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22/12/2014

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Vi no blog da Paula essa tag e achei legal para publicar no final do ano.

1) Qual foi a melhor coisa que aconteceu esse ano?
Nossa, tanta coisa boa. 2014 não passará em branco e certeza que esse ano foi o melhor dos últimos tempos. Tanta coisa boa para eu apontar a melhor, mas sem dúvida, o positivo foi a melhor das notícias. Melhor ainda, apesar dos probleminhas no começo da gravidez, eu já estou com 7 meses e me sinto muito abençoada!


2) Uma foto que transmita o que você está sentindo agora
Imagem daqui
 No topo do mundo, simples assim.

3) Um lugar na sua cidade que todo mundo deveria conhecer.
Aqui em Gainesville eu gosto dos springs, acho massa e bem bonito.
Em Salvador, algo imperdível é ver o pôr do sol no MAM. Lindo de viver! Especialmente se for época de Jazz por lá (achei esse vídeo aqui, não mostra nem a metade da beleza e mágica do momento, mas né, você pode ter uma ideia).

4) Um presente que você gostaria de ganhar no natal.
Eu só péssima para pensar em presente. Talvez por isso goste de tudo que ganho. No momento, eu quero mesmo um bom parto, uma bebê saudável, que meu marido encontre um bom emprego e que eu seja aceita no PhD, mas aí, eu peço direto pro Cara, sabe, e corro atrás do que posso fazer.

5) Qual música você colocaria na trilha sonora da sua vida. 
Viuxe, difícil, mas assim, no topo da minha mente veio Reconvexo, mas essa versão aqui. Passa um filme bom quando ouço essa música. Sabe aquele negócio do coração aquecer e você sorrir? Pois então, desse jeito aí. 

6) Qual foi a viagem mais marcante que você fez e por quê?
Paris! Foi uma super conquista! Na minha bucket list tinha a França e Portugal (meus antepassados saíram de lá), foi simplesmente sensacional. Por tudo: por a gente ter pago pela viagem, por tudo que a gente teve que passar até chegar naquela "coroação", pelo sonho realizado, pela companhia maravilhosa, pela oportunidade de me despedir do meu bebê-estrela da melhor forma possível.

7) Uma lembrança especial da sua infância
Primos e família! Na praia, na ilha, em guarajuba, em maceió, na casa de algum primo, na piscina, aprontando todas. Ou uma noite de lua cheia, que íamos (aqui só a família imediata mesmo, nada de primos ou tios) para o deck ver a lua. Meus pais passavam na Perini e compravam guloseimas (veja bem, minha mãe é super da turma do alface, esse tipo de coisa acontecia bem pouco). Fui muito abençoada, tenho uma família nota 10!

8) Uma meta para o próximo ano. 
Conseguir uma aplicação "competitiva" para o PhD sendo mãe da menina mais sensacional que esse mundo já viu.

9) Qual seria o trabalho dos sonhos pra você?
 Um trabalho que me permitisse viajar e que eu fizesse a diferença na vida das pessoas.

10) Se pudesse ser fluente em alguma língua, qual você escolheria?
Inglês! Queria ser fluente mesmo, entender todas as formas de falar e substantivos (esses dias estava jantando na casa de uns americanos e eles ofereceram uma bebida, eu não sabia o que era, olhei para marido, ele também não sabia), queria entender a história e as piadas (que muitas vezes acho super sem sentido, porque né, me falta o contexto).

11) Uma coisa que você faz muito bem e que poderia ensinar pra alguém.
Escutar mais e falar menos. Você não precisa dar sua opinião o tempo todo, as vezes seu amigo só quer colocar a raiva para fora, sabe? Não precisa de "conselhos" nem nada, só de simpatia e que você o escute.

14/12/2014

A dor de perder um filho: o aborto espontâneo


A pior e mais intensa dor que senti. Não física, porque não senti muita coisa. Foi uma dor na alma. Descobri do aborto da pior maneira possível: na primeira ultrassom, a técnica viu meu útero e disse que estava tudo bem, viu o bebê e disse que estava tudo bem, fez as medidas, deu o due date e só depois viu que o coração não estava batendo.Um choque!
imagem daqui

A médica me deu 3 opções: esperar para ver se o corpo eliminaria, tomar um remédio ou fazer a curetagem. Psicologicamente falando, eu não teria condições de sangrar, de ver a perda do bebê. A curetagem seria feita no outro dia. Meu marido foi no ambulatório e pediu ao professor para ir para casa. Entramos no carro e lá choramos abraçados. A curetagem na UAB é feita na maternidade. Foi muito ruim sair da maternidade de barriga vazia e sem bebê no braço. Isso tudo foi as vesperas do Natal e achamos por bem não compartilhar com ninguém aquela dor (só minha mãe e irmãs ficaram sabendo). O pior Natal da minha vida! Os próximos 15 dias foram os piores. Acho que nunca chorei tanto. Quando saia de casa só via mulher grávida e bebês, aí eu chorava mais.

Racionalmente falando, eu pensava com minha cabeça de cientista: 20% das gravidezes descobertas acabam assim ou ainda, provavelmente nosso bebê tinha alguma questão genética incompatível com a vida. Mas eu só pensava em quão ruim eu deveria ser para ser “sorteada” para ser esses 20%. Senti inveja das pessoas que têm filhos, especialmente daquelas que engravidam sem querer, parei de seguir canais do youtube/blogs com esse tema. Senti tanta raiva.

Era inverno e tivemos 2 tempestades de neve, então trabalhei muito de casa. Ficava deitada e chorando, mas levantava 4 vezes para andar com Luffy (não sei o que seria de mim sem ele). Queria dormir e acordar 6 meses depois. Tudo reação normal do luto, eu sei, eu sou psicóloga, mas foi difícil! “Compramos uma estrela”* para noss@ pequen@ e agora, depois da dor aguda da perda (exatamente 1 ano  depois e eu escrevendo esse post ainda choro), sei que por 4 semanas ele/a foi muito amad@ e nos encontraremos no futuro.

*Eu sei que não dá para comprar uma estrela de verdade, mas para mim foi importante fazer algo para lidar com o luto.

Tem esse texto da Nívea que ela escreveu lindamente sobre o tema. E esse abaixo em inglês que encontrei em algum lugar e me emocionou muito.

"Having a baby is like opening a door in a house you've lived in for ages, and entering a wonderful new room that you never knew existed. At first strange and beautiful, you go there so often that after a short time you can't remember what it was like before that room was a part of your house. You could never give it up again. You live there.
Finding out you're pregnant is like discovering the door for the first time. You don't know what's on the other side, but you can't wait to open it, because you know it's going to be great - although almost never what you expected.
Losing a baby during pregnancy is like someone coming along and bolting that door shut for ever.
It doesn't change the fact that the door is there. It doesn't make your curiosity about what was on the other side go away. You may even have caught a glimpse - just fleeting - before the door was locked forever. Maybe you never saw. But that room is part of your house now. You might drag furniture across the door to hide it, or you might spend weeks and months trying to kick through the lock. Maybe you wonder if you could have stopped them from locking it.
You might learn to walk past the door every day, without dwelling on it. Or you might stop there ever day, and press your ear to the door and let yourself imagine. But of course you'll be upset if people expect you to believe that the door doesn't exist, or the room doesn't matter. It's just not true, you know it's there.
There might be other doors, other rooms - there might not. But whatever your house looks like, it's okay to still sit by that door if you need to. It's okay if it's been a while. It's not strange.
My thoughts are with all of you who know what I'm talking about. 
Meg H (three locked doors)."

PS: Hoje oficialmente entramos no terceiro trimestre da nossa segunda gravidez. Está tudo bem (mas pra frente eu conto mais), só as dores normais mesmo, mas achei que esse tema não é muito falado e na época, foi tão importante encontrar textos e vídeos para eu me reerguer outra vez. Também acho que se o blog é um registro da minha jornada em terras gringas, esse momento, foi sem dúvida muito marcante e digno de post.

08/12/2014

A feijoada de comemoração

Pois então que agora meu marido é um neurologista certificado. Se a gente tá feliz? Feliz é pouco! Estou feliz também porque apesar dele não ter começado a procurar emprego (só em janeiro), já tem recebido propostas, né legal?

Pois bem, para celebrar a certificação acima, para celebrar o final do ano e para nos despedirmos de uma das fellows que está voltando para Alemanha, meu marido resolveu fazer uma feijoada. Nunca fizemos uma feijoada e a primeira foi para 16 pessoas. Foi corrido, foi cansativo e diferente da feijoada tradicional, já que aqui não encontramos as carnes salgadas. Mas teve farofa, arroz, couve, vinagrete e laranja. Teve também guaraná antártica e caipirinha, porque né, tem que ter.

A turma do trabalho de Leo é a melhor. Sério, muita gente legal de verdade. Estava morta de dor nas costas, mas foi muito legal. Teve dança no Xbox e  karaoke...teve até gente bebendo mais do que deveria e ficando aqui em casa até quase as 10 da noite. E se teve "cachaça braba", teve choro, teve tristeza e teve meu marido tentando lidar com a emoção do colega. Uma graça! Faltou um arrocha bem sofrido para encerrar a noite (Ô sofrência!).

Foi muito legal, mas eu não convido essa quantidade de gente para um almoço tão cedo! Trabalho da zorra...



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