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24/12/2011

Causo da visita

Aí né, que quando minha irmã chegou eu expliquei sobre o alarme de fumaça que fica dentro de casa, expliquei sobre a possibilidade de um funcionário entrar na casa a qualquer hora e expliquei outras coisinhas também. Aí, eram 8:30 da noite, meu cunhado estava no quarto falando com a família (um viva ao Skype!), eu e marido estávamos no quarto comprando uns gift cards de restaurante e minha irmã lá embaixo na sala vendo tv. Eu e marido começamos a ouvir o pin-pin-pin típico do alarme. Ele abriu a porta do quarto para saber se o barulho era daqui de casa (vai que minha irmã está cozinhando algo e acabou queimando, né?) e disse que não era, eu, que estou traumatizada com os 2 incêndios próximos que vi, disse: será que é da casa do vizinho? Nesse momento, alguém bateu na porta com muita força.  Eu: "Leo, será que é incêndio no vizinho e ele veio avisar?". Claro que eu lembrei que meus vizinhos são velhinhos e que se eles chegaram aqui para avisar, a situação já deveria estar feia, provavelmente seriam os bombeiros. Olhei pela janela e vi umas luzes, pensei "F%$#&, Maria Preá!", são os bombeiros! Corri para perto da janela para olhar direito já pensando que precisaria pegar o passaporte. Meu marido desceu a escada correndo enquanto minha irmã subia a escada correndo e chorando. Eu disse CHORANDO! Tá, não era um choro-choro, mas os olhos estavam cheios de lágrimas. A bichinha estava morrendo de medo, tadinha! Os dois deram um belo de um encontrão na escada enquanto eu gritava do quarto: "É só o cara do correio!!!". Vê isso! Dei tanta risada!!! O Cara do correio deixou a ré engatada e por isso o barulho do pin-pin-pin alto! Minha irmã tadinha, estava com medo mesmo! Gente, eu ri tanto, tanto! Aí desce meu cunhado: "oxe, 8:30 da noite e ainda tem gente fazendo entrega do correio?!"
Welcome to Alabama, sis!

Ps: Hoje o Natal vai ser na casa de um casal de amigos e depois iremos viajar por aí, na volto conto as nossas aventuras!

à você que vai passar o Natal em família, lembre de agradecer o momento, talvez um dia você sinta falta dessa confusão de gente legal ao seu redor. à você que vai passar a data com a família do cônjuge ou só com o marido, bom que você tem família por perto. à você que vai passar com os amigos, uma ótima festa e à você que vai passar sozinho, trabalhando desejo tudo de melhor também! Pra mim que terei um exemplar da dó-ré-mi, vai ser bom, mesmo que não seja completo :).

Um ano novo show para gente! Tenho convicção que 2012 será ano de colheita tendo em vista que plantei "bunito" nesse ano tenebroso que está acabando. See y'all later! Porque eu agora, só ano que vem!

20/12/2011

Eles chegaram!

Minha irmã e meu cunhado chegaram na sexta! Eu arrumei  a casa e aguardei ansiosa por eles. Saímos as 3am rumo a Atlanta para buscá-los. A idéia era que a gente chegasse depois deles, mas eles se atrapalharam, não entenderam onde iriam buscar a mala, receberam informações erradas e demoraram bastante para sair. Depois fomos tomar café em Marietta (o meu foi uma coxinha com suco de morango) e voltamos para casa. Marido foi trabalhar e nós saímos as compras (que é basicamente o que se tem para fazer aqui), já fizemos o roteiro e reservamos o hotel da semana que vem (vamos viajar por 1 semana!), a única coisa que ainda não defini foi o que fazer para entretê-los no mês e meio que ficarão aqui (tendo em vista que ontem eles ficaram em casa e já estavam entediados).

Trouxeram na bagagem muitos presentinhos (u-hu!), saudade, histórias da Bahia e um sotaque delicioso! Como sinto saudade do sotaque e da forma de falar na terrinha! "Rapaz, cê num sabe...", essa semana tenho que trabalhar dobrado para viajar semana que vem, Leo vai dar dois plantões, está no pior rodízio e estará de sobre-aviso, temos que cozinhar para o Natal, ajeitar as coisas. ufa, está super corrido!!! Mas está tudo bem, depois volto com calma e "causos" engraçados, agora vou correr para trabalhar!

Espiadinha em parte dos meus presentes :)

14/12/2011

Dos produtos engraçados e mais da séria: coisas que não fariam sucesso no Brasil

Já comentei que aqui as casas vivem fechadas principalmente no friozinho invernal. Aí é aquilo, você cozinha e a casa fica com cheiro de comida, entra gente fedendo a cigarro e a casa vira um cinzeiro...para combater esses cheiros tem vários tipos de produtos e olha aí o que eu achei


Até onde eu me lembro (tinha 15 anos quando pulei carnaval pela última vez), carnaval tem cheiro de suor, cerveja e muito xixi concentrado. O concentrado-de-xixi é tão forte que mesmo dias depois do carnaval terminar, mesmo depois do faxinaço que a prefeitura fazia com caminhões de água e sabão o cheiro insuportável ficava e lá eu gastava uns 20 dias indo para a faculdade sentindo esse aroma. Certeza que quem inventou esse nome nunca passou carnaval em Salvador ;).

Depois ainda me deparo com isso....



Falando das coisas que não fariam sucesso no Brasil:

Um pós barba com esse nome?!





Pense no desconforto em entrar numa clínica de estéticaque chama azia!


Usado para coceira, vai?

12/12/2011

Correria típica de final de ano!

Por que o final de ano sempre é corrido? "Avi Maria" tou suando para dar conta das mil coisas até o final do ano (oi? 19 dias?). E é muita viu! Nessas horas eu lembro das amigas que estão aqui com filho pequeno, uma casa enorme para dar conta, estudando, trabalhando e sim, elas sobrevivem e fazem tudo bem. Pelo menos aos olhos de quem está de fora. Bom, estou super atrasada no trabalho. Não consegui terminar um artigo e isso já tem 2 semanas. Não é questão de tempo é questão de bloqueio intelectual mesmo -que expressão 'chiuque'! Mas tenho que terminar hoje porque a chefe que é muito legal e  paciente já cobrou. Fora isso, vou viajar na última semana do ano e estou trabalhando dobrado. Preciso entregar a primeira versão de um projeto gigantesco na primeira semana de janeiro e ainda não estou nem na metade. Pense!

Minha irmã chega sexta, aí além de sair e comprar coisinhas para receber a visita, brigar com a transportadora da cama que até hoje não entregou a bendita, ir ao médico, estudar, ir na faculdade resolver minha vida acadêmica, transformar um quarto da bagunça em quarto de hóspede, fazer um faxinão na casa (ixi, isso eu nem comecei), fechar as malas com todas as roupas do verão, fazer mercado (rá, esse aqui é o pior) e estudar para o GRE. Ah claro, temos que fazer o roteiro da viagem de final de ano e taí outra tarefa que eu não gosto. Estou pensando o que fazer com minha irmã e cunhado na temporada (1 mês e meio) que eles irão passar aqui nessa cidade-nada-acontece-no-inverno.

Aí, claro, tem as reuniões com os amigos, no trabalho que são ótimas, mas por exemplo, na sexta eu fiz tanta coisa, tanta coisa que me atrapalhei toda: Jazzercise-trabalho-estudar com uma colega-engarrafamento enorme na 280-jantar na casa da amiga. O cookie que eu iria levar para o jantar e que ficou lindo da primeira vez, não prestou e esqueci o presente da filhinha da minha amiga em casa (o que foi bom, pois descobri que ela ja tinha algo bem parecido). Quando finalmente cheguei em casa estava mortinha da Silva! Mas isso não é uma reclamação, é só um relato. Deus me livre reclamar de ter o que fazer. Esse tipo de reclamação vai demorar a passar pela minha cabeça :).

Ah sim, continuo sendo esposa-de-um-residente-que-não-aguenta-mais. Meu marido é o campeão dos plantões da turma dele e olha, ele detesta ficar de plantão. Na atual conjuntura, ele odeia! Está sempre cansado, "nevoso" e faz contas intermináveis para saber quando esse "sufrimento" termina (jun/2012 ele termina o R2). Aí né, estou me esforçando o máximo para ele se sentir bem: comida quentinha, filminho em casa e até ler um livro para ajudá-lo num resumo, eu estou lendo.

Agora deixa eu ir ali levar marido no hospital para começar meu dia corrido e conseguir finalizar o artigo!

08/12/2011

E você tem medo de/do quê?

(A Eve, falou aqui, sobre o assunto e se inspirou aqui.)

Lembro que quando fui num passei com a escola numa cidade próxima a Salvador, entramos numa igreja antiga e no chão tinha aquelas lápides (o pessoal rico pagava para se enterrado lá). Achei meio bizarro, gente enterrada dentro da igreja, no altar, mas a professora dissse que na crença, aquele seria o melhor lugar do mundo (sem pecado, só com anjos...). Fiquei desconfortável e com medo, "pisando" nos mortos. Mas fiquei mais desconfortável ainda quando avistei uma lápide com meu sobrenome. Essa cena sempre me vem à cabeça! Naquele dia, aos 12 anos eu pensei "eu não quero estar no "melhor lugar do mundo" quando morrer, quero encontrar muitos melhores lugares do mundo ainda viva (música de vitória ao fundo!).

Bom, eu tenho medo de espírito/alma/fantasma, medo de escuro, medo de ladrão/sequestrador/estuprador, medo de sentir dor, medo de ter uma trauma/doença neurológica e esquecer de mim, da minha estória. Medo de ficar velhinha e dar trabalho, medo de ser esquecida (morar fora desenvolveu esse medo).

Mas das coisas que eu tenho mais medo (e até um certo pavor) é:
*Perder a vontade de colocar a mão na cintura e "brigar" pelo que eu acredito. Medo de deixar para lá. Medo de achar que não vale mais a pena falar/gritar/tentar porque nada vai mudar;
* Medo de não conquistar meus sonhos, principalmente os antigos, aqueles que eu sonhava (e sonho) realizar desde criança;
*Medo de perder minha felicidade, minha resiliência;
*Medo de perder essa curiosidade infantil e essa felicidade que me invade quando eu me deparo com coisas novas ou antigas (que pode ser - literalmente- um pé de quiabo nunca antes visto ou o cheiro do acarajé "quentinho" fritando no dendê- porque sou alérgica e não posso comer, mas amo o cheiro);
*Medo de correr atrás de coisas "essenciais", mas sem importância e esquecer de viver, esquecer o gosto bom que é o cacau do pé, a acerola vermelhinha.
*E o meu maior medo, acho que é não ter histórias para contar, mas isso, acho que estou superando.

Já escrevi um livro (pelo menos uma história em um livro), já plantei muitas árvores (e não estou contando com feijão no algodão) e no meio disso tudo, vi um montão de coisas, mas "cê" sabe né, minha vontade de abraçar o mundo é sempre grande e tenho mil milhares de coisas para fazer, nesse meio tempo, fico um pouquinho triste, mas o meu normal é estar feliz ou pelo menos alegre.

E você tem medo de/do quê?

04/12/2011

Das diferenças culturais

1. "Aí, né", marido está fazendo rodizío de carona com 2 colegas que moram aqui pertinho e nos dias que vou trabalhar, ele aproveita e dá carona para "os meninos" (já que é mais prático), então eles saem do hospital e vão me buscar. Essa diferença de rota aconteceu pela primeira vez na sexta e só tinha um amigo do marido no carro. O amigo, óbvio, estava no banco do carona. O que aconteceria se estivéssemos em Salvador? Quando chegasse no meu trabalho, o carona abriria a porta do carro e iria para o fundo ou pelo menos perguntaria se deveria mudar de lugar. No caso, o colega (egípcio) do marido permaneceu lá e eu que sou brasileira fiquei meio sem saber o que fazer. Não, não é que eu me incomode em ir no fundo e sim, é muito mais prático que ele permanecesse lá sentadinho, mas é aquilo né, minha vida toda foi dessa maneira e eu jamais havia pensado no ritual, era automático. Fiquei pensando como as pequenas diferenças culturais impactam no dia a dia e me perguntei o que eu já devo ter feito "de errado" segundo a cultura dos outros.

2. Americano tem uma cultura de mandar cartão por tudo. No final do ano então, "avi, Maria", uma chuva de cartões que são carinhosamente expostos nas geladeiras. Sinceramente, acho isso o máximo! Acho tão legal que resolvi adotar. Agora não pense que é um simples cartão que você compra em qualquer loja não (que também é muito legal, diga-se de passagem), mandamos personalizar, com direito a mensagem em inglês e português, com foto e com envelope personalizados. Lindo de se ver! Já enviamos todos e estou na expectativa, se o pessoal gostar, ano que vem tem mais!
Ps: o comércio de cartões aqui, bomba! Tem de vários valores, personalizados ou não. O que eu acho mais legal é o carinho mesmo. Você não precisa gastar em presente (embora isso de presente seja levado muito a sério por essas bandas), mas manda um carinho para aqueles que fazem parte da sua vida. Só tenho uma crítica a fazer: com essa cultura de enviar cartões, fora a cultura de enviar cartas, pagar contas pelo correio e tal, com tanto envelope que é necessário, por quê cargas d'água a cola do envelope não tem um gosto bom? Sei lá, menta, por exemplo! Não sei como os americanos conseguem lamber aquele treco, fica um gosto horrível na boca (é muito anti-higiênico, eu sei, mas fiz para testar né. Afinal, essa é a graça.)
Prévia do nosso cartão
 3. Um casal de indianos veio almoçar com a gente e trouxe "umas várias" comidas (normalmente a gente não faz isso no Brasil, assim, talvez uma sobremesa ou um vinho, ou liga perguntando o que pode levar, mas eles trouxeram muita comida mesmo e tiveram a gentileza de colocar pouca pimenta porque sabem que eu não consigo comer comida ardida). Aí, ele foram embora e claro que sobrou muita comida, eu estava ajeitando para que eles levassem as vasilhas, mas eles falaram que de jeito nenhum, que era pra gente comer e depois develveria as vasilhas. Até aí, bem brasileiro mesmo. Bom, comemos e lavei as vasilhas para devolver. Mas assim né, na Bahia quando você devolve as vasilhas, é de bom tom que coloque uma coisinha de agradecimento, tipo um chocolate. E foi isso que fizemos. Marido entregou as vasilhas numa sacolinha e, como é algo automático, não comentou dos chocolates. Aí que o amigo, uns dias depois, manda um email as 3 da madruga (ele estava de  plantão) dizendo para Leo que dentro da vasilha havia uns chocolates e que segunda ele devolveria. Eu ri horrores! Nem passou pela cabeça dele que os chocolates eram para ele e que essa seria uma maneira da gente agradecer. Vê isso!

4. Aqui também tem amigo secreto, amigo da onça e um tal de troca de cookies. Sim, aqui eles comem muito desses trecos-deliciosamente-gordos-que-eu-adoro. Só que a gente não sabia fazer e marido só sabia que queria cookie recheado com brigadeiro (pela regra da brincadeira, o cookie tem de ser feito em casa, empacotadinho e com uma cópia da receita), achei a receita e testamos. Olha que gostoso!
Essa foi nossa versão dessa receita aqui

01/12/2011

Causos II

1. Sabe aquele dia que você está chata? Uma chatonilda daquelas? Eu estava assim e queria comer algo gostoso. Sim, tinha comida em casa. Sim, restaurante é o que não falta pelas redondezas, mas claro que eu não queria nada disso. Porque não era fome, fome era fome, desejo (não, não estou grávida) e eu queria um prato de carne do sol com pirão de leite ou aipim cozido e nesse caso, com farofa de ovo. Aí que marido vendo meu "piti-to-be" resolve que iríamos encontrar algo. Fomos numa biboquinha que ele gosta e eu não, mas né, resolvi experimentar algo. Daí que quando a gente chegou no lugar, tinha uma americana (daquelas fluorescentes mesmo) no balcão, uma hispânica (que eu vou falar que é mexicana para ficar mais caricato) limpando o chão e um moço negro ao telefone. Faltava pouco tempo para a biboca fechar e eu fiquei pensando na mistura-não-misturada americana, um monte de gente diferente no mesmo lugar. Daí, sei que o cara começa a falar alto e xingar ao telefone. A mexicana fala duro com o moço negro estressadinho "o senhor precisa sair daqui, isso não se faz" e olha para a colega americana-fluorescente, essa fala ainda mais alto e de forma dura que naquele lugar esse tipo de comportamento não é aceitável e que ele teria que sair. O moço-negro se espanta, finje que não entende o motivo, demora um pouco e sai da loja. Ele passou atrás da gente e nessa hora eu só conseguia rezar, sei lá, esse pessoal que pode andar com arma e com raiva. Porque né, se fosse no Brasil, por muito menos a coisa poderia acabar feia. Me espantei:
*ao saber que uma pessoa que não era cliente pediu para usar o telefone da loja;
* de ver que 2 mulheres trataram o moço de forma correta, mas dura e foram respeitadas;
*de notar que o moço não tentou dizer que estava certo;
*de observar que ele não revidou contra as mulheres e
*da caixa pedir mil desculpas pra gente pelo acontecido.

2. A crise está super complicada aqui. Muita gente sem emprego, muitas coisas fechando. Só que é final de ano, a correria nas lojas já começou faz tempo e deve ser horrível não ter como comprar as coisas para a família. Aí eu e marido estávamos numa loja de departamento e a gente ouve um aviso nos alto-falantes da loja de que tinha um homem negro vestindo uma roupa tal que estava sendo suspeito de pegar algo e que ele estava no andar X, perto das roupas femininas. Tá, eu ouvi, mas juro que não levei a sério. Até meu marido que é sempre quieto começar a chamar meu nome alto e pedir para que eu ficasse perto dele. O aviso foi repetido várias vezes até que avisaram que a situação estava controlada. Eu senti medo, mas eu senti muita pena. Muita pena mesmo. Eu estava lá, com salário na conta, feliz e contente comprando e comprando, enquanto aquele moço estava lá, tentando roubar algo de uma loja de departamento. Fiquei com dó, pena dele ter sido pego e ter de se explicar. Situação constrangedora essa. Aí eu lembrei como era no Brasil, tanto pedinte, tanta criança nas ruas que as vezes me deixava anestesiada diante de tanta miséria. Agora que essa cena é muito mais rara para mim, eu volto a pensar naquela pessoa, naquela situação horrível que é querer e/ou precisar e não ter como conseguir.

26/11/2011

Da vida adulta

Minha semana começou com um jeito daqueles. Um mau jeito daqueles! Dor no ciático e uma tendinite nos joelhos. Lindo, né? Isso é que dar ficar semanas sem ir ao jazzercise direito e voltar achando que o tempo ocioso não faria efeito, fora claro, a faxina bem faxinada que dei na casa depois de 2 semanas só estudando e trabalhando (para deixar claro, a casa foi arrumada durantes essas semanas, mas só o basicão mesmo). Nisso de subir e descer as escadas e de tentar tirar as semanas de atraso no jazzercise, me lasquei bonito! Nessas horas, nem o ibuprofen salva e cá estou eu, 6 dias depois, ainda sentindo dor. "Velha, velha!", diria minha irmã.

Se isso fez com que eu entendesse que não sou mais nenhuma jovenzinha, na quinta, para completar o entendimento que já sou bem crescidinha, fiz (emos) nosso primeiro almoço para amigos. E te falo, não foi fácil. Marido disse que iria cozinhar, em cima da hora não sabia o que fazer, eu fui para cozinha, ele resolve chamar mais gente, eu fiquei tensa, achei que a comida não seria suficiente. Resultado: sobrou muita comida! Sinceramente, fiz comida para umas 10 pessoas e o almoço foi para 5. Sobrou bastante coisa, mas estava tudo gostoso, pelo menos para mim, não sei se para o paladar dos amigos do marido (que são de pontos diferentes do planeta). Mas enfim, gostei do almoço, das conversas, do momento relax que passamos aqui e o bom foi que as sobras foram para o congelador e não terei que cozinhar esses dias. Gostei que eu falei muito em inglês (nem sempre certo, eu sei, mas falei muito), gostei de conhecer gente, gostei de aprender um pouquinho da cultura de outros países. Foi um thanksgiving diferente e muito bom! Me senti A adulta tendo que cozinhar, ajeitar a casa e ser host em um almoço.

Na sexta, fomos as compras do Black Friday. A gente não precisava de muitas coisas, fizemos a lista das lojas e deals que encontramos e fomos as compras. O artigo que precisávamos de fato comprar: pneu, vê aí que diversõa tem em comprar pneus! As vendas começariam as 8am, chegamos um pouquinho antes, não tinha muita gente e conseguimos comprar 4 dos 6 últimos disponíveis, ufa! Depois fomos comprar roupa. Ano passado eu simplesmente congelei e esse ano eu precisava de roupas apropriadas. Ninguém merece passar frio! Fomos no outlet e tomei um susto! Estava cheio, digo, cheio para os padrões normais, não parecia em nada com os shoppings baianos num domingo chuvoso, mas estava cheio. Compramos casacos, jaquetas, casacões, sweater, gravata, camisa para marido trabalhar, T-shirt para marido. Ufa, muita roupa! Compramos ainda um conjunto de cama completo e outras coisinhas. E quer coisa mais adulta que giletar o cartão decrédito por aí?

Mais adulto que isso é trabalhar para pagar a conta do cartão. Embora hoje seja sábado, dá licença que tenho que trabalhar ali. Não consegui finalizar o trabalho nessa semana e preciso fazê-lo, né? Ser adulto é ser responsável (ou tentar...). Bom, vou ali trabalhar e volto já para arrumar a bagunça que ficou desse almoço.

22/11/2011

"Você é brasileira? Que legal!"

Pois então, esses dias marido estava conversando com um colega egípcio e outro indiano sobre isso. Os colegas dele sempre recebem de forma nada amistosa a pergunta "de onde você é?", provavelmente devido ao tom da outra pessoa e cenas de preconceito que vivenciaram. Bom, quando eu falo que sou brasileira aqui, a recepção sempre é boa, inclusive, tem gente que não consegue entender como eu saí do paraíso (oi?) e parei aqui. Não tenho nenhum problema em dizer que sou brasileira, pelo contrário, isso abre possibilidade de uma conversa mais longa e muitos elogios (que começam pelas minhas sapatilhas ou meus óculos de grau, as americanas amam). Sim, sim, sim o Brasil tem muitos problemas (e pra mim o pior é a corrupção), mas tem muita coisa boa também, não podemos esquecer.

Aí, que achei sensacional a resposta que uns brasileiros fizeram ao vídeo do Ross Gardiner. Acho que o vídeo original e a resposta dá muito assunto para a gente  repensar né? Vê aí! (primeiro a resposta dos brasileiros e depois os pensamentos do Ross com legenda- se você ainda não viu o vídeo do Ross, sugiro que veja primeiro e depois a resposta dos brazucas- com a trilha sonora que eu adoro!)


20/11/2011

Peraí, rapidinho!

10 dias sem nem um oi aqui, mas é que o tempo anda mais do que corrido! 

*Finalmente terminei o TOEFL (vou escrever um post sobre o assunto brevemente).

*resolvi propor um artigo no trabalho enquanto ainda desenvolvo outro (porque é bom não ter tempo!), o primeiro artigo já foi submetido, agora é esperar para ver se ele será aceito (dedos cruzados!).

*Essa semana vai ser curtinha, 3 dias apenas (o que não é verdade para marido)! Marido quer fazer um almoço no Thanksgiving para um amigo e eu já comecei a pensar nos detalhes (porque ele vai cozinhar). Sabe uma casa que tem poucos pratos? É a minha. O colega do meu marido é vegetariano, precisamos pensar num menu que agrade. Fora os fru-frus que envolve um jantar para os amigos.

*Precisamos planejar com urgência máxima a viagem do final de ano, vê hotel e roteiro, pra ontem!

*A temperatura começou a cair e precisamos isolar as janelas ASAP.

*Quero ajeitar minha sala, enfeitar e colocar cor no ambiente de trabalho.

*Preciso urgente comprar roupa de inverno, porque não posso passar o mesmo frio que passei ano passado.

*O meu seguro médico se recusa a pagar minhas lentes de contato sendo que eu pago um seguro oftalmolágico específico para isso. Essa parte, quem vai resolver é Leo.

*Já recebi meu salário e já gastei todinho! (comprei uma cama para as visitas).

* Resolvi fazer um almoço em cima da hora, a geladeira estava fazendo eco (sem tempo nenhum para fazer mercado), catei o que encontrei e fui preparar. Marido fez mil elogios, disse que estava uma delícia. Então tá então (não vou levar em consideração o fato de que ele estava 24 horas sem comer).

Por enquanto é isso, deixa eu ir ali porque minha casa está uma bagunça daquelas: muita roupa para passar/lavar, uma cozinha inteira (nessas horas agradeço por ela ser pequena e eu não ter muitos pratos) para faxinar, uma casa inteira para lavar os carpetes, 2 banheiros para serem lavados, um deck gigante para ser varrido, roupas de verão esperando para serem guardadas e hoje é domingo de plantão.
Feijoada deliciosa que comi na casa de uma amiga. Estava muito boa mesmo e olha que eu conheço a melhor feijoada do mundo (a do meu pai, essa é imbatível!). Apesar de ganhar uma afta na língua (feijão preto sempre me dá afta), valeu muito! Comi tanto, matei as saudades e de sobremesa ainda comi um (uns?) brigadeiro (s). (Tinha farinha, mas eu nunca como farinha com feijão, vá entender essa baiana!)

Boa semana pra gente e volto assim que tiver uma brechinha na minha agenda apertada (tão percebendo a felicidade da pessoa em dizer que não tem tempo, né?)

10/11/2011

10 fotos no dia 10

Sei que eu vi essa idéia em algum blog (desculpa, não lembro qual) e gostei. A idéia é resumir o dia 10 em 10 fotos (mas eu vou resumir os últimos 3 dias em 10 fotos e postar no dia 10)



Para começar, a boa notícia: os meus documentos estão certinhos e finalmente eu renovei a carteira de motorista. Não sem passar por mais um perrengue: quando fui renovar a carteira de motorista, minha prova prática de direção que foi feita em janeiro, simplesmente tinha sumido do sistema! Pense na confusão! Mas agora está tudo resolvido.



Para começar o dia, sair cedinho com marido, num friozinho bom e trabalhar (desculpe pela foto, mas aqui tem muita curva e eu só tive 2 minutos para tentar tirar uma antes das caronas chegarem)



Depois de uma manhã de trabalho, voltar para casa com o colorido das árvores do outono, delícia!


Só assim para o salmão ficar bom: escondidinho de salmão que peguei na panelaterapia e fiz minha versão com molho branco (eu tou ligada que deveria deixar gratinar mais um pouco, mas estava alucinada de fome:) )


E de sobremesa: huuuum! Presente maravilhoso que recebi.



Ou será que como uma mini pecan pie? Adoro!



Falta 1 semana para a bendita prova! Tomara que chegue logo, cansei!



De cabelo novo! Agora bem mais curtinho e muito mais bonito! Vendo os passarinhos e os esquilos fazendo bagunça no deck do vizinho.



Presente que me dei: pincéis da Sigma que estava desejando.


E para jantar coxa e sobrecoxa assadas. Delícia!

06/11/2011

Causos "gastronômicos"

1. Esposa (acompanhada do marido) chega alucinada de fome em um restaurante e ouve do digníssimo:
M: vamos pedir um prato só para nós 2?
Esposa impaciente e faminta braveja:
E: Estou morta de fome! Pelo amor de Deus, não quero dividir nada, vou comer um prato inteiro! Capaz de eu comer o seu resto!
M: Hum...sei (sem dar crédito), você nunca come tudo e  a gente não vai ter como levar a sobra para casa (hábito americano)!
E: "Avi" Maria, vamos pedir logo, estou faminta e relaxe que eu vou comer tudo. Você briga por tudo (rindo).
Primeiro veio o pão, depois a salada e depois o prato principal e claro (para variar! como o marido costuma falar, a esposa deu algumas garfadas e deixou mais da metade do prato) a esposa oferece para o marido o "resto" e ele já "nervosinho" respode:
M: Eu sabia! Eu avisei (o que mata a esposa de raiva) que você não iria comer tudo e agora eu também estou estufado.
(a comida não foi para o lixo,  a rota foi desviada e a comida guardada na geladeira e a  esposa teve que engolir a cara de "eu disse" do esposo).

2. Marido vai passar num fast food depois do trabalho, liga para esposa querendo saber se ela quer algo. Ela diz que não. Marido pergunta outra vez só para confirmar, mas a esposa repete a resposta. Marido resolve comprar uma batata grande pois conhece a fraqueza da esposa pelas malditas batatinhas. Marido chega com o pacotinha (que não é de Deus, tenho certeza) e o cheiro de gordura invade a casa americana (que tem sempre as janelas fechadas). O marido oferece a batata, a esposa aceita uma, duas, três...quando marido termina o "hamburgui" e vai atacar a batata...ué, acabou!

3. Marido vai para cozinha preparar um sanduiche com as sobras do almoço e pergunta:
M: querida, você quer um sanduiche?
E: não, não( sem dar muita atenção).
M: Olha, eu não vou deixar você tirar nenhuma mordida, se quiser eu faço um para você.
E: não quero, mas valeu (esposa entretida no computador).
Marido sai da cozinha, sobe um cheiro delicioso. Marido morde o tal sanduiche e fala maravilhas (ou será que só "disse" huuum). Esposa olha para marido com olho grande e:
E: dá um pedacinho?
M:Pourran, eu falei que se você quissesse eu faria um só para vc. Esse é meu e não divido.
E: Eu não quero um inteiro, eu só quero um pedacinho, por favor! (frase falada com muito amor e com cara de pedinte).
M: você sempre faz isso...toma vai!
Esposa fica feliz e contente...

A minha pergunta é a seguinte: se o marido já conhece o padrão de comportamento da esposa, porquê cargas d'água ele não se adianta? (sim, porque a culpa é sempre dele e não minha :), afinal de contas levo a sério "happy wife, happy life" )

03/11/2011

Uma ajudinha/sugestão/idéia

Aí que comecei a trabalhar! Yeyyyy! Porém, entretanto, todavia o pessoal do seguro social ainda não conseguiu corrigir meu nome e ainda estou sem carteira de motorista (e eu que achava que burrice tinha limite...). Em 7 dias já estive 4 vezes no seguro social e eles não conseguem ajeitar meu nome (mesmo TODOS os meus outros documentos mostrando como meu nome é de fato). Mas como agora eu resolvi olhar o lado positivo: estou trabalhando!

Antes eu dividia a sala, agora eu tenho uma só para mim, um computador só meu e um telefone só meu (que eu nunca usei e acho que não vou usar, pois não trabalho em nenhum projeto)! Aí que no primeiro dia eu já fiquei pensando em coisinhas para deixar a sala mais feliz. Só que, né, essa etapa do trabalho é bem desafiadora (escrever um artigo científico todo em inglês para uma revista com impacto 2.8!) e eu acabei focando no desafio, afinal de contas, só fico na sala 10 horas por semana. Aí que 2 semanas depois que começo a  trabalhar a gerente, que é uma fofa, bate na porta e  me dá um calendário dizendo que guardou para mim porque minha sala está super triste, não tem nada enfeitando e que ela sentia por isso (ela não falou num tom de crítica, pelo contrário, ela estava realmente tentando me ajudar). Eu aceitei e achei super engraçado! De qualquer forma, eu já estava pensando numas coisas para fazer, só estou esperando ter tempo (e como é bom não ter tempo). Mas ó como a sala é feinha (saúde pública não tem verba, como em qualquer lugar do mundo...agora vai lá na Neuro vê como são as salinhas...). Alguma sugestão?

Lembrando que eu não posso tirar nada daí! A parede que você não vê tem um quadro de avisos e uma estante.

31/10/2011

Chega de lamentações!

Faltando apenas 2 meses para esse ano terminar, eu lembrei de olhar as resoluções que havia feito. Eu gosto de dar uma olhada, fazer alguma modificação, mas acabei me passando. Enfim, todas as resoluções foram cumpridas no meio do ano (sendo que eu achei melhor não validar meu diploma e entrar numa pós e já comecei a mexer com os papéis e fazer as provas para conseguir entrar  num curso- que eu ainda não sei qual será). Embora falte pouco para esse ano terminar, eu resolvi criar outra resolução: lembrar, relembrar, levantar tudo de positivo que eu puder dessa terra aqui porque ando muito reclamona e isso cansa!


Então para iniciar vou falar que meu marido está gostando bastante da residência. Mesmo ficando 21 dias trabalhando direto sem nenhuma folguinha! É muito puxado, muito plantão, muito assunto para aprender, mas ele está gostando e aprendendo bastante. E sabe, foi para isso que mudamos! 1/3 desse ano (aqui o ano acadêmico começou em julho) já passou e falta pouco para os plantões terminarem (afinal o que são 8 meses de plantão perto dos próximos 24 meses que virão sem NENHUM plantão, ufa!).

Outra coisa, é muito legal sair nas ruas e jogar conversa fora com os outros. O pessoal aqui é tão simples que vez ou outra alguém puxa uma conversa comigo! Se a conversa for legal e o assunto permitir, eu sempre falo que sou brasileira. Aí sim, os gringos adoram! Muitos conhecem algo sobre o Brasil e perguntam (normalmente sobre comida, futebol e se eu sei sambar). Eu sou super sorridente sempre e uns velhinhos gaiatos (as vezes até acompanhados, o que me faz ter a certeza que o intuito é ser gentil) volta e  meia falam que ganharam o dia só por conta do meu sorriso. Ah e se eu falo que sou brasileira, aí é que a conversa vai longe, eles dizem que americana tem medo de sorrir, mas que eles acham interessante mulher que não tem medo de sorrir. Então tá então...

26/10/2011

Saudade de casa! Muita, muita mesmo! I'm a 100% homesick today :(

Eu coloquei essa frase esses dias no "face"(book) e adorei os comentários que recebi. Primeiro minha prima dizendo (de brincadeira) que ela achava que eu estava em casa. Minha irmã respondeu que casa é onde minha mãe está, uma amiga de infância disse que me entendia e uma amiga da blogsfera sugeriu que eu passasse 1 semana no Brasil para matar a saudade.

Não sei explicar muito bem essa saudade, porque não é uma saudade que passaria se eu ficasse 1 semana no Brasil. Não é bem saudade da minha mãe ou de todos que estão por lá (well, claro que existe esse tipo de saudade, mas é algo que eu consigo administrar bem). Talvez seja uma saudade de quem eu era, do que vivia. Saudade de estar num lugar seu de fato e de direito. Saudade de ter sonhos, de ter uma carreira, de ter certezas.

Eu adoro a casinha que moro aqui, tem o tamanho certo para nossa vida na residência, é super quieto e tranquilo e aqui é minha casa sim, mas quando olho ao redor, não me sinto em casa. Uma sensação de não-pertencimento que é péssimo (principalmente porque não sei se isso vai mudar um dia).

Pôr do sol no Rio Vermelho

Saudade do cheiro do mar quando saia para o trabalho, de dá uma passadinha rápida na Perini e comer a melhor coxinha de catupiry e sorvete de morango (sim, eu comia os 2 juntos). Saudade de meus testes (psicológicos), dos pacientes, das madrugadas preparando os relatórios, de chegar no consultório e checar a agenda do dia com a secretária gente boa. Saudade de encontrar as meninas na Doce Sonhos e fofocar. Saudade de reunir o pessoal, seja no MAM ou no Outback e rir horrores. Saudade de dormir na casa da minha mãe e sair cedo com o marido voltando do plantão e a gente parar na padaria para tomar café da manhã. Saudade da comida de Rai que deixava tudo congelado e eu só precisava esquentar. Saudade absurda do sotaque baiano, suas palavras engraçadas e de me sentir mais uma na multidão. Saudade dos cartões postais (que eu via ao vivo) que me acalmavam nos engarrafamentos...enfim, saudade dessas pequenas coisas do dia a dia. (Vocês "se ligaram" que eu quase não lembro da parte ruim, né? Mas ninguém tem saudade de coisa ruim...ou tem?). Agora eu só preciso aprender a administrar essa saudade :)

25/10/2011

RAL- Resposta ao leitor

Oi gente, ando recebendo emails e alguns comentários interessantes. Tento responder no próprio blog ou por email mesmo, mas agora vou começar a criar posts com o título acima quando achar que a resposta daria um post ou quando a pergunta se repetir muito.

Recebi de um anônimo (poxa, deixa seu nome!) o seguinte comentário e pergunta:

oi lorna! tudo bem? estava lendo o seu blog e vi q vc falou q vc vive numa regiao mto consevadora, mas como eh a questao do homossexualismo ai? eh pior que no brasil? obrigado. 

Bom, para começar gostaria de colocar que o termo homessexualismo foi mudado para homossexualidade em 1985 no Brasil e em 1993 a organização Mundial da saúde deixou de considerar a homossexualidade como doença mental. Isso porque o sufixo "ismo" está ligada a patologia/doença enquanto o "dade" se relaciona com sexualidade. Tá, sei que pode paracer chatisse e tal, mas é importante desvincularmos homossexualidade e doença. Outra coisa que queria falar é que a homossexualidade não é opção como muita gente fala por aí. Minha gente, ninguém acorda um belo dia de sol e fala "pronto, de agora em diante serei heterossexual" e o mesmo não ocorre com homessexual, bissexual etc. Por isso o termo que usamos é orientação sexual.


Aqui em B'ham é aquele negócio, ninguém fala de nada polêmico. Você já assistiu O Show de Truman? Eu me sinto assim aqui. Sabe um lugar que as pessoas são simpáticas, mas que parecem seguir um texto? A sensação de que é tudo ensaiado e falso? Pois aqui é assim. Branco não fala de negro e nem fala com negro, negro não fala de branco (veneno: ou se fala, ninguém entende) e nem fala com branco! Negros detestam hispânicos (e na prática brasileiro é hispânico), o que é compreensível, mas...enfim, ninguém jamais vai falar de homossexual com você e nem vai tratar o outro mal (ou tão mal que possa receber um processo por isso), mas o ódio e o pré-conceito são marcantes.


Bom, aqui você não vai ver gente xingando os homossexuais, batendo, matando como a gente vê no Brasil. Afinal de contas, se fizer isso, a pessoa vai ser presa e caso mate, possivelmente será condenado a morte! Então, é aquilo, um preconceito velado. Você fala o básico com os homossexuais no trabalho, na escola, é educado e pronto. Você não vai chamar "esse tipo de gente" para sua casa, para ser seu amigo. Quando se fala sobre o homessexual é dando risinhos, "brincando" e com bastante raiva. Aqui é comum a gente vê casais homossexuais (quero dizer que eles moram juntos), mas as pessoas são preconceituosas com eles sim e mantêm o mínimo de aproximação possível. Ah, eu já vi em programas na TV os pais difundindo o pré-conceito nos filhos "vai chorar? você é gay é", esse tipo de coisa que a gente vê no Brasil.

Talvez no Brasil seja pior, pois existe violência física, mas a vilência psiquica e o bulling é igual ou talvez pior aqui que no Brasil.

22/10/2011

Moda noturna: Pijama!

Um tempinho depois que mudei, conversando com minhas irmãs (a mais nova tinha passado uma curta temporada na casa da irmã do meio, na California) a mais nova ria com meus comentários sobre as pessoas de pijama fora de casa (tem aquiaqui). Ela disse que foi ao mercado de pijama na Califórnia. Até aí tudo bem, né? Turista...mas para minha surpresa, minha irmã do meio (que morou mais de 5 anos na California) disse que saia de pijama para o mercado sim e que eu iria fazer isso também. Não quis acreditar, porque ô derrota do mundo inteiro é alguém de pijama no mercado. Mas é o seguinte, a idéia de mudar de país é viver novas experiência, conhecer novas coisas e fazer estória. Quem imaginou que eu iria provar torta de abóbora? E se feita com leite condensado até que é boa. E as outras tortas americanas que são ótimas, a de pecan então! Jisus, Maria, José! Ô troço doce e bom, boooom! O que é uma pena, já que sou obrigada a comprar (daquelas individuais porque marido não gosta) e claro que cada fatia vem direto para o panceps, hai ai!



Bom, esses dias marido estava pos call e era sexta-feira. Sexta-feira é dia de quê? De comer pizza né? Daí que deixei meu bacalhau a gomes de sá (sobra do almoço) gostosamente preparado e fui com o marido comprar uma pizza. E sim, fui de pijama! Peguei um casacão (o frio chegou por aqui!) e saí de casa de pijama! Não sei se conta muito pois não saí do carro (se fosse sair não sairia de pijama, né gente!), mas já posso dizer que saí de pijama! (e eu pergunto, que vantagem tem isso? Hai ai, viu!)

19/10/2011

"pé de pato, mangalô 3 vezes!"


"-E aí, como vai o casamento?
-Ótimo!
-Ah, isso é porque é o começo...aproveita que com o tempo piora!"

Sim, esse diálogo aconteceu e não foi comigo. Ainda bem, porque do jeito que eu ando nervosa/chateada a pessoa iria ouvir por 10 dias e 10 noites!
Vem cá, eu estou errada ou isso é no mínimo falta de educação? Você diz para uma pessoa que acabou de comprar uma casa "você vai ver o trabalho que dá!", ou que comentou alegremente que está grávida "filho, nesse mundo! Não dá não", ou de um cidadão que acabou de comprar um cachorrinho "vixe, dá muito trabalho, faz xixi em tudo, morde os móveis"? Se você disse sim para alguma das perguntas, você precisa rever os seus conceitos. Porque gente, todo mundo sabe que ter uma casa é bom, mas trabalhoso; que ter um filho nesse mundo não é fácil e cachorro também não é anjo, mas porque você vai dizer isso para a pessoa? Para diminuir a felicidade dela? Tenha dó!

A recém-casada não perguntou nada, porque cargas d'água a 'amiga' (porque quem avisa amigo é?) resolve fazer um comentário desses? Eu até entendo que você pode ter um casamento de anos e anos e eu imagino (porque ainda não vivi, mas li nos livros) que casamento não seja fácil e com o tempo, pessoas crescendo para lados opostos, pode dificultar, mas gente, falar uma coisa dessas é sem noção (até para os padrões baianos, porque né, baiano se acha no direito e até no dever de falar o que acha) ou eu estou doida mesmo? Eu achei de uma grosseria tão estúpida, tão desnecessário. Mas tá bom, eu ando muito 'cheia de não me toque', vai que isso é comum. Já aviso que se for comum, não fale comigo, porque a resposta será de uma grosseria imensa! Porque se tem algo que eu aprendi desse lado do mundo (mentira, eu aprendi em casa com minha maravilhosa mãe a máxima "se não for para acrescentar, guarde para você") é que a vida do outro é a vida do outro.

17/10/2011

Marido sai do hospital e peço para ele passar no mercado. Ele, que adoro fazer mercado (e eu não estou sendo sarcástica, é verdade), diz que não, que vem me buscar para irmos juntos. Eu digo que ele está tão pertinho e só precisamos de umas 5 coisinhas (nem é mercado de verdade, né?). Ele vai e diz que será rápido. Quase 2 horas depois do mercado-rápido-só-para-comprar-5-itens chega marido com a lista comprada e mais umas coisinhas. Ele foi tirando as compras das sacolas e mostrando. Dizendo super animado que tem edredon/lençol/fronha na promoção em tal lugar, dizendo que a balança de cozinha está ainda mais barata que da última vez que fomos ao mercado (marido é louco por coisa de cozinha e tudo que vê quer comprar. Essa balança é super moderninha, mas não tem nem cabimento comprar porque ele não mede nada quando cozinha, é tudo no olhômetro mesmo). Daí, ele para e solta "é, acho que não posso ir ao mercado sozinho, perco muito tempo olhando os produtos e trago um monte de coisas extras". Achei o máximo! Uma coisa que ele trouxe extra e que eu adorei:

Flores pink com o símbolo da campanha
Essas flores são comemorativas ao mês internacional do combate ao câncer de mama! Por aqui esse assunto é levado a sério e nesse mês teve um montão de eventos relacionados a causa. De corridas a coquetéis. Uma coisa interessante é que muitos produtos lançaram embalagens para celebrar o mês.
Tudo pink nas propagandas e jornais

E você tem feito o auto exame? É a forma mais rápida e prática de perceber precocemente que tem algo estranho. Sim, eu sei que a ginecologista faz o exame na consulta, mas é fundamental que a gente também faça. É tão rapidinho e dor 0! Não sabe fazer? Tem um montão de vídeos na internet, mas o mais legal/interessante/criativo que eu já vi, foi recomendado pelo meu amigo Renato via facebook. Acho que o vídeo está em inglês, mas a verdade é que eu não prestei tanta atenção na língua, rá! Brincadeiras a parte, tá aí algo simples que a gente tem de fazer.


A Pipa falou das fontes rosas de sua cidade para celebrar o mês de combate contra o câncer de mama!

15/10/2011

Uma pequena diferença que faz toda a diferença

(dá série "o lado positivo daqui" porque ultimamente eu só tenho focado no lado negativo)

Como eu comentei aqui, semana passada fizemos um programa muito massa. Quando saímos do restaurante já estava tudo escuro. Quando eu digo escuro é escuro mesmo, só algumas ruas têm poste iluminando a pista (vou fazer um vídeo qualquer dia desses para vocês entenderem melhor, sem farol alto você não enxerga nada). Como a gente fala na Bahia "tava um breu!". O carro estava estacionado no fundo do prédio e para chegar lá precisávamos subir uma escadaria. Tudo escuro! Eu de salto andando mais devagar que uma lesma, a gente tentando enxergar onde pisava. "Meia hora" depois chegamos no carro e fomos embora. Antes de chegar em casa, faltando uns 5 minutos ouvimos um barulhão "pá!". Preciso dizer que perto de casa, a estrada é cheia de curva e é tudo escuro mesmo.

Aí né, se eu morasse no Brasil ou pelo menos em Salvador, eu jamais iria buscar o carro com o marido, ele iria se arriscar sozinho (mesmo aqui em B'ham, ele pediu para eu esperar na porta do restaurante, mas eu detesto ficar sozinha em porta de restaurante e fui junto com ele). Em Salvador, já na saída do restaurante iria ficar ansiosa e com medo, na verdade, provavelmente quando chegássemos ao restaurante, nós já teríamos pensado em como seria para voltar e provavelmente não teríamos jantado lá ou pelo menos, o estacionamento seria outro. O "pá" que ouvimos só serviria como estímulo para acelerarmos o carro e fugirmos (sim, porque coisa boa não poderia ser). Aqui a gente continuou subindo a ladeira na mesma velocidade e eu só pensei "será que esse treco que caiu no carro amassou a lataria?".

Já dormimos com a chave da casa e do carro do lado de fora da fechadura (não que é algo que se deva fazer, afinal ninguém vai dar sorte ao azar) e no outro dia, quando marido estava procurando a chave para ir trabalhar a encontrou na fechadura. Aqui eu não me preocupo de esconder a bolsa quando estou dirigindo, não me preocupo em trancar o carro (eu sempre tranco, mas não é uma preocupação). Eu me sinto segura! E essa sensação de estar segura é algo maravilhoso. Diminui o estresse e a ansiedade em proporções cavalares e te dá tempo para viver.

10/10/2011

7 anos juntos!

Sim, o tempo passa para todos, inclusive para mim! Ontem comemoramos a primeira vez que saímos juntos...e já tem 7 anos! De lá pra cá vivemos muitas coisas, mas nada se compara a dificuldade de morar em outro país, num lugar que eu detesto (porque marido gosta, afinal só passa na cidade para chegar em casa e dormir, de resto fica no hospital). Tenho orgulho de falar que a gente quase não briga (uma briga de verdade, porque essas discussões bestas que sempre termina com um dos dois dando risada, acontece com mais frequência). E assim a  gente vai levando. Como não comemoramos os 2 anos de casados no mês passado devido ao marido estar pos call, comemoramos nesse final de semana e foi muito legal!

Peguei o marido na sexta e comememos comida chinesa (que eu adoro e não tive que cozinhar). Ele veio para casa dormir (estava pos call). Quando acordou fomos comprar roupa e ele conseguiu fazer o cartão de crédito da minha loja favorita aqui. Gente, que alegria! O limite é super alto! Ficamos super felizes! (Se você não mora desse lado do mundo pode já ter feito o julgamento "a louca das compras", "vão gastar mais do que podem", "só poderia ser nesse país consumista" e se pensou assim, senti pena de você. Pena pelo seu julgamento errado, mas como sou legalzinha, eu explico: isso significa que marido começa a ter um pouco de crédito o que facilita e  muito a nossa vida por aqui). Certeza que essa foi a notícia do mês!

No sábado, claro que pela manhã eu fui ao jazzercise, que é a  melhor coisa que eu encontrei nessa terra de ninguém. Marido foi tomar café da manhã num lugar aí que eu não gosto muito, mas que ele adora. Almoçamos salmão (que eu detesto, vale ressaltar, mas reza a lenda que é saudável e marido se acha geração saúde), descansamos e depois fomos ao cirque du solei. Vimos o espetáculo Dralion. Foi muito bom! Eu amei!!!! Descobri que B'ham tem um "centro de convenções" enorme! E sim, já que estavamos lá, comprei pipoca e marido cachorro quente (eu achei tão estranho entrar no teatro comendo, mas a idéia de morar fora é experimentar o que era estranho, né mesmo?)! Fiquei feliz de riscar algo da minha bucketlist. Depois fomos num fancy restaurant que marido estava louco para ir. Bem verdade que não me senti confortável, verdade que não gostei da minha comida, mas a sobremesa salvou a parte da comida. Beignet com sorvete de baunilha caseiro (delícia!) e maçã sauté. Huuuuum!!!! Conversamos bastante, ficamos imaginando onde que marido fará o fellow (que não seja na UAB, que seja em qualquer outro lugar!), o que faremos depois, pra que cidade/país iremos (já sabemos que Salvador e Birmingham não estão na nossa lista). Marido contabilizou o quanto de dinheiro estaria fazendo se trabalhasse as 80hs que trabalha aqui, no Brasil e o quanto estaríamos bem de vida se estivessemos lá. Mas né...hai ai...ele gosta da residência, está aprendendo bastante e é por isso que estamos aqui. Eu já falei com minha chefa e já comecei a fazer um artigo de casa mesmo, para adiantar minha vida.

No domingo ainda fomos almoçar uma massa...e simplesmente o final de semana terminou. Mas foi um ótimo final de semana!

UPDATE: hoje, feriado aqui, marido voltou 1pm do hospital. Vê se não é para comemorar!

Imagem: Jana Magalhães

05/10/2011

ambiente ruim + TPM =

"Querida" Birmingham,

Fica extremamente complicado gostar de você com esse tanto de coisa errada acontecendo. Sim, quando cheguei aqui já sabia da crise da rede de esgoto (tanto que o governador foi preso por lançar mão dos exemplos políticos brasileiros - modo de falar,viu?- e meter a mão no dinheiro alheio), mas assim né, aumentar minha conta de esgoto descaradamente para pagar as contas, não tá certo não. No momento, eu até agradeço pois o aumento da minha conta de esgoto (e eu não estou falando do aumento legal, tou falando em algo absurdo e ilegal) foi pouco comparada a pessoas que tiveram que pagar $500 só de esgoto (e vocês pensam que eles repararam o erro? Não, meus caros). Mas só para lembrar que apesar do povo aqui não ter tanto estudo/qualidade de estudo em relação ao restante do país, tem muito advogado que sobrevive disso, então se liga!

Essa lei de imigração é muito ridícula, principalmente para um estado que tem taxas baixas de imigrantes (porque né, quem quer vir pra cá?), mas que tem tanta arrogância que acha que vai livrar o país "desse mal". Admito que vocês jogaram bem prendendo o primeiro imigrante ilegal, digo isso porque se qualquer um ler a lei vai perceber que ela foi escrita para imigrantes hispânicos e vocês prenderam um imigrante árabe. "Puxa! A policia daqui não é preconceituoso!", é para a gente pensar assim? Rá, pior que tem gente que vai pensar assim mesmo.

E para melhorar, eu, uma latina americana (e não hispânica, tá? Sei que é difícil para vocês entenderem isso, tendo em vista a péssima qualidade das escolas e a forma "diferente" de estudar geografia...se é que se estuda isso por aqui) estou aqui com visto, pagando minhas contas, andando nos trilhos e tentando entender/aprender inglês e tenho que ouvir de um dos membros do board de educação "we WAS top-heavy...we was going to cut..." ou ainda palavras inventadas (neologismo é um dos sintomas de psicose) por outro membro. Bom, aí fica difícil! Fora que as crianças estão sem livro até hoje e pedir que os pais mandem papel ofício para os professores fazerem cópias de "partes" dos livros...bom, não é legal né?

......

Querido Deus, a imigração recebeu meus documentos, por favor, ilumina aquela galera, ajuda no entendimento que meu nome é Lorna e meu sobrenome é Bittencourt Goncalves.  EU NÃO TENHO NOME DO MEIO! Ajuda a eles conseguirem ler meu passaporte e meu DS (tá tudo em inglês, não era para ser tão difícil), por favor! Já estou cansada dessa novela que se arrasta!

Ah, e se for possível, por favor Deus, você sabe que eu quase nunca peço nada, mas por favor, separa um lugar melhor para eu morar. E não, eu não estou falando da casa, que a casa que estou morando agora é ótima, mas um outro estado, uma outra cidade, um outro país...não sei bem, o que sei é que isso daqui não é lugar para mim e que é difícil ser feliz num ambiente desse, ah é!

03/10/2011

Aí que meus papéis continuam errado e eu ainda não posso dirigir;
Aí que marido tem dado mil milhões de plantões;
Aí que eu voltei a estudar para o TOEFL pois a prova é em novembro;
Aí que meu celular quebrou;
Aí que a lei anti-imigração foi colocada em prática por essas bandas;
Aí que eu ando dirigindo com minha carteira internacional, mas morta de medo de ser parada "pelos homi";
Aí que eu só fico com o carro as vezes, só para fazer coisas necessárias;
Aí que eu fiquei um tempão sem ir no jazzercise e no sábado resolvi tirar o atrasado e me acabei;
Aí que aprendi a fazer arroz soltinho na panela (antes usava isso daqui e não ficava tão bom);
Aí descobri que preciso de mais panelas (já que coloquei uma a perder- queimei mesmo, estava distraída falando com minha irmã- e que estou inventando comidinhas);
Aí que aqui já é outono e amanhece com 4C, faz uns 19C durante o dia e lá para as 18hs já está uns 10C;
Daí que eu recebo uma carta da imigração pedindo minha permissão de trabalho de volta para corrigir meu nome (isso significa que não volto ao batente tão cedo);
Resolvo sair (fiquei chateada com a notícia acima) para comprar panelas (porque gastar dinheiro libera endorfina, além de quê na rua você vê gente, se distrai e se cansa);
Daí que estava frio e eu resolvo pegar as botas;
Aí tomo uma queda linda nas escadas da casa e passo o final de semana com o lado direito do corpo dolorido por conta da queda e o esquerdo por conta do jazzercise;
Se eu comprei as panelas? Não, mas comprei roupa de malhar, um jogo de lençol lindo (para minha visita que chega em dezembro) e esqueci das pendengas. Tá valendo, né?

28/09/2011

aula de inglês

Não é segredo para ninguém que o americano tem uma faminha de gente boa, mas burrinho pelo mundo afora (leia-se Europa). Isso fica claro nos rankings de educação onde a maior potência mundial não fica tão bem (fora toda a crise educacional que os EUA andam passando faz mais de uma década). Outra coisa que não é segredo é que o Sul dos EUA é considerado interior, "roça". Acredita-se que as pessoas aqui são menos rebuscadas e pouco cultas. Você pode reparar nos filmes e na mídia tal afirmativa ser difundida (as pessoas do sul são tão rotuladas que parecem os baianos/nordestinos mostrados na globo).

(só para deixar claro, isso aí em cima é preconceito!)

Bom, todo mundo sabe (ou muita gente sabe) também que se existe um assunto complicado/saia justa de se discutir com alemão é sobre Hitler. É um assunto delicado e alemão não comenta, porque né, quem quer comentar isso. Se você tivesse um parente que matou, sei lá, 15 pessoas, você gostaria de comentar? Eu acho que não...

Daí que estou na aula de inglês e sempre tem competição no final da aula (ah, o jeito de motivar americano me encanta- not!), estávamos jogando apples and apples e uma das cartas que uma chinesa pega é a de Adolph Hitler. A chinesa pergunta quem é esse homem, já que ela não conhece (e aí eu fiquei lembrando das aulas de testes neuropsicólogicos. Perguntar quem foi essa figura para um ocidental poderia ser facilmente uma questão de um subteste de inteligência, mas não faria sentido se perguntada para um chinês). O professor americano começa a explicar, mas para no meio da segunda palavra dizendo "ah, temos uma alemã aqui, ela pode explicar". Ui! Pense numa alemã sem-graça, vermelha, desconfortável. Ela disse que não queria explicar, o professor insiste (ai,ai). Ela, completamente desnorteada diz que ele não era alemão (dizem que eles sempre começam por essa frase) e que ele foi um louco carismático que fazia muita gente seguí-lo nas suas loucuras e ponto. Vê se o professor americano notou o fora que deu? (ou será que ele é sacana mesmo?). Eu fiquei super sem graça, mas não me pareceu que o pessoal de outros países tenha se impactado com a questão (então nem todo mundo sabe desse "assunto proíbido")

Bom, conversando com o francês ele já havia me dito que esse assunto é meio que proibido na europa. Que assim, foi algo muito ruim e que ninguém gosta de pensar e  falar nisso. Bom, fica a dica  e a pergunta: será que o americano tem vergonha de falar de Hiroshima e Nagasaki?

25/09/2011

Nunca vi por aqui...mas...

Nunca vi por aqui:

*Homens/meninos coçando os instrumentos no meio da rua (ou em qualquer lugar);
*Gente "limpando o salão" no trânsito (ou em qualquer lugar);
*Buzinas estressantes no trânsito;
*Casais de adolescentes (ou de qualquer idade) "se pegando";
*Gente brigando por vaga no estacionamento;
*Gente palitando os dentes nos restaurantes (as vezes você vê o pessoal do interior com um palito de dente sabor menta na boca, mas nada de palitar o dente-ufa!);
*Gente furando fila (na verdade, teve um senhorzinho "perdido"que furou fila);
*Gente bebendo cerveja/vinho/álcool no meio da rua (já que é proibido);
*Alguém mexendo no carro dos outros quando deixam as janela aberta;
*guardador/flanelinha de carro;
*banca de revista (uma pena...);
*ambulante;
*homem mexendo de forma "desrespeitosa" com mulheres (olhar pode, né?...hum, mas já vi mulher cantando homem no meio no mercado, né marido? :) );
*Homem fazendo xixi no meio da rua como cachorro;
*Animais perdidos/sem dono pela rua;
*O caixa ficar com o 1 centavo do troco ou tentar completar com balas o valor da compra (porque aqui cada centavo vale muito);
*calçada esburacada (mas também, aqui quase não tem calçada);


Mas eu vejo:

*Cigarro sendo vendido em farmácia (como?!);
*propaganda na televisão de escritórios de advocacia tentando juntar pessoas para entrar com processos na justiça;
* propagando de vigilante do peso, medicação para perder peso, shakes, DVDs de exercícios e muitas, muitas propagandas de fast food (ou de qualquer comida calórica que no Brasil a gente considera junk food, mas eles acham saudável);
*Gente sem dente (já falei isso aqui, mas eu fico chocada quando vejo...no país mais rico do mundo, tem gente sem dente, sem plano de saúde, sem plano odontológico...)
*Gente caçando;
*idosos super independentes mesmo com dificuldade de locomoção;
* gente com algum problema de saúde nas ruas. Sim, porque aqui ninguém fica trancafiado em casa por ser cadeirante, ter alguma sindróme, ter alguma sequela de AVC...
*criaças pequenas sabem exataente como se portar na rua: sabem quando devem atravessar, quando devem esperar, o que fazer se quiserem atravessar.

E a lista continua

22/09/2011

Biblioteca por essas bandas

corredor da biblioteca de Hoover
Fachada da biblioteca de Hoover
Super diferente das que tinham (têm?) em Salvador! Aqui as bibliotecas têm programas específicos para crianças pequenas, adolescentes e adultos. Têm mostra cultural de diversos países, vários programas e projetos, sucesso! As bibliotecas aqui são super arejadas, excelentes para estudar (para pessoas como eu que têm dificuldade em se concentrar em casa, vão para as bibliotecas) e cheias de livros (novos e velhos).

cartão
Fui apresentada a uma biblioteca por uma amiga que tem uma filhinha. Ela precisava de um livro e lá fui eu. Ela me mostrou o programa que a filha participa: as crianças vão vestidas de pijaminha (é de tardinha), tem contador de história, um lanchinho e pronto. Muito legal! Depois desse dia, eu vivo lá (ou vivia, já que estou sem a carteira de motorista). Para pegar um livro, você precisa fazer uma carteirinha (free) que permite que você pegue livros nas bibliotecas públicas de todo county (21 cidades no total).

Contador de história
 Eu frequento uma menorzinha, mas toda de vidro, com espaço para estudar fora, uma fofura.Porém ela é bastante frequentada por crianças e as vezes falta silêncio. A outra que vou fica em Hoover e é gigante. Tem uma parte separada para crianças, uma para adolescente, e muita partes para os adultos. Essa é recheada de livros.


Vetavia Library
"caixa" para retornar os livros
Para procurar os livros o processo é o mesmo que no Brasil, você usa um computador da biblioteca (que pode ser usado para digitar trabalhos, internet), vê se o livro está lá, anota  os números e pronto. Alugar um livro é o mesmo processo que no Brasil, mas aqui existe a possibilidade de fazer o checkout sozinho também. Você vai na maquininha com seus livros e pronto. Agora, se você quer um livro que está em outra cidade, é só acessar sua conta, achar o livro, reservar e dizer que quer buscar na biblioteca X (uma mão na roda!). Quando o livro chegar, você recebe um email e vai buscar na parte de "encomendas". O livro está lá bonitinho com um adesivo gigante com seu nome. Para entregar, você escolhe qualquer biblioteca e deixa lá. Mas nem precisa entrar no prédio, tem umas caixinhas específicas para a devolução (que pode ser tipo drive-thru ou essa da foto). Renovar o livro é pela internet e pagar a multa (caso você esqueçaa data), também é pela net.


Nessas bibliotecas você pode alugar DVD (paga uma taxa) e tem um cafeteria/lanchonete para matar a fome de comida também. É muito legal, um lugar ótimo para desestressar, para estudar, ver gente e pronto.

20/09/2011

Finalmente minha permissão de trabalho chegou, mas não dá para comemorar. Meu nome veio diferente do passaporte, mas igual ao do visto. Meu nome no visto está errado. Assim, não consigo corrigir meu nome no cartão do seguro social e nada de renovar minha carteira de motorista. Comemorei tanto a chegada do cartão ontem e hoje descubro que não vale de nada...tou cansada :(

15/09/2011

Um monte de coisa!

* Como eu já falei aqui fui ao oftalmo fazer o teste das lentes, mas ele não era especialista em lente e me encaminhou para outra profissional (coisa dos EUA). Aqui é assim, depois que você marca a consulta pelo telefone, recebe uma papelada pelo correio para preencher (praticamente uma anamnese). Chega no médico, coloca seu nome e o horário que chegou. Depois a recepcionista te chama, aí você apresenta seus documentos e diz o motivo da consulta. Aí você senta e espera, espera, espera! A enfermeira (ou optometrista ou técnico) te chama, faz os exames mais simples e depois chama a médica. A enfermeira estava super mal humorada! Bom, sei que saí do consultório com as lentes-teste e com data marcada para retorno (estou na fase de adaptação). Adorei isso! E como o meu plano oftalmológico me dá um valor para gastar com óculos e lentes, minha consulta saiu "de graça"!

* Preciso pedir desculpas a Gisley, ela me convidou para fazer um vídeo sobre conflito (a Wilqui fez) e eu acabei não postando. Assim, eu fiz umas 20 versões do vídeo, naquele dia da tempestade, mas achei tudo ruim! A luz (ou a falta dela) estava péssima e sempre tinha uma sombra na minha cara. Mas adorei fazer o vídeo, dei várias risadas! E descobri que sim, tenho a  voz meio rouca e que uma baiana falando no diminutivo (pequenininho) é a coisa mais fofa do mundo!

*O Renato me deu uma dica valiosa para limbar a banheira: Fantastik! Gente, esse treco é muito bom! Não precisa esfregar tanto e o cheiro não é tão ruim (meu banheiro não tem janelas).

* Agora, dica de mulherzinha. Vocês já usaram a pinça Tweezerman? Já havia lido pela blogsfera que ela faz milagre, que é maravilhosa. Tinha visto na amazon, mas achei super caro $15 para uma pinça. Achei na Sephora a bendita numa super promoção $5 e arrematei! PERFEITA! Super precisa e dói super pouco. Muito boa mesmo!

* Outra coisa que tem sido assunto nos blogs de cosméticos é o good-bye celulite da Nívea. Comprei né! (No walmart é $12, mas achei um cupon na internet de $3). Bom, a pele fica macia e dá uma disfarçada mesmo, mas as bichinhas continuam por lá! Continuo usando, mesmo que seja pelo efeito placebo né. É melhor usar algo para melhorar que não usar nada...sei lá.

* Fale sério, se você  olha para uma pessoa vestida assim, de madrugada, morta de sono, por 1 segundo você pode até pensar que é um smurf (né, Nani?)






12/09/2011

Sobre comida e desejos

Depois de fazer boxe, depois de uma aula de jazzercise e muita dor no corpo todo, eu só desejava "um" doce. Na verdade, eu queria uma torta carequinha da Belles ou uma torta francesa do Maná, é aquela coisa né, a certeza que eu tinha é que essas duas possibilidades não seriam atendidas, mas que eu precisava de algo para matar a minha vontade. Já eram 8pm, marido pos call, eu sem poder dirigir, tinha que ser algo perto e rápido...fui de doughnuts. Aí eu lembrei porque nesses 15 meses de EUA eu só havia comido doughnut uma vez. Assim, ruim não é, mas tá longe de ser bom (ainda mais com o número altíssimo de calorias que eles carregam).

Quer?
Falando em comida, há algumas semanas foi o restaurant week e a gente aproveitou para dar uma conferida. A primeira escolha foi uma hamburgueria gourmet que marido sempre quis conhecer (mas né, pagar $10 só no hamburguer é demais). Um ambiente muito bom e o hamburguer completamente diferente desses junk food que conhecemos. A batata frita era feita com batata doce, salpicada com chocolate em pó e um molho levemente salgado. Pode dizer que sou pobre e que não tenho paladar apurado, mas não curti a mistura! Gostei da batata e do molhinho, mas achei que o chocolate foi exagero e fiquei meio enjoada. Comemos hamburguer de peru com molho de cereja (#thanksgivingfeelings). Gostei da carne, do pão, mas achei a cereja super doce e fiquei (mais) enjoada. Para arrematar o prato, teve milkshake de nutella com marshmallow tostado. Eu não curto nutella, mas o milkshake é muito bom. Uma delícia mesmo (tirando o marshmallow, que eu detesto). Moral da história, voltei para casa 2 kgs mais gorda, provei (mas não aprovei) hamburguer gourmet e depois passei muito mal (meu organismo não estava pronto para essa mistura). Nossa segunda tentativa foi um restaurante francês, a gente foi lá, mas não gostei do lugar, não gostei do ambiente e eu só assim, chata mesmo,  aí desistimos e fomos comer no indiano. Uma ótima opção, que comida boa! Até conheci um dos professores do marido que estava comendo por lá (com scrub e tudo...será que esse povo não tem outra roupa? hahaha). Um bambambam da área, mas super simples, veio falar com a gente todo cheio de papo (não sei o que ele falou, não entendi nada (inglês do leste europeu é complicado para mim), tinha que prestar atenção nas respostas do marido para entender, mas claro que eles só falaram de medicina, hospital, pacientes...