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17/09/2012

O mestrado

Os meus objetivos em fazer o mestrado são 2: aprender a falar inglês de verdade e conhecer gente. Então, que até o momento esses objetivos estão longe de serem concretizados.

Bom, eu não sei como é feito o approach aqui, socialmente falando. Tipo, como as pessoas se tornam amigas? Daí, eu fui do meu jeito brasileiro e não deu certo, segundo meu marido, eu afastei a galera. Fiquei observando como as pessoas fazem os contatos e acho que nao aprendi muito. Lembro que quando comecei na faculdade (mil anos atrás, no Brasil), digo, na matricula, pedi uma caneta emprestada e no primeiro dia de aula "já conhecia alguém.". Aqui, eu puxei assunto, sorria e tal, mas a galera preferia almoçar sozinha (cada um no seu cada qual) do que junto, sabe? Fail total! Eu sei que nas 2 primeiras semanas, as pessoas não se conheciam, daí quando voltei do Canadá, a galera já tinha feito os clubinhos. E eu estou fora de tudo! Aqui, todo mundo senta no mesmo lugar e literalmente, o lugar que me restou foi um na pontinha. Então, eu "conheço" minha colega do lado. Pego outras matérias mais gerais, com mais de 100 alunos e nessas é que eu não conheço ninguem mesmo! Para mim é bem estranho a forma que eles interagem. Mesmo quando as pessoas se conhecem, elas não sentam juntas, não ficam juntas, não dão tchau...

Sabe quando a gente assite filme de escolinha americana que as crianças querem responder a pergunta da pró? Pois isso acontece aqui! As perguntas são bem bobas, mas tudo mundo querendo mostrar que sabe. Mas o melhor está por vir, o foco é so na prova. O pessoal sabe de cor o programa do curso e conseguem discutir com o professor caso ele fale sobre algo que não esta no programa. Quando os professores mandam texto e os textos não irão cair na prova, eles literalmente pedem por favor para a gente ler. Eu estou falando de uma turma de mestrandos e doutorandos! As vezes a professora esta explicando algo e alguém interrompe a explicação perguntando sobre alguma coisa da prova. Voce que mora aqui a mais tempo, quando o curso termina, voce mostra suas notas para seu empregador é? Porque tudo que os professores falam é ameçando sobre a avaliação e a galera foca nisso. Ah, quando o relógio marca exatamente o final da aula, não importa se o professor continua falando, a galera fecha o caderno e guarda o material. Ninguem sai da sala enquanto o professor não finaliza, mas quem escuta algo com tanto barulho de caderno e mochila fechando? Vontade de chacoalhar essa galera!

Dever de casa. Sim, aqui tem mil milhões de atividades para serem desenvolvidas em casa e a maioria dos professores coloca o modelo, o passo a passo de como voce deve responder. Assim "para resolver a questão tal, vá na págiana X, no parágrafo 2" ou "eu quero a resposta direta, se tiver que procurar a resposta, voces perdem ponto" (sendo que a matéria é biostatística, precisa de conta neh?). Eu me sinto na 5 série. E quando a professora dá a liberdade para a gente desenvolver um trabalho, ninguém sabe o que fazer e fica pedindo para ela delimitar o némero de palavras ou parágrafos. acreditam?

Conversando com um casal de brasileiros para saber se é algo que acontece aqui na universidade, eles me falaram que o MBA que cursaram em outro estado era exatamente assim. Acho que eles são ensinados a seguir protocolo, mas não a desenvolver um...me diz que isso só acontece aqui, please?

19 comentários:

  1. menina consigo fechar os olhos e imaginar a cena, tensoooo mesmo ptzzz.. em Cali eu fiz um curso de fotografia e meu espanhol nao siu pq todo mundo queria aprender português kkkkkk mas conhecer gente isso foi fácil :)... suerte viu !!! bjs

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  2. Ai Lorna, que coisa. Esse lance de amizade aqui é um saco. Impressionante como os grupinhos são fechados, ainda mais na faculdade, que deve ser pior. Eu estou fazendo aulas online (ingles e historia) mas tem esse lance de discutir com a sala através de foruns, e engraçado como já dá pra saber que é legal e quem é cachaça. Hahaha!
    Impressionante a quantidade de assignments, eu fico atolada de coisas tb, e esse negocio de "perder ponto" se nao entregar, é realmente 5a série, né? Hahahaha.
    Força garota, arrasa!!!
    Beijo!!

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  3. Lorna, ainda bem que meu marido não tá tendo problemas com amizade. Se bem que homem é mais reservado que mulher né?! Sem contar que o número de estrangeiros é bem maior que o de americanos. Mas já até almocei com dois deles e conversei com outros. Eu tenho medo ir embora daqui e não aprender inglês, sendo que vamos passar no mínimo 4 anos aqui, to mt medrosa né. kkkkk Estou estudando pro SAT e tem uma parte que acho muito dificil, porque é de completar os espaços em branco, eu não sei o vocabulário mais avançado e acabo errando. :(( Meu marido tb tem várias tarefinhas de casa, mas ele gosta. Só eu que não... hahaha Na faculdade até mesmo no Brasil eu tive dificuldades pra fazer amizade, uma hora ou outra vai aparecer alguém pra te enturmar, mesmo que seja do jeito americano... ;)

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  4. Ai que coisa mais chata! Quinta serie de novo?
    Eu achei bem dificil arrumar amigos na Suecia, quando fiz mestrado la... As pessoas da minha sala tinham feito graduacao juntas e se conheciam ha anos - sem contar que meu sueco era precario naquela epoca...
    dai fiz uma materia sem falar com NINGUEM... mas quando descobriram que eu tive notas otimas e sabia fazer relatorios de lab muito bem resolveram me dar uma chance... puro interesse, eu sei... mas foi assim que eu fiz meus primeiros amigos la... e deu certo ate... quero dizer, a gente ate conversa ainda hoje, mesmo eu ja tendo mudado de pais...

    espero que as coisas melhorem pra voce ai!

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    1. Pois é Luana, eu estou pensando assim também, vamos ver como irei nas provas, estudando eu estou...

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  5. Acho que essa de criar o próprio protocolo é coisa nossa mesmo. Sofri da mesma maneira por aqui. Boa sorte. Bjs

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  6. Não, não é só no Alabama, infelizmente... E nem é só na Faculdade, na turma dos pós-graduandos... Júlia até hoje não fez nenhuma amiga, e olha que ela é super popular no Brasil. Alegre e extrovertida, com thousands de amigas e amigos.... Nós ficamos no pé dela o tempo todo: " Não é possível que até hoje você não tenha uma amiga!!" E ela responde, toda triste: "Não, mãe. Não tenho." Acho que eles são assim mais fechados, mesmo. Mas, estou pedindo a Deus que mande alguém pra fazer amizade com a bichinha. Porque, se é difícil pra nós adultos, imagina pra ela... Vou pedir alguém pra você, também, pode??
    Beijos!

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    1. Tadinha...mas eu aceito qualquer ajuda viu? Eu não tinha parado para pensar que na escola seria assim...

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  7. oi. tudo bem? estava pela internet e me deparei com esse texo. sei qe vc mora no sul que é evangelico, consevador,,,mas o que você me diz do catolicismo ai no sul, e (no resto do pais se vc souber)? e sob o texto?
    http://cantuar.blogspot.com.br/2012/03/if-america-were-fully-catholic-country.html

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    1. Eu não posso dizer muito dos EUA, mas aqui no Alabama ser católico é mal visto. Sabe no Brasil quando a pessoa é evangélica que o pessoal olha atrevassado? Aqui é assim também. Aí, os poucos católicos que conheci (os não-brasileiros) desenvolvem pensamentos quase que psicóticos de estarem aqui para salvar os EUA dos evangélicos (??!!). Eu acho que aqui a religião está acima de Deus, o que na minha concepção é um erro. Esse texto para mim é um exemplo de pensamento psicótico, porque o Brasil, a Itália são países psicóticos e é tudo tão diferente. Eu acho que perde-se muito tempo discutindo religião, quando a gente segue o mesmo livro e objetiva o mesmo caminho.

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    2. thanks for the answer.
      Lendo o seu post eu me lembrei de um episódio do seriado Gilmore Girls, onde o diretor da escola super conceituada da Rory diz que ela deveria ser mais sociável se ela realmente queria ir para Havarvd. Então um belo dia, ela pensa no que o diretor falar e resolve não mais se sentar solitária na mesa no refeitório, ela escolhe uma mesa aleatória, que é a mesa dos populares e ela não sabia, e acaba sendo aceita. espero que vc tenha sorte igual ela

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  8. O negocio ai é CASCUDO vice, valha-me Cristo, essa de fazer amizades também acho complicado pro aqui, e ferra mais com a pessoa quando nao se tem um idioma em comum é quase impossivel, na verdade EH IMPOSSIVEL kkkkk.
    Nos filmes parece tao facil né? Tem clube de Luluzinha e tudo rsrs. mas vida real é outros quinhetos, quando vc temrinar esse curso, paralelo a le vc se formará em milhares outras coisas mais, como por exemplo como sobreviver no meio desse povo rsrs. bjs

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  9. Oi Lorna
    Nossa, deve ser muito chato mesmo fazer mestrado e ter que seguir regrinhas que tínhamos na high school. Mas penso que se vc levar a materia mais p/ o jeito brasileiro de fazer, além de se dedicar e aprender mais, irá se destacar com as notas e isso, querendo ou nao, chamará a atençao pra vc.

    Sei bem como é dificil fazer amizades por aqui... nem mesmo agora com um baby é facil, e olha que no parque sempre tem uma mae com seu filho, mas puxar conversa, interagir p/ que os bebês brinquem etc parece tarefa impossivel! Sinto que aqui as pessoas sao muitooo reservadas... e acabamos entrando na onda delas, pois se nos comportarmos como no Brasil, é fato que se afastam rs

    Bjs e boa sorte!

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  10. Senti na pele seu drama em fazer amigos. Ja tentei de tudo tb e foram poucos os avancos. Mas, um dai vc consegue! hehehe Boa sorte! Ah, eu ando meio sumida por causa da minha pequena sapeca e so agora vi que passou no mestrado. Parabens!! Boa sorte nos estudos!

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  11. Lorna eu tinha certeza que tinha feito um comentário aqui. Mas voltei pra ver se tinha uma "resposta" e notei que n tinha escrito nada! (q viagem!)
    Menina, aposto que tu já conheceu alguém. Já fazem NOVE longos dias que tu escreveu esse post, então já deu tempo de bater um papo cabeça pela sala de aula. Ou não! Não sei... Mas posso dizer que já estudei um semestre inteiro - numa faculdade, no Brasil- e não fiz nenhum amigo.
    Tem a ver com fases da sua vida. Tem a ver com vc ser diferente e as pessoas acharem que você não está afim de se "misturar".
    Pelo q vc comenta, o Alabama é muito parecido com Fortaleza e aqui, as pessoas costumam tirar conclusões precipitadas.
    Do tipo: Ela usa perfume tal, então é assim, assado, etc e tal.

    O buraco é mais embaixo.

    Te prometo que assim que começar a estudar te falo das minhas dificuldades, nem que seja num email bem privadinho...

    Boa sorte, minha querida!

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    1. Ninguém ainda. Mas assim, antes eu estava tensa e tal, mas sabe, me acostumei, afinal tem quase 2 anos que fico bem sozinha (com exceções dos momentos com marido e com azamigas). Eu fiquei estudando essa galera e esse é o jeito deles se comportarem no mundo. Nos comentários acima fica claro que não é algo só do Alabama, é mesmo o jeito americano de interagir no mundo. Eu meio que desencanei com isso. Um dia eu vou escrever um post sobre a diferença de morar nos EUA e ser casada com um americano e com um brasileiro. É muito diferente! Mas olha, ontem eu tive uma pequena vitória, não em releção aos colegas, mas...só em um post mesmo, fiquei bem feliz!

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  12. Menina, tô bege! Será que qera por isso que meu esposo vivia me dizendo que ele tinha muito receio de eu não ir gostar de ir estudar no campus?Agora sei do que ele se referia.As pessoinhas são bem clickish mesmo, até em outros âmbitos mesmo.Eu já fui em festa que a galera sabia que eu falava inglês mas me isolaram mesmo.Essa é uma das conceitos americanos que não tenho desejo de me adaptar: as panelinhas.

    Força na caixola :)!
    Bjs

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  13. Oi, Lorna! Estava lendo seu blog e me identifiquei muito; achei esse comentário sobre a amizade aqui nos EUA fantástico. Também sou baiano e médico. Estou aqui em Houston há um mês (vim só para um opcional no MD Anderson em Transplante de Medula Óssea) e senti também muita dificuldade para fazer amigos (ri muito quando li sobre o almoçar sozinho - é assim mesmo! heheheh). Acabei me envolvendo e li vários artigos no seu blog. Quem é seu marido? É possível que eu conheça! Fui aluno da UFBA também, mas me formei mais cedo (pelo que entendi nas suas publicações) - 2007. Bom, foi só para deixar um "oi" mesmo. Grande abraço!
    Alessandro Almeida

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    1. OI Alessandro, meu marido formou em 2009. O nome dele eh Leonardo Almeida. No comeco do blog, eu passava o email do meu esposo, mas isso deu muita confusao. Ele nao tem tempo nem disposicao de ficar respondendo nada, sabe, mas se voce tiver alguma pergunta, eu posso servir de mediadora, ok?

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