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13/01/2013

Da blogosfera materna

Não sou mãe, nem estou planejando nada para os próximos 6 meses, mas adoro ler alguns blogs maternos. Aqueles que contam causos engraçados então! Lembro da minha irmã, 7 anos mais nova e dos comentários fora de hora que faziam a gente rir muito. Porém, noto algumas briguinhas entre as diferentes formas de pensar. Noto blogs que são a favor do parto natural e em casa cairem de pau naqueles que preferem um parto cesáreo e marcado. E vice-versa. Coisas do tipo "sua hippie" ou "péssima mãe" podem ser lidas em alguns blogs por aí. Assuntos como amamentação e cama compartilhada entram para a lista de discussão. E ó, discutir é legal, é preciso. O que eu acho altamente cansativo é eu achar que o que eu acredito é o certo, vestir a camisa e odiar o que é diferente. CHATO!

Porque assim, o que a ciência aponta como o ideal, não necessariamente é o melhor para mim e para o meu filho. Gente, a ciência trabalha com média e talvez eu esteja dentro do desvio padrão ou não! Aqui nos EUA, vejo as crianças chorando nos carrinhos e as mães continuam a fazer o que estavam fazendo. Quando cheguei aqui, achava um horror, queria pegar a criança no colo e acalmá-la, mas hoje sei que a criança "tem de" aprender a ficar no carrinho mesmo porque a mãe vai fazer o mercado, depois vai ao banco, depois vai fazer a comida, pegar os outros filhos na escola e não tem como dar conta de pegar filho no colo no meio de tudo isso. Não que elas não sejam amorosas, elas são, mas são diferentes do meu jeito brasileiro. E quem sou eu para dizer que assim está errado para elas? Bom, eu não acho que conseguiria fazer isso, mas se funciona para ela, porque que eu vou acender a lareira da inquisição e queimá-la? Oxe, tenho tempo para isso não.

Tudo isso porque esses dias recebi um comentário desse post que fiz em 2010. Isso mesmo, em DOIS MIL E DEZ! Sobre o parto aqui nos EUA. Se você já leu mais do que 5 posts aqui vai entender que o meu tom é de brincadeira. E um pouquinho de terror também (quem já assistiu I didn't know I was Pregnant"? E quem já teve aulas de anatomia com peças de verdade e ficou tensa vendo a vagina e imaginando o quanto que aquilo iria ter de extender para passar um bebezinho?).

O comentário da Amanda, minha conterrânea foi esse aqui:

Que pena q vc pense assim. realmente é bom msm vc esperar para ter um filho... espero q qd vc engravidar esteja com a cabecinha um pouco mais amadurecida em relação a importancia do parto para o bebê e a mãe...

Eu achei tão absurdo e ofensivo. Na minha cabeça ela poderia ter perguntando se eu pensava  igual. Se algo tinha mudado (hello? tem 2 anos!) e olha, eu nasci de parto cesáreo (o plano era o parto na água, mas não deu) com direito a anestesia e tudo e não fiquei traumatizada, não sou pouco inteligente, não tive atraso no desenvolvimento, minha mãe é meu braço direito até hoje. Não que eu seja a favor do parto cesáreo, não sou. Sou a favor da escolha. Sou a favor da informação  e mais importante, sou a favor de ninguém ser discriminada ou deixada de lado porque resolveu/achou melhor dar fórmula, não amamentar ou fazer parto cesáreo.

Eu até entendo a Amanda, porque na Bahia está complicado optar por parto normal, então, não há escolha. Minha prima tentou e não conseguiu, uma amiga até conseguiu, mas a médica não deixou o pai assistir (juro!). Mas isso não dá o direito de você chamar o outro de imaturo. Só porque o outro pensa diferente. Nesse caso, quem é o imaturo? Se a abordagem fosse outra, mostrando os pontos positivos, dando informação e deixando a pessoa escolher o que é melhor para si, não seria mais nobre?

15 comentários:

  1. Oi Lorna
    Tbm leio muitos blogs maternos e sempre tem polêmica, mas só leio e absorvo pra mim o que me é importante.
    Realmente nosso jeito de criar os filhos (nós brasileiros) é um pouco diferente do jeito americano (generalizando, claro), mas em alguns pontos eu gosto mais das rules e do jeito que ligam com as situaçoes daqui.

    Somos uma constante mutaçao, eu tinha "certezas" meses atrás que hoje em dia faço diferente, nao tem como ter o mesmo pensamento qdo estamos aprendendo diariamente.

    E penso que vc demostra estar super preparada p/ ter seu babyzinho.

    Bjs!

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    1. Cris, sabe que dá vontade de levar você para casa. (ou mudar para perto)? Você é sempre um amor! É verdade, graças a Deus a gente pode mudar e muda o tempo todo. A Lorna de 2 anos atrás (recém chegada nos EUA), não é a Lorna de hoje :)

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    2. Obrigada Lorna!
      E escolho a segunda opcao: ter uma vizinha pra batermos papo e no futuro um amiguinho pra brincar com o Lucas (e quem sabe com o segundinho tbm rs)
      Bjs

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  2. Esse assunto sempre e polemico... eu acho falta do que fazer..kkk... serio!! Acho errado os medicos falarem o que e certo ou nao para a mulher...Como voce falou tem pessoas na Bahia que nao sao autorizadas a terem o bebe de forma natural.. o que e melhor para a mulher dependendo do caso.. Minha pobre tia que mora na Europa, nao teve o direito de pedir cesaria depois de sofrer horas de parto com um bebe de mais de 5kg...ja .. o segundo bebe tambem muito grande.. ela teve que pedir na justica para ter o direito da cesaria...entao .. minha opiniao e de que .. o que for o melhor dependendo a situacao deve ser feito.. uma conhecida minha em Sao Paulo tinha o sonho do parto natural(em Sao Paulo, a mae tem o controle total!), mas antes do parto apos os ultimos exames o medico conversou com ela e o marido sobre o tamanho do bebe, que estava gigante, no final ela teve o bebe atraves da cesaria..e ficou feliz por que .. quando viu o bebe entendeu que sofreria muito.. minha tia por motivo do parto natural forcado que teve, ate hoje, 6 anos depois ainda tem problemas serios na bexiga..Isso mesmo bexiga! Entao acho perca de tempo essa historia de certo ou errado quando se trata deste tema... gostei do post!

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  3. Lorna, n tenho nem paciência p gente assim. Talvez se eu conhecesse a Amanda na vida real, a gente até pudesse ser amiga, mas é difícil p mim respeitar uma pessoa q mal conhece a outra e vai logo julgando.

    Esse povo se junta na net, fazem umas panelinhas e quem pensa errado vai pro inferno.

    N dá... N dá!

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  4. A net hoje em dia ta complicada ne?! E um radicalismo e uma falta de espaco para aceitar quem pensa diferente. Acho que o povo pensa que so porque ta em um computador e se aproveita de um certo anonimato que a internet oferece, pode sair por ai ofedendo e julgando as pessoas. O jeito e ignorar e ter pena dessa gente de mente fechada.
    Beijinhos

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    1. Monique, o que me deixa triste e me faz repensar essa questão de ter blog é justamente isso...

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  5. Sobre parto normal, acho muito legal, DESDE que ele seja normal. Explico: não acho normal uma mulher ficar 10 horas (ou mais) em trabalho de parto, por exemplo. Não consigo acreditar que em um caso assim a mãe e o bebê não sofram. Outro dia li em um blog que a mulher ficou 22h (!!!) em trabalho de parto e foi devidamente avisada pelo médico que o negócio seria sofrido. Opção dela, está super contente e não se arrepende do tipo parto que fez, o que eu tenho a ver com isso, né?

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    1. Anônimo, esse negócio de normal é relativo mesmo. Eu não sei como será o meu parto, mas no momento, penso que uma anestesia de leve não fará mal, fará até bem para me relaxar e acalmar...

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  6. primeiro que eu morri de rir com a mensagem, e adorei a amiga do marido que levantou tua moral ando precisando de uma assim kkkkkk, misturar os idiomas é cruel mesmo eu já tô no Brasil a 6 meses e ainda falo algumas coisas em espanhol naturalmente... agora essa pobre coitada que n tem o que fazer entrar no blog alheio e ainda escrever besteiras é pra acabar mesmo amiga nao liga tua consciência tá tranquila a dela dúvido... besitos :)

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    1. Ah, eu ainda não conheço essa figura, acho que irei conhecer na festinha de carnaval e óbvio que irei agradecer com um abraço (e assustar a pobre americana que não é acostumada a receber abraço assim, do nada).

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  7. Virge... chamar de imaturo eh péssimo, hein?
    minha mãe queria q eu nascesse de parto natural, na água... não rolou e nasci de cesária... E eu também não sou retardada, problemática, nem nada disso...
    Alias, cada mae tem o filho do jeito que achar melhor, ne?

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  8. Eu não sei, sou muito imatura para responder tal questão :). Parece que tem um jeito certo que a grávida tem de seguir. E aí está o meu problema: detsto seguir o "jeito certo". Oremos!

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