Dos trauminhas

Esses dias eu fui ao jazzercise de tarde e além da minha figura, outras 2 pessoas (já com seus 50 e poucos) estavam presentes. Uma delas ficava o tempo todo dizendo que não conseguia seguir a aula, que ela só conseguia movimentar a mão ou o pé, os dois juntos era difícil (tadinha, a bichinha era mesmo muito descoordenada). Eu sei que teve uma hora que a dança consistia em virar para um lado e mexer o bumbum de forma que eu ficava "vendo"o bumbum das minhas colegas. Essa dança em especial é super rápido e eu juro que não fico olhando o bumbum de ninguém! Mas a mocinha descoordenada falou "gente, ela (no caso, eu, Lorna) vai ficar  olhando meu bumbum!" (oi??). Depois ela se queixou que por conta do espelho, a professora ficava olhando o bumbum dela (vale salientar que tá todo mundo vestido na aula, viu). As queixas eram feitas em tom de brincadeira, mas deixavam claro o tamanho da insatisfação da colega de ginástica. Eu senti tanta dó dessa moça, porque eu até entendo insatisfação com o corpo, mas ela estava muito além disso. Ainda mais porque ela já era vivida (antes eu achava que aos 30 tudo estaria meio que resolvido, agora passou para  os 50- mas pelo visto, aparentemente esses traumas permanecem, que tristeza!). Assim, ficar reclamando de bunda caída... taí uma coisa que só tem 3 soluções possíveis: muita ginástica, cirurgia plástica ou aprender a lidar com a danada da bunda caída.

Vejo tanta gente reclamando de estrias e celulite e posso imaginar o tamanho do sofrimento (principalmente para aqueles que moram no litoral). Digo que posso imaginar, pois não tenho estria e nem celulite. Rá! Pegadinha do Malandro! De fato não tenho estria para contar história (comecei a passar cremes fedentinos no corpo lá pelos meus 11 anos, prescrito pelo médico, desta forma quando eu cresci para os lados, a pele não partiu), celulite eu tenho, mas são poucas, juro que não me incomoda. Mas eu tenho uma listinha de coisas que me incomodam. Eu poderia dizer quais são essas coisas, mas seguindo o exemplo da minha colega aí de cima, aprendi que highlight os problemas, só faz "os pessoal" olhar e examinar, né mesmo?  Infelizmente, no meu caso, não tem cirurgia ou exercício para dar jeito, então, são 30 anos aprendendo a lidar com eles :).

Mudando de assunto, mas permanecendo no mesmo assunto (é que eu não consegui criar uma ponte para a moral da história). Eu comecei a me sentir mal e fui gentilmente obrigada pelo marido a marcar um médico. 3 horas de consulta e 100 exames depois e o que eles acham? Um problema no meu coração. Juro! Eu só tenho 29 anos!!! E sabe qual o tratamento? Marcapasso. Eu entrei no consultório pensando em anemia e saí com um diagnóstico estranho e muito assustada! Vê aí se celulite tem algum valor nessas horas? Lembrei que no dia do meu aniversário, estava olhando no espelho e reparei o bigode chinês, que no meu caso é torto, tendo em vista que o lado direito é mais acentuado. Fiquei pensando em algum tratamento estético para resolver o problema e tudo. Marido inclusive, com toda a ironia que ele tem direito, sugeriu uma plástica no rosto, tendo em vista que os tratamentos estéticos duram pouco (um amor esse meu marido, né?). Vê se isso e todos os meus trauminhas e mimimimis tinham algum sentido nessa vida?

Ps: Eu não acho que vou precisar de marcapasso, falta fazer mais exames, mas é bem improvável que precise. Acho que o sintoma que venho sentindo não está relacionado a isso (marido falou com um amigo cardiologista e ele também acha o mesmo), mas sim é resultado de muito estresse/ansiedade/coisa ruim de 3 anos vivendo aqui. O problema no coração é um defeito de fábrica, sabe, e só causa problema se a saúde do sujeito não for boa (o que não é o meu caso, já que todos os exames mostraram que estou bem). Tem um outro possível diagnóstico quando esse for excluido, mas aí o tratamento é tranquilo :).