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22/07/2011

Se fosse fácil era bom sim!

Gente, na quarta eu desabafei por aqui,  afinal um blog pessoal serve para isso também né? Porque se há nesse mundo alguém que vive 100% do tempo feliz eu desconheço (Freud já falava da falta persistente nos seres humanos). Mas tanta gente ficou preocupada, mandou email, ligou, deixou mensagem.

Algumas pessoas  me perguntaram se eu iria desistir agora e voltar para o Brasil. Eu não tenho muitos pudores e desisto fácil, principalmente se não estou feliz. Marido passa o dia no hospital e quando está em casa, apesar de todo amor e vontade de ficar comigo, precisa estudar e está morto devido as 12hs (ou 30hs se for plantão) que passou no hospital . Bom, eu faço o que dar: aula de inglês, jazzercise, saio com as amigas, reformo móveis (amo! compro na salvation army bem barato, planejo, lixo, pinto), vejo TV, mas sinceramente não é suficiente.

Aí que eu resolvi fazer psicologia aos 12 anos, antes de entrar na faculdade já queria ser neuropsicóloga, me especializei em neuropsicologia e antes de terminar, entrei no mestrado, na linha das neurociências. Claro que já havia planejado passar o primeiro ano estudando inglês e depois tentar o doutorado. Aí meu planejamento foi ralo abaixo (e no caso, o ralo da pia ou da banheira, já que ralo aqui só tem nesses lugares). Claro que nos primeiros meses aqui, eu estava preocupada com o mestrado e nada de inglês. Depois lendo sobre o doutorado fiquei tensa só de pensar: é muito, muito, muito complicado. Apresentação de artigo toda semana, monitoria, aprender tudo em inglês, publicar artigos, dar aulas. Pior, não me empolguei com o programa daqui e para aguentar 5 anos de estresse puro, a motivação tem que estar maior que 100%. Aí né, corri para o plano B: mestrado em saúde pública. Em 2 meses trabalhando na área, vi que não é para mim, eu gosto de gente e saúde pública trabalha com números e médias. Aí conheci uma paulistana, gente fina que é psicóloga e quer fazer mestrado aqui, ela me mostra outra possibilidade de mestrado e lá vou eu, mais uma vez (tá vendo, não é que eu desista fácil, tou tentando, mas as vezes não adianta dar murro em ponta de faca). Fiquei empolgada, mas esses dias marido abre um livro de neuro e meu coração bate forte olhando aqueles cérebros e ECG...ui,ui

Bom, caso volte para o Brasil, esse mestrado não me servirá de nada. Caso fique aqui, vou poder trabalhar com gente, mas não serei psicóloga "de verdade". O "melhor" é que os mestrados aqui não fornecem bolsa para estrangeiro e quando concluí-lo eu terei uma dívida de mais de 50 mil doletas (2 Tucsons 0km)- se é que eu vou conseguir que algum banco financie uma estrangeira que tem de renovar o visto anualmente. Vocês estão entendendo a minha situação? E o porquê do doutorado no Brasil estar se mostrando ideal? Teria bolsa, moraria com minha mãe (depois de um tempo isso poderia virar um estresse também :) ), o banco de dados do doutorado está prontinho e só preciso pegar 1 ano de matérias para concluir e em português! Rá, mole, mole!

Por enquanto, estou procurando uma psicóloga e vendo se meu plano cobre sessões de psicoterapia. Porque só uma psicóloga para tirar o nó que eu dei (por que Meu Deus, por que eu complico o que é simples?) e aí sim, eu posso aprender na prática o que faz um psicólogo aqui e ainda treinar meu inglês. Melhor que isso, só 2 disso. Na sexta vou numa faculdade pra ver "colé de mermo" e a boa notícia é que a greve da UFBA acabou, vamos ver se eles trabalham mesmo. Dia 27 de agosto (Rá, dia do psicólogo!!!!) vou viajar para fazer o TOEFL. E dia desses, conversando com a melhor mãe de todos os tempos, ela me falou simples assim "porque você não deixa para aplicar para a faculdade ano que vem, aí você pode conhecer melhor as coisas e mais tranquila, decidir o que você quer". Simples assim, afinal de contas, eu não sou computador para seguir o que foi programado né? Tá vendo que eu disse que eu só passo 1 minuto desesperada e depois corro atrás da solução?

Pra me ajudar a melhorar o humor, meu marido colocou a música abaixo e fez coreografias com caras e bocas. Não tem como não se acabar de rir. Funny husband!



Bom final de semana meu povo e para você que vai ter a oportunidade e o prazer de dormir ao lado do seu marido, amém! Hoje, Leo só amanhã! Plantão, meu povo, plantão!

5 comentários:

  1. Lorna as coisas são assim mesmo, mudam na velocidade do vento. Faça aquilo que for melhor para você.
    Mas, por enquanto ouça os conselhos de quem tem mais experiência e conhece você muito bem: sua mãe!
    Eu sempre penso que quando uma porta se fecha uma janela de luz logo se abre. Nós carregamos aquilo que suportamos e quando isso se torna mais pesado do que os nossos ombros aguentam a intervenção divina vem para nos ajudar. São desafios para que nós possamos crescer.
    Como disse Deus a Josué:
    "Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares" Josué 1:9
    Para qualquer coisa estamos aqui!!!
    Beijos

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  2. Lorna, te entendo perfeitamente. Aqui jah planejei e replanejei minha vida profissional milhoes de vezes. E te digo, se por um acaso a Enfermagem nao for nada do que eu estou pensando, com certeza replanejarei novamente. A vida eh assim, da voltas e a gente fica tontinha haha. Mas oh, te digo, ficar desesperada realmente nao da em nada. Mas voce esta certinha em pensar em todas as solucoes. Tudo tem seu tempo, e pra tudo da-se um jeito. Boa sorte aih!!!

    Ah, quanto aquelas que tem a sorte de passar a noite com o marido, nem sempre isso eh "sorte". haha
    As vezes eu gostaria de ter um tempo assim longe do marido porque assim quando finalmente desse para estarmos juntos, realmente aproveitariamos, e dariamos mais valor um ao outro. Muito tempo juntos eh complicado. Enjoa, e da briga, na certa. As vezes penso que se eu fosse mulher de militar, teria a vida perfeita. Mas por outro lado, iria morrer de medo dele nao chegar em casa vivo... a nossa vida eh cheia de sacrificios.

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  3. Realmente um passo muito grande que envolve um grande investimento e precisa ser considerada todas as possibilidades.Na calma vc vai acabar encontrando com o que tem a ver com vc :)!

    Bjos

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  4. OLhe, entendo vc muito, muito bem. Às vezes é fácil dá pitaco na vida dos outros, dizer que é besteira desistir e blabláblá. Mas, niguém sabe melhor do que nós mesmos o que esperamos e desejamos da vida. Assim como você estou a pensar no mestrado e assim como vc não si se é o que quero pq não é na área que quero. Enfim, mas respire fundo, pense melhor e se não for pra ser agora, aproveite o momento em outros planos pra quando vc voltar pro Brasil, se vc voltar,reiniciar seus planos antigos. Boa sorte! Beijão

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  5. ih, Lo, te entendo muito! To no Brasil, mas tb tentando passar num concurso para voltar a ser "chic" (como vc diz) com um crachá profissional com meu nome! Trabalhar, ô coisa que parece tão fácil para alguns e tão dificil de conseguir para outros. Falei de vc na minha psicanalista hj, comparando à minha sensação de "angústia por não estar trabalhando/fazendo uma pós"! Mas a verdade é essa mesmo: autoconhecimento + tempo, sem esperar pela "perfeição" ou pelo "programado". Vai dar tudo certo, como sempre!
    Bjsss

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