passagem de avião e acomodação para o evento e poderá levar um acompanhante (quer saber mais? Clica aqui). Eu até concorreria se fosse criativa porque ir para NYC com tudo pago, vale muito a pena!!!

Até o momento de atração confirmada está Luan Santana e Exaltasamba (?!). Bom pra quem gosta de festa! No meu caso, só de imaginar 1 milhão e 500 mil pessoas juntas (sim, você pode comprar o camorate se quiser ficar "mais relaxada" na festa), dançando, cantando, bebendo, brincando na rua, em plena NYC... só imagino o desperdício de tempo gasto na festa tendo a cidade mais legal do mundo para conhecer (se você mora nas redondezas, talvez seja uma boa idéia "cumê água" no feriado ao lado de compatriotas). Tá, eu também não sou chegada a esse tipo de evento (vale ressaltar que a última vez que fui para o carnaval baiano tem mais de 10 anos), muita gente junta não me agrada muito e não é o estilo musical mais apropriado para a minha pequena pessoa...

Fica aí com algumas imagens das edições passadas


Qualquer semelhança com a Avenida no carnaval baiano, não é mera coincidência!







10/08/2011

Lei anti-imigração (HB56)


Sim, a lei anti-imigração foi aprovada no Alabama e vem causando um bafafá daqueles. A Lei que já está em vigor a mais tempo no Arizona foi colocada em prática aqui, mas por enquanto, está meio que café com leite já que devido aos desastres ocasionados pelo tornado de 27 de abril, tem muita cidade tentando se reerguer e isso significa a necessidade de mão de obra, leia-se dos mexicanos (ó, aqui não é preconceito meu não viu, foi o que eu ouvi das "otoridades").

Essa lei permite que os policiais peçam documentos para qualquer pessoa diante de qualquer suspeita de que ela esteja ilegal no país. Empresas e escolas têm de se certificar que seus empregados e alunos estejam legais. Essa lei também obriga que quando a  igreja for doar alimentos ou qualquer outra coisa, exija a documentação da pessoa (e se for ilegal, "perdeu 'pleiboi'!") e para "melhorar", trata como criminoso quem, de alguma forma, ajudar um imigrante ilegal.

Sabe-se que a maioria dos imigrantes ilegais daqui (embora muita coisa se aplique para o país inteiro, só posso falar do Alabama) vêem da América Central e principalmente do México (que é América do Norte, né), então, diante disto, a suspeita dos policiais será baseada na cor da pele, na estatura, no típico físico das pessoas. E como é o nome disso, minha gente? Como? Como?

Essa lei mexeu com a  Igreja, com a religião... Bom, o que se tem  discutido por aqui é que a lei é contra a igreja católica (tendo em vista que esses imigrantes, em sua maioria, são católicos) e que iria afastar muito fiéis. Algumas igrejas se uniram (Católica, Episcopal e Metodista) e entraram na justiça contra a lei. Eles dizem que a lei vai de encontro com a liberdade das igrejas e principalmente contra o cristianismo. Vai acabar com o espírito do bom samaritano, aquela questão de ajudar o próximo (que é levado muitíssimo a sério aqui), de ser voluntário vai definhar. E assim né, vai de encontro com os textos bíblicos (Mateus 25: 31-46).

Adicione a isso a questão de que se um cidadão comum deixar um imigrante ilegal dormir na sua casa ou der uma carona e a  policia pegar, a pessoa que ajudou o imigrante é enquandrado também. Ou seja, se eu for dar uma carona para um amigo, preciso perguntar se ele é legal ou não e se for ilegal, tenho que chamar a policia. #holocaustofeellings.

O pior de tudo é que essa lei é ilegal. Sim, exatamente, essa lei é ilegal! Na constituição do Alabama (aqui todo estado tem a sua própria), artigo I, secção 30 diz "immigration shall be encouraged" e na secção 34 "Foreingner who are, or may hereafter become bone fide residents of this state, shall enjoy the same right in respect to the possession, enjoyment, and inheritance of property, as native born citizens". Eu sei que a palavra resident aí em cima pode dar margem para interpretações, mas nada fala que é preciso ter um documento na mão.

Os alabamenses ainda estão discutindo as péssimas condições que fazem essas pessoas sairem de seus países e virem pra cá. A dificuldade que é viver ilegal aqui, escondido, com medo e a dificuldade e normalmente impossibilidade de resolver a situação e passar de ilegal para legal. Levantaram questões de ilegais que voltam para seus países e deixam seus filhos americanos, pois esses terão melhores condições de vida. O constrangimento que americanos descedentes de hispânicos vão passar por serem parados por policiais para mostrar seus documentos. Uma outra discussão é sobre a legalização de pessoas que chegaram ilegais quando crianças e que se formaram aqui nos EUA e querem se legalizar.

E o estado? Acha um absurdo as pessoas questionarem o governo (juro!), eles estão dando declarações do tipo "nós sabemos o que é melhor e ponto". Olha só, o presidente, independente de sua populuradidade, é um símbolo dos EUA, como a bandeira e a águia. De forma geral, as pessoas não questinam o que o presidente faz, só confiam e acham certo (juro que eles acreditam que o Bush não sabia da não existencia das bombas e por isso começou essa última guerra- um PS grande: não são TODOS os americanos né minha gente!). E sabe qual a resposta dos alabamenses? Como não foi algo definido pelo governo federal, vamos questionar sim senhor!

16 países da América Latina (dentre eles o Brasil e o México) rejeitaram essa lei do Alabama e entraram com uma ação. O que esses países querem é uma lei federal e não 50 leis diferentes (são 50 estados aqui). Os americanos também acham que a imigração é uma questão que deve ser tratada pelo governo federal. Na Georgia, essa lei também foi colocada em prática, porém foi modificada (ninguém precisa delatar o imigrante e a policia não pode para ninguém e  nem solicitar os documentos para saber se é imigrante legal).

Tem um monte de gente cobrando uma posição do Obama sobre o assunto, vamos vê né?

Imagem: google


Fontes: The Birmingham News 24/07/11 até 07/08/11
             http://www.rtp.pt/noticias/?t=Lei-anti-imigracao-entra-em-vigor-na-Georgia-sem-clausulas-mais-polemicas.rtp&article=456682&visual=3& layout=10&tm=7
             http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,lei-anti-imigracao-gera-protestos-nos-eua,545692,0.htm
             http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5282225-EI8140,00 Mexico+lidera+rejeicao+contra+lei+antiimigrante+do+Alabama.html
             http://www.comunidadenews.com/local/juiz-federal-bloqueia-partes-de-lei-anti-imigrante-7372
             http://blog.al.com/spotnews/2011/06/anti-immigration_law_march_in.html



07/08/2011

Ser dona de casa desse lado do mundo


Aqui no Alabama ser dona de casa é bem comum. Ora, o estado que tem os maiores índices de gravidez antes dos 20 anos (comum eu ver mulheres na minha idade com 3 filhos!), um dos estados mais pobres e sem tantos profissionais qualificados, né. Além disso, creche aqui não é algo barato e muitas vezes só aceita a criança por um turno. Nas escolas, as crianças tem aula até as 13 ou até as 15hs (depende da idade) e claro que não podem ficar sozinhas em casa (só se tiverem mais que 13 anos). Lembrando que o americano nem sempre mora próximo da família e  por isso, nem sempre tem aquela ajuda da sogra ou mãe. O que algumas mulheres fazem é cuidar dos filhos e quando eles estão grandinhos voltam a trabalhar 2 ou 3 vezes na semana (eu sinceramente não sei se aqui tem gente que casa e não tem filho, acho que aqui no Alabama as coisas são  tão quadradinhas, tão iguaisinhas...).

Bom, mas ser dona de casa aqui é algo bem respeitado (verdade que se você é dona de casa e não tem filho, não é tão respeitado assim).As mulheres dão conta da casa (no estilo americano néam?), dos filhos (leva filho para escola, para o futebol, para brincar na casa dos amigos, fora as mil competições que as crianças fazem parte aqui nesse país), dos maridos e delas mesmas (jazzercise, salão, saída com as amigas...). A minha preocupação em ser dona de casa (porque eu só conhecia o modelo brasileiro) era a de não ter o que conversar e a de viver a vida dos outros membros da família. Mas aqui, as donas de casa têm vidas completamente separada da família: são voluntárias, participam de clube de leitura, participam de diversas atividades e o que não falta são histórias para contar.

Uma coisa importante é que aqui, pessoas que continuam trabalhando quando têm filho e que portanto pagam babás ou creches para as crianças passarem o dia, não é bem visto. É como se a mãe-trabalhadora não fosse uma boa mãe, pois deveria deixar de trabalhar e ficar com a criança em casa (pelo menos no primeiro ano). Por isso, ser dona de casa aqui é um trabalho levado muito a sério.

Ah, para ajudar na vida de "Amélia", o americano não é machista (pelo menos não tão machista quanto o brasileiro). O marido ajuda nas tarefas de casa e quando as mulheres saem com suas amigas (o famoso girls night out o que acontece com uma certa frequência) eles ficam em casa com as crianças. Sim, aqui marido e mulher não precisam estar colados não e é muito normal os maridos sairem com seus amigos e as esposas com sua thurma. Afinal, todo mundo merece um "break-zinho". Sábado de manhã é o dia oficial dos país e seu filhos. Para todo lugar que você olhe, tem pai (sem a mãe!) com seus filhos. As mães tiram a manhã de folga ou vão faxinar a casa. E ai do marido se falar que a casa está bagunçada, a  mulher vira bicho, afinal esse é o trabalho dela e ela leva muito a sério.

Aí, quando eu falo com o pessoal no Brasil, sempre tem alguém que acha que eu tenho que correr atrás (sim, eu estou parada, estagnada e não faço nada, tadinha "de eu"), que não é certo viver a vida de Leo (eu pergunto: como eu vivo a vida de uma pessoa que praticamente não vejo?) e um monte de blá, blá, blá (imagina o que eles pensam e não falam). E aí, apesar de não gostar muito de morar aqui, agradeço a Deus pela oportunidade de abrir ainda mais minha mente e me tornar uma pessoa ainda melhor do que já sou (nada modesta, hein). Eu até entendo o comentário dos brasileiros, no Brasil a gente é programado para trabalhar e num país machista, mulher que não trabalha fora, não é respeitada, quer dizer, mulher no Brasil não é respeitada de jeito nenhum e por isso não pode depender de homem. Enfim, eu não desisti de estudar e de trabalhar, mas é que cada hora surge uma complicação (e a complicação da vez é sobre o meu visto) e no momento, o que me cabe é ser dona de casa e nessa, eu vou decobrindo outros talentos: restauradora de móveis, decoradora (compramos uma peça e outras coisinhas, a casa tá uma graça!), cozinheira, estou lendo livros de psicologia em inglês (para aprender o vocabulários), estudando para o TOEFL que é no final do mês... Porque minha gente, eu não nasci para sofrer e estou preparando uma super limonada com os limões que tenho encontrado :).




03/08/2011

Só se vê em B'ham

Caso 1. Tá que sábado fomos trocar o óleo do carro, saímos cedo, tomamos café da manhã na rua (século que não fazia isso). Assim que chegamos, na nossa frente tinha um carro igualzinho ao nosso. Achei interessante pois por aqui não é tão comum você ver um carro igualzinho ao seu  (tem muita marca de carro, cor, enfim, difícil um carro igualzinho ao seu). Deixamos o carro e ficamos esperando naquelas salinhas para cliente. Avistei um senhor que certeza saiu de um filme da década de 70. Cabelo, roupa, jeito da década de 70 e ele estava escorado em um sofá dormindo. Em 30 minutos o carro já estava pronto e fomos pagar. O senhorzinho que falei acima, simplesmente não reparou que estávamos na fila e passou na frente (mesmo um funcionário avisando da fila). That's ok, ele estava meio que dormindo, sei lá. Aí que o senhorzinho era o dono do carro igual ao nosso e ele trocou os carros e estava se batendo para ligar o nosso carro. Eu até entendo que por fora os carros eram iguais, mas dentro (no banco do carona) tinha fitinhas do senhor do Bonfim "dipinduradas", meu colchão verde limão do Jazzercise, uma sombrinha amarela e azul e nada disso chamou a atenção dele. Ele saiu do carro porque achou que os funcionários haviam esquecido as rodas travadas (como o carro iria chegar lá com as rodas travadas, só Deus sabe!), mas não tinha passado pela cabeça dele que o carro era de outra pessoa.

Caso 2. Voltando para casa, num dia ensolarado, conversando com o marido e de repente uma criatura trajando biquini (ou sutiã e calcinha, vá saber!) laranja fluorescente, cabelo de doida e pilotando uma máquina de cortar grama vem na contra-mão virada! Só me resta orar. Juro que dessa figura eu senti medo, muito medo, juro!

01/08/2011

Festival de melancia

Levando o marido para o hospital me deparo com uma placa (feita a mão) de um festival de melancia. Fiquei tão contente, queria  muito ir!
Aqui as pessoas são loucas por melancia, também calor de mais de 40C, muita atividade outdoor e gente branca, melanciacai bem. Sei que tem gente que compra melancia até de $20 e coloca no facebookdizendo que valeu cada centava (também bé, $20 numa melancia...).
Aí, marido começa imitanto o âncora do globo rural:

"Começa amanhã em B'ham, Alabama o festival de melancia mais esperado do ano..."

quem "guenta?".

Aí, ele vira para mim e pergunta o que tem de levar. Eu, na lógica brasileira, respondo que só deve precisar levar dinheiro né? E aí começo a sonhar com sorvete de melancia, vários tipos de melancia, suco, quem sabe até um bolo? Vá saber. Marido faz um "hum!" e pergunta se não tem de levar melancia. Eu realmente não vi a lógica disso, mas depois consegui li o poster inteiro que dizia para a gente levar melancia cortada e vasilha. e isso lá é festival? Mas parece um piquinique de melancia! Eu hein!