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29/07/2011

Bilinguismo: questão complicada

Vejo direto nos blogs de exportados o assunto do bilinguismo. Mães preocupadas porque os filhos têm 3 anos e ainda não falam. Mães sentindo-se culpadas pois seus pequenos lindos e inteligentes não se comunicam oralmente. E não, não adianta um especialista (que pode ser o psicopedagogo da escola, o pediatra ou até mesmo a psicóloga que vos fala) dizer que é comum, que é o normal (no sentido de norma mesmo, de que é o esperado) que aconteça um 'delayzinho' nessa pequena parte da função linguistica, que elas (as mães) não aceitam, dão exemplo de filhos dos amigos que com 1 ano já falava 3 idiomas. Bom para seu amigo, mas a verdade é que para cada criança vai acontecer de uma maneira diferente.

A confusão já começa pelo conceito de bilinguismo. Existem infinitos conceitos tipo aquele que a gente mais usa que é se a pessoa fala 2 línguas é bilingue. Para as neurociências, o bilingue é aquele que aprende 2 idiomas ao mesmo tempo e que consegue usá-los de maneira eficaz (tem de saber ler, entender, ouvir e falar como nativo). Bom, o que se sabe é que quanto mais cedo a criança for exposta as línguas, mais fácil ela irá aprendê-las. E depois que ela conseguir se expressar com essas duas línguas, mais fácil será para ela adquirir outras.

Vejo nos blogs pessoas falando que a mãe só deve falar português com a criança, que não deve responder se a criança fala a outra língua. Bom a verdade é que não existe regra e cada criança vai fazer de um jeito. Conheço mães que só falam português e outras que falam misturado e as crianças entendem e muitas já falam misturado também. Crianças com dificuldade de linguagem ou acadêmicas as vezes passam por maus bocados tentando entender a lógica  das 2 línguas e as vezes é mais interessante focar em 1 língua e depois começar a introduzir a outra (sendo que  estímulo das 2 línguas como dvd, músicas podem e devem permanecer no ambiente). Então, infelizmente para as mães, não tem regra para o bilinguismo, mas as crianças vão dando dicas de suas dificuldades. A questão é ter paciência e aprender a não sentir a tal da culpa (mas eu não sei se isso é possível, nunca conheci uma mãe que não encontrasse algum motivo para sentir-se culpada).

O que eu acho importante é perceber se a criança entende o que você fala. Se ela entende e consegue se comunicar com gestos ou "quase" palavras (e tem menos de 4 anos, nessa idade já é esperado que a criança fale) está ótimo. É muito importante que a criança tenha contato com outras crianças, porque aí ela aprende a se comunicar também. Se a criança tem um irmão ou irmã mais velha que já fale, ajuda no desenvolvimento da linguagem também.

Ai como eu queria trabalhar com americanos brasileirinhos ou brasileirinhos americanos, ensinando a cultura brasileira, alfabetizando essa galerinha em português  tendo em vista a condição mais que especial de se ter duas nacionalidades. Saudade da vida de psicóloga!

6 comentários:

  1. OI Lorna!
    Nós iremos passar por isso... tenho que ler mais sobre o assunto, mas a princípio iremos ensinar portugues em casa e o ingles ele irá aprender na escolinha, "na rua".
    Essa foi uma das dicas repassadas pra mim e que seria a melhor... manter 100% portugues em casa (o bom é que meu marido e eu somos brasileiros).
    Vamos ver como iremos nos sair, pois nao temos nenhuma experiencia, será somente a leitura sobre o assuntos e nossos altos e baixos tentando (e testando) fazer com que o Baby aprenda as duas línguas.
    Bjos e bom fim de semana!
    Cris

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  2. Lorna,

    conheço um grupo de brasileiras que se reúnem todas as sextas para inserir o português na vida dos pimpolhos.Alguns deles tem apresentado resistência ao idioma já que passam o dia vendo, escutando e falando inglês.Parece que tem funcionado e as crianças estão mais motivadas para falar português qdo vê os outros falando.

    Bjos

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  3. Eu colocaria a sua ideia em prática, tá?
    Pense nisso! ;)

    Bjs!

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  4. Eve, tou pensando, tou procurando, tou cutucando...

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  5. Lorna, que ideia otima!!!!!

    Olha, eu entendo porque muitos pais querem falar apenas o portugues com a crianca aqui nos EUA. Se for um casal como eu e Brya, uma brasileira e outro Americano, por exemplo, se eu falar sempre em portugues com meus filhos seria melhor pela consistencia. Porque nossos filhos ja estarao vivendo num ambiente onde o ingles eh predominante, entao as criancas realmente tendem a falar aquilo que eh mais facil pra elas, que elas escutam e vem em todo lugar. Entao se eu misturar o ingles com o portugues, a crianca basicamente ira perder a motivacao de falar o portugues pois pra ela se a mae tb fala ingles, como todo o resto, pra que ela vai se esforcar jah que o ingles virah mais naturalmente? Entende??? Eu conheco muitas maes que mesmo soh falando portugues com elas as criancas ainda resistem e respondem em ingles. Ou seja, elas entendem, mas nao falam o portugues, aih com o tempo acabam perdendo a capacidade de falar corretamente pois nao praticam. E se a mae misturar com ingles, aih pronto, danou-se.

    Jah no caso em que both, a mae e o pai sao brasileiros morando aqui, entao eh aconselhavel os dois SOH falarem portugues com a crianca porque assim a crianca ira conseguir assimilar o portugues mais rapidamente e com maior facilidade. Isso nao atrapalhara em nada o aprendizado dela em ingles no futuro porque logo que ela comecar a ir pra escola ela ira "sugar" o ingles rapido tb porque todo o ambiente dela serah ingles. Escolinha, amiguinhos, nas ruas. Se Bryan falasse portugues seria mais facil, mas como nao fala, meus filhos terao sim um pouco de resistencia em falar portugues, porque serei a unica pessoa falando portugues com eles.

    Agora o que a Gi postou ali acima eh uma otima ideia. De poder levar as criancas para participar de grupos que falem portugues, assim a crianca, vendo outras pessoas falando portugues (e nao apenas a mae) ira se motivar a falar tambem.

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  6. Trabalhei aqui em São Paulo, com um Finlandês, ele já sabia falar português quando conheci ele.

    Conheceu uma Brasileira na terra dele, veio para o Brasil casou, e na época tinha acabado de ter a 1 filha.

    O esquema dele era o seguinte, a mãe só fala em português com a menina, e ele só fala em finlandês com ela, nunca em português.

    Acho que se a mesma pessoa ora fala em uma língua, ora em outra, confunde a cabeça da criança.

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