Bom, a vida de residente aqui é bem puxada (mas no Brasil também!). Cada programa de residência tem suas regras e eu só posso falar do programa de Neurologia clínica da UAB, afinal vivo/moro/sou casada... com um residente de lá. Aqui são 4 anos de Neuro, sendo que no primeiro ano há 10 rodízios de clínica médica e só 2 de Neuro. Em clínica médica, o residente passa pela UTI, emergência, enfermaria, passa 1 mês trabalhando toda noite de domingo a quinta (onde o marido está). E é assim, depois que ele recebeu a confirmação que passou na UAB, o residente chefe entra em contato e pede para ele preencher as preferências dos rodizio, data das férias e aí, o residente chefe (em clínica médica são 4) faz a escala tentando agradar todos os 160 residentes (só 6 são de neuro).
Em teoria (está escrito no contrato) trabalha-se 80hs/semana, mas na prática pode variar pra mais ou menos. As folgas dependem do rodízio e do seu residente, na maioria dos rodízios, são 4 folgas que você junto com o residente e os outros internos dividem, embora, se o residente for gente boa e o andamento das coisas estiver bem, ele pode ajeitar e dar mais uma folga. Tem rodízio que você folga um final de semana a cada 2 semanas, tem rodízio que você folga sexta, sábado e domingo de dia (esse que o marido está e na verdade os dias de folga são dias para dormir), "vareia".
Aqui o R1 (residente do primeiro ano) é chamado de interno (PGY1) e há sempre um residente (que é no mínimo R2, PGY2 aqui) que te ajuda, discute os casos. Além disto tem o attending que é o preceptor. Num rodízio o número de médicos - seja ele interno, residente, attending e até estudantes de medicina de terceiro e quarto ano - varia de acordo com o tamanho da enfermaria, número de pacientes..
A quantidade de plantão também varia de acordo com o rodízio pode ser a cada 4 dias, a cada 5 dias, pode ser short-short call (que é até as 14hs) pode ser short call (até as 20hs) ou long call (que dura umas 30hs). Claro que até hoje Leo (e imagino que nenhum médico) conseguiu sair exatamente no horário devido, pois sempre tem uma coisa a mais pra ser feita.
Quer saber mais sobre como ser médico aqui nos EUA? Acesse mediconoseua.com
Ps: Pessoal, pode mandar perguntas e emails que
respondo numa boa. Peço que antes, leiam os comentários dos posts sobre o tema,
pois ando recebendo perguntas que já estão no blog. Eu escrevi mais alguns
posts sobre residência médica nos EUA, procura nos marcadores ao lado. Se
continuar com dúvida, pode entrar em contato J
Lorna, creio que seja um esforço que vale muuito a pena! Depois vocês pretendem voltar a morar aqui no Brasil? Bjs
ResponderExcluirEspero que esse esforço seja recompensador mesmo. Em termos de conheecimento, acho que tem sido. Eu quero muito voltar, mas meu marido não...vamos ver como vai ser daqui 5 anos, quando a residência acabar
ResponderExcluirBoa noite Lorna,
ResponderExcluirSou médico residente de cirurgia geral no Brasil e penso em tentar a residência fora, nos EUA. Me ajuda a entender se é assim mesmo: o médico estrangeiro tem que ser aprovado no Step 1 e 2 e depois aplicar para os hospitais? É isso?
Muito obrigado!
Paulo, é exatamente isso. primeiro você recebe as notas do step 1, da primeira parte do step 2 e da segunda parte do step 2 (que na verdade, é uma carta dizendo se vc passou ou não), depois disso é que você aplica para as universidade nesse site (http://www.ecfmg.org/eras/index.html).
ResponderExcluirE o step 3?
ExcluirEsse é feito aqui nos EUA. Meu marido só fez no final do R1, quando já estava aqui.
Excluircaramba ,como é complicado a residêncai aí nos eua,.
ResponderExcluircomo fica a questão do custo de vida durante a residência e´muito puxado?
Fernanda,
ResponderExcluirO salário do residente dá para sustentar uma pequena família. Sem muito luxo. Diferente do Brasil, o residente não precisa dar plantão extra para conseguir se sustentar.
Lorna, ele fez cursinho preparatório? A nota atingida influencia no local que te aceita ou valem mais as cartas de recomendação. ALiás, ele tinha essas cartas de americanos?
ResponderExcluirMais uma vez, obrigado.
Paulo, meu marido não fez nenhum curso preparatório. Ele estudou sozinho pelos livros e pelo banco de questões. Meu marido morou em 2008 nos EUA, fez pesquisa e um rodízio de internato aqui, então, conhecia professores americanos que deram as cartas. A nota da prova conta muito (cada universidade tem seu próprio ponto de corte na prática), assim como pelo menos uma carta de recomendação de um professor americano. Todo residente internacional que conheço aqui, antes de tentar residência, fez mestrado, estudou pelo menos 1 semestre ainda como estudante de medicina aqui ou ficou um tempo num serviço daqui. Não sei de ninguém que faz residência aqui sem carta de recomendação americana.
ResponderExcluiroi dona lorna, eu sou Josino, tudo bom? fico feliz da vida quando fico sabendo de gente brasileira que luta e vence sem o velho jeitinho (trambique) do nosso país. meus muito firmes parabéns pra vcs dois.
ResponderExcluirsou médico plantonista de UTI clínica há 2,5 anos, e sou formado há 5 anos. como seria possível alguém assim sobreviver após o USMLE, por aí? eu poderia fazer um tipo de elective, mesmo já sendo formado (pra pegar LOR)? como funciona? obrigado!
Oi Seu Josino :),tudo bem por aqui. Obrigada pelos parabens. A vida de residente aqui eh complicada e volta e meia a gente pensa em voltar, mas somos teimosos...
ResponderExcluirComo voce eh plantonista da uti clinica, acho que vai sobreviver aqui sim.
Bom, conheco um medico que passou 6 meses em um servico aqui so acompanhando, dessa forma, conseguiu as LOR. Na epoca, ele era doutorando e seu orientador conhecia um professor de uma universidade daqui e eles conseguiram essa vaga. Nao sei se ha vagas oficiais como essa, mas voce pode procurar nas universidades e ate mesmo mandar email para alguns professores. Com os steps feitos e as LOR, eh so aplicar para residencia. Outra possibilidade seria voce tentar o fellowship direto, sem a residencia, mas nesse caso, dependera dos seus objetivos futuros.
Lorna