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26/03/2012

O que fazer para fazer pós-graduação nos EUA?

Como eu recebo muitos emails perguntando sobre o assunto, resolvi escrever uma série de posts sobre o tema.

A idéia não é explicar como fazer a residência médica embora seja uma pós-graduação também. Sobre isso, eu já falei aqui, aqui e aqui. Se quiser saber mais, pode mandar email ou comentar nos posts.A idéia aqui é falar de mestrado e doutorado.

Bom, a primeira coisa a fazer é pesquisar sobre os cursos na sua área. O bom e velho google ajuda que é uma beleza. Desculpa se estou sendo óbvia, mas o fato é que tudo começa assim. Aproveite para mandar email para os programas, com suas dúvidas e mostrando interesse. O pessoal daqui responde sempre com muito boa vontade. Mas olha, evitem perguntar coisas do tipo: “vale a pena estudar aí?”, se quiserem saber disso, procurem outras pessoas que estudaram na universidade (nos sites sempre tem o contato dos alunos), procurem opinião de outros brazucas e depois vocês chegam a própria conclusão porque esse negócio de valer a pena é a coisa mais subjetiva nessa vida. Perguntas a respeito do custo de vida, preços e afins, são bem vindas, mas óbvio que não nos primeiros contados. Primeiro você mostra o interesse, depois tenta saber da parte prática (não é regra, mas é bom senso).

As pessoas sempre me perguntam de bolsa de estudo. O que vejo aqui no Alabama é que não há bolsa para mestrado para alunos internacionais, mas o doutorando não paga os estudos e dá aula/trabalha no laboratório, como monitor em troca de uma bolsa. No caso do mestrado, voce tem a possibilidade de pagar como residente do estado ou não. O residente do estado paga  menos da metade que os alunos de fora. Porém, para ser considerado um insate student, você deve ser cidadão americano ou ter Greencard e morar há pelo menos 1 ano no mesmo estado, sendo que a sua residência não se relaciona com o estudo (por exemplo, seu marido trabalha no estado). É assim que a coisa funciona aqui e eu sinceramente não sei o motivo dos estrangeiros pagarem bem mais, mas é assim que a banda toca.

Para quem já mora aqui, participar de uma Open House é ótimo. As universidades possibilitam o contato dos candidates com os alunos e professores. Você conhece a estrutura e os objetivos da instituição, tira dúvidas sobre o programa, conversa com alunos. Realmente vale a pena, mas lembre-se, esse tipo de evento serve para a instituição vender o seu peixe, então não pense que tudo é tão bom quanto parece. Eu fui em um evento desses aqui e foi falada tanta coisa boa da cidade que por um minuto eu achei que estava em outro lugar. Algumas Universidades disponibilizam esse evento online também. Caso você compareça a um evento desses, lembre de mandar um email depois agradecendo as informações e mostrando interesse se esse for o caso. Caso esteja interessada mesmo na vaga, mande mais email (com datas não muito próximas, né?) fazendo mais perguntas e deixando claro o seu objetivo. Vocês não sabem como esses contatos são levados em consideração durante a seleção.

Entao tá, você já sabe o curso que quer. Agora é hora de olhar as datas, documentos e o que mais for necessário para a seleção. Outra vez, isso varia de universidade e de área. Por exemplo, em Saúde Pública, voce normalmente não aplica para a universidade e sim para o Sophas, que eh uma espécie de portal para facilitar (tenho lá minhas dúvidas) a vida de quem quer estudar nessa área, igual em medicina, que o candidato aplica para o ERAS. Em um lugar só, vc aplicar para várias instituições.

Depois disso, liste as provas e documentos necessários e corra atrás. Como aluno estrangeiro, você provavelmente precisará de um teste que mede sua habilidade na língua inglesa, como o TOEFL, mas algumas universidades não exigem, caso você tenha concluído sua graduação em uma universidade que tem o inglês como primeira língua. Um outro teste que comprove que voce tem competência para cursar a graduate school também é exigido, como por exemplo o GRE. Aí tem de traduzir o currículo e mais uma vez, cada universidade faz suas exigências. Aqui no Alabama, eles exigema tradução pelo WES. Depois é escrever o personal statement, pedir aos seus professors e/ou empragadores cartas de recomendação, desenvolver o CV, pagar a taxa e cruzar os dedos!

8 comentários:

  1. Esses dias uma amiga tava me perguntando isso, sendo que eu moro na Noruega, eu sai google a fora procurando algo, mas olha Lorna vc adivinhou em cheio, vou passar pra minha amiga tais informacoes!! Obg
    bjs querida!!!

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    1. Tou aqui para isso também! Diga a sua amiga que qualquer coisa pode entrar em contato.

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  2. Lorna, semana passada eu fui em um evento aqui na minha cidade, Recife-PE, promovido por algumas universidades americanas pra divulgar seus programas de intercâmbio. E assisti uma palestra justamente da universidade de Birmingham(Lembrei de você, heheheheheh), e ao término da palestra fui conversar com o palestrante e ele estava literalmente revoltado, pois ao final da palestra ele foi bombardeado com questões sobre bolsas de estudo. Ele respondeu todas educadamente mais quando estavamos conversando ele me disse:
    "Olhe, esse pessoal fica perguntando sobre bolsas de estudo para estrangeiros nos EUA, mais eu lhe pergunto: Quantas bolsas de estudo o Brasil oferece para estrangeiros? Eu posso lhe assegurar nenhuma! eu passei um ano estudando aqui e tive que pagar tudo por conta própria!"
    E eu faço das palavras dele as minhas palavras. Talvez seja uma questão só de olhar com um outro ponto de vista essa escassez nas bolsas de estudo nos EUA.

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    1. Mateus, eu acho mesmo que o país tem de priorizar o ensino do seu povo. Aqui, não tem tanta gente com faculdade como se pode imaginar e também, boa parte das profissões precisa de um mestrado ou doutorado, então acho natural que eles priorizem a população deles, né mesmo? Agora, o Brasil tem universidade pública e qualquer pessoa que for aprovado, sendo estrangeiro ou não, cursa sem pagar nada. Mas olha, eu acho que aqui tem bastante bolsa disponível, se a universidade não oferece, existe uma lista enorme de possibilidades. Eu vou tentar uma dessas :).

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    2. Lorna, o residente paga menos porque entende-se que já contribuiu para o estado pagando impostos.

      Mas não é só isso. Estudantes internacionais são fonte de caixa para as universidades, já que eles pagam 2, as vezes até 4x mais que os residentes do estado (depende da universidade).

      Para ter uma ideia do quanto isso influencia, considere que hoje a maioria das universidades americanas tem de 10 a 20% do seu corpo discente composto de estudantes internacionais.

      Hipoteticamente, se uma universidade tem 20% de estrangeiros e cobra 4x mais deles, a arrecadação em cima destes 20% estrangeiros é a mesma do que dos 80% residentes. Aí você pode entender porque tantas universidades hoje se interessam por alunos internacionais ou out-of-state...

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    3. O negócio é quando o estudante já mora no estado, trabalha e paga os impostos, mas por ser internacional, ainda assim paga a mais por isso (esse é meu caso).
      Agora você está certíssimo, tanto que eu estou aplicando para um curso e além da minha orietadora ser da universidade e de eu estar com a pesquisa correndo (o que são pontos fortíssiomos), ser uma estudante internacional conta pontos a meu favor para eu ser aceita justamente porque pagarei mais que o dobro.

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  3. Gostei muito do post Lorna. Essas perguntas subjetivas é de matar. "Vale a pena?", "Acha que eu vou gostar do curso?", "é difícil?"
    Ai meu Deus, se eu não fosse careca, ficava.
    Vou colocar esse post no facebook do blog
    Bjs

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    1. Fique a vontade de publicar, semana que vem vou falar do GRE, depois do TOEFL e depois dos outros documentos.

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