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26/10/2011

Saudade de casa! Muita, muita mesmo! I'm a 100% homesick today :(

Eu coloquei essa frase esses dias no "face"(book) e adorei os comentários que recebi. Primeiro minha prima dizendo (de brincadeira) que ela achava que eu estava em casa. Minha irmã respondeu que casa é onde minha mãe está, uma amiga de infância disse que me entendia e uma amiga da blogsfera sugeriu que eu passasse 1 semana no Brasil para matar a saudade.

Não sei explicar muito bem essa saudade, porque não é uma saudade que passaria se eu ficasse 1 semana no Brasil. Não é bem saudade da minha mãe ou de todos que estão por lá (well, claro que existe esse tipo de saudade, mas é algo que eu consigo administrar bem). Talvez seja uma saudade de quem eu era, do que vivia. Saudade de estar num lugar seu de fato e de direito. Saudade de ter sonhos, de ter uma carreira, de ter certezas.

Eu adoro a casinha que moro aqui, tem o tamanho certo para nossa vida na residência, é super quieto e tranquilo e aqui é minha casa sim, mas quando olho ao redor, não me sinto em casa. Uma sensação de não-pertencimento que é péssimo (principalmente porque não sei se isso vai mudar um dia).

Pôr do sol no Rio Vermelho

Saudade do cheiro do mar quando saia para o trabalho, de dá uma passadinha rápida na Perini e comer a melhor coxinha de catupiry e sorvete de morango (sim, eu comia os 2 juntos). Saudade de meus testes (psicológicos), dos pacientes, das madrugadas preparando os relatórios, de chegar no consultório e checar a agenda do dia com a secretária gente boa. Saudade de encontrar as meninas na Doce Sonhos e fofocar. Saudade de reunir o pessoal, seja no MAM ou no Outback e rir horrores. Saudade de dormir na casa da minha mãe e sair cedo com o marido voltando do plantão e a gente parar na padaria para tomar café da manhã. Saudade da comida de Rai que deixava tudo congelado e eu só precisava esquentar. Saudade absurda do sotaque baiano, suas palavras engraçadas e de me sentir mais uma na multidão. Saudade dos cartões postais (que eu via ao vivo) que me acalmavam nos engarrafamentos...enfim, saudade dessas pequenas coisas do dia a dia. (Vocês "se ligaram" que eu quase não lembro da parte ruim, né? Mas ninguém tem saudade de coisa ruim...ou tem?). Agora eu só preciso aprender a administrar essa saudade :)

12 comentários:

  1. eu acho que é saudade de "nao pertencer". Eu tenho de vez em qdo. Saudade do que vc tinha, do que era, do alcançou e era visível no Brasil. Fora, a gente tem que recomeçar as conquistas, recomeçar a criar laços, a voltar a pertencer a um lugar.
    eu lembro que uma vez vc escreveu que nunca se "adaptou" a Salvador, mas tb nao se "adapta" aí. Ainda está em busca do seu novo "pertencer". Pode demorar, aí vc já aprendeu a administrar a saudade do que "já foi".
    ;)
    Bjs!

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  2. POis é, ainda tenho muita estrada pela frente :)

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  3. Lorna, nossa até me emocionei agora, porque lendo seu cotidiano na Bahia a gente se dá conta de como somos felizes e nem percebemos. Eu sugeri a viagem porque acho que quando temos um plano para uma futura viagem isso já dá um alento no coração. Se vc se programar mentalmente que terá por exemplo 2 viagens no ano pra rever o povo que gosta, eu acho que a tristeza ameniza. Mudar de categoria não é fácil. Eu antes era a dentista, agora sou mãe, fico em casa ( porque eu escolhi) mas ainda me bate uma deprê de vez em quando. Durante a semana as minhas antigas amigas estão todas trabalhando. Estou refazendo novas amizades, com mulheres que estão na minha categoria atual. E, mesmo aqui nesse Brasilzão as vezes me sinto sozinha também. Ser gente é mesmo difícil. Um beijão pra você. Que tal pegar aquela receita bem difícil de um doce bem complicado e se aventurar na cozinha ????rsrsrsr( acho que vou fazer isso hoje)Simone

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  4. Lorna, entendo perfeitamente pois ja passei por isso. Eu entendo a sua saudade... nao eh saudade de algo espeficio, mas de um TEMPO que nao volta atras. Voce esta numa fase de transicao, entao nao tem ainda aquele sentimento de que "esta em casa". Se estivesse no Brasil agora tb se sentiria assim, porque nao eh o lugar ou as pessoas, ou coisas...m mas sim uma fase. Por estar numa fase de transicao onde as coisas ainda estao se encaminhando e nada 'e certo agora, voce se sente meio perdida. Eh super normal.

    Quanto a nao sentir que sua casa agora "nao eh sua casa" tb eh passageiro. Nos primeiros anos eu nao conseguia me sentir em casa aqui, mas tambem nao conseguir me sentir em casa quando estava no Brasil. Era uma sensacao de nao pertencer a lugar nenhum e ao mesmo tempo pertencer aos dois lugares... estranhissimo. Mas com o tempo a gente acostuma. Hoje eu me sinto em casa aqui, no Brasil nao consigo me sentir em casa mais. Eh muito estranho, sempre que vou quero correr de voltar pra ca. 1 semana la pra mim eh mais do que suficiente (estou falando do lugar e nao pra matar a saudade das pessoas, neste caso, tempo nenhum eh suficiente pra eu matar saudades da minha familia. Se eles morassem aqui nao iria mais pro Brasil...

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  5. Simone, eu detesto cozinhar! Sou pessima dona de casa, daquelas que os outros tem pena :(. Mas hoje eu ate que fiz um escondidinho de salmao e ficou bom. Final de maio estou no Brasil, uma passada rapida no Rio e depois so curtir a baianidade.

    Nani, acho que serei sempre uma estrangeira aqui, mas acho que com o tempo isso vai ser algo positivo (principalmente quando eu mudar de cidade). Pelo menos a minha casa (que eh alugada), eu consiero o meu canto, meu espaco, so falta fazer amigos, escolher o curso etc. Mas essa semana recebi tanta noticia boa, que talvez fique mais facil me encontrar por aqui.

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  6. Oi, Lorna!
    Sou sua conterrânea (soteropolitanas rule!)
    Sempre leio o seu blog, mas não sei por qual razão, nunca comentei (nunca comentei em qualquer blog. ever!). Enfim...
    Eu sei o que é esse banzo, pois já morei um tempo no Arizona. Mas eu voltei e me dei conta de que as coisas de Salvador continuavam no mesmo lugar e do mesmo jeitinho em Salvador; que mesmo estando aqui na Bahia vc pode se deparar com o "não-pertencimento", tipo que o tempo está passando mas a cidade não "passa" enquanto vc necessita de mudanças, sabe?!
    Você deve estar com saudade de quem você era nas curcunstâncias em que vc estava acostumada, mas tenta aproveitar esse tempo aí até mesmo para se conhecer melhor, absorver o máximo de coisas (boas!) dessa cultura, das pessoas, da Krispy Kreme, do cheesecake, do Target rsrs.
    Se te consolar possa, vou falar como anda SSA: trânsito qualquer hora do dia (RioVermelho tah impossivel), bem como assaltos (não mais se anda tranquilamente por aqui nem para uma caminhada na orla);festinha diferente não tem, só tem ChicletecomBanana para todos e todas as idades; o atendimento da Perini caiu muito...
    Mas o pôr do Sol no MAM, Doces Sonhos e o soutaque... rsrs

    Que Deus te abençoe e coloque pessoas boas na sua vida para que vc sinta essa estrada mais suave.

    Naiara.

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  7. Oi Lorna sei bem como é isso... a minha saudade parece que vai ser eterna e mesmo quando tudo tá bem, na hora de deitar as lágrimas escorrem de saudade de tudo... de ter vida, de nao ser só o apoio do meu marido, saudade dos meus amigos doi, saudade da minha familia doi, tenho saudades da minha vida agitada, de ter o que fazer e nao somente passar o tempo... + gracas a Deus eu gosto de Cali e isso torna td + fácil, a gente pensa em morar aqui por + alguns anos, entao só posso tentar fazer ser o melhor possivel... e trazer td mundo pra cá rsrsrsr sempre que possivel... espero que as coisas melhorem por ai tb... que bom que vc vai ao Brasil, eu vou em Abril passar o feriado... bjs

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  8. Ei Naiara, tudo bom? Que bom que você resolveu comentar, fiquei feliz. Eu concordo com o que você disse, quando voltei para Salvador, só 3 meses depois de morar aqui, senti uma coisa estranha. Eu tinha aprendido tanto em pouco tempo, mas as coisas por lá continuavam iguais. Mas a verdade é que morro de saudades, fazer o quê né? Esperar passar...

    Mike, acho que essa é uma grande diferença: você gosta de morar aí e eu detesto morar aqui. Mas daqui a pouco eu mudo para outro lugar...

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  9. Oi Lorna, eu leio seu blog pelo Google Reader, mas nunca havia comentado.
    Acho que a maioria passa por esta fase. Como alguém já disse, eu também acho que é uma fase. Com o tempo a gente começa a ter estória no local e o sentimento de pertencer aparece. Meu primeiro ano foi o caos (muita saudade!), no segundo eu quase voltei, no terceiro comecei o caminho do "pertencimento" (nem sei se esta palavra existe rs), de me sentir em casa. Hoje quando vou ao Brasil, com alguns dias me sinto tipo "já deu". Claro que eu não comento isso com meus pais e amigos porque os magoaria sem necessidade. Mas a verdade é bem esta. A cada vez que vou ao Brasil (e vou todo ano), mais e mais eu sinto que minha casa agora é em Montreal.
    Fique firme e persista que a tendência é isso passar sim. :)
    Um abraço
    Pancha

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  10. Que bom Lorna. Estou torcendo por você. Olha, estrangeira eu ainda me sinto, nao tem jeito. Mas mesmo assim, me sinto em casa aqui. Adoro ser "diferente". No Brasil sou "mais uma", aqui eu sou EU e adoro. Acho que parte do sentimento que você tem com relacao a fase em que está vivendo agora se dá ao fato de você ainda estar enfrentando dificuldade com a imigração que tem atrasado sua vida. Se você estivesse dirigindo, trabalhando ou estudando você estaria mais ocupada, e tendo uma visa social. Amizades de verdade é difícil mesmo de fazer, e muitas vezes leva tempo, mas te digo, um dia acontece. Mas desde que você tenha uma vida social (quando as coisas ai se encaminharem) metade desses seus sentimentos de tristeza irao embora. Tem épocas que to super triste por nao ter amigos aqui onde moro, mas aih lembro da multidao de amigos que estao espalhados pelo mundo e pelos EUA e que mesmo longe estao sempre "perto" de mim. Eu já penso logo no lado positivo: vou ter um monte de lugar pra ficar e conhecer quando visitar meus amigos haha.

    Beijinho

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  11. Poxa, Lorna, q triste q vc vive falando q vc nao tem amigos... A gente aqui considera muito vc e eh uma pena q o sentimento nao eh mutuo...
    Espero q tudo esteja bem. Qualquer coisa eh soh ligar!

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  12. Oxente Lila, vocês eu considero família (vê lá no facebook, no album de B'ham tem uma foto de vocês e na lagenda eu coloquei família em B'ham). O negócio é que eu sinto falta do que ficou e não do que está aqui, sabe. Sinto falta dos meus amigos que conheci no colégio, daquelas amizades de mais de 15 anos. Dos encontros que a gente fazia para relembrar os causos, de estar presente nos nascimentos dos filhinhos das minha amigas. Nem preciso descrever esse sentimento pq vc bem sabe o que é isso :). Sinceramente, se não fosse por vocês, eu já estaria maluquinha da Silva!

    Hai, ai eu tou vendo que esse negócio de redes sociais tá deixando muita margem para mau entendido...

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